Disgaea 7: Vows of the Virtueless | Review

Disgaea 7: Vows of the Virtueless é um JRPG estratégico, no estilo que andamos em quadradinhos um turno por vez, desenvolvido e e publicado pela NIS America. O título nos coloca no controle de Fuji, um demônio arretado que entra, meio querendo mas sem querer, em um caminho de redenção cheio de emoções, presepadas e memes.

E aí, será que vale a pena acompanhar esse odisseia? É o que veremos agora, em mais uma análise antecipada do Pizza Fria!

Bushido é para panacas, dood

É tempo, leitores e leitoras, de nos despedirmos novamente do sol e daqueles plebeus que vivem sob a luz do dia. É chegada a hora de nos enfiarmos nos netherworlds, fortalecendo bonecos a níveis inimagináveis e deixando nossos equipamentos cada vez mais cabulosos, com um potencial de dano que atinge os bazilhões. Isso é um número real, confia em mim.

Eu cá sou um grande fã dos JRPG estratégicos da NIS, já desde a época em que joguei o saudoso Rhapsody e Soul Nomad pela primeira vez. O charme e as loucuras promovidas pelos personagens e situações aleatórias pelas quais eram obrigados a passar. Depois, conheci Adell e Rozalyn em Disgaea 2 e meu coração estava completamente domado e conquistado.

Imaginem minha satisfação, então, ao receber o famigerado Disgaea 7: Vows of the Virtueless em minhas mãos. Admito que comecei o jogo com grandes expectativas, em parte pelo apreço que tenho pela franquia, em parte pelas promessas de melhorias e evoluções construídas nas fundações de Disgaea 6. Se lembrarem, comentei que curti muito o jogo, mesmo com algumas simplificações e coisinhas faltando. Será que a sétima edição conseguiu resolver isso? Vejamos, vejamos.

Disgaea 7: Vows of the Virtueless
E lá vamos nós. (Imagem: Divulgação)

Disgaea 7: Vows of the Virtueless conta a história de Fuji, um camarada de um dos netherworlds que largou o código de honra do bushido de lado para se focar no único direcionamento moral que realmente importa: o incrível money. Afinal, a ética dos samurais já não vale nada na terra de Hinomoto, que só aplica o código da destruição total nesses tempos modernos.

Por outro lado, temos Pirilika, uma garota muito, muito, MUITO rica que viaja até Hinomoto para realizar seu sonho de ver o bushido de perto. Ah, doce criança do verão. O que ela acaba conseguindo, no fim das contas, é perceber que ela passou a vida sendo uma fangirl de um ideal morto em uma terra que está, agora mais do que nunca, sem lei alguma. Contudo, nossa heroína decide fazer algo para mudar isso, contratando os serviços de Fuji para peitar o shogunato e fazer valer, mais uma vez, o código de honra dos espadachins.

Disgaea 7: Vows of the Virtueless consegue, mais uma vez, honrar o naipe da franquia ao oferecer personagens muito divertidos e cativantes, fáceis de amar e se conectar. Fuji e sua alergia explosiva a bondade, Pirilika e seu jeito otaku de lidar com Hinomoto, os Prinnies sempre divosos e maravilhosos. E isso além dos outros malucos que conhecemos ao longo de nossa jornada, que manterei em segredo para deixá-los na expectativa.

A trama também é bem divertida no geral, cheio de situações bizarras e cômicas que nos fazem rir sem nenhum esforço ou forçação de barra. Nem consigo contar quantas risadas dei, e acho que esse é um dos elencos mais zoados e engraçados desde a época de Mao e Valvatorez, de Disgaea 3 e 4. Nesse aspecto, podemos dizer que o título faz valer sua fama.

Disgaea 7: Vows of the Virtueless
Situações corriqueiras no netherworld. (Imagem: Divulgação)

Disgaea 7: Vows of the Virtueless possui uma série de mecânicas que envolvem o ato de tretar e subir de níveis, algumas novidades desta versão e outras já conhecidas da galera. Comecemos falando sobre o momento das confusões. Como todo SRPG, o título nos lança em um mapa composto por quadradinhos, sobre os quais nossos personagens podem se movimentar e atacar. Até aí, tudo normal.

Cada herói possui uma classe, dentre mais de 40 opções, que define suas habilidades e atributos. Todos os personagens podem utilizar qualquer tipo de arma, com distinção apenas sobre humanoides e monstros, sendo que aquelas em que tenham proficiência dão uma quantidade maior de dano. Uma coisa interessante dessa nova versão é que podemos trocar as classes dos bonecos, inclusive dos uniques (como Fuji e Pirilika), sempre que quisermos. É um sistema bem completinho e divertido.

Além, disso, podemos utilizar mana, adquirida ao matar inimigos, para fazer várias coisas como melhoras as skills, aprender evilities (habilidades passivas específicas), tentar aprovar alguma lei que nos beneficie na dark assembly, fazer nossos personagens voltarem ao nível 1 para melhorar seus atributos base (a boa e velha reincarnation), e muito mais.

Também temos um item world repaginado, com novas funcionalidades e uma construção de mapas mais refinada. Para os novatos, essa é uma funcionalidade que nos permite entrar no “mundo” de um item, explorando andar por andar até chegarmos ao final. Cada avanço e inimigo derrotado torna o item mais forte ainda, o que ajuda demais na hora das confusões. E por último, mas não menos importante, temos o jumbification, uma habilidade que permite que nossos bonecos fiquem gigantes, causando um dano absurdo em área por alguns turnos.

Disgaea 7: Vows of the Virtueless
Temos uma boa quantidade de classes. (Imagem: Divulgação)

Disgaea 7: Vows of the Virtueless também entrega um modo Hell, que permite a alguns heróis utilizar armas lendárias para causar um dano sinistro, com habilidades exclusivas. O título traz muita coisa nova para a roda, expandindo algumas funcionalidades existentes e tornando outras menos expressivas. Temos, por exemplo, um modo de batalha automático. Mas ele serve mais para o novo modo online, onde colocamos nossos times para lutar com os de outros jogadores, do que para o grind de níveis.

Até curar nossos bonecos nos dá uma vantagem, permitindo girar uma roletinha que pode nos dar alguns itens bem fortes para facilitar nossa vida. Todos os sistemas são muito bem integrados, cada um se complementando e tornando as partes mais rotineiras da experiência muito mais simples e práticas. Ainda sinto falta do chara world, no entanto.

A única coisa que Disgaea 7: Vows of the Virtueless fez que me deixou meio pra baixo foi demorar para liberar algumas funções mais divertidas, principalmente o item world. Pegar níveis não é tão fácil sem ele, o que torna o início do jogo um pouco mais agarrado que de costume.

Disgaea 7: Vows of the Virtueless
Modo jumbo, ativar! (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Disgaea 7: Vows of the Virtueless possui visuais muito fofos, com cores fortes e modelos bem animados. Além disso, todas as artes são muito bem feitas e cheia de personalidade. As habilidades também possuem animações bem legais, com um único negativo de agarrem um pouco no modo portátil, em se tratando da quantidade de frames.

A trilha sonora é muito boa, como costuma ser com a série. As músicas são cômicas ou sérias quando necessário, sem ser chato nem repetitivo. Menção especial, ainda, para a dublagem, que ficou muito redonda e competente.

Disgaea 7: Vows of the Virtueless
As habilidades tem animações bem legais. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Disgaea 7: Vows of the Virtueless?

Pois bem, meus pequenos diabinhos do netherworld, é hora da velha dúvida. Será que Disgaea 7: Vows of the Virtueless vale a pena? Corrigindo deslizes anteriores, enquanto impulsiona a franquia para novas fronteiras? Bom, vamos recapitular o que analisamos até agora para tentar encontrar uma resposta para essa parada.

Disgaea 7: Vows of the Virtueless evolui a fórmula em muitos aspectos, com inclusões de classes e features como o modo jumbo, enquanto entrega a mesma experiência divertida e o grind que tanto amamos. A trama é muito engraçada, com personagens divertidos e fáceis de se apegar. Uma menção honrosa deve ser feita ao modo online, que permite provar de uma vez por todos que nossos Prinnies são os maios fortes.

Como negativo, eu colocaria apenas a questão de alguns recursos serem mais demorados para aparecer e os slowdowns em algumas animações. Além disso, a quantidade de personagens travados por DLC, já desde o primeiro momento de jogo, continua sendo um desgosto aos meus olhos.

Ao fim e ao cabo, leitores e leitoras de meu coração, Disgaea 7: Vows of the Virtueless é um jogo muito divertido e competente, ótimo para passar nosso tempo e afundar horas de nossas vidas. As novidades são legais, e o polimento do título como um todo demonstra que a série ainda tem muito o que adicionar. Se curtir o gênero de SRPG pode ir sem medo. Ouso dizer, até, que esse é um dos melhores que joguei nesse ano.

Disgaea 7: Vows of the Virtueless será lançado no dia 3 de outubro para Nintendo SwitchPlayStation 4, PlayStation 5 e PC, via Steam.

*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código fornecido pela NIS America.

Disgaea 7: Vows of the Virtueless

9

História

9.0/10

Jogabilidade

9.0/10

Sons e Visuais

9.0/10

Extras

9.0/10

Prós

  • Trama divertida, com personagens cativantes
  • Novas mecânicas ajudam a série a se renovar e avançar
  • Sistema de classes ficou muito bem feito, cheiuo de opções
  • Item World continua sendo um bom lugar para gastar nosso tempo
  • Modo online é uma boa adição

Contras

  • Algumas quedas de frame nas animações de habilidades
  • Item World poderia ser liberado mais cedo

Matheus Jenevain

Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.