Indiana Jones e o Grande Círculo | Review
Indiana Jones e o Grande Círculo é um jogo de aventura em primeira pessoa, misturado com uma boa dose de plataforma e exploração, desenvolvido pela MachineGames e publicado pela Bethesda Softworks. Nele, acompanhamos uma aventura inédita do arqueologista mais ousado, e menos cuidadoso, já visto na história desse planeta. Doutor Henry “boladão” Jones. O bom e velho Indiana.
E aí, será que vale a pena acompanhar essa parada? É o que veremos agora, em mais uma análise lendária do Pizza Fria!
Um tesouro encontrado
Seus olhos não os enganam, leitores e leitoras desse site que pode ser chamado de Shambhala das internets, um local de paz e erudição onde apenas os mais brabos se encontram para falar de jogos. Podem acreditar, pois estou usando meu melhor chapéu, minha jaqueta de couro surrada e meu chicote de aventureiro. Sim, senhoras e senhores. Estou usando meu cosplay de Trevor Belmont Indiana Jones!
Ah, o bom e velho Indy. Quem nunca ouviu falar do canastrão que serviu de inspiração para personagens icônicos como Nathan Drake e Lara Croft, responsável por lançar um novo olhar para arqueologia e criar toda uma noção de que é perfeitamente aceitável destruir templos perdidos em busca de artefatos míticos de civilizações antigas. E adivinhem só o que faremos em Indiana Jones e o Grande Círculo? Valendo um escaravelho dourado para quem acertar.
Admito que fiquei surpreso ao ver um novo jogo do senhor Jones, principalmente após o recebimento misto de seu último filme. Admito que a última coisa que joguei do cara foi na época do Super Nintendo, abençoado sejam seus cartuchos, e também me intrigou o fato dele ser em primeira pessoa e prometer capturar o espírito dos filmes. Será que tudo isso deu certo, ou foi só uma busca em vão? Como quando tentei achar petróleo em meu quintal? É isso que descobriremos agora, minha gente.
História
Indiana Jones e o Grande Círculo começa contando o dia normal de um professor universitário. Após as aulas cansativas do dia, Henry “Indiana” Jones acaba tirando um cochilo em sua mesa, vencido pelo cansaço e pelo tranco de um bom Whisky. Após sonhar com uma representação fantástica do começo de Os Caçadores da Arca Perdida, nosso camarada acorda com um barulho tremendo vindo de uma das alas da faculdade.
Ao chegar lá, damos de cara com um gigante, representado pelo finado Tony Todd (uma lenda do horror moderno), quebrando tudo em busca de algum item em particular. Após levarmos um murro na lata e desmaiarmos, somos acordados por um velho amigo e descobrimos que o invasor sumiu levando a estátua de um gato mumificado. Enfurecido com a situação, Indy sai em busca do dito cujo para encontrar respostas, seu gato e uma boa dose de retribuição.
Devo dizer que a trama de Indiana Jones e o Grande Círculo ficou muito boa, não devendo em nada para os melhores filmes da série, até dos primeiros a serem lançados. Temos as piadas, um Indy canastrão, aventuras, romances e tudo que fez o personagem se tornar o ícone que é hoje. Correndo o risco de soar emocionado demais, essa é uma das raras vezes em que vejo uma mídia cinematográfica ser tão bem adaptada para os jogos. Lembraram até que ele tem medo de cobras, e conseguiram emular de maneira excepcional o charme de nosso professor favorito. Ah, e tudo bem dublado e legendado, como não poderia deixar de ser.
Jogabilidade
Indiana Jones e o Grande Círculo é, em essência, um jogo de ação em primeira pessoa no qual exploramos mapas grandes, mas semi-abertos, enquanto encontramos segredos, realizamos missões principais e secundárias, lutamos contra fascistas e nazistas e, como não poderia deixar de ser, encontramos ruínas e artefatos perdidos por todo lugar que passamos.
A escolha de fazer o jogo ser em primeira pessoa foi acertada porque, salvo em algumas transições para terceira pessoa que ficaram um pouco bizonhas, conseguimos realmente nos sentir sob o chapéu lendário de Indy. O jogo realmente captura bem essa situação, utilizando todo seu aparato tecnológico e de jogabilidade para garantir que o jogador fiquei sempre empolgado e se achando o maior explorador do pedaço. Tudo sem sair do sofá de casa, felizmente. Meus joelhos mal aguentam subir escadarias longas, então imaginem só me dependurar em paredes desmoronando ou pular por poços de fogo.
A ação de Indiana Jones e o Grande Círculo se dá, majoritariamente, através de lutas de socos (ou usando qualquer armas que pegarmos pelo cenário), tiros quando necessário e, muitas vezes, furtividade. O combate mano a mano é bem simples, com botões para socar, aparar, defender, empurrar e, de quebra, usar o nosso chicote para dar puxões e derrubar inimigos. Ele não funciona muito bem sempre, e poderia ser um pouco mais elaborado em seus elementos, mas cumpre o esperado.
A furtividade, também, é funcional com ressalvas. Os inimigos são bem tapados, e por vezes me vi estalando o chicote na orelha de um fascista desprevenido enquanto o abobado um pouco a frente ficava observando como a parede tinha uma tinta bonita. Ou, também, um camarada logo ao lado não me ouvia quebrando um violão nas costas de seu companheiro. Isso é levemente mitigado se configurarmos as dificuldades para cima, mas ainda continua sendo evidente.
Ah, mas nada disso importa minha gente. A verdadeira estrela da jogabilidade de Indiana Jones e o Grande Círculo está em sua exploração. Temos muitas coisas para encontrar pelos mapas, sejam missões, livros de habilidades, documentos, relíquias e por aí vai. Além disso, o jogo conta com uma quantidade legal de puzzles para resolver que, em maior ou menor quantidade, apresentam um bom balanço entre dificuldade e satisfação.
Os controles para as sessões de plataforma são bem responsivos, e sair por aí saltando e balançando em lugares com o chicote raramente é algo problemático. O único chato, novamente, é quando temos transições estranhas de primeira para terceira pessoa. Quando precisamos nos pendurar de algum lugar, por exemplo, isso fica nítido. Dying Light nos provou que isso funciona na primeira perspectiva, então não há porque fazer diferente aqui.
Em suma, todas as mecânicas de Indiana Jones e o Grande Círculo trabalham em conjunto para dois grandes fins: recriar o que Indy provavelmente sentia em suas aventuras, e gerar a ideia de que estamos sendo parte de algo que aconteceria em alguns dos filmes. Isso é mais claro ao pensar que, ao menos pelo que entendi, a trama aqui se passa entre Os Caçadores da Arca Perdida e A Última Cruzada.
Sons e Visuais
Indiana Jones e o Grande Círculo entrega visuais impressionantes, com cenários bem realizados, personagens bem animados e uma representação bem legal do feeling da franquia. Contudo, nada me impressionou mais do que os modelos faciais e como os bonecos foram criados. Tudo está muito bonito e bem representado, incluindo aquela lendária risada de canto de boca que Harrison Ford tornou famoso tanto ao interpretar Indiana Jones quanto com o sagaz Han Solo.
A trilha sonora segue o baile, com a inclusão de uma versão muito legal do tema clássico dos filmes, e outras composições que não seriam nem um pouco estranhas se colocadas nas telinhas. Outro adicional interessante são as dublagens em português e os efeitos, que também ficaram muito legais. O chicote, aqui, estala alto como um trovão.
Vale a pena comprar Indiana Jones e o Grande Círculo?
Vocês, leitores e leitoras, são pessoas inteligentes e brilhantes. Por isso, devem ter notado que sou um grande apreciador da franquia Indiana Jones. Então, devo admitir que entrei no jogo com dois grandes sentimentos: esperança de ser legal, e medo de ser apenas um clone furado de Uncharted ou Tomb Raider. Felizmente, foi tudo muito diferente do que pensei.
Indiana Jones e o Grande Círculo foi uma maravilha de adaptação, tão divertido de ver quanto de jogar e ouvir. A jogabilidade tem seus problemas, como o combate e o excesso de trabalho para utilizar certos itens, e temos aquelas transições de perspectiva meio bizarras. Mas tudo é feito com tanto carinho, e honrando tanto a obra original, que fica fácil esquecer isso.
Eu me diverti demais com essa aventura de Indy, e ainda vejo espaço para procurar por outros tesouros que possam ter passado ou confusões que deixei de entrar. E posso dizer tranquilo que, seja você ou não fã do doutor Jones, vai encontrar muito do que gostar em Indiana Jones e o Grande Círculo. Hora de pegar nossos chapéus, chicotes e colocar o sorriso na cara meus leitores e leitoras. Hora de começar nossa aventura.
Indiana Jones e o Grande Círculo está disponível para os consoles Xbox Series X|S, PC e Game Pass, e chegará no primeiro semestre de 2025 para PlayStation.
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela Bethesda.
Indiana Jones e o Grande Círculo
BRL 349,00Prós
- Captura de maneira fenomenal tudo que fez os filmes serem tão bons
- Explorar e resolver puzzles é bem divertido
- Dublado e legendado e português
- Muito bonito de ver, com personagens que lembram muito os atores do cinema
- Muito conteúdo adicional para encontrar, entre colecionáveis e missões
Contras
- Transição de primeira para terceira pessoa é meio estranha
- A luta mano a mano poderia ser mais bem explorada
- Certos itens são trabalhosos demais de usar, necessitando de vários botões e comandos. Acaba sendo um pouco enjoado, as vezes