Soul Nomad & The World Eaters | Review
Soul Nomad & The World Eaters é um jogo de RPG tático desenvolvido pela Nippon Ichi Software, Inc em parceria com a Codeglue e publicado pela
NIS America. Somos convidados à acompanhar a história de Revvya, uma guerreira que recebe uma espada antiga da líder de seu vilarejo contendo a alma de Gig, um dos destruidores de mundos que devastaram o continente há algumas centenas de anos atrás.
O jogo foi lançado na época do glorioso PlayStation 2. Será que a lembrança é boa, e vale o uso de nosso precioso tempo? É o que veremos agora, em mais uma review do Pizza Fria!
De volta ao futuro
Há algo estranho acontecendo no multiverso, leitora. Recentemente pensei com meus botões, como sinto falta de certos clássicos em minha vida. Jogos disponíveis apenas em consoles antigos, de difícil acesso ou qualidade baixíssima nessas televisões modernas que temos hoje. Já tentaram rodar um jogo de Dreamcast em uma televisão da última década? Terrível!
De todo modo, alguns dos jogos que sentia mais falta tiveram coletâneas lançadas por esses últimos meses. Ninja Gaiden e meu amado Castlevania, por exemplo, tiveram uma repaginada sensacional. Isso só pode ser um sinal de algo maior, leitor. Será que as empresas, abençoados sejam seus coraçõezinhos, estão vendo o valor dos clássicos de outrora?
Ou, melhor ainda, será que estou desenvolvendo poderes que me permitem moldar a realidade? Como forma de teste, irei desejar e pensar com todos meus botões que uma encomenda de dinheiro infinito será colocada na caixa de correio de minha casa amanhã. Informarei, ou não, se funcionou em uma de nossas maravilhosas conversas futuras. Ah, mas eu me desvio do essencial. Falemos de Soul Nomad & The World Eaters.
Soul Nomad & The World Eaters conta a história de Revvya. O mundo em que vive foi devastado por seres gigantescos chamados de World Eaters. Nossa protagonista recebe uma espada chamada de Onyx Blade e a missão de sair pelo continente em busca dos World Eaters, que começaram a ressurgir. Nada demais, não é mesmo?
Mas, como tudo nessa vida, há um porém. A espada que ela recebeu continha a alma de Gig, o mais poderoso World Eater, que se funde à sua. Agora, Revvya precisa lidar com as provocações e reclamações constantes desse bonitão enquanto tenta salvar o mundo da aniquilação. Ah, e de suas constante ofertas de poder eterno que corrompe e destrói.
Isso, aliás, é uma mecânica de jogo. Revvya pode aceitar o poder de Gig durante as batalhas, o que faz seu dano e atributos subirem a níveis jamais vistos. Nem o chefe final dá conta, tamanha a força. Mas, tem um custo. Isso faz com que o final ruim do jogo seja ativado. Aliás, a trama pode ter vários desfechos diferentes, dependendo das decisões que tomarmos.
Enquanto não está lidando com a tentação constante de Gig, Revvy está lutando contra diversos inimigos em sua busca pelos World Eaters. O combate de Soul Nomad & The World Eaters se dá em turnos, entre o que chamamos de squads. Temos vários deles, com bonecos que entram para o nosso time durante a história ou criado por nós.
Cada um tem sua classe e seus poderes, sendo melhores em determinados tipos de ações. Os squads são criados dentro de salas, que podem conferir bônus de atributos ou formas de ataque para seus integrantes. O jogo bebe muito de Disgaea, outro sucesso da Nippon Ichi, e faz uso desse sistema tal qual visto em títulos como Disgaea 4 e 5.
Além disso, podemos nos aventurar por dungeons dentro de cada uma dessas salas, que possuem uma profundidade infinita. Isso é essencial para que se tornem mais fortes, e dão uma longevidade absurda ao título. Além disso, são uma ótima forma de treinar nossas unidades. Cada uma tem um nível, mas qualquer outra de mesma classe que for criada já começa do level mais alto que temos no momento da criação.
E assim ocorre a jogabilidade básica de Soul Nomad & The World Eaters. Andamos por quadradinhos no mapa de combate, damos ordens para nossos squads, estouramos cabeças. O bom e velho sistema de sempre. Sistema esse que, na verdade, está praticamente da mesma forma do que vimos no PS2, dentre outras coisas mais.
Essa versão do jogo foi, apenas, uma repaginação para que rodasse em computadores atuais. Não uma evolução, com a adição de certos mimos e extras como vimos em Castlevania, por exemplo. Opções de acelerar o combate, por exemplo, seriam coisas pequenas que fariam uma diferença considerável para tornar algumas partes da experiência menos monótona.
Particularmente, me sinto feliz apenas por ter a opção de ter Soul Nomad & The World Eaters na Steam com a comodidade de baixar e jogar quando quiser. Mas, compreendo a revolta daqueles que esperavam uma “versão definitiva”, principalmente levando em conta que o jogo foi lançado com valores mais ou menos dentro do padrão de mercado.
Sons e Visuais
Soul Nomad & The World Eaters manteve o gráfico pixelizado maravilhoso de sempre, no estilo dos outros jogos da Nippon Ichi. Como sempre, Disgaea é o que sempre vem em mente nesse momento. Mas, a oferta aqui se diferencia muito na paleta de cores e design de alguns de seus personagens, além das sprites de alta qualidade.
As músicas são divertidas, e sabem vender o tom descontraído em uns momentos, sério em outros, de maneira muito eficiente. As vozes estão maravilhosas, principalmente as fornecidas pelo dublador de Gig. O personagem rouba a cena, e sua interpretação ficou sensacional.
Vale a pena comprar Soul Nomad & The World Eaters?
Soul Nomad & The World Eaters é um jogaço, pedida certeira para quem gosta do gênero. A história tem diversas ramificações e finais, alguns bem pesados, e podem entreter por um bom tempo. Os combate são divertidos, rápidos e com boas opções de squads e unidades individuais. Além disso, a opção de explorar as dungeons infinitas para fortalecer as salas da squad é uma boa.
Por outro lado, talvez devessem ter colocado mais alguns mimos no título como feito em Castlevania, por exemplo. Pelo bem e pelo mal, Soul Nomad & The World Eaters é um jogo da geração retrasada, e uma repaginada cairia muito bem.
De qualquer forma, Soul Nomad & The World Eaters é um clássico e vale muito a pena ser revisitado, de fato. Todos os fãs de RPG, tático ou não, deveriam jogar essa belezinha. Ainda que pudesse ter sido mais incrementado para a nova geração, a experiência original continua espetacular. Recomendo fortemente.
Soul Nomad & The World Eaters está disponível para PC, via Steam, e para Nintendo Switch, como parte da Prinny Presents NIS Classics Volume 1.
*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce GTX, com código fornecido pela NIS America.