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Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven | Review

Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven é um remake completo do até então exclusivo japonês de mesmo nome, lançado na década de noventa. Desenvolvido pela Square Enix junto da xeen Inc, e publicado pela Square Enix, o título nos convida a acompanhar a luta de uma geração de imperadores e imperatrizes contra os temíveis sete heróis, que de heroicos não tem nada.

E aí, será que vale a pena encarar essa função? É o que veremos agora, em mais uma análise totalmente excelente do Pizza Fria.

Uma grande família

A vida, leitores e leitoras, é feita de pequenas alegrias misturadas em um monte de desafios e lágrimas. De fato, as pequenas coisas boas fazem valer a pena o tanto de raiva que passamos no dia a dia. O abraço de uma pessoa querida, a sensação de afagar um bichinho de estimação querido, o frescor de um sorvete gelado em uma tarde quente e, mais importante para nosso papo de hoje, a notícia de que um título exclusivo dos mercados nipônicos está vindo para nosso cantinho do mundo.

E levou apenas singelos trinta e um anos! Um sopro, se formos pensar no grande esquema das coisas e no tempo histórico. De fato, Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven chega como uma reimaginação total do clássico lançado em 1993. Eu sempre curti a série SaGa, como podem perceber em algumas análises [1], [2] que fiz, e pulei de cabeça na oportunidade de conhecer mais essa aventura.

Contudo, devo dizer que essa encarnação difere um pouco do que estamos habituados, principalmente ao se levar em conta as mecânicas e esquemas vistos em Emerald Beyond ou Minstrel Song. Contudo, o título ainda possui o DNA SaGa, acrescido de novidades que o tornam uma experiência realmente singular. Dito isto, vamos parar de alucinações e ir direto ao que realmente nos interessa. Prontos?

Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven
Vamos nessa. (Imagem: Divulgação)

História

A trama de Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven gira em torno da ameaça dos sete heróis que, após salvarem o reino de um mal bem cabuloso, foram banidos para uma outra dimensão pelo povo que protegeram devido ao medo de terem se tornado poderosos demais. Após passarem uns bons anos reclamando da vida e criando um ódio tremendo da humanidade, os ditos cujos decidem voltar ao mundo para se vingarem de todos e colocarem o terror no coração do pessoal.

Contudo, isso não vai ser algo tão simples quanto parece. Entram em cena a dinastia dos imperadores e imperatrizes de Varennes, heróis e heroínas dispostos a colocar os malvadões em seus devidos lugares e lutarem contra o mal através dos séculos e gerações. Sabem como é, leitores e leitoras. Os negócios da família, não é mesmo? Além da monarquia e tudo que isso traz, é claro.

Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven, seguindo a tradição da série, possui uma narrativa bem aberta e não linear. Após o prólogo, no qual descobrimos a base da história e como os monarcas transferem suas habilidades através das gerações, somos colocados no mundo para fortalecer nosso reino, anexar territórios e fortalecer nossa causa. O mundo é mais explorado e aprofundado através de diversas missões primárias e secundárias, além de memórias dos sete heróis que encontramos por aí. Ah, e nossas escolhas alteram a maneira como os eventos acontecem!

O maior problema que encontrei, contudo, foi a despersonalização dos imperadores. De fato, apenas os primeiros e últimos possuem um pouco mais de profundidade e falas, sendo que a maioria deles são apenas representantes do jogador e, em termos mais gerais, os bonecos que controlamos. É um mal inerente ao formato, contudo, mas realmente seria legal se tivéssemos mais imperadores e imperatrizes exclusivos.

Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven
No que vai dar essa decisão ? (Imagem: Divulgação)

Gameplay

Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven é um JRPG que se baseia em três grandes pilares: um sistema não linear de exploração, combates em turnos e a mecânica de gerações. O primeiro segue a tradição da saga, nos dando uma série de missões e objetivos que podem ser encarados na ordem que quisermos. Contudo, determinadas ações e o tempo que levamos para resolvê-las pode fazer com que certos conteúdos se tornem indisponíveis, ou que precisemos abrir mão de um em detrimento do outro. Isso é bem legal, e aumenta consideravelmente o fator de rejogabilidade do título.

Os combates seguem um sistema mais tradicional, deixando de lado aquelas mecânicas de combos dos outros que jogamos recentemente. Agora, cada personagem possui sua própria classe, que favorece determinados equipamentos e elementos mágicos, e podemos montar um time de até cinco bonecos da maneira que quisermos. Na hora da treta, podemos colocá-los em formações especiais que concedem efeitos únicos como aumento de defesa, ataque, e por aí vai. Ah, e podemos utilizar golpes super fortes que ficam disponíveis após causarmos uma certa quantidade de dano os inimigos, no esquema de Limit Breaks.

Outra parada maneira de Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven é que nossos personagens não sobem de nível da maneira clássica, mas sim através do fortalecimento de suas habilidades com cada arma utilizada e com a quantidade máxima de vida e magia aumentando conforme apanhamos e gastamos mana. Isso já é velho conhecido dos fãs da série, e daqueles que jogaram Final Fantasy II, e ajuda muito a nos dar um bom nível de customização de personagens e coisas para treinar e aprender.

Isso também se conecta bem com o esquema de herança de habilidades entre gerações, que veremos no próximo quadro, no qual cada imperador recebe todas as habilidades e poderes de seu antecessor. Esse esquema nos dá um potencial incrível, principalmente ao pensar que as últimas gerações poderão ser realmente quebradas dependendo de como construirmos nossos protagonistas até o momento.

Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven
Realeza. (Imagem: Divulgação)

O maior ponto de venda de Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven, contudo, é o sistema de gerações. Ele é mais ou menos parecido com o que vemos em títulos como Rogue Legacy, no qual cada nova geração de heróis volta mais forte que a anterior. O tempo passa conforme jogamos, e determinadas ações fazem com que os anos corram e a geração avance em um passo. Quando isso acontece, precisamos escolher um novo personagem para liderar o reino e receber todo o poder acumulado das gerações passadas.

Esse é um esquema bem legal, principalmente porque nos dá muita liberdade sobre como construir nosso personagem, além de que o passar dos anos faz com que certas coisas se tornem disponíveis ou inacessíveis. Contudo, senti que a troca forçada em certos momentos acaba por ser um pouco anticlimática. Mesmo que os novos personagens possam herdar habilidades dos antigos, eu ainda acho que dar mais liberdade ao jogador poderia ter sido mais interessante.

Por fim, outro ponto que me deixou levemente incomodado foram as repetições de cenários e a estrutura mais fechada do jogo, em se tratando de onde vamos e do tamanho do que exploramos. Diferente de Minstrel Song, escolhemos lugares no mapa e somos teleportados para eles, sendo cada um um espaço fechado pelo qual andamos. Nada de muito enjoado, mas sempre curti esse jeitão mais largado e aberto que a série propunha, dando uma liberdade quase irrestrita ao jogador.

Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven
A nova imperatriz. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Eu curti bastante o visual de Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven, principalmente de suas classes e inimigos. O jogo tem uma estética bem agradável, contando como negativo apenas algumas texturas menos definidas em alguns cenários e a repetição de certos mapas que exploramos, principalmente cavernas. Contudo, nada fora do que geralmente vemos no gênero.

A trilha sonora também é competente, com músicas que complementam bem os diversos momentos pelos quais passamos durante nossas aventuras e dublagens que completam bem as diversas personalidades do reino. Contudo, ficou faltando aquela legenda para o pessoal daqui. Trágico.

Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven
Golpe poderoso. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven?

É isso aí, reis e rainhas do meu coração. Será que Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven vale a pena? Principalmente considerando o tempo que esperamos para tê-lo em nossas mãos? Bom, vamos relembrar o que falamos até agora e ver qual é a resposta final. O jogo conseguiu trazer um bom misto de novas ideias, com propostas interessantes que foram, em sua maioria, bem realizadas.

Como sempre, a narrativa não linear da maioria dos segmentos é muito libertadora, além de incentivar diversas jogatinas. O sistema de combate com seus diferentes armamentos ficou interessante, e a mecânica de imperadores e gerações dá um ar bem único ao título. De negativo, queria apenas que nossos bonecos fossem um pouco mais únicos e que os mapas dessem uma variada maior. Além disso, faltou aquela legendinha de lei.

Mas, no fim das contas, gostei demais de meu tempo com Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven. O jogo diverte e nos incentiva em igual medida, e há de agradar com facilidade os apreciadores do gênero. Inclusive, é mais um bom representante do gênero de JRPG em turnos em um ano de lançamentos de peso. Devo dizer, até, que fico esperançoso por novas reimaginações de títulos da série no futuro. Se seguirem esse padrão, estaremos muito bem servidos. Recomendo.

Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven será lançado no dia 24 de outubro para Nintendo SwitchPlayStation 5, PlayStation 4 e PC, via Steam.

*Review elaborada no PlayStation 5 com código fornecido pela Square Enix.

Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven

BRL 249,50
8.5

História

8.0/10

Gameplay

9.0/10

Gráficos e Sons

8.0/10

Extras

9.0/10

Prós

  • Um remake de respeito de um clássico, até então, inacessível
  • Sistema de herança e gerações ficou bem legal
  • Várias opções de equipamentos e magias para usar
  • Não linearidade aumenta a vida útil do jogo
  • Escolhas moldam classes, itens e missões que temos acesso

Contras

  • Os protagonistas poderiam ser um pouco mais únicos
  • Cenários e repetem com alguma frequência
  • Faltou a legenda em português

Matheus Jenevain

Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.

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