Torchlight: Infinite | Review
Mais de um ano depois de estar em uma versão beta fechada, Torchlight: Infinite foi lançado no dia 9 de maio para Android, iOS e PC, via Steam. Ao ser lançado, o game recebeu uma nova temporada e alguns acertos de jogabilidade refinada. Para alguns jogadores, foi um dos melhores RPGs de ação para dispositivos móveis. Para outros, uma cópia fofinha de Diablo Immortal. Mas o que será que realmente podemos esperar de Torchlight: Infinite? Fique tranquilo, que eu conto tudo nesta análise. Vem ver!
A história por trás do jogo
Torchlight é uma franquia já conhecida, mas cheia de problemas, indo de sequências canceladas a projetos sem êxito. Contudo, Torchlight: Infinite chegou tentando mudar isso, trazendo como produtor consultor David Brevik, ex-criador da série Diablo. Ou seja, os desenvolvedores buscavam realmente que o jogo desse certo.
Mas aí você deve estar se perguntando: o jogo tem alguma narrativa de pano de fundo? Sim, até tem, mas este realmente não é lá o foco do jogo, embora ele mude de câmera e tenha lá suas cutscenes. A ideia em Torchlight: Infinite é a de construir diversos heróis, que contam com uma variedade de possibilidades de customização através de habilidades e itens. Quando preparados, eles deverão enfrentar inimigos cada vez mais difíceis, com chefões desafiadores e hordas de inimigos.
Enfim, sintetizando a narrativa de pano de fundo do game, ela se passa 200 anos depois dos eventos de Torchlight II , em uma era onde os humanos recorreram a Ember como a principal fonte de energia para operação de máquinas e práticas mágicas. Por trás de uma civilização próspera, a influência corruptora de Ember está começando a causar estragos na terra e nas vidas que dependem dela.
Assim, à medida que a civilização enfrenta uma crise sem precedentes, surge uma força-tarefa de elite de combatentes, que até agora conta com 8 personagens. Através da persistência e perseverança, eles prevalecem na face da escuridão – eles são Torchlight. Cada membro do grupo carrega uma força incrível e poderes únicos, tendo como objetivo salvar o mundo da corrupção de Ember.
Jogabilidade simples e funcional, mas também meio repetitiva
As lutas em Torchlight: Infinite são simples e extremamente funcionais. Seja nos celulares ou no PC, o game funciona direitinho, tendo menus simples e intuitivos, além de uma espécie de tutorial que nos coloca a par do que devemos fazer. Tudo isso facilita bastante o processo, sobretudo para os jogadores de mobile, que precisam de comandos mais limitados, mas igualmente funcionais. E realmente, aqui Torchlight: Infinite não faz feio, tendo um joytstick virtual na tela que não costuma falhar na hora dos confrontos.
Aliás, sobre as lutas, elas são bem diretas, ao estilo hack and slash, repletas de golpes corpo a corpo, explosões mágicas e todo aquele caos dos jogos do gênero. Mas o legal aqui é que podemos customizar nossos personagens de diversas maneiras a partir de suas habilidades e itens. E sim, os itens são parte fundamental da build que você deseja criar. Para isso, você precisará participar de saques contínuos, em busca dos equipamentos mais raros. Isso não é novidade para nenhum jogo do título, mas é bacana poder ter acesso a esse estilo de jogo num celular simples. Ah, e além disso, você pode comprar itens de outros jogadores depois de um tempo, em um mercado bem vivo.
Os heróis de Torchlight: Infinite contam com 24 abas de talento, cerca de 200 equipamentos lendários e mais de 240 habilidades. Ou seja, é coisa pra caramba para um jogo focado em dispositivos móveis. Contudo, ele conta com alguns elementos “pay to win”, sendo aqui o caso mais específico o dos Pets/Pactspirits, que alteram alguns talentos na árvore de habilidades, além de dar alguns bônus aos personagens, acrescentando assim uma boa vantagem. Mas vale ressaltar também que o próprio jogo é bem generoso ao também dar moedas de tempos em tempos. Ou seja, neste ponto, não tem lá uma diferença absurda.
Todavia, temos de lembrar que o jogo vende algumas classes de personagens que contam com algumas melhorias. Mas só pelo fato de serem pagas, já dividem um pouco os jogadores. Além disso, o título tem como questões pagas o advanced auto loot, que só está disponível no passe de batalha pago. Existem mais coisas também pagas, mas de menor impacto na jogabilidade final. A questão é que jogos como Torchlight: Infinite precisam desse tipo de mercado para se manter. Mas se o jogo não oferecesse oportunidades para que a jogabilidade fosse nivelada, aí sim teríamos um grande problema, o que não é necessariamente o caso. Enfim, o jogo tem seu mérito.
Gráficos e outros detalhes
Torchlight: Infinite conta com gráficos bem bacanas para ser jogado no celular e até mesmo no PC. Esteticamente, é um jogo bonito, com bons sons, dublagem bacana para os personagens e diálogos. Enfim, é um jogo gostosinho de ser visto, mas nada extremamente revolucionário, óbvio. Eu gostei de passar um final de semana todo caçando inimigos e fuçando nas habilidades e itens. Esse tipo de jogo simples, embora acabe se tornando repetitivo, é muito bom para passar o tempo.
Um ponto que eu queria enfatizar é a facilidade de controle do jogo, que permite aos jogadores se locomoverem e atacarem sem ficar apertando botões errados. É tudo muito bem projetado para a experiência no celular, sendo a versão de PC muito boa também. No entanto, temos que ter sempre em mente que a ideia de Torchlight: Infinite é a de ser um jogo móvel.
Vale a pena jogar Torchlight: Infinite?
Torchlight: Infinite é um jogo bacaninha, mas tem o problema de acabar sendo muito repetitivo, sendo esta a mesma sensação que tive ao jogar Diablo Immortal. A brincadeira é divertida, você vai pegando novos itens, novos níveis, tendo mais desafios… mas parece que ao longo do tempo, a coisa vai ficando sem objetivo, perdida em números, cores e mapas repetidos. Ele é um jogo bom para passar o tempo no celular, isso é inegável e talvez este seja o ponto primordial da crítica: entende-lo como tal, mas portado para o PC.
Desta forma, o que posso dizer ao leitor é que se você procura uma experiência para jogar no celular enquanto está no trânsito ou num momento de folga, longe do PC, é que Torchlight: Infinte pode preencher essas lacunas de uma maneira bem divertida e desafiadora. Agora, se for para ser jogado em um PC, por exemplo, não há como negar que existe uma enorme gama de títulos no mesmo estilo muito mais competentes e detalhados, com histórias mais aprofundadas, base de jogadores mais sólida e uma maior profundidade de gameplay. E é isso, Torchlight: Infinite cumpre o que promete, não sendo um jogo ruim, oferecendo legendas em português e crossplay entre as plataformas.
*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX e em um celular Samsung M31, com códigos especiais disponibilizados pela X.D. Entertainment.