Streets of Rage 4 | Review
Nostálgicos e amantes dos beat ‘em up podem comemorar! Streets of Rage 4 enfim, estará entre nós amanhã, dia 30 de abril! A série, revivida pelo trabalho conjunto das empresas Dotemu, Lizardcube, Guard Crush Games, após um hiato de 26 anos, fez a alegria de muitas crianças crescendo na década de 90 com um Mega Drive em casa. Caso deste que vos escreve.
A franquia é representante de um gênero esquecido, mais pertencente às épocas dos fliperamas e videogames antigos. Será que essa nova edição poderá agradar em pleno 2020? Você confere a resposta em mais uma análise antecipada do Pizza Fria!
De volta à luta!
A história de Streets of Rage 4 acontece 10 anos após o terceiro episódio e traz os heróis do jogo original, Axel Stone, Blaze Fielding e Adam Hunter unindo forças com Cherry, filha desse último, e Floyd Iraia, um homem enorme com braços mecânicos.
Juntos, eles precisam trafegar 12 estágios recheados de inimigos, na trilha dos gêmeos Y, herdeiros do império criminoso de Mr. X, vilão da trilogia inicial de jogos.
Os cenários trazem bastante variedade, alternando entre ruas, prédios, esgoto, navios, galeria de artes e até um avião em movimento.
É importante que o jogador explore o ambiente, encontrando não somente itens, mas também objetos do cenário que ajudam de forma criativa , como uma bola de demolição que pode ser projetada contra os oponentes, ou vidros de um elevador, passíveis de serem quebrados, resultando em inimigos derrotados instantaneamente. Esse tipo de detalhe enriquece o jogo, encorajando que se retorne a ele para descobrir novos detalhes.
1001 maneiras de surrar bandidos
Um grande problema do gênero beat ‘em up é a repetitividade. Horas de avanço apertando apenas um botão para executar combos automáticos em legiões de inimigos.
Historicamente, desde o início da franquia, Streets of Rage faz tentativas de manter cada personagem como uma experiência individual. E isso está mais exacerbado ainda no novo título.
Todos os personagens tem vários movimentos: seu combo terrestre, uma versão aérea com menos golpes, ataques carregáveis que mandam o adversário para longe, técnicas que funcionam enquanto o personagem se desloca, agarrões, movimentos especiais defensivos e ofensivos e uma técnica suprema que arrasa inimigos ao redor.
Tudo isso que eu acabei de citar existe de maneira única para cada um dos personagens, permitindo que todos desenvolvam formas distintas de operar, agradando diferentes gostos de jogadores. Todos esses golpes podem ser cancelados um no outro, criando uma experiência divertida em criar combos criativos, digna de bons jogos de luta.
Sejam aqueles que preferem um brutamontes que aguenta mais dano e possui movimentos especiais em agarrões, além de muito alcance, como Floyd. Uma personagem rápida, que tem a habilidade de correr e saltar rapidamente entre os cantos da tela, como Cherry, ou ainda uma experiência mais técnica com Blaze e seus combos aéreos.
Axel e Adam se mostram os personagens mais balanceados, mas ainda totalmente distintos, com o primeiro se especializando em causar grande dano a inimigos isolados e o segundo tendo mais mobilidade e bons ataques no ar.
Sobreviva como puder
O conjunto de mecânicas de jogabilidade de Streets of Rage 4 é simples, mas requer pensamento rápido. O jogador ganha vidas extras ao atingir uma quantidade exata de pontos. Pontos estes que são adquiridos ao se pegar itens e atingir oponentes. Quanto maior o medidor de combo e dano acumulado aos adversários, mais pontuação bônus.
Armas, como porretes, bastões e canos podem ser usados ou atirados pelos protagonistas. Embora gerem menos pontos e acertos em sequências, em compensação de seu dano e alcance maiores.
Os inimigos, porém, podem interromper a sequencia, se atingirem o oponente jogável enquanto ele está atacando. Isso cancela qualquer ponto que seria ganho. Então é necessário pensar bem entre arriscar manter um contador alto para ganhar uma bolada ou se manter seguro com sequências baixas e acumular lentamente os recursos para mais uma tentativa.
Golpes especiais, que são elementos chave do gameplay, custam uma parcela da barra de energia do jogador. Porém, esse gasto pode ser recuperado ao atingir outros inimigos. Sofrer dano enquanto a energia ainda não foi recuperada faz com que a oportunidade se perca e o usuário perca mais energia do que deveria no tal golpe inimigo.
A técnica suprema, por outro lado, não causa nenhum revés, mas gasta uma estrela. Item raro, achado em locais espalhados pelo mapa.
São mecânicas justas, impedindo que os golpes mais poderosos sejam usados em exagero. Assim, o jogador deve administrar seus recursos e explorar maneiras criativas de derrotar os inimigos sem se expor demais. Principalmente em dificuldades mais altas.
Uma homenagem aos fãs
Streets of Rage 4 é uma carta de amor aos fãs da franquia e do gênero. Tudo o que a série já realizou está presente aqui de uma forma que nunca foi tão boa.
Certamente, foi possível notar atenção aos detalhes e o carinho com os apreciadores da saga, com os desenvolvedores colocando um grande número de easter eggs na aventura. Eles vão desde personagens dos outros jogos fazendo aparições nos cenários, maquinas de fliperama de Bare Knucke I, a versão japonesa do primeiro jogo espalhadas pelos estágios e até um ataque especial de um dos chefes que chama uma viatura de polícia para atirar misseis, como o movimento utilizado pelos jogadores no título original.
Vários inimigos estão de volta, sejam eles capangas clássicos do sindicato que vem em horda, como Donovan e Big Ben ou chefes como Bardon e Shiva.
A nostalgia não para por aí. Também estão disponíveis para desbloqueio todos os personagens jogáveis dos títulos anteriores (com exceção de um certo marsupial australiano que só pode aparecer de figurante nessa versão), incluindo versões antigas dos heróis, cada qual com seus movimentos, gráficos e sons intactos. Como consequência, o total de personagens jogáveis sobe para 17.
Vale a pena comprar Streets of Rage 4?
Primeiramente, é necessário dizer que a campanha não é muito demorada, como esperado. Em três horas é possível terminar o jogo. Os desenvolvedores, porém, se esforçaram para estender a experiência.
Cinco modos de dificuldade estão disponíveis para os jogadores que gostam de se desafiar. E, para dificultar ainda mais as coisas, o modo arcade, em que é exigido terminar a aventura com apenas um crédito. Algo que só os verdadeiros mestres dos fliperamas conseguem fazer.
Existem também galerias com ilustrações do jogo, um modo de sobrevivência em que todos os chefes do jogos são enfrentados em sequência e, por fim, a modalidade de versus, que permite colocar dois personagens em uma luta um contra um, em algum cenário do jogo. São necessários dois jogadores para jogar essa última. Seria interessante colocar a opção de desafiar o CPU.
Falando sobre multiplayer, o título oferece gameplay local para até quatro pessoas e online para duas. Outra forma interessante de aumentar a vida útil do título, dividindo a experiência com outros entusiastas.
No geral, Streets of Rage 4 é imperdível para fãs da franquia e do gênero dos beat ‘em up, principalmente se tiverem amigos que também gostam desse tipo de experiência. Quem não gosta desse tipo de jogo, porém, talvez não encontre muita diversão por aqui. Principalmente depois de zerar a história.
Streets of Rage 4 chega nesta quinta-feira, 30, para Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One e PC, via Steam, GOG.com e Humble Store.
*Review elaborada no PC, com código fornecido pela Dotemu.
Pingback: Streets of Rage 4 já está disponível para PC e consoles – Pizza Fria