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Agatha Christie – Hercule Poirot: The First Cases | Review

Agatha Christie – Hercule Poirot: The First Cases é um game de investigação que tem como protagonista um dos personagens mais famosos criados pela renomada autora Agatha Christie. O personagem principal é um grande detetive, que se assemelha bastante ao Sherlock Holmes, tendo formas pouco convencionais de conduzir duas investigações.

O novo título desenvolvido pela Blazing Griffin tem a proposta de apresentar uma versão mais jovem do personagem, em que ele terá que resolver o seu primeiro grande caso. Portanto, será que a nova adaptação do detetive mais famoso das obras de Agatha Christie consegue entregar uma aventura cheia de mistério e elementos de investigação interessantes? Confira agora em mais uma review do Pizza Fria!

O policial Hercule Poirot

Agatha Christie – Hercule Poirot: The First Cases começa introduzindo o personagem principal através de uma cinemática. No vídeo inicial apresentado, podemos entender um pouco sobre a carreira de policial do futuro detetive e também compreender seus métodos pouco convencionais de atuação. Logo após isto, o game começa pra valer. Assumimos o controle de Poirot enquanto ele atende um chamado em uma residência nobre. Lá a dona do local afirma que um item de grande valor foi roubado e acusa precipitadamente uma das empregadas de sua casa.

Embora tenha suas suspeitas, o protagonista imediatamente percebe que existe mais nesta história. Assim sendo, nosso objetivo principal torna-se resolver este caso e descobrir quem roubou a joia de valor. Para descobrirmos a verdade, é preciso que tenhamos diálogos com todos os membros da casa e, ao mesmo tempo, observar os cômodos em busca de pistas. A cada avanço na investigação, novas conversas serão liberadas com os integrantes do local.

Agatha Christie – Hercule Poirot: The First Cases
O primeiro caso que o protagonista deve solucionar serve como um tutorial para o jogador (Imagem: Divulgação)

Depois que tivermos coletado pistas suficientes, será possível acusarmos um dos integrantes do local e resolver o caso. Nesta primeira investigação, o game expande rapidamente os conceitos da investigação, dando uma profundidade para os personagens que o protagonista irá interagir. Para exemplificar, ao conversamos com uma das empregadas na casa, descobriremos que ela está tendo um caso com outro funcionário, sendo que esta relação é proibida no local.

Após uma boa investigação, Poirot consegue solucionar este primeiro caso. Entretanto, o resultado acaba não sendo o esperado, e o resultado acaba sendo injusto para um dos integrantes da casa, pois um policial com um cargo superior acaba intervindo injustamente. Após isto, Poirot decide largar a corporação e se tornar um detetive particular.

O detetive Hercule Poirot

Um tempo depois dos acontecimentos que fizeram Poirot largar a corporação, ele recebe uma carta de uma das residentes da casa em que ele resolveu seu último caso. No documento, ela diz-lhe que irá se casar, mas que tem a intuição que algo de ruim irá acontecer nas festividades. Ela manda um convite para o detetive e pede a sua presença. Ainda com um sentimento de injustiça pelos acontecimentos anteriores, Pairot decide comparecer no casamento e descobrir de uma vez por todas quem está planejando tal calamidade. Ao chegar no local, uma tempestade de neve prende todos dentro de uma mansão e logo, o pior acontece… um dos convidados é assassinado.

Portanto, cabe ao jogador conversar com todos do local, buscar pistas e descobrir a verdade de uma vez por todas.

Agatha Christie – Hercule Poirot: The First Cases
O detetive chegando no casamento pouco antes de uma grande tempestade de neve atingir o local (Imagem:: Divulgação)

Uma narrativa que não surpreende

Embora Agatha Christie – Hercule Poirot: The First Cases apresente personagens interessantes, não temos aqui uma narrativa com muitas reviravoltas que irão surpreender o jogador. Infelizmente, este aspecto acaba sendo um dos pontos mais decepcionantes do game, pois, em determinado ponto da campanha as coisas começam a ficar evidentes demais e tirando todo o mistério de realmente descobrir a verdade.

Este elemento acaba sendo algo incomodo, pois, no começo do game, temos uma narrativa que não deixa as coisas claras, sendo que o primeiro caso, considerado um tutorial aqui, acaba sendo mais interessante e profundo que a resolução do caso maior do jogo. Portanto, fica evidente que a história começa de uma maneira intrigante, mais não consegue manter todos os pilares que mantém o storytelling interessante, e no fim, acaba entregando algo clichê e previsível.

Os personagens são únicos e interessantes

Um dos pontos mais fortes de Agatha Christie – Hercule Poirot: The First Cases são os personagens que dialogaremos durante a campanha. Pois, embora a narrativa principal tenha seus tropeções, conversar e entender as motivações dos personagens é algo extremamente divertido aqui.

Assim sendo, ao interagir com os personagens, descobrimos intrigas secretas, admirações e até mesmo romances, sendo que podemos decidir intervir em algumas destas situações. Além disso, algumas destas descobertas também serão úteis durante a investigação, podendo até mesmo colocar o mais peculiar dos personagens na lista de suspeitos.

Agatha Christie – Hercule Poirot: The First Cases
Os diálogos com os personagens durante as investigações é um dos pontos mais altos do game (Imagem: Divulgação)

Na pele de um detetive

A jogabilidade de Agatha Christie – Hercule Poirot: The First Cases tem muitas semelhanças com o título Murder Mystery Machine, game este que também foi desenvolvido pela Blazing Griffin. Portanto, quando o protagonista chega em um local, seguimos sempre o mesmo procedimento nas investigações. Conversamos com o NPC que está no local, efetuamos diversas perguntas que envolvem o caso, a relação dele com os presentes no ambiente e até mesmo algumas questões pessoas. Após isto, as informações relevantes serão adicionadas ao mapa mental do personagem, em que ele deverá ligar as informações que se conectam e gerar uma dedução.

Com estas deduções iremos aos poucos desvendando o caso, até chegamos no ponto de acusarmos alguém. Na minha review de Murder Mistery Machine, eu disse que o mapa mental era um ponto que poderia ser melhorado, pois, ele oferecia muitas possíveis conexões que não levavam a lugar nenhum. Felizmente, este aspecto melhorou muito em Agatha Christie – Hercule Poirot: The First Cases, sendo que temos poucas informações que podem ser conectadas, o que acaba sendo algo mais simples para o jogador solucionar. Entretanto, não pense que isto torna tudo mais fácil, pois gerar algumas deduções será altamente desafiador, principalmente no começo do segundo caso do game.

Agatha Christie – Hercule Poirot: The First Cases
O mapa mental é usado de maneira excelente e irá ajudar o jogador a resolver os casos (Imagem: Divulgação)

A exploração é bem feita, porém as interações são limitadas

Como foi dito anteriormente, uma das características do título é explorarmos alguns lugares em busca de pistas. Portanto, ao chegarmos em um ambiente, o protagonista deve olhar em volta e interagir com objetos pré determinados. Ao fazermos isto, encontraremos informações que se forem relevantes, serão adicionadas ao mapa mental de Pairot para possíveis conexões. Embora os ambientes que podemos explorar tenham uma interação limitada, o título oferece uma liberdade considerável em relação à exploração neles. Assim sendo, em alguns segmentos da campanha teremos que ir e vir em alguns locais em busca de novas pistas ou até mesmo para solucionar alguma questão que foi deixada para trás envolvendo algum personagem presente ali.

Entretanto, estas interações acabam sendo ocasionais, pois o foco do game é levar o jogador para novos locais na mansão e descobrir novas situações e pistas para a solução do caso principal.

Visuais e trilha sonora

O game apresenta uma visão isométrica. Portanto, o grande foco dos gráficos aqui é nos cenários que o jogador irá explorar. Geralmente, eles são bem feitos, e variados. Portanto, mesmo que grande parte do título se passe em uma mansão, temos grandes salões, quartos, jardins, cozinhas e diversos outros locais que apresentam uma boa variação ao título.

Agatha Christie – Hercule Poirot: The First Cases
O título apresenta uma boa variação de locais para o jogador explorar, mesmo que as interações nos ambientes sejam limitadas (Imagem: Divulgação)

Entretanto, o game deixa a desejar em relação ao design de personagens e principalmente nas expressões faciais. Embora o título consiga desviar um pouco a atenção disso devido à posição da câmera, em alguns momentos este problema fica evidente.

Em relação à trilha sonora, o game faz um bom uso de músicas ocasionais que aumentam o clima de mistério. Entretanto, pela pouca variação, a obra toma a decisão acertada de usa-la regularmente apenas em momentos específicos da campanha. Está decisão é altamente acertada, pois, um dos aspectos que mais prejudica uma obra, é quando temos a mesma trilha tocando em todos os segmentos de um game, mesmo fora de tom.

Desempenho

Minha experiência foi no Xbox Series S. O game rodou fluidamente na maior parte do tempo, entretanto apresentou alguns problemas nos segmentos envolvendo neve, sendo que três vezes o game crashou durante a minha jogatina. Com exceção deste problema, a obra consegue entregar uma jornada consistente e rápida, pois os tempos de carregamentos são rápidos e quase instantâneos.

Vale a pena comprar Agatha Christie – Hercule Poirot: The First Cases?

Agatha Christie – Hercule Poirot: The First Cases apresenta uma boa história de investigação. Mesmo com alguns tropeços em relação ao desdobramento dos casos, a profundidade narrativa presente nos personagens que o protagonista irá interagir é realmente algo impressionante. Além disso, a jogabilidade consegue se mostrar uma evolução dos títulos antecessores da desenvolvedora, entregando uma experiência solida e que consegue entreter o jogador. Por fim, o nível de exploração aqui surpreende, principalmente em comparação com outros games do gênero.

Eu recomendo o título para os fãs das obras de Agatha Christie e aos jogadores que estão em busca de uma aventura que apresente personagens cativantes e uma profundidade narrativa intrigante, mesmo que deixe a desejar em desdobramentos principais da história.

Agatha Christie – Hercule Poirot: The First Cases foi desenvolvido pela Blazing Griffin, em colaboração com a Agatha Christie Limited e foi lançado pela Microids no dia 27 de setembro para PC, via Steam, e no dia 5 de outubro de 2021 para Nintendo SwitchXbox One, Xbox Series X|SPlayStation 4 e PlayStation 5

*Review elaborada em um Xbox Series S, com código fornecido pela Microids.

Agatha Christie – Hercule Poirot: The First Cases

R$ 112, 45
7

História

7.0/10

Gameplay

7.0/10

Gráficos e Sons

7.0/10

Extras

7.0/10

Prós

  • O game possui personagens interessantes e com bom desenvolvimento
  • Os cenários são interessantes de explorar
  • A trilha sonora é boa e foi usada de maneira correta
  • O mapa mental é usado de forma excelentno jogo

Contras

  • A narrativa principal poderia ser melhor
  • As expressões faciais dos personagens deixa a desejar
  • O título apresenta crashs ocasionais no Xbox

Leandro Paiva

Um estudante de jornalismo e o primeiro estagiário do site. Degustador nato de coxinha e pizza fria com ketchup. Amante de RPG, principalmente aqueles em que é possível pescar em vez de fazer a missão principal. Piadista em tempo integral e um grande degustador de café. Defensor de Birds of Prey e da DC em geral nas horas vagas.