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Dragon Quest III HD-2D Remake | Preview

A Square Enix trouxe mais uma vez o clássico Dragon Quest III para uma nova geração de jogadores, desta vez com o tratamento HD-2D que combina pixel art com cenários em alta definição. Com lançamento marcado para novembro, tive a oportunidade de testar um trecho significativo do remake, que nos leva de volta ao início da aventura até à dungeon da Pyramid, uma das áreas mais memoráveis do game original.

Aqui, compartilho minhas primeiras impressões sobre a adaptação, as melhorias gráficas, as novas opções de personalização e como esses elementos contribuem para uma experiência mais moderna, mas fiel ao original. Vem comigo em mais uma preview do Pizza Fria!

Beleza e nostalgia

Uma das maiores promessas para Dragon Quest III HD-2D Remake era a recriação visual usando o estilo HD-2D, e posso dizer que ele cumpre exatamente o que propôs. O game foi completamente refeito pela desenvolvedora ARTDINK, que recriou todos os cenários em alta definição, seja nos mapas, ambientes internos, cenários de batalha e tudo, enquanto mantiveram a pixel art para personagens e monstros.

Caminhar por paisagens e vilarejos detalhados com profundidade e efeitos de iluminação aprimorados torna a experiência visual mais rica, especialmente quando contrastada com os personagens pixelados, que mantém o charme clássico. O contraste entrega uma sensação de familiaridade para os jogadores que revisitam a história de Erdrick, oferecendo uma estética nostálgica, mas com um toque de modernidade.

Dragon Quest III HD-2D Remake
Os cenários de Dragon Quest III HD-2D Remake ganharam um visual magnífico. (Imagem: Divulgação)

Em termos de fidelidade visual, Dragon Quest III HD-2D Remake traz dois modos gráficos: Graphics e Performance. Embora o modo Performance ofereça taxas de quadros mais altas, ao meu ver, o impacto visual do modo Graphics torna essa a escolha ideal para um jogo desse estilo, onde o ritmo de jogo permite uma experiência mais imersiva. A perda dos detalhes ao trocar para Performance acabou ficando muito evidente, com um ganho de FPS quase imperceptível.

Novas opções de velocidade nas batalhas

As batalhas em Dragon Quest III seguiam um estilo clássico de JRPG, com visão frontal dos inimigos e um sistema de turnos. Esse remake mantém a perspectiva original, e embora o sistema de combate seja fundamentalmente o mesmo, agora contamos com três opções de velocidade: Normal, Fast e Ultra Fast. Por aqui, já fui direto para o Ultra Fast, que acelera o ritmo sem prejudicar a experiência. As outras velocidades me pareceram aquém, especialmente para quem está acostumado ao ritmo mais dinâmico dos RPGs modernos. Além disso, coloquei meus personagens secundários como automáticos em batalhas, entre algumas das opções disponíveis.

Dragon Quest III HD-2D Remake
O contraste do HD com o pixel art é bem bonito (Imagem: Divulgação)

Entretanto, há um ponto a se considerar aqui. Por mais que a velocidade Ultra Fast ajude, a visão clássica do combate – com os inimigos centralizados na tela, como no original – limita um pouco o dinamismo que muitos esperam de algo mais moderno. Franquias como Octopath Traveler, que utilizam a mesma estética HD-2D, investiram em câmeras laterais mais dinâmicas e animações que trouxeram mais intensidade às batalhas. Em Dragon Quest III HD-2D Remake, a escolha por um sistema de combate mais estático pode causar uma leve estranheza, especialmente para novos jogadores.

Adequação para todos

Entre as novidades mais bem-vindas estão as opções de personalização e acessibilidade. No remake, há três níveis de dificuldade, algo que adapta a experiência para diferentes estilos de jogo, com destaque para o modo mais fácil, Dracky Quest. Nele, os personagens não morrem, permanecendo com 1 ponto de vida mesmo após serem derrotados, o que elimina um dos maiores desafios de RPGs clássicos: o grind para evoluir e se fortalecer. Essa adição oferece uma experiência mais acessível, ideal para jogadores que preferem focar na narrativa e exploração ao invés de enfrentar combates intensos e desafiadores.

Dragon Quest III HD-2D Remake
Dragon Quest III HD-2D Remake mantém as tradicionais explorações de dungeons (Imagem: Divulgação)

Além disso, Dragon Quest III HD-2D Remake conta com indicações visuais opcionais que marcam o próximo objetivo no World Map. Para um título com bastante leitura em inglês e sem localização para o português, essa opção é um ponto positivo, especialmente para jogadores que não têm familiaridade com o idioma. O nível de personalização, tanto nas opções de combate quanto na dificuldade, faz deste remake uma experiência mais acessível, mas ainda sem comprometer o desafio e a estrutura clássica que fizeram de Dragon Quest III um jogo tão memorável.

Trilha sonora e dublagem

A trilha sonora segue a linha clássica da franquia, com as composições tradicionais que dispensam elogios. Faixas icônicas retornam com a mesma intensidade, revigorando a nostalgia dos jogadores. Já a dublagem, disponível em inglês e japonês (testada por mim em inglês), me pareceu um estilo menos emotivo, lembrando muito, novamente, o visto em Octopath Traveler.

Dragon Quest III HD-2D Remake
O World Map também ganhou uma atenção especial (Imagem: Divulgação)

Talvez seja pela falta de cutscenes, e embora mantenha um tom coerente com a estética retrô do jogo, a falta de variação emocional nas falas pode soar monótona em alguns momentos, especialmente durante as interações que parecem mais intensas entre personagens.

O clássico melhorado

Em termos de progressão, o gameplay permanece fiel ao original. No início da aventura, você escolhe seu personagem principal, com um nome e gênero de sua escolha, e em seguida, recruta mais três personagens, cada um com classes diferentes, para formar seu time. No meu caso, só consegui um Mage, uma Warrior e um Priest, classes que ajudam a equilibrar o time no começo da jornada.

Dragon Quest III HD-2D Remake
As batalhas de Dragon Quest III HD-2D Remake começam assim, mas rapidamente mudam para uma câmera em “primeira pessoa” (Imagem: Divulgação)

O trecho testado representa menos de 15% da história completa, segundo o próprio menu do PlayStation 5, e levei quase 6 horas para concluí-lo. Não houve recrutamento de novos personagens além dos iniciais. Nesse estágio, a progressão foi bastante linear, com os objetivos bem indicados no mapa, me permitindo focar na melhoria da minha party, bem como nas estratégias de combate. Um detalhe interessante é que o trecho analisado termina justamente na dungeon Pyramid, uma das mais populares do original, lar do primeiro grande boss, e onde é possível obter a Golden Claw como item secreto, com direito à um troféu para os sobreviventes.

O que esperar de Dragon Quest III HD-2D Remake?

Após minhas primeiras horas com Dragon Quest III HD-2D Remake, tenho a sensação que terei uma experiência bem interessante pela frente. Seja para veteranos da série, como eu, ou mesmo para quem decidir começar agora. Me parece um ótimo ponto de partida para novos jogadores. O contraste visual entre o cenário HD-2D e os personagens pixelados é um ponto forte, trazendo um charme de retrô, mesmo que o visual do original seja bem diferente. A personalização e a acessibilidade ampliadas são outro destaque, permitindo que o jogador ajuste a experiência ao seu gosto, o que torna o título mais inclusivo do que nunca. Uma lástima é a ausência de localização em português.

Ainda assim, algumas limitações podem ser notadas, especialmente no combate, que poderia ter sido adaptado para oferecer uma sensação mais dinâmica, similar ao que vimos em Octopath Traveler. O foco em uma perspectiva clássica nos embates, por um lado, traz fidelidade ao original, mas pode parecer ultrapassado para quem espera uma experiência mais ágil e intensa. Um desenvolvimento ao estilo em DRAGON QUEST XI S: Echoes of an Elusive Age, mesmo que de forma opcional, teria sido bem-vindo.

Com base no que vi até aqui, Dragon Quest III HD-2D Remake cumpre o papel de reimaginar uma obra-prima com gráficos incríveis e qualidade de vida melhorada. A nostalgia e o respeito ao material original são evidentes, e as melhorias fazem dele um título promissor. Ansioso para continuar minha aventura, e, por enquanto, acredito que os fãs da série têm motivos para se empolgar com o que está por vir em novembro.

Dragon Quest III HD-2D Remake está programado para ser lançado em 14 de novembro para Nintendo SwitchPlayStation 5Xbox Series X|S, PC, via Steam e Microsoft Store.

*Preview realizada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Sony.

Lucas Soares

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS4, PSVR, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem "só" um PS5, um Nintendo Switch e um PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, The Last of Us Part II e Red Dead Redemption 2 completam o Top-5.