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Call of Duty: Black Ops 6 | Review

Em toda review digo sempre a mesma coisa: sou fã de Call of Duty desde os seus primórdios. E olha, muita coisa mudou até aqui. De tramas baseadas na Segunda Guerra Mundial a eventos caóticos até o final da Guerra Fria, temos uma grande variedade de narrativas na franquia que chegam a surpreender, mesmo com lançamentos anuais. E em Call of Duty: Black Ops 6, a Treyarch e a Raven Software trazem para PlayStation 4, PlayStation 5Xbox One, Xbox Series X|S e PC, via SteamBattle.net e Windows Store, a continuação da saga Black Ops, apresentando um roteiro cheio de tramas e segredos durante o final da Guerra Fria.

Porém, para além da narrativa, Call of Duty: Black Ops 6 também promete trazer novas mecânicas e melhorias substanciais no modo multiplayer e no querido Zombies. Mas, para uma franquia que lança títulos anuais, os jogadores ficam cada vez mais com o pé atrás, esperando o mínimo. E será que é isso mesmo que Call of Duty: Black Ops 6 entrega, ou ele é realmente diferenciado? Pois bem, essa e outras questões serão observadas nesta análise. Prepare suas armas e venha comigo! 

Uma narrativa diferente, para o bem e para o mal

A campanha de Black Ops 6 dá continuidade aos eventos de Black Ops Cold War, se passando dez anos após os acontecimentos do game, nos colocando majoritariamente no papel de William “Case” Calderon, um agente da CIA com uma missão que rapidamente se transforma em uma grande rede de conspirações e reviravoltas surreais. A abertura do jogo no Kuwait já nos mostra a intensidade que está por vir, envolvendo conflitos com o grupo secreto chamado Panteão, e um mistério em torno de uma arma poderosa conhecida como “O Berço”.

E, felizmente, o enredo traz novamente a presença de personagens icônicos como Russell Adler e Frank Woods, agora cadeirante, por conta dos acontecimentos do último título. Esse retorno bem definido dos personagens, cada um com suas personalidades bem definidas (e bem dubladas em português brasileiro), adiciona um certo toque de nostalgia, mantendo a dinâmica interessante de antigos personagens com os que chegam ao elenco. Evitarei dar maiores spoilers da história, visto que o barato de Black Ops 6 está presente em cada uma das novidades que surgem a cada missão.

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Personagens reais surgem na trama. (Imagem: Reprodução)

O enredo traz uma crítica sutil, mas bem sutil mesmo, à intervenção americana no Oriente Médio, ocorrida no início dos anos 90. E quando digo sutil, é justamente por Call of Duty: Black Ops 6 não se aprofundar muito nas questões políticas, embora traga personagens reais da época. A narrativa é recheada de cenas intensas de ação e momentos que nos prende até o final, em uma campanha de cerca de 9 horas, que nos traz momentos de furtividade e tiroteios frenéticos, dando uma variedade na jogabilidade, inclusive apresentando novamente mapas abertos para executar diversas missões.

Outro ponto de destaque na campanha de Call of Duty: Black Ops 6 é a safehouse, uma base em que podemos investir na construção de melhorias que impactam diretamente a jogabilidade, como aumento de munição e recursos. E, para deixar aquele ar investigativo, a casa e a própria campanha em si nos apresenta quebra-cabeças divertidos e recompensadores. Contudo, sem me aprofundar muito na trama, não consigo não ficar incomodado com as “viajadas” que a narrativa apresenta, algo que eu não me recordo de ter visto nas outras edições. Bem, não como está em Call of Duty: Black Ops 6. Porém, a história é cativante, mas curta demais. Isso podia ser melhor.

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Essa é a safehouse. (Imagem: Reprodução)

Novidades no multiplayer são interessantes

No modo multiplayer, que tivemos acesso também na versão beta, Call of Duty: Black Ops 6 introduz a tecnologia “omnimovement”, um sistema que permite aos jogadores correr, deslizar e atirar em diversas direções com muito mais fluidez. Essa novidade deixa o jogo multiplayer ainda mais ágil, colocando uma camada extra de habilidade ao gameplay, onde jogadores quem dominar essa novidade, terá uma boa vantagem. É claro, não é nada tão impossível de se aprender, mas leva um tempinho. E, pensando por esse lado, os jogadores casuais poderão sofrer mais neste modo, por conta da curva de aprendizado. Mas a gente sabe bem que o multiplayer de Call of Duty sempre foi algo insano, e não mudaria agora.

A experiência conta com 12 mapas de tamanhos pequenos a médios, ideais para combates rápidos e intensos. Embora os novos mapas não sejam lá tão bons quanto eu esperava, o retorno de clássicos como Nuketown promete agradar os fãs, sobretudo com o complemento de novas armas e acessórios. Neste ponto, a franquia capricha, sempre adicionando novidades em suas atualizações sazonais. Sendo assim, o multiplayer de Call of Duty: Black Ops 6 é mais rápido, competitivo e traz uma jogabilidade diferenciada, além de um sistema de matchmaking que desafia tanto novatos quanto veteranos. E olha, não é nada fácil…

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A intensidade do multiplayer surpreende. (Imagem: Reprodução)

Se somarmos aos perks e ao grande nível de customização das armas, um atrativo especial da franquia, os jogadores poderão perder umas boas horas estudando todas as dinâmicas de Black Ops 6. E isso é interessante, pois quando começamos a dominar as mecânicas, consequentemente melhoramos nossa jogabilidade, mesmo que um pouquinho.

Modo Zombies: bem mais legal com outros jogadores

Já um dos queridinhos dos fãs, o modo Zombies de Call of Duty: Black Ops 6 é, sem dúvidas, um dos pontos altos do jogo. E isso se justifica principalmente por ele abandonar o modelo anterior de mundo aberto. Assim, este modo retorna ao seu formato clássico baseado em rodadas, apresentando os mapas Terminus e Liberty Falls como cenários jogáveis. Ambos trazem diversos segredos, como a supervilã Aetherella, missões paralelas e mecânicas que aprimoram a experiência de sobrevivência, com uma considerável variedade de customizações através de Perk-a-Colas e GobbleGums. As novas “Augments” permitem ajustar as habilidades dos jogadores, tornando as batalhas contra zumbis ainda mais empolgantes e personalizáveis.

Porém, algumas coisas me incomodaram ao jogar o modo solitário do Zombies. Uma delas foi o excesso de inimigos que surgem sem parar, dificultando totalmente a possibilidade de analisarmos melhor o cenário ao nosso redor. Portanto, quanto você menos esperar, surgirão inimigos por todos os lados, nos deixando completamente malucos e sem munição, sendo esse um caminho praticamente certo para a morte. Portanto, a experiência é bem melhor ao ser compartilhada com outros jogadores, que serão extremamente úteis nos combates.

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Zumbis… por todos os lados… (Imagem: Reprodução)

Vale a pena jogar Call of Duty: Black Ops 6?

Sinceramente, eu gostei do que vi em Call of Duty: Black Ops 6. Assim, podemos defini-lo como um pacote completo que resgata e aprimora as melhores qualidades da franquia, que teve altos e baixos nos últimos tempos. A campanha é envolvente, mesmo com seus exageros, apresentando uma narrativa que combina ação, suspense e todo aquele clima de espionagem dos anos 90. Porém, falta uma boa profundidade nas questões políticas abordadas pelo jogo, tratadas de forma bem simplista, jogando a responsabilidade toda para o carisma dos personagens e dos momentos de ação.

O multiplayer, apesar da curva de aprendizado elevada para jogadores casuais e novatos, oferece mecânicas de movimento diferenciadas e um combate fluido que agradará aos fãs mais experientes. Mas ainda é extremamente rápida, o que pode frustrar alguns. Por fim, o Zombies é um grande ponto, sendo a melhor versão dos últimos anos. Ou seja, Black Ops 6 surpreende sendo totalmente localizado para o português brasileiro, além de apresentar a parte audiovisual de forma impecável, enfatizando-se aqui a qualidade gráfica apresentada, sendo bem realista. No entanto, o único problema que tive ao longo da jogatina foram alguns crashes, mas algo que deixou de acontecer conforme o jogo se atualizava.

Por fim, com gráficos lindos, variedade de gameplay, totalmente dublado para o português brasileiro, seguindo a tradição dos títulos anteriores, Call of Duty: Black Ops 6 é uma boa pedida para os fãs, e uma oportunidade única para os que não conhecem a franquia, chegarem aos campos de batalha. Portanto, se você é fã de FPS de ação, esse é um dos grandes títulos de 2024.

*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Activision.

Call of Duty: Black Ops 6

R$ 339,00
8.6

História

8.4/10

Jogabilidade

8.6/10

Gráficos e sons

8.8/10

Multiplayer

8.6/10

Prós

  • Novidades na movimentação são positivas e agregam mais ao aspecto tático
  • O modo Zombies está interessante para ser jogado com outros jogadores
  • Totalmente localizado para o português brasileiro
  • A narrativa é interessante, mas tem alguns pontos a serem observados
  • O jogo está visualmente incrível

Contras

  • Sobre a narrativa, ela é boa, mas tem alguns exageros que nunca foram vistos na franquia
  • Campanha poderia ser um pouco mais longa
  • O modo solo do Zombies está bem desbalanceado
  • Eventuais crashes na versão de PC

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.

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