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Sherlock Holmes: Chapter One | Preview

Sherlock Holmes é um personagem icônico e é difícil que alguém não o conheça. Confesso que sou fã assumido das histórias de Sir Arthur Conan Doyle e todas as suas variações. Porém, os jogos criados até então, são desconhecidos para mim, portanto nem os citarei aqui, sendo esta a minha primeira experiência. Sherlock Holmes: Chapter One, jogo produzido e distribuído pela Frogwares, que será lançado para PC, via Epic Games StoreSteam e GOG.com, PlayStation 5, Xbox Series X|S, PlayStation 4 e Xbox One. Aliás, a versão para os dois últimos consoles citados foi adiada, em nota divulgada pela própria desenvolvedora. Já as outras versões receberam nesta quinta-feira, 16, uma data de lançamento acompanhada de um novo trailer.

Nesta preview, abordaremos alguns aspectos da narrativa (mas sem spoilers!), questões gráficas, de jogabilidade e outros pontos relevantes.

Uma nova história que parece ser bem profunda

Sherlock Holmes: Chapter One se passa em 1880, quando um jovem Sherlock de 21 anos chega à ilha fictícia de Cordona, no Mediterrâneo, acompanhado de seu melhor amigo, Jon. Os dois passaram a infância na região, até se mudarem da ilha com para Londres. A família Holmes tinha sua própria mansão em Cordona, onde ficaram até que a morte prematura da mãe de Sherlock, Violet, os fez partir. Agora, 10 anos depois, Sherlock retorna à costa do Mediterrâneo para visitar o túmulo de Violet e prestar suas últimas homenagens, acompanhado sempre de Jon.

Falando mais da ilha, Cordona é um protetorado britânico que fica no sul da Europa e mistura diversas culturas e etnias. Basicamente, a ilha é dividida em cinco distritos, onde cada um deles está profundamente enraizado em costumes e tradições particulares. No geral, Cordona pode parecer um paraíso exótico, mas tem sua própria cota de violência, corrupção e prejuízo. E nessas confusões entra o nosso ousado investigador…

Sherlock Holmes Chapter One
Sherry descobrirá muitas coisas nesta jornada pessoal. (Imagem: Divulgação)

E assim, em meio a uma ilha paradisíaca que proporciona uma jogabilidade em mundo aberto repleta de casos e coisas para se explorar se desenrola a narrativa de Sherlock Holmes: Chapter One. Neste primeiro momento, circulei por lugares onde as missões pediam e deu pra ter uma ideia interessante do potencial que a bela ilha de Cordona pode ter, apresentando cenários bonitos e muito trabalho para Sherlock.

Hora da investigação!

A investigação em Sherlock Holmes: Chapter One não é tão simples, mas acaba sendo dominada com o tempo. Aliás, esse aspecto poderia ser mais intuitivo para os jogadores, pois nem legendado em português a experiência foi muito fácil no início, levando um certo tempo para pegar o jeito. Mas como todo jogo, com um tempo, você resolve as coisas. O jogo não diz tanto para onde ir, o que fazer ou quem acusar. Tudo é deixado em nossas mãos e isso até que funciona de forma interessante, oferecendo uma variedade de possibilidades para se encerrar um caso.

No painel para resolver os casos, você poderá acessar as pistas que precisam de mais informações e, assim, ir atrás das respostas. Seja investigando em lugares específicos ou perguntando pessoas que passam nas ruas, você encontrará o que precisa. No entanto, você deverá fixar a evidência no menu para conseguir encontrar as respostas certas, sendo esse um aspecto que pode ser um tanto problemático. Mas é como eu disse, com o tempo você se acostuma.

Sherlock Holmes Chapter One
Os diálogos são interessantes e bem construídos. (Imagem: Divulgação)

Mas em alguns pontos, Sherlock Holmes: Chapter One consegue facilitar um pouco a nossa vida, a partir da concentração. Ao ativar esse modo, você consegue ver mais detalhes de pessoas e do mundo ao redor. A jogabilidade também é muito influenciada pelas provas e pelo disfarce utilizado, algo que pode ser mudado facilmente no menus, sendo Sherlock um especialista na arte de se disfarçar. Portanto, essa é mais uma característica interessante do jogo e que força o pensamento do jogador. Desta forma, ao usar ambos aspectos – concentração e disfarce – de forma correta, você certamente achará o que precisa, ainda que demore bastante andando pelo mapa e quebrando a cabeça. Bem, pelo menos eu passei bastante por isso…

Por fim, vale deixar claro que Sherlock Holmes: Chapter One também conta com cenas de ação. Em alguns momentos bastante específicos na história, Sherlock terá de lidar com bandidos, mas confesso que o sistema de combate foi um tanto decepcionante nesta preview. Mirar em pontos fracos, em pontos do cenário que atordoam o inimigo, nocautear ou simplesmente matar. Essas são as escolhas possíveis. Os combates poderiam ter um pouco mais de emoção, não sendo tão repetitivos. Os comandos são fáceis e, embora tire um pouco o foco das investigações, poderia apresentar mais fluidez e emoção, tipo nos filmes…

Sherlock Holmes Chapter One
Uma bela vista de Cordona. (Imagem: Divulgação)

O que esperar de Sherlock Holmes: Chapter One?

Sherlock Holmes: Chapter One parece até então ter uma nova e ousada história com nosso detetive favorito (e nada convencional). No entanto, alguns aspectos me trouxeram incômodo nesta prévia. Primeiramente, os gráficos ainda parecem não estar polidos. Embora não sejam ruins, parece faltar uma maior atenção em certos detalhes. Os personagens do jogo ainda contam com uma aparência plástica, além de terem movimentos meio robotizados. Os NPCs que andam pelas ruas de Cordona muitas vezes repetem falas ou até mesmo a própria aparência, o que pode incomodar aos mais exigentes.

De toda forma, a impressão que fiquei é a de que Sherlock Holmes: Chapter One ainda precisa de ajustes em detalhes de física, gráficos e até mesmo na forma como as missões primárias e secundárias são conduzidas. Neste último ponto, reforço que o jogo, mesmo traduzido para o português deveria ser mais intuitivo e um poquinho mais direcionado. Sei que a dificuldade toda é parte das investigações, mas ainda poderia ser algo mais apurado. Vale lembrar que essa é uma versão prévia e que algumas coisas ainda podem mudar. Por fim, ainda vejo potencial e estou curioso para o que virá. Afinal de contas, não é todo dia que você pode se tornar um Sherlock virtual.

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.