NBA 2K26 | Review
Quando comecei a acompanhar a NBA, nos anos 90, era um período marcante para os fãs de basquete. As TVs por assinatura ainda estavam engatinhando e a TV aberta, que era a principal opção, transmitia apenas alguns jogos. Mesmo assim, eu era completamente fascinado. Pude acompanhar a era dourada dos Chicago Bulls de Michael Jordan e as disputas acirradas contra os grandes times da época.
Como muitos da minha geração, jogava títulos de basquete no Mega Drive, Super Nintendo e até mesmo no PlayStation. Porém, quando a franquia NBA 2K surgiu, uma nova era começou. Desde então, a série se consolidou como a forma mais imersiva de reviver o esporte, trazendo os momentos mais épicos diretamente para os controles, com realismo cada vez maior. Por isso, com o lançamento de NBA 2K26, eu não poderia deixar de conferir as novidades, especialmente em comparação ao NBA 2K25.
Como um jogador das antigas, destaco logo de início a evolução de um modo que sempre me chama atenção: Eras. Introduzido em NBA 2K23, ele recebeu uma expansão significativa nesta edição. Para quem é apaixonado pela história da NBA, trata-se de um recurso indispensável. Reviver times e jogadores de décadas passadas de maneira cada vez mais fiel é uma experiência incrível, principalmente graças à recriação detalhada das equipes históricas e de suas táticas. E, claro, enfrentar lendas do passado continua sendo uma das melhores partes para veteranos como eu.
Mas você provavelmente quer saber muito além disso, certo? Então, siga comigo nesta review do Pizza Fria para descobrir tudo o que NBA 2K26 tem a oferecer!
Jogabilidade e Refinamento: quando menos é mais
Em NBA 2K25, muitos fãs e analistas apontaram que a franquia estava entrando em um ciclo de repetição. Embora a jogabilidade fosse sólida, faltavam inovações significativas no sistema de movimento dos jogadores, no controle da bola e nas animações de arremesso. A impressão era de que a Visual Concepts se acomodava, apenas polindo o que já existia, sem arriscar mudanças maiores.
Com NBA 2K26, a proposta foi diferente: não uma revolução, mas um passo consistente no refinamento da experiência. O grande destaque é o motor ProPLAY Motion Engine, que não altera drasticamente as mecânicas, mas eleva o nível de realismo. Os dribles e arremessos estão mais naturais e fluidos, e as transições entre animações se tornaram mais suaves. O controle da bola transmite maior organicidade, e a resposta aos comandos é quase imediata, especialmente em jogadas rápidas ou duelos de um contra um — eliminando o atraso que era perceptível em versões anteriores, como NBA 2K25.

Ainda assim, trata-se de uma evolução, não de uma revolução. Quem jogar os dois títulos perceberá que NBA 2K26 oferece uma experiência mais refinada e responsiva, mas sem grandes saltos de inovação. Para jogadores que esperavam uma transformação radical na jogabilidade, o impacto pode parecer menor. Por outro lado, o que o game acerta é em tornar os controles mais precisos e o ritmo de jogo mais fluido, mantendo a familiaridade que caracteriza a franquia.
E viva a nostalgia! O destaque do Modo das Eras em NBA 2K26
Mais uma vez, falo como alguém saudosista: em NBA 2K26 reencontramos um dos modos mais interessantes para os fãs da história do basquete — o Modo das Eras. Introduzido em NBA 2K23, ele deu um salto significativo nesta edição, trazendo novos times históricos e aprimorando ainda mais as equipes já existentes. O resultado é um modo mais sólido e ampliado, permitindo aos jogadores reviverem não apenas as lendas das equipes clássicas, mas também formações nostálgicas reproduzidas com ainda mais detalhes.
Em NBA 2K23, o Modo das Eras já havia incluído times icônicos como o Chicago Bulls dos anos 90, o Los Angeles Lakers da era Magic Johnson e o Boston Celtics dos anos 80. Em NBA 2K26, essa proposta foi revisitada e expandida. As equipes não são apenas coleções de atletas do passado: elas foram recriadas com atenção às táticas, estilos de jogo e características individuais de cada jogador. Um exemplo é a inclusão do Miami Heat de 2006, com Dwyane Wade e Shaquille O’Neal, que amplia a autenticidade da experiência.
Para os fãs de longa data da NBA, esse é um atrativo especial. Agora é possível reviver os melhores momentos da liga enfrentando tanto jogadores atuais quanto algumas das formações mais dominantes da história. A inteligência artificial dessas equipes também foi aprimorada: se em NBA 2K25 algumas formações clássicas pareciam meras sombras de suas versões originais, em NBA 2K26 suas estratégias e estilos de jogo foram ajustados para maior fidelidade.
Outro ponto relevante é a adição das lendas da WNBA ao modo MyTEAM, mesclando pela primeira vez a liga feminina com a masculina. Essa integração amplia a diversidade e atrai novos públicos, oferecendo uma representação mais completa. Ícones como Lisa Leslie e Tamika Catchings agora têm seus próprios cards no MyTEAM, podendo ser escaladas ao lado de jogadores da NBA, enriquecendo a experiência para todos os fãs.

The City em NBA 2K26: reforma e acessibilidade aprimorada
Em NBA 2K25, o modo The City chamou atenção pelo mundo aberto expansivo, mas também gerou frustrações. A navegação complexa e a grande quantidade de opções acabavam desviando o jogador do foco principal: a partida em si.
Em NBA 2K26, essa questão foi abordada com uma reformulação significativa. The City agora está mais compacta, com as principais atividades e pontos de interesse posicionados de forma mais próxima. Isso torna a navegação mais ágil e eficiente, reduzindo a frustração. Além disso, o desempenho gráfico foi otimizado: o game roda de forma estável nas versões de nova geração, mantendo 60 FPS constantes em interações e partidas. A qualidade visual também recebeu melhorias, com quadras, jogadores e até o público reproduzidos com mais detalhes, o que reforça a imersão. Esse ponto corrige uma das maiores críticas a NBA 2K25, especialmente em consoles como PlayStation 4 e Xbox One, onde o desempenho era irregular.

No entanto, essa evolução é mais perceptível para quem joga na nova geração. Em consoles anteriores, como PS4 e Xbox One, NBA 2K26 ainda apresenta limitações gráficas e de fluidez, mantendo a sensação de um mundo menos dinâmico. Isso reforça a percepção de que a franquia está incentivando a migração para os consoles mais atuais, onde as melhorias de fato se destacam.
Microtransações em NBA 2K26: um problema que persiste
Em NBA 2K25, as microtransações foram um dos pontos mais criticados da franquia. A moeda virtual VC (Virtual Currency) determinava o ritmo do jogo, incentivando jogadores a gastar dinheiro real para acelerar o progresso de seus personagens ou fortalecer seus times.
Infelizmente, NBA 2K26 mantém essa mesma estrutura, apenas com ajustes pontuais. No modo MyCAREER, por exemplo, a progressão continua atrelada ao sistema de microtransações. Embora seja possível acumular VC jogando, o processo é extremamente lento, levando muitos usuários a recorrerem à compra de créditos virtuais para evitar o grind excessivo.

NBA 2K26 e suas versões: quando menos é mais
A chave de análise foi gentilmente cedida pela publisher na edição mais completa do jogo. No entanto, durante a avaliação das versões de NBA 2K26, surgiu uma surpresa negativa.
A versão Standard oferece cross-buy entre PlayStation 4 e PlayStation 5, permitindo jogar em ambas as gerações sem a necessidade de comprar o título duas vezes. Porém, as versões intermediária e premium — que incluem bônus como moedas virtuais e passe de temporada — não trazem a opção de acesso ao PS4. Essa decisão causa estranheza, já que edições mais caras acabam entregando menos em termos de compatibilidade.

Embora seja compreensível que a geração anterior esteja chegando ao fim, esse detalhe pode ser relevante para quem ainda possui ambos os consoles. No meu caso, como utilizo tanto o PS4 quanto o PS5, a escolha mais vantajosa seria a versão básica justamente pelo benefício do cross-buy. Isso porque minha preferência está em partidas amistosas e no uso de times históricos já disponíveis, mais do que no investimento em modos como MyCAREER. Naturalmente, essa decisão varia conforme o perfil de cada jogador.
Vale a pena comprar NBA 2K26?
Na minha visão, sim. NBA 2K26 continua sendo uma ótima opção para fãs da franquia, principalmente pelo refinamento da jogabilidade e pela expansão do Modo das Eras, que se consolidou como um dos grandes diferenciais desta edição.
Por outro lado, se você já jogava NBA 2K25 e não busca mudanças radicais, talvez a versão Standard, com cross-buy entre PlayStation 4 e PlayStation 5, seja a escolha mais vantajosa. Assim, evita pagar duas vezes pelo mesmo título.
No meu caso, como prefiro partidas amistosas e os times históricos, essa versão me parece a mais equilibrada — especialmente para quem não se dedica tanto ao MyCAREER ou busca um custo-benefício mais adequado à realidade econômica do jogador brasileiro.
NBA 2K26 já está disponível para PC, via Steam, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S, Nintendo Switch.
*Review elaborada na versão para PlayStation 5, com código fornecido pela 2K.
NBA 2K26
BRL 399,90Prós
- Gameplay fluida e muito diversificada, fazendo você sentir total controle do jogo.
- Tutorial intuitivo e progressivo, bom para quem nunca jogou o game.
- Cutscenes e história interessante.
Contras
- Ainda continua sem localização sequer textual em português.
- Versão de PS4 (com cross-buy) só a Standard.
- Melhorias em geral foram feitas, mas sempre deixando aquela sensação de ter que pagar preço full todo ano por uma “atualização”, como vemos em FIFA e etc.


