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Contra: Operation Galuga | Review

A lendária franquia Contra está de volta! A KONAMI lançou na última terça-feira, 12, Contra: Operation Galuga, um jogo que chega como uma reimaginação da aventura original, lançada em 1987 (meu Deus, eu não era nem nascido!) para arcades. Utilizando mecânicas de gameplay similares às que consagraram a franquia, mas dando um toque de modernidade com gráficos atualizados, dublagem e outros elementos, será que a proposta deu certo?

Com desenvolvimento sob responsabilidade da WayForward, criadora da série Shantae, já adianto que o novo Contra agrada, mas com ressalvas. Quer saber os motivos? A resposta dessa pergunta eu trago para vocês agora, em mais uma review do Pizza Fria!

O retorno dos Contra originais

Como disse acima, Contra: Operation Galuga é uma reimaginação do clássico jogo de ação e tiro dos anos 80. Basicamente, podemos revisitar os acontecimentos de quando os protagonistas Bill Rizer e Lance Bean são enviados para a ilha de Galuga para investigar acontecimentos estranhos.

O jogo nos conta a história através de cenas animadas, com dublagem em inglês e, um ponto positivo, textos totalmente localizados para o português do Brasil. No entanto, fica aqui meu primeiro adendo: embora tenham elementos narrativos que aconteçam durante os oito estágios do jogo, você provavelmente vai se perder com alguma informação que os protagonistas soltam ao longo das próprias fases. Os principais acontecimentos da história acontecem ao começo e término de cada fase.

Contra: Operation Galuga
Bill Rizer e Lance Bean estão de volta em Contra: Operation Galuga (Imagem: Divulgação)

E, apesar da trilha narrativa de Contra: Operation Galuga estar longe de ser brilhante, ela funciona bem para o andamento do jogo. Afinal, estamos falando de um run & gun, um gênero onde nós, jogadores, literalmente andamos e corremos pelas fases, atirando em praticamente tudo que se move. Dito isso, não é preciso nada muito elaborado. Um vilão, algumas reviravoltas, personagens interessantes surgindo e pronto.

Dito isso, é importante pontuar que o novo Contra acerta por se aproximar muito daquilo que o consagrou, mas também por trazer novidades, como novos personagens jogáveis com suas próprias habilidades e estilos de jogo e, até mesmo, novos estágios.

Contra: Operation Galuga
Ao final de cada estágio, um poderoso boss nos aguarda (Imagem: Divulgação)

Gameplay que acerta

Contra: Operation Galuga é um sidescroller que envolve lutar através de estágios cheios de inimigos antes de enfrentar um chefe. E é isso. A fórmula do jogo é essa ao longo das oito fases, e não muda. Em todas, o modelo é o mesmo: seguimos para a direita (ou esquerda, dependendo de algumas variações em determinados momentos), subimos ou descemos em alguns pontos do estágio, derrotamos trocentos inimigos e pontuamos para, no final, derrotar um chefe maior. Eventualmente, um mid-boss pode aparecer em algumas das fases.

Operation Galuga é um Contra. Um jogo com uma carga de dificuldade relativamente alta, principalmente se jogado sozinho. Afinal, não é simples enfrentar exércitos e alienígenas em uma missão solo. Assim, temos algumas melhorias no gameplay que tornam o jogo mais acessível para os jogadores solitários. A principal delas são três níveis de dificuldade, e configurações como se um hit vai consumir uma vida ou se teremos uma barra de dano. Também é possível configurar se teremos vidas extras, ou a quantidade padrão.

Contra: Operation Galuga
Algumas fases também têm chefes ao longo delas, além dos bosses finais (Imagem: Divulgação)

Além disso, temos um salto duplo padrão, disponível para todos os personagens que são desbloqueados ao longo da campanha, bem como uma dash, que pode ser usado no chão ou no ar. Juntos, esses dois recursos tornam o personagem jogável mais ágil para desviar dos ataques inimigos, além de auxiliarem para para os speedrunners terminarem o game ainda mais rápido. Para referência, há uma conquista para se terminar a campanha com menos de uma hora, e na primeira primeira zerada, mesmo jogando à vera (com habilidades duvidosas e sozinho), levei pouco mais de uma hora.

Há algumas outras surpresas, como a possibilidade de configuração da mira em 360º, não mais em oito direções, o uso do Konami Code quando a logo do jogo aparece, que fornece uma conquista, além de 30 vidas que podem ser desbloqueadas na loja de vantagens. A loja de vantagens, inclusive, é um grande incremento para jogadores solos, mas requer um enorme desafio: para usá-la eu sua totalidade, você precisa obter créditos. Eles permitem desbloquear vidas extras, a possibilidade de levar mais dano nas fases, até um modo de speedrun. Dois personagens também podem obter habilidades exclusivas.

Contra: Operation Galuga
O novo Contra pode ser jogado por até quatro jogadores simultaneamente, mas somente em modo local (Imagem: Divulgação)

O arsenal de armas de Contra: Operation Galuga também recebeu uma atualização. Isso porque todas as armas ganharam um Lv 2, ou seja, um aumento considerável do poder de fogo. Exemplificando: se você encontrar uma arma que já está equipada, ela será aprimorada, e aumentará o dano que os inimigos vão levar. Pela loja de vantagens, podemos escolher comprar as vantagens de começar com determinada arma equipada, ou mesmo com ela já aprimorada, o que é de grande ajuda.

Por fim, Operation Galuga traz dois modos principais: o Modo História, que é preenchido com cutscenes e é onde conseguimos desbloquear novos personagens, e o Modo Arcade, onde podemos escolher uma série de personagens desde o início e ir direto ao ponto. Bom para todos os gostos. Há o Modo Desafio, que consiste em completar algumas tarefas dentro de determinadas circunstâncias, o que aumenta o número de pontos obtidos para serem gastos na loja de vantagens.

Contra: Operation Galuga
Há muitos aprimoramentos disponíveis para os jogadores utilizarem (Imagem: Divulgação)

Audiovisual que agrada

Contra: Operation Galuga apresenta gráficos modernizados que são atraentes e casam bem com o gameplay cheio de ação. Explosões, tiros e o visual das armas são bem interessantes. No entanto, fica uma ressalva para a falta de animação dos personagens, bem como algumas escolhas questionáveis relacionadas aos diálogos entre os personagens.

Particularmente, as fases originais recriadas são incríveis, especialmente para os jogadores “raiz”. Além disso, acompanhado de uma trilha sonora e efeitos sonoros empolgantes, que complementam bem a ação, Contra: Operation Galuga cumpre bem o seu papel nesse quesito. Há ainda a possibilidade de, através da loja de vantagens, desbloquear músicas clássicas para os modos Arcade e Desafio.

Contra: Operation Galuga
Os visuais do jogo são bem agradáveis e modernizaram bem a experiência da franquia (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Contra: Operation Galuga?

Contra: Operation Galuga é um título indicado para os fãs da franquia e de jogos de ação e tiro no estilo que consagrou a série. Com um gameplay familiar, mas desafiador, o game traz elementos modernos, como gráficos mais atuais, dublagem e, para nós no Brasil, textos para o português, o que amplia o apelo para o nosso mercado. Além disso, a inclusão de novos personagens jogáveis, cada um com habilidades e estilos de jogo únicos, bem como novos estágios, adiciona uma camada de frescor e variedade ao jogo que pode reter o interesse dos jogadores por mais tempo.

Por outro lado, Contra: Operation Galuga também tem suas ressalvas. Pontuei acima que, embora a história não seja o foco principal, a possível perda de informações durante o jogo devido a elementos narrativos dispersos ao longo das fases pode frustrar alguns jogadores que valorizam uma história coesa e bem integrada ao gameplay. Além disso, como se trata de um jogo com uma dificuldade acima do padrão, e que possa ser ajustada, não é um jogo para todos, especialmente para aqueles que preferem uma experiência mais casual. Mesmo assim, as mudanças feitas, como as melhorias no gameplay, a configuração de dificuldade, os ajustes no salto duplo e o dash, junto com a loja de vantagens, podem ajudar a mitigar essa questão.

O que pega muito ao indicar Contra: Operation Galuga com segurança é o seu preço no Brasil. Sem multiplayer online e com um muito do seu conteúdo requentado para aumentar a durabilidade do jogo em modos voltados para jogadores mais hardcores, pagar R$ 199,50 em um game que, em suma, pode ser completado em menos de duas horas, é um tanto absurdo. Em uma promoção pela metade desse valor, o jogo é indicadíssimo.

Contra: Operation Galuga chegou no dia 12 de março e está disponível para Nintendo SwitchPlayStation 4, PlayStation 5Xbox One, Xbox Series X|S e PC, via Steam, e o preço é o mesmo em todas as plataformas.

*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Konami.

Contra: Operation Galuga

R$ 199,50
7.4

História

6.0/10

Gráficos e Sons

8.5/10

Gameplay

8.0/10

Extras

7.0/10

Prós

  • Preserva e moderniza mecânicas clássicas
  • Legendas em PT-BR
  • Configurações de dificuldade variadas
  • Gráficos e trilha sonora aprimorados
  • Novos personagens e estágios

Contras

  • Dificuldade e duração pode excluir casuais
  • Narrativa pouco envolvente
  • Preço elevado no Brasil

Lucas Soares

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS4, PSVR, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem "só" um PS5, um Nintendo Switch e um PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, The Last of Us Part II e Red Dead Redemption 2 completam o Top-5.