Black Myth: Wukong | Review
Black Myth: Wukong é um RPG de ação, com jogabilidade ao estilo soulslike. Lançado no dia 20 de agosto para PlayStation 5 e PC, o título conseguiu a façanha de quebrar o recorde de jogo singleplayer com o maior número de jogadores simultâneos ativos na plataforma da Valve. O game, desenvolvido pela Game Science, foi inspirado na mitologia chinesa, em um dos quatro grandes romances clássicos da literatura chinesa, “Jornada para o Oeste”, e entrega uma aventura repleta de desafios e maravilhas.
Assuma o papel do predestinado e descubra a verdade obscura por trás de uma lenda gloriosa do passado, enfrente inimigos poderosos e rivais dignos no decorrer de sua trajetória, trave batalhas épicas nas quais se render, não é uma opção. Domine diversas técnicas com o bastão e tenha a liberdade de combinar diferentes feitiços, habilidades, armas e equipamentos para encontrar a estratégia vencedora mais adequada ao seu estilo de combate.
Mas e aí, quer saber como a história de Sun Wukong, o lendário Rei Macaco, ficou no console da Sony? Vem conferir a resposta comigo nessa análise épica do Pizza Fria!
Contexto e inspiração de Black Myth: Wukong
Como mencionado acima, Black Myth: Wukong é inspirado em Jornada para o Oeste, obra clássica chinesa, escrita por Wu Cheng’en no século XVI. A história segue a jornada de um monge budista chamado Xuanzang, encarregado de viajar até a Índia para buscar textos sagrados budistas. Ao longo do caminho, Xuanzang se junta a três discípulos, Sun Wukong, Zhu Bajie e Sha Wujing, que o ajudam a enfrentar os desafios e perigos que encontrarem em seu caminho.
Sun Wukong é um dos personagens mais populares e icônicos da obra, inspiração para Goku, de Dragon Ball, Wukong de League of Legends e o Monkey King, de Dota 2. Conforme a lenda, Sun Wukong nasceu de uma pedra e adquiriu habilidades sobrenaturais após treinar com um poderoso mestre taoista, se tornando rei de um reino de macacos e se autoproclamando Rei Macaco.
No entanto, sua arrogância e desobediência aos céus o levaram a ser preso sob uma montanha por 500 anos. Durante esse tempo, ele aprendeu a dominar a magia e as artes marciais, tornando-se ainda mais poderoso. Quando Xuanzang chega ao reino dos macacos, Sun Wukong se oferece para se tornar seu discípulo e ajudá-lo em sua jornada. Ao longo da história, Sun Wukong usa suas habilidades para salvar Xuanzang de vários perigos e, eventualmente, alcança a iluminação e se torna um sábio imortal
Começando bem!
O início de Black Myth: Wukong se passa após este clássico, e me lembrou demais os antigos jogos da série God of War, pois assim como tínhamos um Kratos, Deus da Guerra fulo da vida, que desafiava os antigos Deuses do Olimpo, temos aqui Sun Wukong desafiando o nobre e poderoso Erlang, Deus guerreiro e seu exército em um duelo até a morte.
Após uma breve introdução com bastante ação (que nos serve mais como um tutorial de combate) descobrimos que, na verdade, um macaco ancião contava sobre a lenda do Rei Macaco a um jovem, ao lado da pedra de Sun Wukong. E assim, a jornada do Predestinado, em busca das seis relíquias de Wukong, a lenda ancestral, se inicia.
Jogabilidade sólida, precisa e intuitiva
Black Myth: Wukong é um RPG de ação com elementos soulslike em um vasto mundo semiaberto, exigindo jogabilidade sólida, precisa e intuitiva. Já na luta inicial, fica claro que os desenvolvedores levaram a sério a criação do jogo. A jogabilidade é realmente robusta, ágil e responsiva, superando a de Dark Souls. O jogo se assemelha mais a um God of War, com combates extremamente dinâmicos e velozes, onde a preocupação não é com o peso da armadura, mas com os efeitos que ela proporciona.
Basicamente nós temos um botão de ataque leve, outro para o forte, um para saltar e outro esquivar, o R3 trava mira no inimigo e segurar o gatilho L2 gira o bastão, que serve também como defesa contra projéteis. Em seguida temos uma combinação de botões para conjurar magia, e o direcional para mudar a postura, que pode ser Ofensiva, Esmagadora, que combina ataque e defesa, ou a do Pilar, a melhor técnica para defesa.
Você contará com magias e Yaoguais para avançar
Mas o combate em Black Myth: Wukong vai muito além do básico. Ao progredir na jornada com o Predestinado, você encontrará poderosos inimigos chamados Yaoguai, que são chefes muitas vezes opcionais. Quando derrotados, seus espíritos serão absorvidos pelo Porongo do Predestinado e, com o Qi cheio, ele poderá se transformar no Yaoguai equipado para usar sua habilidade especial.
Por exemplo, temos a Assombração Perambulante, que causa dano massivo com seu crânio de bronze gigante, além de aumentar bastante a defesa do Predestinado. Outro Yaoguai poderoso é o Baw-Li-Gugg-Lang, um sapo gigante que causa dano em área com sua língua comprida, e reduz um pouco o custo de vigor para saltos e ataques com saltos.
Além disso, temos magias como Passo Fugaz, que transforma o Predestinado em uma névoa para esquivar dos ataques inimigos; Imobilizar, que paralisa o inimigo por um breve período; Rigidez Petrea, que transforma nosso herói em pedra para garantir a defesa, e quando executada no momento certo, causa um contra-ataque; e os Fios Múltiplos, que cria diversas cópias do macacão, conclui parte de seu arsenal, que são extremamente úteis e irão te tirar de diversos sufocos.
Desempenho e audiovisual no console mais poderoso da Sony
Black Myth: Wukong é um jogo deslumbrante que funciona incrivelmente bem no PlayStation 5. O gameoferece três modos distintos de experiência: o modo Desempenho, que reduz a resolução para manter altas taxas de quadros, permitindo jogar a suaves 60 fps; o modo Equilibrado, que oferece uma taxa de quadros de 45 fps com uma resolução melhorada; e o modo Qualidade, que roda o jogo a 30 fps, mas com gráficos que são um verdadeiro deleite visual.
Na prática, joguei no modo desempenho mesmo, pois o game ainda assim é lindo, com cenários cheios de detalhes, iluminação impecável e com inimigos e personagens muito bem modelados. Uma ressalva aqui é que, por ser um mundo semiaberto, a solução que os desenvolvedores encontraram para evitar que você avance em diversas áreas ou caia de pontes foi encher os cenários com paredes invisíveis.
Em relação às músicas, diálogos e efeitos sonoros, tudo está impecável. Escolhi jogar com o idioma chinês para adicionar autenticidade à história, mas notei que, embora as legendas estejam disponíveis em português do Brasil, às vezes são confusas e mal localizadas. Contudo, é admirável que um estúdio iniciante demonstre tal atenção aos detalhes, algo que muitos outros estúdios mais antigos não oferecem aos jogadores brasileiros.
Vale a pena jogar Black Myth: Wukong?
Com toda certeza, Black Myth: Wukong vale cada segundo investido. É um game realmente grande e ambicioso, e trouxe uma nova roupagem a uma mecânica que, apesar de excelente, tem sido excessivamente usada. O game entrega desafios na medida certa, em combates cadenciados e rápidos, em uma excelente proporção, nos diversos cenários extremamente bem ambientados.
Além disso, entre os capítulos do game, temos belíssimas animações que vão do estilo anime, ao stop-motion, e que podem ser revistas a qualquer momento no menu iniciar. Por fim, Black Myth: Wukong conta com a legenda para o português do Brasil e entrega tudo aquilo que precisávamos em um RPG souslike de extrema qualidade.
Black Myth: Wukong está disponível em versões a partir de R$ 299,90 para PlayStation 5 ou R$ 204,99 para PC, através da Nuuvem, com 10% de desconto. A compra do jogo mais segura da internet entrega um código para Steam e é mais barata do que a aquisição direta na plataforma da Valve. Se optar por adquirir o jogo para PS5 na Nuuvem, você receberá créditos no valor do jogo para aquisição do game.
*Review elaborada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Game Science.