Control Ultimate Edition | Review
Control foi lançado em 2019 para PlayStation 4, Xbox One e PC, via Epic Games Store. Desenvolvido pela Remedy Entertainment, famosa por títulos como Alan Wake e Quantum Break, e publicado pela 505 Games, o game teve um lançamento bastante conturbado, principalmente por conta dos problemas de desempenho nos consoles base da geração passada. Mesmo assim, alcançou uma ótima média no Metacritic, ficando com 82 em sua menor avaliação.
No entanto, cerca de um ano após o lançamento, Control Ultimate Edition foi lançado para PC, desta vez, na Steam. A versão completa do jogo trazia as duas expansões, The Foundation e AWE, que prometia explicar o que aconteceu com o escritor Alan Wake – misturando o universo dos dois games. Por fim, em fevereiro, Control Ultimate Edition foi lançado para os consoles da última geração, PlayStation 5 e Xbox Series X|S, com visual melhorado e desempenho compatível com o poder dos novos videogames. Jogamos o game e temos muito a te contar! Quer saber o que achamos? Pegue sua arma de serviço, vai começar mais uma análise do Pizza Fria!
Mais uma aventura sobrenatural
Os últimos trabalhos da Remedy, Alan Wake e Quantum Break, se notabilizaram no mercado por misturarem bons jogos de ação em terceira pessoa, com elementos sobrenaturais. E Control não foge a regra e oferece exatamente aquilo que a empresa se especializou. No entanto, ao contrário dos últimos dois jogos, o título também chegou para as plataformas da Sony, já que os dois games anteriores só podem ser jogados, em consoles, na família Xbox.
A narrativa de Control nos coloca no papel de Jesse Faden, uma mulher que procurou durante toda sua vida uma agência chamada como Agência Federal de Controle, ou a Federal Bureau of Control. Essa misteriosa e clandestina agência está sob ataque de algo que conhecemos no jogo como O Ruído: algo que toma posse do corpo do indivíduo, aumentando sua força e fazendo com que a pessoa afetada perca o controle de suas próprias ações.
A história de Control é bastante elaborada – tão elaborada que chega a ser bem confusa em alguns pontos. É preciso ler alguns dos documentos colecionáveis que você encontrar, ouvir os registros de áudio que você coletar para um entendimento completo da narrativa. As cenas mostradas em cutscenes explicam bastante coisa, mas algumas das suas dúvidas só serão sanadas com novos documentos.
De quebra, a narrativa não é completa apenas ao se jogar o jogo base. É preciso terminar ambas as expansões para compreender ainda mais o universo sobrenatural criado pela Remedy. Não que isso seja ruim, mas visto que a desenvolvedora já inovou ao criar uma minissérie com atores reais dentro de Quantum Break para preencher as lacunas narrativas do jogo, não é de se espantar que tenham optado por uma saída mais “econômica”.
O brilho está no gameplay!
Se a forma de se contar a história de Control é um pouco confusa, o mesmo não se pode dizer de sua jogabilidade. Com câmera em terceira pessoa, o título nos oferece um ótimo jogo de ação, pegando emprestado elementos de outros gêneros para criar sua própria identidade. Ao assumir o controle de Jesse, que é imediatamente nomeada como a Diretora da Agência, você obtém o que o game chama como Arma de Serviço, que tem munição infinita. Você precisa apenas esperar ela “recarregar” em alguns momentos, mas não é necessário encontrar e recarregar munição no jogo.
À medida que você avança na história, Jesse adquire novos gadgets, ao estilo de sua arma. Ao explorar alguns Objetos de Poder, você vai aprender a manipular o ar, podendo voar, dar dashes, criar escudos e arremessar elementos do cenário (este que pode ser bastante destruído). Só esses elementos já transformariam o gameplay de Control em algo diferente, mas o título vai além, oferecendo também diferentes tipos de inimigos, com alto grau de desafio.
Apesar de muitos dos inimigos do jogo terem seu estilo de arte genérico, afinal, são meros funcionários da Agência que foram possuídos, ainda assim há variedade. Os guardas podem voar (inclusive em cadeiras), utilizar escudos, e até mesmo explodirem ao se aproximar de Jesse. Mas o grande ponto são as batalhas contra os chefes, que são realmente desafiadoras e acrescentam um grau desafio ao título.
Por fim, Control ainda consegue te surpreender ao deixar você explorar o mapa, reservando algumas áreas para o combate. Pegando emprestado elementos metroidvania, algumas áreas só são acessíveis após liberarmos algumas habilidades. E os puzzles, embora muitos sejam iguais, como energizar alguma área da Agência, conseguem não se tornarem chatos, pois não aparecem com muita frequência. O casamento entre inimigos comuns, boss battles e quebra-cabeças está muito bem dividido no game.
Enfim o desempenho aguardado!
Control Ultimate Edition, ao menos em um PlayStation 5, rodou incrivelmente bem. Assim como muitos dos jogos que estão sendo lançados para a nova geração de consoles, o título conta com um “modo desempenho”, em que promete oferecer uma taxa de quadros estáveis em 60 FPS, e o “modo gráfico”, com foco em resoluções maiores e mais detalhes, incluindo ray-tracing, em 30 FPS.
Essas opções são válidas, já que dão ao jogador o poder de escolha do que querem. No entanto, ainda fica o questionamento: é necessário limitar a capacidade gráfica do jogo para 30 FPS, com ray-tracing ligado? Recentemente, Marvel’s Spider Man: Miles Morales recebeu uma atualização permitindo que um jogo, de mundo aberto, rodasse com a tecnologia de iluminação à 60FPS, ajustando a resolução, a qualidade do reflexo e as densidades dos pedestres. Essa medida poderia muito bem ser implementada em Control, já que no Brasil a maior parte das telas usadas para jogos ainda é em 1080p – visto que os preços praticados em tecnologia 4K são fora da realidade de muita gente.
Mesmo assim, é de se admirar que Control é um jogo muito bem construído graficamente. Dos rostos dos principais personagens ao cenário bem detalhado, o game entrega um visual de se admirar. No entanto, chamo atenção para dois detalhes:
O primeiro é que o Control é um jogo escuro. Em determinado momento, tive que aumentar o brilho do jogo ao máximo para conseguir enxergar o que estava acontecendo. O outro é que, em mudanças bruscas de ambiente, o game ofereceu imagens granuladas, totalmente incompatíveis com o que era apresentado em outras cenas.
Vale a pena comprar Control Ultimate Edition?
Control Ultimate Edition é um bom produto, com um ótimo gameplay e gráficos de ponta, mesmo com quase dois anos do seu lançamento original. A história é confusa e requer que o jogador explore colecionáveis para seu completo entendimento. E eu não digo que isso atrapalhar para um conhecimento extra: é necessário para realmente entender o que está acontecendo na Agência.
Mesmo assim, eu fico com pé atrás de recomendar Control para meus seguidores. Se você tem um videogame next-gen, ou uma placa de vídeo RTX, acredito que o jogo se comportará incrivelmente bem e você vai ter horas de diversão. Por outro, não tenho certeza se todos os problemas de desempenho nos consoles base foram resolvidos do lançamento pra cá, afinal, o game parece muito mais um produto voltado para a PS5 e Xbox Series X|S, do que para PS4 e Xbox One. No PC, joguei um pouco com uma GTX 1080 e o título não chegou aos 60 FPS. Logo, fica meu aviso para tomar cuidado.
Control Ultimate Edition está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S, PC, via Steam e Epic Games Store, além de Nintendo Switch, jogando via nuvem. No Metacritic, a versão avaliada teve média de 85 pontos.
*Review elaborada em um PlayStation 5, com código fornecido pela 505 Games.