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Last Flag | Hands on e entrevista na Brasil Games Show 2025

A Brasil Game Show 2025 chegou ao seu triste fim, mas nós, do Pizza Fria, tivemos a oportunidade de testar algumas joias da área indie. Particularmente, esta é a minha favorita nesses eventos, onde acabo garimpando ótimas novidades. Uma delas foi Last Flag, um jogo que promete muita adrenalina. Imagine participar de um show televisivo mortal, onde equipes de cinco jogadores se enfrentam em combates intensos até a morte, competindo para capturar a bandeira inimiga e proteger a de sua própria equipe.

Last Flag é um jogo de tiro em terceira pessoa que busca reinventar o clássico modo capture the flag, introduzindo novas mecânicas ao gênero. Combinando estratégia, combate dinâmico e personalização de personagens, cada partida exige coordenação de equipe, decisões táticas rápidas e domínio das habilidades únicas de cada herói.

Ficou curioso para saber mais sobre Last Flag, o shooter visualmente vibrante que chega em 2026, com mapas variados e personagens repletos de personalidade? Então vem comigo conferir essa breve prévia exclusiva do Pizza Fria!

Trailer de anúncio oficial de Last Flag.

Prepare-se para um game show dos anos 70

Durante minha visita ao estande da Night Street Games, desenvolvedora fundada pelos irmãos Dan e Mac Reynolds, respectivamente vocalista e empresário da banda Imagine Dragons, tive a chance de encarar uma partida multiplayer local. E posso garantir: o jogo cumpre o que promete. As partidas são rápidas, eletrizantes e exigem muito mais do que reflexos.

Logo percebi que em Last Flag não basta sair atirando ou correr feito um louco em direção à base inimiga. O segredo está na estratégia e na coordenação entre os membros da equipe. É preciso dominar o mapa, impedir o inimigo de capturar sua bandeira e, ao mesmo tempo, encontrar a do adversário, escondida em algum ponto estratégico. A sensação é de estar participando de um verdadeiro espetáculo televisivo de sobrevivência, onde cada segundo conta.

Last Flag
A engenheira de armas Camila Barbosa, personagem brasileira capaz de lançar tornados e torretas automáticas para defender a base. (Imagem: Divulgação)

Mesmo sendo um hero shooter em terceira pessoa, com câmera traseira e personagens cheios de habilidades, a jogabilidade é acessível e responsiva. E, para minha surpresa, mesmo com pouca prática no teclado e mouse, consegui levar minha equipe à vitória. Confesso: demos uma bela sola no time adversário!

Visualmente, o jogo impressiona. O estilo 3D cartunesco é vibrante e cheio de personalidade, com cenários amplos e detalhados. Cada personagem é único, com habilidades próprias e visuais marcantes. Um destaque especial vai para Camila Barbosa, personagem brasileira dublada por Diei Aquino, uma engenheira de armas capaz de lançar tornados e torretas automáticas para proteger a base, uma homenagem bem-vinda à criatividade nacional.

Um futuro promissor

Conversamos com Sebastian Cavazzoli Villoldo, designer de personagens 3D da Night Street Games, responsável por dar forma ao estilo retrô-futurista que define Last Flag. Segundo ele, a inspiração para o jogo nasceu das lembranças de infância dos irmãos Reynolds.

“A ideia inicial veio de quando eles jogavam ‘capture a bandeira’ nos bosques à noite”, contou Sebastian. “Dan é o vocalista do Imagine Dragons e Mac é o empresário da banda. Essas brincadeiras de infância, de se esconder e tentar recuperar a bandeira no escuro, serviram como base para o conceito do jogo.”

Os anos 70 foram outra grande influência, uma época em que personagens excêntricos e cheios de carisma dominavam o entretenimento. “Queríamos que cada personagem tivesse uma identidade forte, que fosse alguém com quem o jogador realmente quisesse se identificar e jogar”, explicou.

Essa atmosfera também se reflete na trilha sonora, que mistura funk setentista com camadas sonoras modernas, resultando em uma ambientação envolvente. “Quando você ouve a trilha, percebe aquele groove típico da época, algo que remete a filmes como Shaft ou Running Man, e até às obras de Tarantino”, detalhou Sebastian. “Queríamos capturar essa sensação de um show competitivo, extravagante e cheio de estilo.”

Tecnologia e ambição

Sebastian explicou que o jogo está sendo desenvolvido na Unreal Engine, escolhida pela eficiência em títulos de tiro em terceira pessoa. “Usamos a Unreal Engine porque ela é ideal para esse tipo de experiência”, disse. “Construímos Last Flag com base em algo chamado Libra Project, que nos inspirou bastante e acelerou o desenvolvimento. Começamos o projeto em outubro de 2023 e, olhando para o que já conquistamos, é incrível ver o quanto avançamos.”

Além disso, a equipe planeja manter o jogo sempre atualizado após o lançamento, com novos modos, mapas e heróis. Um sistema de matchmaking está sendo implementado para garantir partidas equilibradas entre jogadores casuais e competitivos. “Queremos que Last Flag seja acessível, mas também desafiador. Algo que continue evoluindo com o tempo”, afirmou Sebastian.

Last Flag
Dan e Mac Reynolds, CCO e CEO da Night Street Games. (Imagem: Divulgação)

O carinho brasileiro e o aprendizado com o público

Trazer o jogo para a BGS foi, segundo o designer, uma decisão estratégica. “O público brasileiro é extremamente apaixonado por jogos multiplayer”, disse. “Esse contato direto é uma ótima chance de aprender como o público reage e onde podemos melhorar.”

Ele destacou que, embora o jogo tenha uma proposta familiar, algumas mecânicas como esconder, encontrar e devolver a bandeira, ainda exigem ajustes na forma de ensino dentro do jogo. “Muitos jogadores aqui já entenderam tudo de forma intuitiva, e o mais curioso é que alguns são até melhores do que eu, mesmo jogando Last Flag há dois anos. Isso me surpreendeu bastante!”, brincou.

Conclusão: um show de adrenalina e estilo

Com sua mistura de ação frenética, estilo retrô e personagens carismáticos, Last Flag se destaca como uma das produções indie mais promissoras da BGS 2025. A proposta de transformar o estilo capture a bandeira em um espetáculo competitivo cheio de identidade visual e musical é ousada, e parece estar dando certo.

Com lançamento previsto para 2026 para PC via Steam, o jogo mostra que há espaço para experiências criativas e autorais dentro do gênero dos shooters. Se o objetivo da Night Street Games era fazer o público sentir-se em um programa de TV dos anos 70, cheio de brilho, caos e personalidade, a missão foi cumprida com sucesso.

Prepare-se: quando Last Flag chegar, a disputa pela bandeira promete ser muito mais do que um simples jogo; será um verdadeiro show de adrenalina, estilo e diversão.

Sobre Last Flag

O jogo coloca duas equipes com cinco integrantes cada em uma arena que simula um programa de televisão dos anos 1970. O objetivo é capturar a bandeira do time adversário, levá-la de volta à base e defendê-la por um minuto. Cada personagem conta com habilidades únicas, permitindo abordagens variadas, desde ataques à distância até combates corpo a corpo.

Desenvolvido pela Night Street Games — estúdio fundado por Mac e Dan Reynolds, empresário e vocalista da banda Imagine Dragons, respectivamente — Last Flag está em produção para PC (Windows), com lançamento previsto para 2026 no Steam e na Epic Games Store. Versões para consoles estão planejadas para uma data futura.

Filipe "Bdama" Villela

    Aficionado por jogos desde cedo, de Bomberman, Zelda, Sonic ou Mário, indo dos clássicos das gerações passadas, até os indies e mais variados AAA atuais. Viciado em desafios, colecionador de platinas e consoles antigos, para mim não importa a plataforma ou gráficos de um jogo, sou movido pela emoção da aventura de conhecer e desbravar novos mundos, uma viagem única que apenas cartuchos e cd's podem nos levar. Embarque comigo nesse mundo de possibilidades infinitas e venha descobrir novos mundos e maneiras de se aventurar!