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Women-Led Games: The Game Awards Edition 2025: todos os anúncios do evento

O Women-Led Games: The Game Awards Edition 2025, apresentado nesta última quarta-feira, 10, foi uma vitrine de cerca de 30 jogos comandados por equipes lideradas ou majoritariamente compostas por mulheres, reforçando a ideia de que a cena indie está cheia de vozes novas e bem diferentes entre si.

Apresentado pelo casal de influenciadores Aliya Will e Philip Hartshorn, o showcase trouxe trailers inéditos, datas e janelas de lançamento, demos especiais em destaque no evento da Steam Women-Led Games (de 10 a 18 de dezembro) e até aparições de peso, como uma entrevista exclusiva com Rebecca Ford, diretora criativa de Warframe, falando sobre sua trajetória de community manager até o comando criativo do jogo.

A curadoria passeou por praticamente todos os gêneros: narrativas intimistas sobre saúde mental, terror psicológico, factory sims com autômatos movidos por IA, roguelikes rápidos, visual novels musicais e RPGs sombrios. Abaixo, você confere o evento na íntegra, além de um resumo dos títulos apresentados!

No Means Nothing

Adventure psicológico em primeira pessoa sobre limites pessoais e abuso no ambiente de trabalho. Você controla um jovem adulto que aceita um emprego em um armazém de encomendas e é colocado para trabalhar sob a supervisão de Radik, um ex-amigo que insiste em ultrapassar fronteiras, ignorar recusas e forçar situações desconfortáveis. A rotina de escanear códigos de barras, separar caixas e cumprir turnos tediosos vira um estudo de como você reage à pressão: ceder, se calar, impor limites ou explodir. Pequenas escolhas mudam diálogos, cenas e finais, transformando um “trabalho comum” em um horror extremamente humano.

A Heavy Morning

Jogo narrativo sobre os primeiros 30 minutos de um dia que parecem impossíveis. Você acompanha uma jovem que luta contra um transtorno de humor: levantar da cama, se vestir e sair de casa para ir trabalhar vira uma sequência de microdesafios carregados de ansiedade, fadiga e pensamentos intrusivos. A jogabilidade combina pequenas tarefas do cotidiano com metáforas visuais do peso emocional, enfatizando vitórias minúsculas, recaídas e a resiliência silenciosa de quem precisa funcionar por fora enquanto tudo desmorona por dentro.

Bento Blocks

Puzzle fofinho que mistura culinária e organização. A ideia é montar obentôs perfeitos, encaixando ingredientes em caixas divididas em blocos, quase como um tetris gastronômico. Cada fase exige pensar em forma, cor e disposição dos alimentos, garantindo caixas visualmente agradáveis e “otimizadas” dentro das regras propostas. É o tipo de jogo para jogar no seu ritmo, refazer fases em busca da arrumação perfeita e relaxar enquanto corta, organiza e finaliza marmitas virtuais.

Blueman

Satira corporativa com toques demoníacos. Você é um estagiário em um escritório estranho, responsável por “tarefas importantes” em cada andar: montar estações de trabalho, “alimentar o demônio”, motivar colegas e participar de atividades de empresa sem questionar muita coisa. Subindo andar por andar, a empresa revela um lado cada vez mais bizarro e opressor, enquanto o personagem tenta sobreviver ao período de experiência. O tom é de humor ácido, brincando com exploração de estagiários, cultura corporativa tóxica e “gamificação” de tarefas absurdas.

Blue Ridge Hunting

Jogo cooperativo de terror ambientado nas Montanhas Apalaches. Sozinho ou com até cinco amigos, você investiga relatos de criaturas lendárias, documenta evidências e parte para caçadas de alto risco contra criptídeos inspirados em lendas e avistamentos reais da região. A experiência combina mapas abertos, coleta de pistas, uso de equipamentos de rastreamento e encontros tensos com monstros inteligentes que reagem à sua presença. O lançamento está previsto para 2026 no PC via Steam.

Drywall Eating Simulator

Aventura 3D baseada em física sobre o esgotamento da vida adulta tardocapitalista. Você participa de reuniões, bate metas, faz small talk e tenta parecer funcional — até que a única válvula de escape é literalmente comer drywall. O jogo coloca você em apartamentos, lojas e eventos sociais, permitindo atravessar paredes e destruir ambientes como forma de “lidar” com a pressão corporativa e a alienação. É um jogo curto, satírico, focado em narrativa e em transformar frustração em humor bem ácido, disponível para PC.

Brave New Wonders

Factory sim com um twist: em vez de esteiras, você comanda autômatos inteligentes guiados por instruções em linguagem natural. Em um mundo pós-apocalíptico, você constrói fábricas, automatiza cadeias de produção e usa dirigíveis gigantes para explorar regiões distantes, enquanto dá comandos textuais aos autômatos, que conseguem interpretar tarefas, coordenar entre si e manter a linha de produção funcionando. A graça está em desenhar soluções logísticas complexas e ver a “equipe” de robôs aprender e executar suas ordens com eficiência crescente.

CODE Bunny

Plataforma de ação 2D acelerado, focado em combate e movimentação de alta velocidade. Você alterna entre dois personagens — Axel e Hazel — com estilos complementares, combinando dashs, combos aéreos e golpes especiais para atravessar fases cheias de inimigos e obstáculos. O jogo foca em fluidez, runs rápidas e domínio de rotas, recompensando quem aprende a “dançar” pelo cenário em ritmo frenético enquanto investiga os segredos do mundo de Lumna.

Dice Gambit

RPG tático em que você lidera uma família de inquisidores endividados em uma cidade renascentista estilizada, cheia de monstros cromáticos. Cada membro da família vive sua própria mini-campanha “roguelike”: estuda, casa, tem filhos, morre e dá lugar à próxima geração, enquanto você administra a linhagem, as dívidas e o prestígio. A cidade mistura arquitetura inspirada no sul da Europa com tecnologia moderna, e o combate combina rolagem de dados, habilidades especiais e decisões políticas, tudo embalado por uma trilha que une música tradicional portuguesa com batidas contemporâneas.

Dodo Duckie

Plataforma/puzzle fofíssimo em que você controla um pato perdido em mundos alienígenas. A mecânica central é alternar entre uma visão 2D e 3D com um botão: em 3D, você move blocos, cria caminhos e interage com o cenário; em 2D, usa habilidades de plataforma, como pular e planar. Cada quebra-cabeça é construído em torno de perspectiva, exigindo alternar entre os modos para montar pontes, abrir rotas e provocar reações de criaturas alienígenas. Visualmente, o jogo aposta em cores suaves, formas arredondadas e trilha calma, com direito a modo foto para registrar momentos fofos do Dodô.

Ghost Cam

Jogo de horror em que sua câmera enxerga o que seus olhos não conseguem. Você explora espaços liminares — corredores vazios, estacionamentos, prédios abandonados — procurando capturar espíritos antes que eles capturem você. Quanto mais fundo você entra nesse mundo distorcido, mais o cenário se deforma, surgem glitches visuais e aparições que fazem de tudo para permanecer fora do enquadramento. A progressão mistura exploração, gerenciamento de recursos da câmera e um mistério central que se revela foto a foto.

Goblin Sushi

Rogue-like de restaurante em que você interpreta um goblin sonhando em virar grande chef de sushi. Entre rodadas, você melhora o restaurante, expande o cardápio e desbloqueia ingredientes raros; durante o “serviço”, precisa cozinhar rápido para alimentar hordas de goblins famintos, equilibrando recursos, tempo e riscos típicos de um roguelike de ação. O ciclo é: enfrentar desafios, voltar com novos ingredientes e upgrades, e tentar construir o sushi-bar mais respeitado da caverna.

Haifa

Experiência de objetos escondidos com forte enfoque narrativo sobre esperança e trauma em tempos de guerra. Cada cena traz personagens tentando manter um mínimo de normalidade enquanto buscam um amigo desaparecido. Você procura pequenos objetos que simbolizam lembranças, afetos e motivos para seguir em frente, ajudando a manter o moral dos personagens. A jogabilidade simples esconde um subtexto pesado sobre como gestos cotidianos e detalhes aparentemente banais sustentam a esperança em contextos extremos.

I Write Games Not Tragedies

Visual novel com jogo de ritmo, toda inspirada na estética emo/gótica britânica dos anos 2000. Você acompanha Ash, um jovem músico tentando lidar com vícios, relacionamentos problemáticos, inseguranças e a construção de sua identidade artística. A narrativa se alterna entre diálogos, escolhas e sequências musicais em que você “toca” faixas ao estilo rhythm game, conectando performance, emoção e desfechos da história. É tanto sobre crescer quanto sobre gritar angústias ao som de guitarras e refrões melancólicos.

Kristala

RPG de Ação e fantasia sombria com forte influência de Soulslike. Você assume o papel de uma guerreira de uma raça felina, escolhendo um dos seis clãs, cada um com foco mágico específico, e explora o mundo de Ailur tentando dominar as magias dos Seis Kristais Sagrados e descobrir a origem de uma maldição que transformou criaturas locais em monstros brutais. O jogo combina combate punitivo, parkour fluido, exploração de áreas interconectadas e uma ambientação densa, com versões em demo já disponíveis em plataformas como Steam e Epic Games.

Ledgerbound

RPG tático cômico em que burocracia e fim do mundo andam lado a lado. Você trabalha para um “reino-burocracia” ameaçado por uma entidade imortal, mas o verdadeiro risco é perder o emprego. A jornada envolve formar e se aproximar de um grupo de heróis excêntricos, enfrentar batalhas táticas em grid e tomar decisões que afetam tanto o destino do mundo quanto o seu prontuário corporativo. O humor gira em torno de formulários, protocolos absurdos e “compliance” em contexto de apocalipse.

Letter Lost

Ação narrativa em primeira pessoa em que você é o único funcionário do correio da ilha de Kharnym. O trabalho começa como rotina: carimbar, separar e entregar cartas. Aos poucos, o prédio e a ilha revelam segredos — correspondências estranhas, rotas impossíveis, mensagens que parecem falar diretamente com você. Cabe escolher: seguir preso ao “emprego perfeito” para sempre ou desvendar os mistérios do lugar e tentar escapar desse labirinto burocrático.

Lost in the Roots

Aventura 2D com elementos de thriller psicológico. Uma garota acorda no sótão de uma casa desconhecida, isolada no meio do nada, sem memória de como chegou ali. Enquanto explora corredores, quartos trancados e porões cheios de ruídos estranhos, o jogo trabalha temas de culpa, medo e distorção da realidade. A dúvida permanente é se existe de fato uma saída ou se tudo não passa de uma prisão mental da protagonista.

Nano Neighbors

Idle/cozy online pensado para ficar discretamente no rodapé da tela. Você personaliza sua área, participa de mini games, conversa e interage com vizinhos virtuais, acumulando recursos aos poucos mesmo com o jogo minimizado. A proposta é oferecer uma experiência leve, social e de longo prazo, em que o foco é construir um “condomínio” digital simpático ao lado de amigos, sem pressão de grind agressivo.

Neve

Ficção interativa não linear com clima retrofuturista sufocante. Depois de um acidente com a nave, você gerencia a equipe, toma decisões de alto risco e corre contra o tempo para descobrir o que realmente aconteceu. As escolhas podem alterar radicalmente o rumo da história e o destino dos personagens, com múltiplos caminhos, prioridades conflitantes e um senso constante de urgência em um cenário de tecnologia fria e isolamento no espaço.

Potions: A Curious Tale

Jogo de aventura e crafting em que combate direto não é a resposta principal. Você controla Luna, uma jovem bruxa que usa poções para resolver problemas, superar obstáculos ambientais, enganar monstros e solucionar puzzles em terras encantadas. Em vez de “farmar” inimigos, o foco está em coletar ingredientes, experimentar combinações e usar raciocínio para contornar perigos com inteligência, seguindo uma narrativa de amadurecimento e descoberta.

Provoron

Aventura atmosférica sobre uma gralha branca chamada Ankou, que vê seus demônios internos transbordarem para o mundo. O jogo acompanha uma jornada de dor, solidão e possível redenção, enquanto você atravessa cenários melancólicos, enfrenta manifestações físicas de sofrimento e tenta seguir em frente de olhos fechados, literalmente e metaforicamente. A experiência aposta em narrativa visual, trilha melancólica e simbolismos, mais do que em ação direta.

Rhell: Warped Worlds & Troubled Times

Puzzle adventure 3D semi–mundo aberto em que você interpreta uma maga de língua afiada tentando entender por que toda a população desapareceu. A mecânica central é combinar até 40 runas mágicas em um grimório modular, criando feitiços com efeitos malucos: invocar um clone e transformá-lo em poça para manter um botão pressionado, modificar gravidade, alterar estados físicos de objetos, entre outros. O jogo incentiva soluções criativas — há sempre várias maneiras de atravessar um obstáculo — e chega ao PC em 19 de março de 2026, com demo já disponível no Steam.

Rotato

Roguelite de sobrevivência rápido e fácil de aprender, no qual você gira canhões em órbita de um pequeno planeta para enfrentar ondas de aliens “fofos porém mortais”. A cada run, você desbloqueia novas armas, modificadores e sinergias, tentando sobreviver o máximo possível enquanto administra tiro contínuo, posicionamento e upgrades. É o tipo de jogo para sessões curtas, com curva de dificuldade que sobe rápido e convida a tentar “só mais uma partida”.

Shoe It All!

Caos baseado em física onde a arma principal é… seu sapato. Sentado em um balanço, você arremessa sapatos em tudo o que vê, detonando objetos, revelando segredos, abrindo caminhos e destravando fases extras. O visual mistura 3D e técnicas que lembram quadrinhos animados, com texturas pintadas à mão e “gibização” do cenário. Ao longo da campanha, você preenche um diário com figurinhas e colecionáveis, dominando o timing perfeito do arremesso para causar o máximo de destruição estilosa.

The Witch’s Bakery

RPG de aventura aconchegante em que você controla Lin, uma bruxa recém-formada que abre uma padaria mágica na Paris moderna. De dia, você administra o negócio: produz massas, assa doces, atende clientes e percebe, graças a um dom especial, o que se passa no coração de cada pessoa. À noite, explora uma versão fantástica da cidade, entra nos “palácios do coração” dos personagens e usa magia, empatia e confeitaria para curar sentimentos quebrados. O jogo foca em temas de família, comunidade, vulnerabilidade emocional — e, claro, muita comida bonita.

Turnbound

Jogo de tabuleiro assombrado com PVP assíncrono. Cada sessão coloca você contra as “marcas” deixadas por outros jogadores presos ao jogo: itens, tiles e combinações que formam desafios táticos. Seu objetivo é montar uma grade de itens com sinergias fortes, gerenciando inventário e efeitos em cadeia para vencer batalhas e, pouco a pouco, tentar escapar da maldição do tabuleiro. O título reforça esse foco em construção de builds e criatividade, com acesso antecipado marcado para janeiro de 2026.

Warframe

O showcase trouxe uma participação especial de Warframe, com entrevista com Rebecca Ford, diretora criativa da Digital Extremes, relembrando a evolução do jogo ao longo de 13 anos e sua própria trajetória de community manager a líder criativa. Ela reforçou o papel da comunidade, o fato de todas as grandes atualizações serem gratuitas e ainda provocou os fãs ao sugerir que novidades relacionadas ao jogo apareceriam na cerimônia principal do The Game Awards.

Wish Upon A Llama

RPG acolhedor focado em criação de animais e relações com moradores de Llama Town. Como rancheiro(a) da cidade, você cuida de gerações de animais — incluindo lhamas, coelhos, capivaras, cavalos e outras criaturas —, cruzando linhagens para descobrir raças únicas enquanto fortalece laços com os habitantes locais em um clima de fazenda cozy. O jogo abraça elementos de simulação de vida, exploração de campo e histórias pessoais dos NPCs, com visual doce e foco total em aconchego e carinho pelos bichos.

Yuha’s Nightmares Episode One: Catastrophe

Simulador de pesadelo inspirado nos sonhos reais da desenvolvedora. Você atravessa cenários oníricos fragmentados — escadas que somem, retorno à casa de infância, apocalipse em câmera lenta — enquanto o jogo brinca com glitches, falhas de cenário e um modo “wireframe” do motor gráfico usado como linguagem visual. Cada run traz eventos aleatórios, bugs intencionais e pistas sobre memórias e medos de Yuha, em uma experiência pessoal, estranha e altamente re-jogável.

Álvaro Saluan

Completamente apaixonado por videogames, escreve e pesquisa sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte. Vai dos jogos de esporte aos RPGs tranquilamente, admirando cada experiência. Seu maior ídolo dos jogos é Hideo Kojima.