Baldur’s Gate 3 | Review

A franquia Baldur’s Gate é talvez uma das mais conhecidas de RPGs na história dos jogos eletrônicos. No entanto, Baldur’s Gate 3 traz uma pegada um pouco diferente dos jogos anteriores, mas sem perder aquela essência tradicional dos RPGs de mesa, contando com uma série de regras advindas do tão famoso D&D (ou Dungeons & Dragons). Inclusive, há constantes rolamentos de dados ao longo da jogatina, uma coisa que traz toda uma atmosfera clássica para este novíssimo jogo.

Desde o seu anúncio, ainda durante um evento do falecido Stadia, da Google, Baldur’s Gate 3 chamou muito a atenção dos fãs do estilo e, após estar entre nós, claramente vocês querem saber se o jogo é realmente grandioso como parecia ao longo dos trailers e novidades anunciada até então. Pois bem, e é exatamente isso que faremos ao falar sobre o jogo da Larian Studios, lançado para PC, via Steam e aguardado também para consoles da nova geração. Sendo assim, embarque nesta análise fantasiosa no melhor estilo D&D aqui, no Pizza Fria!

Uma história lendária e cheia de possibilidades

Se tem algo que já posso falar de cara, é que Baldur’s Gate 3 é um jogo gigantesco e cheio de oportunidades. Ao longo de sua história, podemos criar um grupo de até quatro personagens (ou oito, no singleplayer, com este mod), sendo um customizado por nós ou predefinido pelo game, tendo diferentes cursos narrativos, algo que já começa a expandir o grande mundo do jogo. Com os quatro personagens, regressaremos aos Reinos Esquecidos, experienciando uma trama repleta de traições e amizades, lutas emocionantes e a constante tentação pelo poder absoluto.

E tudo isso começa com um parasita devorador de mentes que adentra o cérebro de alguns dos personagens iniciais, que se veem com habilidades misteriosas compartilhadas entre si. Desta forma, iniciamos a saga sendo vítimas de um rapto por parte dos devoradores de mente, que são os responsáveis por tal parasita terrível, que nos coloca em meio a um conflito quase que moral, que define todo o rumo da história, em que devemos fazer variadas escolhas.

E neste ponto, Baldur’s Gate 3 nos coloca para escolher caminhos como resistir ou abraçar a escuridão, se tornando um herói lendário ou um vilão supremo; criar laços com os personagens encontrados durante a aventura, ignora-los ou até mesmo por fim em alguns deles. Enfim, são muitas coisas! E, por termos tantas opções, Baldur’s Gate 3 deixa os jogadores imersos em horas e horas de muita ação, diálogos e constantes descobertas. Ah, e muitas roladas de dados, no melhor estilo D&D. A meu ver, este é um dos pontos mais belos deste jogo, que é absurdamente grande e cheio de possibilidades.

Sintetizando, a história de Baldur’s Gate 3 é simplesmente incrível e completamente profunda, contando com uma infinidade de variáveis que nos encantam a cada novo começo. O trabalho dos desenvolvedores da Larian Studios em criar uma narrativa forte e personagens muitos envolventes é simplesmente sensacional e merece todo o clamor dos fãs de boas histórias e, principalmente, dos fanáticos por Dungeons & Dragons!

Um jogo onde quase tudo é possível!

E por falar em possibilidades, Baldur’s Gate 3 foi forjado a partir da incrível engine Divinity 4.0, responsável por tanto conteúdo e variedade ao longo do jogo, oferecendo liberdade para nós, jogadores, em explorar, experimentar, interagir e até mesmo criar coisas em um mundo completamente reativo às nossas escolhas. A narrativa grandiosa e cinematográfica tornam seus personagens mais envolventes do que nunca ao longo da sua aventura.

Outro ponto de destaque em Baldur’s Gate 3 é a enorme variedade de raças e classes já existentes no mundo de D&D, além da possibilidade criar um personagem do zero, com todos os detalhes que você desejar (incluindo o tipo da genitália ou a ausência dela). Apresentando altíssima qualidade no quesito criação de personagem, o jogo simplesmente permite uma infinidade de escolhas que nos deixam horas agarrados no menu de criação. Ao adentrar nos Reinos Esquecidos, podemos fazer de tudo: roubar, matar, lutar, ter romances, conhecer novos personagens e muito, mas muito mais.

Inclusive, é possível jogar o game também com mais três amigos, sendo possível levar a experiência a um nível ainda mais interessante. Particularmente, achei a experiência de jogo multiplayer fenomenal, nos dando ainda mais possibilidades e desafios, sobretudo por estarmos literalmente com outras pessoas pensando em táticas e possibildades. Mas engana-se que o jogo fica mais fácil, apresentando sempre seus desafios ao longo de toda a jornada, sendo possível se espalhar para cobrir diferentes missões ao mesmo tempo.

Os dados vão rolar!

Outra coisa que amei em Baldur’s Gate 3 foi a busca em tentar manter sua mística bem próxima do que existe no livro de regras da quinta edição de D&D, apresentando aspectos como iniciativa, vantagem e desvantagem ao longo do jogo. Seus combates em turnos contam com uma enorme variedade de poderes, tipos de ataque e até mesmo interações com o cenário. Mas creio que o mais legal disso tudo é poder rolar um dado virtual que define parte das ações através da sorte. Ou mais ou menos isso, já que o jogo conta com ajustes do rolamento dos dados, os “dados kármicos”.

Outra coisa bacana é a possibilidade de se escolher três níveis de dificuldade para encarar Baldur’s Gate 3 do jeito que você achar melhor. E, bem, toda essa customização do game é simplesmente excelente, sendo uma boa pedida para os fãs mais fanáticos e até mesmo para os jogadores mais novatos, que querem experimentar pela primeira vez as emoções de um jogo em turnos. Desta maneira, o jogo consegue ser bastante democrático, contando inclusive com um tutorial detalhado de cada uma de suas funções.

Gráficos, sons e outros detalhes

Baldur’s Gate 3 é um jogo simplesmente lindo! No quesito gráfico, tudo se enquadra perfeitamente bem, desde os detalhes dos mapas ao design de cada um dos personagens, não deixando aquela sensação de que gráficos genéricos em NPCs aleatórios. É tudo muito vivo dentro da engine maravilhosa criada pela Larian Studios, que também fez questão de caprichar nas dublagens, que são em inglês, mas felizmente legendadas para nossa língua materna.

De uma maneira incrível e geral, tudo no jogo parece dialogar da melhor maneira possível. Aliás, como já dito acima, temos uma gama enorme de possibilidades que tornam a experiência de jogo em algo surpreendente e que, francamente, alça o título a ser um dos grandes concorrentes a jogo do ano. E, por último, vale mencionar o excelente desempenho do jogo, que não apresentou problemas como travamentos, bugs e outros pontos ao longo de horas de jogatina, estando redondinho.

Vale a pena comprar Baldur’s Gate 3?

Baldur’s Gate 3 é um jogo que, embora pareça, não é feito exclusivamente para os fãs de RPGs em turnos. Isso fica claro com a variedade de opções de customização para que a experiência de jogo seja desfrutrada por todos, sem exceção. Talvez o único “entrave”, se é que posso chamar este ponto assim, é a questão do jogo ter suas batalhas em turnos, algo que alguns podem não curtir tanto assim. Mas isso é mais relacionado ao gosto pessoal de cada um do que um ponto de qualidade ou ausência dela.

Desta forma, sim, vale demais a pena demais comprar Baldur’s Gate 3 que, aliás, justifica totalmente seu preço de R$ 199,99 no Steam, sendo extremamente extenso, detalhado, bonito, divertido e bastante desafiador. E, para concluir, reforço aos curiosos que nunca tiveram uma experiência em RPGs em turnos que tratem de dar uma chance a essa joia rara dos games, que é inclusive minha grande aposta para GOTY (jogo do ano). A ousadia da Larian Studios em criar um jogo desta magnitude merece ser lembrada por toda a história dos jogos eletrônicos, sendo simplesmente épica, como as boas partidas de RPG de mesa que duram dias, meses e até mesmo anos.

Enfim, há muita coisa a ser dita, vista e até mesmo descoberta em Baldur’s Gate 3, e apenas uma análise não seria suficiente para descrever tantas sensações e a incrível liberdade vivida por nós, jogadores, dentro dos Reinos Esquecidos.

*Review elaborada em um PC equipado com uma Geforce RTX, com código fornecido pela Larian Studios.

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