Clash: Artifacts of Chaos | Review
Clash: Artifacts of Chaos é o novo jogo do estúdio chileno ACE Team, que eu particularmente gosto bastante. Eles têm como característica criar jogos não necessariamente gigantes, inovadores ou blockbusters, mas sim, títulos pequenos, curiosos e estranhos. Como, por exemplo, Zeno Clash, Eternal Cylinder e Rock of Ages. Como você pode reparar, nenhum desses jogos é um grande sucesso, mas todos são por si só interessantes.
E é por toda essa estranheza e criatividade da ACE Team que eu me interessei por Clash: Artifacts of Chaos, um game que herda bastante do que God of War fez nos últimos anos, ao trazer essa jornada de pai e filho (que, convenhamos, está ficando comum) no olhar único da ACE Team. Um jogo que promete trazer um universo tão curioso e estranho quanto dos outros jogos do estúdio, com um combate corpo a corpo que herda conceitos de jogos de luta e de soulslike para criar um mundo interconectado e vivo.
Obviamente, para alguém que já gostava do trabalho do estúdio, Clash: Artifacts of Chaos parecia ser a masterpiece do estúdio, o título que quebraria a barreira e mostraria o trabalho criativo deles para um público maior. E será que eles conseguiram? Vamos descobrir então o que eu achei de Clash: Artifacts of Chaos em mais uma análise do Pizza Fria!
O que é Clash: Artifacts of Chaos?
Clash: Artifacts of Chaos é um jogo de ação e aventura em terceira pessoa com combate corpo a corpo, muito inspirado em God of War e Dark Souls. O jogo é estruturado em um modelo de mapa linear, com áreas interconectadas, criando um sistema de vai e volta que também te incentiva a explorar cada cantinho deles em troca de recursos e melhorias para o seu personagem.
Falando em personagem, conhecemos a história de Pseudo, uma criatura humanoide amarela com uma personalidade extremamente ranzinza e bruta, quase que um ogro agressivo que se mete em briga para sobreviver e para conseguir aquilo que quer. Pseudo vivo no mundo de Zenozoic, um universo criado pela ACE Team que esbanja personalidade, estranheza e carisma. Esse mundo é tão diferente e criativo que é difícil até achar um comparativo para tentar explicar para você. Entretanto eu acho que os trailers e as imagens do jogo dão um gostinho do que Zonozoic é.
A narrativa então traz Pseudo, essa criatura casca grossa, que em determinado momento da história conhece um garotinho que também é uma criatura estranha, parecendo uma bola de penas pretas. Entretanto, aqui entendemos temas em comum entre a jornada de Pseudo e a jornada de Kratos, temos um “pai” que é essa figura forte e protetora e temos também um “filho” que é essa outra figura frágil, mas importante para o mundo.
E é a partir dessa premissa que Clash: Artifacts of Chaos começa. Pseudo deve ajudar o garoto a atravessar os diversos desafios e perigos de Zenozoid, pois o mundo precisa disso, ou o garoto precisa disso? Ou Pseudo precisa disso? Tudo isso são perguntas levantadas e respondidas pelo jogo.
O combate se sustenta?
Comparar qualquer jogo com God of War é uma tarefa complicada, mas Clash: Artifacts of Chaos implora por essa comparação, não só pela história como descrevi anteriormente, mas também pelo combate. O combate explora bastante de outros jogos, mas ainda mantendo uma certa originalidade e ousadia. Pseudo tem a sua disposição diversos estilos de luta que funcionam como classes aqui, estilos de luta mais lentos, porém com mais dano, ou estilos de luta mais rápidos que causarão menos dano.
Além dos estilos de luta, o jogador também pode escolher alguns golpes especiais para usar no meio do combate, como um “Shoryuken” para pegar inimigos voadores, por exemplo. Além também dos golpes especiais, o jogo também te disponibiliza armas corpo a corpo como espadas, clavas e lanças. Além disso, em Zenozoid, há uma tradição de jogar dados contra seus inimigos antes de uma batalha, e no jogo esse minigame pode te dar alguns bônus caso você vença. Vale ressaltar que esse minigame é bem interessante e divertido.
Isso tudo sem levar em conta a customização de habilidades e equipamentos que também afetam o combate. Essas habilidades e atributos te permitem criar builds para moldar o seu estilo de jogo, então o game tem sim uma boa profundidade no seu combate.
Infelizmente, nem tudo são flores
Apesar de tudo, minha experiência com Clash: Artifacts of Chaos foi complicada. Joguei o game inteiro na versão de PlayStation 4, e eu tive vários problemas com bugs, crashes e, principalmente, queda de quadros. Confesso que bugs era algo que eu já esperava, por se tratar de um jogo ambicioso feito por uma equipe pequena, e por mais que tivessem vários deles, eles não chegaram a me atrapalhar de fato (inclusive dei boas risadas com alguns). Entretanto, o problema maior fica na parte de desempenho, a queda de quadros frequente do game me incomodou horrores, parecia que em momentos de ação e com muitas coisas na tela parecia que eu estava jogando no PowerPoint.
Como eu disse antes, eu já esperava que a ambição e a criatividade dos desenvolvedores trouxesse alguns problemas técnicos, mas não esperava que eles iriam ser tão impactantes na versão de PS4. Talvez na versão de PC ou em alguma atualização futura, a ACE Team conserte isso, mas eu acho válido comentar essa minha experiência.
Vale a pena comprar Clash: Artifacts of Chaos?
Então… Clash: Artifacts of Chaos tem sim uma certa profundidade em seus sistemas e na sua história, mas será que essa profundidade possui qualidade ou é só uma ousadia? Pra ser honesto, essa é uma pergunta que só você pode decidir! Obviamente o jogo não tem um combate tão fluído e satisfatório quanto God of War, e também não é tão otimizado e polido, nem tão impressionante tecnicamente, mas a criatividade, a estranheza do jogo e dos sistemas, criam uma experiência única que só você pode afirmar se vale a pena ou não ser jogada.
Além disso, como disse acima, acho importante ressaltar que joguei o game na versão de PlayStation 4 e o jogo apresentou uma péssima performance, com diversos bugs, crashes e queda de quadros, é impossível eu não ressaltar isso aqui.
Clash: Artifacts of Chaos foi lançado no dia 9 de março e está disponível para Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 4 e PC, via Steam e Epic Games Store.
*Review elaborada em um PlayStation 4 Slim, com código fornecido pela ACE Team.