AnálisesNintendoPCSlide

Have a Nice Death | Review

Have a Nice Death é um game que chamou minha atenção logo que foi apresentado pela primeira vez. O título introduz o jogador em um mundo sombrio em que ele controla a Morte que, após ficar entediada com o desequilíbrio de almas, decide botar ordem na casa, confrontando os principais funcionários caóticos da Death.inc. Assim sendo, com uma estética excelente e uma gameplay bem fluida, o título tem a promessa de entregar uma jornada roguelike divertida e desafiadora.

No ano passado, tive a oportunidade fazer um preview do título durante o período de acesso antecipado e fiquei impressionado com os acertos do game. Um dos grandes destaques foi o humor ácido e sarcástico presente nos diálogos. Pois, o jogo não se leva muito a sério e faz piadas com temas como morte, trabalho, burocracia e férias. Além disso, o design visual, apresentando durante os cenários 2D se mostraram bastante detalhados e variados. Logo, com o lançamento da versão completa do game, será que estes aspectos positivos foram melhorados e temos aqui a versão definitiva de Have a Nice Death? Confira agora em mais uma review do Pizza Fria!

Uma narrativa simples mais que cumpre o seu proposito

O enredo de Have a Nice Death não apresenta nada complexo. Os jogadores assumem o papel da Morte que, após ficar entediada de tanto trabalho, resolve colocar a ordem no submundo, confrontando os funcionários rebeldes. O título apresenta uma excelente introdução que já deixa evidente o bom trabalho de design de personagens que foi feito na obra. Além disso, os personagens que conheceremos durante a jornada pelo submundo apresentam um grande carisma e podemos ter alguns diálogos bem engraçados com estes NPCs pelo caminho.

Have a Nice Death
Durante a exploração, encontraremos personagens únicos que poderemos interagir e ter conversas interessantes. (Imagem: Divulgação)

Embora o game não apresente uma narrativa muito aprofundada, este aspecto é compensado pelo senso de humor acido da protagonista e dos personagens que encontraremos pelo submundo. Assim, é interessante sempre ver o que estas figuras têm a dizer sobre a nossa jornada e até mesmo sobre a rotina de trabalho naquele ambiente. Além disso, Have a Nice Death apresenta de forma bem humorada algumas críticas bem interessantes em relação ao abuso de poder no ambiente de trabalho e sobre não levar as coisas tão a sério. Claro, nada muito elaborada, mas é intrigante ver estas pequenas sutilezas no jogo.

Uma jogabilidade variada e viciante

Have a Nice Death é um roguelite 2D em que devemos avançar por vários cenários gerados de maneira procedural e no último local, enfrentar um chefe que normalmente será um funcionário rebelde da empresa. Assim sendo, o game consegue misturar muito bem elementos de exploração, combate e progressão. Os jogadores podem explorar os diversos departamentos da Death Incorporated, cada um com um tema e um boss diferente.

Embora o jogo consiga entregar uma boa variação de chefes, o mesmo não pode ser dito dos inimigos comuns do game. Eles se repetem bastante e logo o jogador perde a motivação de ficar os enfrentando a todo momento. Este era um problema que já estava presente durante o acesso antecipado e infelizmente não foi melhorado na versão final.

Para enfrentar as hordas de criaturas e funcionários rebeldes que tentam impedir o caminho da protagonista, é possível acessar um arsenal variado de armas e feitiços únicos, que podem ser melhorados durante o jogo. Podemos usar desde espadas, martelos e até mesmo lança-foguetes. Cada arma tem suas vantagens e desvantagens, sendo que durante momentos específicos, o jogador pode combinar diferentes armas e feitiços para criar combos devastadores. Além disso, o título disponibiliza itens e melhorias na loja da empresa, usando as almas coletadas dos inimigos derrotados.

Em comparação com o acesso antecipado, a versão completa de Have a Nice Death acertou em fazer um rebalanceamento dos preços dos itens que encontramos nas lojas. Pois, durante o preview, um dos problemas que o game apresentava na época era um desbalanceamento neste fator. Felizmente, isto foi melhorado e agora os jogadores conseguem sentir que o esforço e a busca por mais almas é recompensada adequadamente.

Have a Nice Death
No game teremos acesso a várias armas e ataques especiais que devem ser dominados e usados de maneira estratégica durante os confrontos. (Imagem: Divulgação)

O game incentiva bastante que os players aprendam com maestria os principais golpes da build que selecionaram, pois, isto será essencial para a vitória. Pelo percurso, encontraremos um personagem que nos fornecerá algumas vantagens. Assim sendo, sempre que o encontramos, podemos escolher entre 3 perks gerados de maneira procedural que incluem aumento de vida, mais dano ou até mesmo uma habilidade especial. O game é bem variado neste aspecto, sendo que nenhuma nova tentativa será a mesma.

Cenários diversificados e sombrios

Have a Nice Death consegue entregar cenários visualmente sombrios e destacar as várias camadas do submundo de uma maneira única e cativante. Os cenários sempre entregam tons escuros, uma nevoa que ajuda a manter o tom mais obscuro, além de uma predominância de cores escuras para enfatizar a falta de qualquer esperança nos ambientes que estamos explorando. Claro, a única esperança necessária aqui é que a morte consiga colocar todos para trabalhar e então ter a sua tão merecidas férias. Assim sendo, durante a exploração, passaremos por escritórios, porões e até mesmo alguns cenários externos da empresa.

Have a Nice Death
Have a Nice Death consegue entregar visuais únicos e sombrios durante toda a campanha. (Imagem: Divulgação)

O título se destaca por apresentar um estilo artístico único visualmente. Este aspecto se destaca bastante nos objetos pelos cenários, sendo que temos vários itens com formatos que representam a morte, como, por exemplo, lâmpadas em formato de caveira. Está beleza visual também está presente no design dos personagens, que conseguem ser únicos e transmitir uma personalidade única.

Trilha sonora e desempenho

Have a Nice Death deixa a desejar em sua trilha sonora. O título se repete demais com as mesmas faixas e isto acaba tornando algumas partes da exploração bem tediosas, ainda mais considerando os segmentos em que tive certa dificuldade em derrotar os inimigos. Entretanto, o game faz um bom trabalho com o design de som geral do ambiente, combate e até mesmo da movimentação dos personagens.

Em relação ao desempenho, minha experiência foi no PC, com uma GTX 1650. Felizmente, o título não apresentou os problemas vistos durante o acesso antecipado e desta vez não tive bugs e nem travamentos que atrapalhassem a jogabilidade.

Vale a pena comprar Have a Nice Death?

Have a Nice Death apresenta uma divertida e desafiadora aventura roguelike. Embora o foco aqui não seja a narrativa, o título consegue compensar ao introduzir personagens carismáticos e que se destacam durante toda a campanha. Além disso, o game incentiva que os jogadores dominem o combate do jogo e façam builds eficazes contra os vários perigos que podem ser encontrados pelo departamento.

Por fim, Have a Nice Death entrega uma aventura interessante e com um bom fator replay, sendo que recomendo para todos os fãs do gênero que estão em busca de uma jornada desafiadora.

Have a Nice Death foi desenvolvido pela Magic Design Studios e publicado pela Gearbox Publishing no dia 22 de março para Nintendo Switch e PC, via Steam.

*Review elaborada em uma Geforce GTX, com código fornecido pela Gearbox Publishing.

Have a Nice Death

+R$ 61,99
7.5

História

7.0/10

Gameplay

8.0/10

Gráficos e Sons

8.0/10

Inovação

7.0/10

Prós

  • Legendas em PT-BR
  • A jogabilidade é fluida e viciante
  • Boa variação de cenários
  • Os personagens são carismáticos e fornecem conversas interessantes

Contras

  • A trilha sonora é repetitiva
  • O game poderia ter uma história mais interessante
  • Os inimigos comuns se repetem demais

Leandro Paiva

Um estudante de jornalismo e o primeiro estagiário do site. Degustador nato de coxinha e pizza fria com ketchup. Amante de RPG, principalmente aqueles em que é possível pescar em vez de fazer a missão principal. Piadista em tempo integral e um grande degustador de café. Defensor de Birds of Prey e da DC em geral nas horas vagas.