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Eyes of War | Preview

Lançado em Acesso Antecipado em 15 de junho de 2023, Eyes of War é um jogo que propõe uma grande mistura de gêneros, colocando RTS e RPG de ação, tudo em um só lugar. E, desde então, o jogo vem recebendo constantes atualizações pela equipe da Good Mood Games, com a adição de novas unidades, mapas e ajustes. Ou seja, esta preview, disponível para PC, via Steam, já pega um jogo mais “robusto”, por conta disso. Mas afinal de contas, será que essa ideia de mesclar tantos gêneros interessantes caiu bem? Essa questão e muitas outras serão apresentadas nesta prévia. Confira!

O que é Eyes of War?

Tentando simplificar para os leitores e leitoras, Eyes of War é um jogo ousado, que visa mesclar estratégia em tempo real e ação em terceira pessoa em partidas para 2 a 4 jogadores. No entanto, seu pano de fundo é completamente vazio. A única coisa que conseguimos perceber é que o jogo ambienta-se na era medieval, e nos coloca no controle de um império, que deverá lutar contra os outros. E isso. Não tem mais nada de novo. A não ser a ideia de nos deixar controlar cada unidade criada em um modo de “personagem” em terceira pessoa, adicionando um elemento extra de ação ao tradicional estilo RTS.

É, ele tenta parecer um pouco com a franquia Mountblade neste aspecto, mas a jogabilidade passa muito longe. Aliás, o que pude perceber ao jogar é que esse aspecto precisa ser urgentemente melhorado. É um aspecto que ficou limitado demais, tendo uma movimentação bem ruim e frustrante. Particularmente, esperava muito mais deste jogo neste aspecto, pois a mistura com RTS, que já é um aspecto “melhorzinho” em Eyes of War, soava muito bem. Pois é, soava. Mas enfim, vamos nos aprofundar um pouco mais no mundo deste jogo.

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A ideia realmente parece boa. Mas… (Imagem: Divulgação)

Modos de jogo

Atualmente, o jogo oferece três modos de jogo, com um quarto a caminho. O modo Estratégia é o principal foco, enquanto os outros dois são partes do modo Estratégia separadas. No primeiro, temos o objetivo de declarar guerra a outros jogadores (humanos ou não), desenvolvendo seu castelo e, obviamente, seu exército. E, em paralelo, assumimos o controle de qualquer unidade a qualquer momento no jogo, dando ordens ao grupo através de comandos, tal como em… sim, Mountblade. Mas a sensação de liderança acaba se esvaziando na grande bagunça que são as batalhas, com movimentações esquisitas e personagens desordenados. Neste ponto, jogar no modo estratégia fica menos pior.

Já no Modo de Personagem, temos a possibilidade de circular na cidade que criamos, tomando a perspectiva de um herói, ao defender seus territórios das ameaças inimigas. Além disso, podemos nos juntar a batalhas online contra até quatro inimigos. Mas, sinceramente, não há nada de tão interessante aqui, embora a ideia no papel pareça ser brilhante. Por último, há o Modo Arena, que nos coloca em combate contra unidades de IA ou jogadores reais, tendo de escolher diversas unidades em três rodadas de batalha.

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Tudo é muito simplório. Falta refinamento. (Imagem: Divulgação)

Como tudo isso funciona?

Em Eyes of War, não temos pano de fundo algum. Chega a ser esquisito, confesso, mas os quatro exércitos do game são genericamente divididos com unidades de diferentes estilos. Os Norvion possuem seis unidades de combate corpo a corpo, mas apenas um arqueiro. Já os Solvong têm arqueiros montados em elefantes de guerra, mas apenas um tipo de unidade de cavalaria. Parecem nórdicos e asiáticos, mas não temos nenhuma definição do que cada um dos exércitos realmente significam. É muito genérico, assim como os mapas, que tentam recriar florestas, desertos, terrenos com neve, além dos coliseus, percebidos no Modo Arena.

Tal como em outros jogos de estratégia, começamos com um batedor, um castelo, recursos escassos e um sonho. Assim, a premissa de Eyes of War não muda muito para o que já conhecemos: temos de reunir recursos, construir edificações para coleta, treinamento de unidades e proteção, e é isso. Nada de novo no front. E isso fica mais explícito com os recursos disponíveis no jogo: madeira, pedra, aço e ouro. Pronto, é isso. E, para “melhorar”, vencemos as partidas ao destruir o castelo dos oponentes, que geralmente são defendidos por muralhas e torres, edificações essenciais em todos os jogos de estratégia. Neste ponto, construir e organizar é uma tarefa tranquila de se fazer.

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A movimentação dos personagens é meio parecida com GIFs. É estranho… (Imagem: Divulgação)

Depois que você ajeita a base, chega aquele momento de criar o seu exército. Mas é sempre bom começar isso antes, repelindo alguns dos ataques-relâmpago que podem acontecer no início da partida. E Eyes of War tem unidades com forças e fraquezas, tal como em Age of Empires, Warcraft e outros títulos de estratégia em tempo real. Assim, você precisa criar um exército diversificado.

Outros aspectos técnicos

Uma coisa que percebi ao jogar Eyes of War são alguns problemas de desempenho. Por exemplo, ao alternar para a câmera de personagem, o jogo dá uma “travada”. O mesmo acontece quando mudamos as configurações do jogo, dando uma boa travada no jogo e, por vezes, ficando sem responder. Isso é bem chato, é verdade, mas o jogo está em Acesso Antecipado e isso pode melhorar. Não posso dizer o mesmo da jogabilidade, que parece não ter mudado muito desde 2023.

Graficamente falando, Eyes of War é bem simples, lembrando um pouco a ideia de Mountblade, mas diferindo-se em todo o resto, é claro. Além disso, os efeitos sonoros do jogo são simplórios, tendo uma música clássica de fundo adequada, mas deixando a desejar no resto. Os sons são extremamente genéricos, algo percebido ao andarmos pela cidade ou até mesmo nas batalhas, onde algumas vozes humanas e golpes avulsos de metal soam.

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Os gráficos das casas lembram muito o antigo Warcraft III. (Imagem: Divulgação)

O que esperar de Eyes of War?

Sinceramente, esperava muito, mas muito mais de Eyes of War, sobretudo após ver seus vídeos. No entanto, o jogo é bem simples e tem recursos extremamente limitados. A jogabilidade é fraca, os gráficos e animações são extremamente travados, tal como um GIF, enfim… A ideia do jogo é simplesmente brilhante, mas a execução está longe do ideal. Como fã de Mountblade e Age of Empires, esperava uma mistura de gêneros interessantíssima.

Mas o que acabei percebendo foi um jogo fraco. Espero muito que até o lançamento de sua versão final, o jogo consiga trazer uma jogabilidade mais robusta e com menos problemas de desempenho. Caso isso não ocorra, Eyes of War será mais um título a passar batido por falta de polidez e qualidade, algo que, automaticamente, tira toda a sua diversão.

*Preview elaborada em um PC equipado com uma RTX com código fornecido pela Good Mood Games.

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.