LEGO Voyagers | Preview
Olha, se existe uma marca capaz de despertar memórias afetivas em diferentes gerações, essa marca é a LEGO. Agora, com LEGO Voyagers, game que será lançado em 15 de setembro para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e PC, via Steam e Epic Games Store, a A Light Brick Studio, a Annapurna Interactive e o LEGO Group apostam em uma proposta diferente: um jogo que deixa de lado grandes marcas da cultura pop e busca capturar a essência do brincar com LEGO de maneira pura e universal, em um jogo que mistura puzzles em um ambiente bem relaxante.
Mas será que a ideia funciona, ou teremos mais um jogo LEGO similar aos vários conhecidos, repletos de heróis, naves e caos? Entenda isso e muito mais nesta preview especial do Pizza Fria!
Uma proposta inesperada
Logo de cara, quando soube de LEGO Voyagers, imaginei algo meio diferente. Lembro que durante o trailer mostrado no Summer Game Fest, muita gente reagiu com estranhamento. E eu fui um deles. Afinal de contas, não havia nada de super-heróis ou personagens icônicos na tela. Em vez disso, víamos pequenos blocos rolando em um cenário colorido. A simplicidade chamava atenção, mas também levantava dúvidas: seria esse o caminho certo para a franquia nos games? A resposta começa a surgir conforme se passa algum tempo com o título, que pode ser facilmente considerado um cozy puzzle.
Jogar LEGO Voyagers é como despejar um balde de peças no chão e, junto de um amigo, seja online ou no sofá, se perder completamente em um mundo colorido e cheio de imaginação. É tudo simples e intuitivo e não existe uma narrativa grandiosa ditando cada passo dado pelas pequenas pecinhas; o que existe é um convite à exploração, à cooperação e ao improviso.

As peças como grandes protagonistas
Em LEGO Voyagers, assumimos o controle de um pequeno e simpático bloco 1×1, talvez o elemento mais básico da LEGO. Pode parecer estranho, mas a escolha é muito precisa, sobretudo se analisarmos a proposta lúdica apresentada pelo título. Essa pequena pecinha ganha olhos e pernas imaginárias ao rolar, pular e se conectar a outros elementos espalhados pelo cenário. Ou seja, encarnamos de maneira literal em uma única peça de LEGO. Sem bonequinhos, naves… somos apenas uma peça 1×1.
No início, controlar o tijolo exige um pouco de adaptação, mas a coisa é rápida. A movimentação é menos polida que a de um jogo de plataforma tradicional, mas nada que assuste um jogador habituado ao gênero. E parece que todo o barato de LEGO Voyagers está aí: nosso tijolinho não nasceu para ser perfeito, e sim para improvisar e ir se encaixando onde for possível. Ao lado de outro jogador, esse improviso se torna ainda mais divertido, já que é possível se conectar, construir pequenas estruturas temporárias ou até mesmo se atrapalhar mutuamente em pulos mal calculados. Felizmente, o jogo não conta com sistemas punitivos, nos fazendo regressar do ponto em que erramos.

Um mundo cheio de imaginação
Os cenários de LEGO Voyagers são construídos em perspectiva isométrica, com a câmera se movendo conforme os blocos vão avançando. Não há muitas firulas aqui, sendo a ideia bem simples, mas executada de uma maneira perfeitamente aceitável. Cada fase está recheada de detalhes, botões, mecanismos e pequenas surpresas. E tudo pode ser testado, cutucado ou usado de alguma forma. No entanto, em muitos dos casos são meros apetrechos… são detalhes bestas, mas que floreiam o caminho de cada fase.
Mais do que puzzles lineares, o jogo propõe ambientes que estimulam a experimentação, sendo um jogo perfeito para crianças. Não que adultos não possam jogar, mas a ludicidade dele é benéfica, tal como montar nossos próprios LEGOS na realidade. É possível gastar minutos somente explorando, sem pressa de avançar, criando suas próprias “missões paralelas”. Essa sensação de liberdade e descoberta, mesmo em fases relativamente compactas, é o que torna a experiência tão envolvente. É gostosinha a experiência, sobretudo se você quiser se desligar do mundo.

Cooperação é a base!
O coração de LEGO Voyagers está no modo cooperativo. Afinal, não há nem como jogar sozinho, sendo uma coisa colocada desde o início pelo título. Com isso, somos incentivados a jogar com alguém, colaborando constantemente para superar cada desafio. Pontes precisam ser erguidas com peças encontradas pelo caminho, plataformas requerem sincronia para serem ativadas, e até simples plantas espalhadas pelo cenário viram pretexto para brincadeiras: ao serem tocadas, liberam esporos, transformando-se em minigames improvisados. De forma muito menos sofisticada, LEGO Voyagers lembra demais os jogos da Hazelight.
Ao jogar junto, seja de amigos na frente da TV ou pelo modo online, LEGO Voyagers proporciona momentos engraçados, em que podemos rir de quedas, improvisar soluções malucas e inventar desafios paralelos. Com cada uma dessas coisas, cada partida vira uma experiência única, muito próxima da essência de brincar com LEGO, em que compartilhamos momentos (e algumas frustrações).

O que esperar de LEGO Voyagers?
Ao que tudo indica, LEGO Voyagers chega com a proposta de resgatar a essência do brincar com blocos, que vai do improviso, a criatividade, até as risadas compartilhadas. A física deliciosamente caótica faz parte do charme, transformando pulos imprecisos, quedas inesperadas e blocos que se conectam de maneira desajeitada em momentos de diversão genuína. Poucos jogos conseguem ser tão relaxantes, ao passo em que abraçam tão bem o erro como parte da experiência, tornando cada partida única e imprevisível. Para completar, cada tijolinho pode cantarolar, algo bem engraçadinho, mas que pouco acrescenta na experiência final.
Apesar de ter uma pegada mais infantil, o título se mostra acessível para todos os públicos. Crianças encontrarão nele uma porta de entrada divertida e acolhedora para o mundo dos games, enquanto jogadores mais velhos vão sentir toda a nostalgia do mundo LEGO. É o tipo de experiência perfeita para reunir a família, jogar com amigos ou até compartilhar com desconhecidos online, sem que isso comprometa a diversão. A proposta é clara: LEGO Voyagers não foi feito somente para vencer desafios, mas para rir e criar memórias juntos.
As expectativas para o lançamento giram em torno de como o jogo conseguirá manter esse frescor e improviso ao longo da campanha. Haverá espaço para conteúdos criados pela comunidade? Ele conseguirá surpreender em cada nova fase? Essas respostas virão somente no dia 15 de setembro, com o lançamento da versão final. Mas, desde já, ficou evidente que LEGO Voyagers é o jogo mais LEGO feito até agora. E isso é muito bom!


