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City Tales – Medieval Era | Preview

Se você é daqueles, assim como eu, que passou já passou horas e horas em jogos de construção e gerenciamento, City Tales – Medieval Era está chegando para conquistar seu coração, trazendo uma proposta um pouco diferente. Desenvolvido pelo estúdio Irregular Shapes, o jogo chega para PC via Steam Early Access no dia 22 de maio e aposta em uma combinação envolvente de economia bem leve, construção fluida, narrativa muito carismática e um foco claro em… relaxar. Sim, relaxar. E isso não é pouco em um gênero que muitas vezes transforma gerenciamento em ansiedade e desespero, entre muitas funções e desafios.

Mas afinal de contas, será que City Tales – Medieval Era entrega o que promete? Tive a oportunidade de testar bastante o jogo, e contarei tudo que você precisa saber nesse preview completo, com foco nas mecânicas, estilo visual, experiência de jogo e o que esperar do lançamento. Confira!

Um city builder relaxante

Como eu havia dito no início, City Tales – Medieval Era é um city builder medieval que não quer te punir por errar. A ideia, segundo os próprios desenvolvedores do jogo, é oferecer para nós uma experiência acolhedora, criativa e divertida, quase como um cozy simulator, mas no universo da construção de cidades. Sendo assim, esqueça gráficos complexos, desastres naturais aleatórios e rebeliões populares porque faltou algo para o povo. Aqui, a ideia é que você experimente, explore e veja sua cidade ganhar forma, mas tudo no seu tempo.

Logo de início, City Tales – Medieval Era já deixa claro o seu tom mais descontraído. A trilha sonora é suave, os visuais são coloridos e os primeiros diálogos entre os NPCs revelam um toque de humor que acompanha o jogador ao longo da jornada. Os conselheiros, praticamente nossos amigos na jornada, falam com simpatia, e os habitantes da vila não hesitam em dizer o quanto estão felizes por ter uma cama ou acesso a um poço d’água.

City Tales - Medieval Era preview 1
O jogo nos guia de uma maneira leve e agradável. (Imagem: Divulgação)

Tudo soa de uma maneira gostosa e extremamente acolhedora, até mesmo quando algo dá errado. Particularmente, observo esse efeito relaxante como algo positivo, sobretudo se pensarmos no excesso de jogos competitivos e punitivos da atualidade. Às vezes a gente só quer descansar, e jogos assim fazem falta.

Mecânicas simples e repletas cheias de possibilidades

Em City Tales – Medieval Era, somos levados inicialmente a escolher diferentes tipos de terrenos, cada um contando com quantidade de recursos e dificuldades específicas. Após fazer a seleção, somos colocados diante de um pequeno Village Hall, onde tudo começa. Assim, começamos a construir os primeiros lotes para as casas e a explorar mais detalhes da economia do jogo, que gira em torno de quatro níveis de desenvolvimento. Mas como eu já disse, é tudo no nosso tempo. Uma coisa legal de City Tales – Medieval Era é que o sistema de construção é livre, nos permitindo definir os distritos, ao passo que o jogo os preenche com as construções apropriadas, dando uma sensação orgânica ao crescimento da cidade.

Inicialmente, o foco é conseguir coletar alguns recursos básicos como madeira, peixe e frutas. Basta designar um dos seus nove companheiros, todos com histórias e personalidades próprias, para essas tarefas. Com esses recursos, você pode erguer casas, melhorar a infraestrutura e gradualmente aumentar a felicidade da população. Após um tempo, os nossos camaradas podem ser movidos para outras estruturas, já que, após um tempo com eles, elas acabam ficando automatizadas, agilizando muito a nossa vida.

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Esses são nossos companheiros ao longo da jornada. (Imagem: Divulgação)

Em City Tales – Medieval Era, a felicidade é uma métrica importante. Moradores felizes acabam atraindo mais pessoas, o que gera mais renda e permite atualizações na vila. Mas não se preocupe: mesmo se você errar ou demorar para cumprir alguma demanda solicitada pelos NPCs, o jogo não vai te punir. No máximo, o crescimento da cidade vai dar uma freada, o que, convenhamos, é bem mais amigável do que ver sua vila pegando fogo porque você esqueceu de construir uma padaria. Ainda bem…

Evoluindo com o tempo

A mecânica de distritos é outro diferencial de City Tales – Medieval Era. Em vez de posicionar casa por casa, podemos ir definindo algumas zonas: uma área residencial, outra de produção, outra para templos ou comércio. O jogo automaticamente constrói dentro desses setores, respeitando a lógica do espaço e das construções adjacentes. Isso nos poupa de mais um trabalhão: a organização dos lotes nas zonas. Se tivéssemos que fazer isso, seria algo muito complexo e que tiraria a parte relaxante do jogo.

Mas o mais interessante é como essas zonas se interligam. Um poço pode fornecer água para um distrito inteiro, enquanto um templo próximo aumenta a felicidade dos moradores. Um centro comercial, por sua vez, permite acesso a bens de luxo e impulsiona a evolução das casas. Com o tempo, você verá casas de madeira se tornarem cabanas de pedra, e depois verdadeiras residências medievais, com telhados de telha e detalhes decorativos. Porém, embora pareça, essa evolução não é automática: cada melhoria depende de recursos específicos e da presença de estruturas próximas, como tavernas ou farmácias. Mas tudo é muito bem sinalizado no jogo, com mapas de influência e alertas amigáveis que nos orientam.

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A cidade cresce conforme você vai progredindo. E sem pressão! (Imagem: Divulgação)

Um visual condizente com a proposta

City Tales – Medieval Era não é um jogo que busca trazer realismo, e isso é excelente. Sua ideia consiste justamente em relaxar os jogadores, que vão aprendendo as dinâmicas de maneira progressiva. Com isso, a direção de arte do game apostou em um visual desenhado à mão que combina perfeitamente com sua proposta divertida e leve. Os cenários são coloridos, os personagens são expressivos e as animações têm um charme que remete aos melhores jogos indie. O estilo artístico lembra livros ilustrados medievais com um toque de modernidade e humor. Nesse ponto, acertaram demais!

Aliás, preciso mencionar aqui que o humor é uma constante no jogo. Desde os diálogos dos NPCs até as mensagens de erro, tudo parece feito para arrancar um sorriso da gente. Isso ajuda a manter o clima leve mesmo quando você comete um erro bobo, como construir uma padaria, quando você realmente precisa fazer uma taverna para suprir as necessidades de sua população. Particularmente, eu acabo sempre apressando o processo em jogos assim, criando problemas totalmente desnecessários.

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O jogo é uma graça! (Imagem: Divulgação)

O que esperar de City Tales – Medieval Era?

City Tales – Medieval Era pode não ser um jogo extremamente complexo de sobrevivência medieval cheio de microgerenciamento e crises apocalípticas que nos deixa vidrados na tela. Pelo contrário, é um jogo leve e prazeroso, sendo exatamente isso que o torna tão especial. E ele ainda está em português brasileiro. Desta forma, ele nos oferece uma pausa no meio do caos, um espaço para a criatividade e uma nova forma de aproveitar a construção de cidades, com leveza, charme e propósito. É um Manor Lords, mas com piadocas, missões menos complexas e um sossego maravilhoso.

A versão completa de City Tales: Medieval Era será lançada no Steam em acesso antecipado, com duas opções de modo de jogo: Settle e Bard. Ambos têm foco no relaxamento, mas com nuances diferentes, sendo o primeiro voltado à construção tradicional e o segundo com ênfase na narrativa dos companheiros. Portanto, se você curte jogos de gerenciamento, construção orgânica, ou só está procurando um título gostoso para passar o tempo e ver sua vila crescer sem pressão, City Tales – Medieval Era é uma excelente aposta.

Álvaro Saluan

Completamente apaixonado por videogames, escreve e pesquisa sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte. Vai dos jogos de esporte aos RPGs tranquilamente, admirando cada experiência. Seu maior ídolo dos jogos é Hideo Kojima.