Himeko Sutori | Review

Himeko Sutori é um jogo de RPG estratégico em turnos desenvolvido e publicado pela Rockwell LLC. Nele controlamos uma série de personagens, tendo um trio de irmãs como peças centrais, lançadas em uma guerra que pode destruir e abalar todo seu frágil mundinho.

E então, será que essa belezinha vale à pena? É o que veremos agora, em mais uma review do Pizza Fria!

Batalhas em grande escala

Himeko Sutori é um dos motivos de eu realmente apreciar jogos indie. Geralmente, determinados estilos saem de moda por N motivos, e nada resta senão a saudade. Ou a tristeza de saber que dificilmente teremos continuações de determinadas séries e gêneros. Onde está minha continuação de Onimusha? De meu Castlevania na era Igarashi? Oh, céus!

Nesse caso, meu choro se devia à saudade de Final Fantasy Tactics e Ogre Battle. Para quem não conhece, essas são duas séries de peso da Square Enix, responsáveis por popularizar o gênero de RPG com combate em turno. O primeiro, aliás, é um de meus jogos favoritos de todos os tempos. É muito bom, recomendo.

Por isso me interessei quando vi Himeko Sutori. Ele me trouxe doces memórias de mover os bonecos turno por turno, lidar com equipamentos e status individuais. Ficar um bom tempo em uma mesma batalha, mudar classes, combinar habilidades em busca do time perfeito. Esses eram os bons tempos, meu caro leitor.

Himeko Sutori
Que cacetada. (Imagem: Divulgação)

Comecemos falando sobre o pano de fundo disso tudo. A história segue a protagonista Aya e suas irmãs, que pertencem à uma casa nobre que se vê envolvida em uma série de conflitos e intrigas por poder. Não é um começo super original, mas acredito ser mais uma base para o jogo se desenvolver do que tudo. Note que nem tocarei tanto nesse ponto, aliás.

O título brilha em dois pontos específicos: em seu sistema de classes e no de combate com exércitos. As combinações são variadas, e é muito divertido ficar recrutando soldados, monstros, desbloqueando classes e equipando cada um para encontrar o balanço perfeito de destruição e rendimento. Excelente!

Falemos, primeiro, sobre os combates e tretas em grande escala. Saquem só, em Himeko Sutori trabalhamos com que o jogo chama de “lances”. São pequenos esquadrões de quatro personagens, que podemos montar de acordo com nossas preferências e classes que desejemos usar. Além disso, podemos fazer uso tanto de unidades humanas quanto monstros.

Himeko Sutori
Duas lances em combate, com ataques à distância e de proximidade. (Imagem: Divulgação)

As lutas são travadas em espaços hexagonais, que representam a quantidade de casas que cada lance pode se mover dentro de um turno. Os ataques podem ser de perto ou de longe, dependendo da composição de membros em cada uma. É um esquema simples e efetivo, que dá dinamismo ao combate e confere uma metade do que faz o gênero de turnos tão legal.

Cada integrante das equipes pode ser equipado com vários tipos de armas e armaduras diferentes, de acordo com a classe de cada um e com o que pode usar. Além disso, cada peça favorece um atributo diferente: salve, defense e leadership, relacionados à habilidades clássicas como curas, danos e defesas. Obviamente, sagaz leitor.

Além disso, como falei acima, Himeko Sutori conta com muitas, muitas classes. Esse foi um dos pontos de maior atração para mim no título, aliás. É ótimo montar classes que se completam, evoluem baseadas em outras, e afins. É algo que amava em Final Fantasy Tactics, Ogre Battle e que adoro aqui, também. Ah, e até monstros podem ter suas próprias! Até o lobinho maravilhoso que se une ao seu time logo no início!

Himeko Sutori
Necromancia? Claro, por quê não? (Imagem: Divulgação)

Essas classes são divididas em vários critérios, se focando em aspectos de danos, magias, defesas e suporte. Um outro ponto legal é que algumas delas tem atributos compartilhados, permitindo que desempenhem papéis diferentes. Ainda que com diferentes níveis de habilidade, isso é bom para dar variedades à composição de lances.

Um ponto ruim de toda essa variedade é a complexidade que traz para as mecânicas. Se você não gosta muito de perder tempo em menus e gerenciamentos, pode ser que não curta tanto Himeko Sutori. A interface também não ajuda muito, mais atrapalhando que ajudando em alguns momentos e deixando algumas coisas mais confusas do que deveriam realmente ser.

Mas, ao fim e ao cabo, não é nada de absurdo. Os menus de equipamentos tem uma opção para otimização, ajudando a diminuir a dor de ter que equipar recruta por recruta. Como disse antes, veteranos do estilo ou pessoas com mais paciência e tolerância para com os menus podem sentir um pouco menos essa frustração. Mas, de todo modo, vale a menção.

Himeko Sutori
Não é fácil controlar tanta gente! (Imagem: Divulgação)

Sons e visuais

Himeko Sutori é um jogo indie na essência, o que justifica em parte seus gráficos simples. Veja bem, eu cá achei um charme. As cores são vivas, os modelos são bem construídos e há um detalhe interessante em cada um. Por exemplo, certos tipos de armadura mudam a forma que os personagens são representados nas lutas e nos mapas. Isso é algo interessante.

A trilha sonora não é nada de se lembrar, honestamente. As músicas são o que já esperamos e conhecemos de títulos de fantasia, e nenhuma delas me prendeu na cabeça. Eu diria que cumprem bem seu papel, e faria diferença se não estivessem lá. Mas, ao fim e ao cabo, não foram uma parte essencial nem super importante para a experiência.

Uma coisa que me surpreendeu foi a quantidade de bugs e travamentos que Himeko Sutori apresentou. Ainda que os gráficos e imagens sejam simples, o jogo travou em diversos momentos. Músicas agarrando, bonecos caindo do céu ao carregar algumas telas, travamentos gerais. Foi algo que me incomodou um tanto durante a jogatina.

Himeko Sutori
Simples, mas charmoso. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Himeko Sutori?

Vamos lá, qual o veredito de Himeko Sutori? Será que conseguiu ir além de, apenas, reproduzir o que havia de bom nos jogos que o inspiraram? Será que é uma boa pedida para matar aquela saudade dos jogos de RPG em turno e fantasia? Será que vale a pena gastar nosso limitado tempo nessa terra jogando-o? Perguntas, perguntas.

Bom, cara leitora, eu diria que sim. Realmente gostei bastante do esquema de combate e da grande variedade de classes, ainda que a trama seja um pouco inconsequente e não tenha me deixado na ponta da cadeira em nenhum momento. Nem os problemas de performance ou os bugs inexplicáveis foram irritantes demais para me espantar.

Ao fim e ao cabo, Himeko Sutori é uma boa pedida para apreciadores de um bom RPG de turno. Tenha em mente que ele pode ser um pouquinho quadrado demais em alguns pontos, ou excessivamente simples em outros. Mas, no geral, a experiência é boa e conseguiu me divertir bastante. E isso que importa, não é mesmo? Recomendo.

Himeko Sutori está disponível de forma exclusiva para PC, via Steam.

*Review elaborada em um PC equipado com AMD RX, com código fornecido pela Rockwell LLC.

Himeko Sutori

R$ 36,99
8

História

7.0/10

Gameplay

8.5/10

Gráficos e Sons

7.5/10

Extras

9.0/10

Prós

  • Muitas classes para escolher
  • Muitas opções de recrutas para nosso exército
  • Combate em grande escala é bem divertido
  • Muita variedade de opções de montagem de lances e customização de recrutas
  • Localizado em PT-BR

Contras

  • Problemas de performance
  • Problemas de áudio e resolução
  • Interface um tanto confusa

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.