Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land | Review
Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land é o mais novo título da longeva série Atelier, desenvolvido e publicado pela KOEI TECMO GAMES CO., LTD. Nele, acompanhamos a jornada da alquimista Yumia, sua busca por aceitação e todas as aventuras e desventuras que ela encontra pelo caminho.
E aí, será que deu bom? É o que saberemos agora, em mais uma review filosofal do Pizza Fria!
A memória filosofal
Preparem seus caldeirões, cajados e itens variados caros leitores e leitoras deste site que, certamente, pode ser considerado como um dos sites mais mágicos e totalmente fantásticos de toda internet. Estamos reunidos aqui hoje, virtualmente (adoro meu espaço pessoal, obrigado), para falar de uma franquia bem longa que acaba de receber mais um título novinho em folha.
Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land é o vigésimo sétimo, acredito eu, membro de uma longa linha de jogos de RPG nipônicos que data da temível e longínqua década conhecida como… anos noventa. Minha nossa senhora, como estou ficando velho. Bom, ao menos ando tendo a oportunidade de ver meus jogos queridos voltando à vida, seja em remasters ou reimaginações. Pequenas alegrias, não é mesmo?
De todo modo, nosso joguinho do dia chega prometendo uma nova era para a saga Atelier, construindo em cima de tudo que vem sendo adicionado lançamento após ano e principalmente, acredito eu, do que foi proposto no adorável Ryza. Mas, será que esse trem deu bom mesmo? Ou foi apenas mais uma explosão? É o que veremos agora, gente bonita.

História
Nem Marie, nem Sophie e nem Ryza, leitores e leitoras. Agora é a hora de uma nova heroína brilhar intensamente. Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land conta a saga de Yumia Liessfeldt, uma alquimista que luta para encontrar seu lugar no mundo e, enquanto faz isso, provar que tanto ela quanto sua querida alquimia não são algo a ser evitado ou temido.
Existiu, faz muito tempo, um reino chamado Aladiss, que floresceu e dominou tudo que via pela frente usando o poder da boa e velha alquimia. Contudo, algum acontecimento maluco acabou fazendo com que a nação fosse dizimada e, centenas de anos depois, exploradores e pesquisadores começam a vasculhar resquícios da dita cuja em busca de respostas do que aconteceu.
É nessa empreitada que entra Yumia. Após perder a mãe, e descobrir que descende de uma linha de alquimistas, nossa chegada decide se unir à um grupo expedicionário que busca descobrir mais sobre o que diabos aconteceu com Aladiss. Assim, também, ela procura encontrar respostas sobre o poder que tem, o fim que tomou sua mãe, a relação de alquimia com memórias e, quem sabe, como ela pode fazer para poder, finalmente, realmente pertencer a algum lugar.
Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land tem uma trama bem legal, sustentada por personagens adoráveis, que explora temas interessantes como preconceito, medo, pertencimento e a necessidade constante de auto provação. São temáticas bem abordadas, e acredito que foram exploradas de uma forma que nos fazem pensar, ao mesmo tempo que desenvolvem a personagem e dão uma direção para a ação.

Jogabilidade
Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land segue a fórmula da franquia, na qual exploramos mapas semiabertos enquanto completamos missões, lutamos contra monstros, coletamos recursos, melhoramos nosso atelier e vamos, pouco a pouco, nos tornando lutadoras e alquimistas ainda mais poderosas e fabulosas.
Do lado do JRPG, temos um sistema tradicional de níveis que aumentam conforme vencemos combates, além de pontos de melhoria que podem ser gastos para deixar Yumia melhor em combate, exploração ou alquimia. Além disso, também encontramos núcleos que permitem aumentar nossa capacidade de energia, que é necessária para nos proteger de quedas altas, permitir que fiquemos em zonas com alta concentração de mana e que coletemos determinados tipos de recurso.
O combate de Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land é uma evolução que foi visto em Ryza, focando mais em uma dinâmica de tempo real. Podemos manobrar Yumia dentro de uma área de combate, mudando o alcance para perto e longe do inimigo, enquanto atacamos com nossos golpes simples (que precisam carregar), utilizamos itens de combate ou de cura.
Eles costumam ser bem rápidos, e não tão complexos. Contudo, um jogador habilidoso consegue fazer muita coisa com o que é dado aqui. Por exemplo, podemos usar determinados golpes para deixar o inimigo atordoado e vulnerável à ataques elementais em dupla. Ou, ainda, esquivas perfeitas que podem ser seguidas de uma troca de personagem com um ataque extra no meio do caminho. Tudo bem bonito e legal, da forma que deveria ser.

Em se tratando de exploração, Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land conta com um mapa bem extenso cheio de pontos de interesse para encontrarmos. Além disso, todos os locais são cheios de ingredientes de alquimia para coletarmos e utilizarmos, seja pegando do chão ou derrubando do alto usando nosso cajado rifle.
Fora isso, podemos realizar uma série de missões primárias, secundárias, aleatórias (mais simples que aparecem em certos momentos) e uma lista de objetivos menores que, geralmente, giram em torno de criar algo ou encontrar determinadas coisas. Temos muita coisa para fazer, e realmente é raro um momento no qual temos apenas a rota principal para seguir.
Falando em alquimia, Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land volta com a marca registrada da saga de uma forma, creio eu, bem mais acessível que antigamente. Agora, podemos criar diversos tipos de itens de maneira rápida e direta apenas adicionando núcleos e ingredientes. Cada qual possui suas características, que modificam o resultado final. Além disso, eles possuem ressonâncias que, quando cruzadas, geram ainda mais benefícios ao produto final. Podemos tanto fazer na mão quanto utilizando o modo automático.
Tudo isso trabalha para que a ideia da alquimia seja algo que atravessa todo o jogo, seja ganhando ingredientes ou criando bugigangas para usarmos em batalha. Ou, ainda, para ajudar aqueles que precisam através das diversas quests que aceitamos. É um ponto alto da experiência que, como nos títulos anteriores, segue com sua majestade.

Uma das grandes novidades de Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land, contudo, é o modo de construção. Agora, podemos usar a bela alquimia do prego e martelo para criar móveis, ferramentas, enfeites e, até, casas inteiras! Seja em zonas de construção maiores ou menores, o título dá muitas chances para criarmos um cantinho com a nossa cara.
Isso é bem legal, porque aumenta ainda mais o leque de opções dado ao jogador, além de servir como porta de entrada para uma mecânica que pode ser aprimorada e incrementada nas próximas aventuras de Yumia e companhia. E, novamente, a alquimia está ligada com tudo isso. Seja relembrando receitas ou achando no mapa, sempre teremos algo novo para fazer.
De negativo, construir em Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land ainda é meio sem jeito. Precisamos mover Yumia para posicionar as coisas, o que acaba causando certo estranhamento e dificultando colocar as coisas onde queremos. Fora isso, achei apenas que certos locais do mapa são um pouco chatos de chegar. Mas isso pode ser remediado usando os pulos duplos e triplos para escalar onde não devemos ir.

Sons e Visuais
O departamento visual de Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land já é um ponto misto. Ainda que tenhamos modelos bem construídos e modelados, as texturas dos cenários e elementos são bem grosseiras e, me pareceram, um tanto quanto borradas. Por mais que esse problema de resolução seja algo esperado, ainda é digno de nota.
A parte sonora já me agradou mais, tanto pela dublagem em japonês quanto pela trilha sonora ouvida durante a exploração e as pancadarias. Está dentro do que eu já espero da saga, e não me decepcionou nadinha. Pena que não tenha legendas em português.

Vale a pena jogar Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land?
Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land é, como seus antecessores, um excelente JRPG para passar o tempo. Realmente achei interessante a ideia de evoluir a proposta do jogo, e acho que ir por esse lado de uma maior customização e possibilidades de criação pode ser algo que vá pagar muito lá para frente.
A trama me divertiu, curti acompanhar os personagens e explorar os mapas foi um deleite. Temos muito para fazer, o combate ficou bem bonito e dinâmico, a alquimia está ainda mais acessível e a adição do modo construção deixa o jogo ainda mais recheado. Salvo a falta de legendas, as texturas com pouca resolução e a estranheza para colocar as construções no local devido não tenho nada para reclamar.
Em suma, meu tempo com Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land foi uma receita de sucesso, na qual a soma de todas as partes com alta qualidade mais do que compensou aquelas que não tinham tanta. Fãs da franquia vão amar, tenho certeza, mas acredito que o jogo seja uma boa pedida para todos que curtem o gênero.
Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land estará disponível no dia 21 de março para Nintendo Switch, PlayStation 5, PlayStation 4, PC, via Steam, e, pela primeira vez na história da franquia, Xbox Series X|S e Xbox One.
*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código fornecido pela KOEI TECMO GAMES.
Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land
BRL 319Prós
- Yumia é uma excelente nova protagonista
- A alquimia segue ótima, e está ainda mais acessível
- Combate rápido e bonito de ver
- Adição de construções é um bom passo para frente
- Muito para ver e fazer
Contras
- Faltou nossa legenda
- Colocar objetos no modo construtor é meio sem jeito, ainda
- Texturas borradas e com baixa resolução, em alguns momentos