F1 23 | Review
Finalmente a Electronic Arts lançou F1 23, simulador oficial do Campeonato Mundial de Fórmula 1, já disponível para PlayStation 5, Xbox Series X|S, PlayStation 4, Xbox One e PC, via EA App, Epic Games Store e Steam. Apresentando a atual temporada, além de trazer o retorno do Ponto de Frenagem, continuação do modo história do F1 21. Outra novidade desta edição é o F1 World, um modo repleto de conteúdos. Contudo, em todo jogo lançado anualmente, sempre tem aquela pergunta: mudou alguma coisa? E bem, este é o ponto que queremos explicar aqui, em mais uma análise do Pizza Fria!
Jogabilidade renovada
Uma das principais novidades em F1 23 são as maravilhosas atualizações de manuseio dos carros, proporcionadas pelo feedback das equipes reais de F1 e pela tecnologia Precision Drive, feito especificamente para controle. Contudo, também senti muito mais segurança para controlar os carros em meu volante, o Logitech G29, que agora tem uma resposta muito mais realista e precisa. A física do jogo parece ter sido aprimorada, bem como o balanço de frenagem. Aliás, um ponto que achei muito bom é que mesmo em níveis mais baixos, ao acelerar demais na saída das curvas, o carro dá uma “sambada”, perdendo um pouco de tração e, consequentemente, velocidade. E isso é bem realista.
Ou seja, com a tração dos carros modificada, bem como a passada de marchas, frenagem e a rotação do motor, F1 23 fica ainda mais próximo de uma simulação, superando bastante o seu antecessor, que também foi um baita jogo. Pra mim, quanto mais simulação, melhor. Porém, muitos jogadores não são muito afeitos a esse estilo. Desta forma, F1 23 permite a configuração de todas as assistências e detalhes como as regras ou a rigidez delas. Sendo assim, F1 23 é um jogo bem democrático. Democrático e bem emocionante.
O Ponto de Frenagem 2
Em F1 23, temos novidades. Uma nem é tão nova assim, mas surpreendeu desde que foi anunciada: o retorno do Ponto de Frenagem. Este incrível modo história dá continuidade, e até apresenta um resumo da narrativa advinda de F1 21. Nele, fazemos parte da equipe novata de F1, a Konnersport Racing. Contudo, para não dar nenhum spoiler deste excelente e desafiador modo, falaremos apenas que temos dois protagonistas: Aiden Jackson e Callie Mayer. Entre questões familiares, emoções na pista e algumas partes de gerenciamento, este modo vai sendo ditado em uma narrativa surpreendentemente interessante, mas que conta com algumas repetições. Contudo, isto não chega a ser um problema.
A ideia de trazer de volta o Ponto de Frenagem 2 foi maravilhosa. Eu particularmente achei incrível, sendo um modo de jogo bem divertido e imersivo. Aliás, os gráficos das cutscenes são maravilhosos, entregando alto realismo nos personagens. Isso é bem bacana, pois dá uma baita imersão para essa incomum narrativa. Neste ponto, a Electronic Arts mandou muito bem, inclusive nos desafios propostos para passar de cada corrida, mostrando que ser de uma equipe novata e com grandes talentos não é uma tarefa nada fácil. Agora, imagine comanda-la? Pois é, nós temos essa oportunidade. Todavia pararei por aqui, dizendo pra você leitor ou leitora curtir este excelente modo.
Porém, antes de passarmos para o próximo tópico, vale ressaltar que a protagonista Callie Mayer surpreende ao ser a primeira vencedora do Mundial de F2, algo nunca ocorrido na categoria. Desta forma, F1 23 fala brevemente da história das mulheres na Fórmula 1, abordando todas as dificuldades e tabus deste meio tão masculino. E isso dá um toque bem interessante na narrativa.
F1 World
Outro modo maravilhoso de F1 23 é o F1 World. Este modo, que conta com diversos conteúdos diários, semanais e sazonais, é diretamente ligado ao calendário do campeonato mundial real. Ele inclui um novo e interessante sistema de progressão, que desbloqueia uma série de atualizações de carros, pinturas, trajes de corrida e capacetes, promovendo um ambiente competitivo bem interessante. Ao poder desbloquear motores novos, pessoal do paddock e outros pontos que influenciam nas características do carro, este modo dá um controle bem interessante ao jogador, que terá que competir em modos online e offline para conseguir bater objetivos e conseguir peças cada vez melhores.
Progressivamente, o F1 World vai abrindo cada vez mais desafios, com níveis ainda mais difíceis e regras variadas. Portanto, você poderá jogar partidas mais simples, com poucas regras e muitas assistências e, no decorrer dos desafios, as coisas vão ficando cada vez mais tensas. Este modo é excelente para quem quer ir aprendendo gradativamente a jogar o jogo, aprendendo suas mecânicas e controles. Particularmente, achei um modo viciante, feito para quem gosta de dar muitas voltas e se superar o tempo todo. E aquela coisa de achar peças e pessoal cada vez melhores, tal como as cartinhas do Ultimate Team, é bem legal, e nos faz querer jogar mais e mais.
Desempenho, gráficos e outros pontos
Se tem uma coisa que F1 23 melhorou bastante desde o seu antecessor foi o desempenho. Ano passado, sofri um bocado com erros e fechamentos abruptos do jogo. Agora, os problemas que tive são bem menores. A única coisa que percebi desta vez foi um pouco de aquecimento na placa de vídeo, algo reportado por outros jogadores. Contudo, parece que o jogo foi atualizado e este problema cessou. Além disso, em raros momentos F1 23 apresentou erros. Na verdade, o ideal era que isso não acontecesse. Mas acontece. Raramente, mas acontece.
Já no quesito gráfico, F1 23 é um bom jogo e aprimorou também o que já tínhamos visto no jogo anterior. O grande destaque pra mim fica na parte das cutscenes do modo Ponto de Frenagem, que são extremamente bonitas e realistas. O geral do jogo segue muito bonito: os carros e pistas estão ainda mais detalhados e precisos. Contudo, muito do conteúdo do jogo ainda é similar ao do anterior, tipo as animações de pódio, vozes do rádio e outras dublagens. Mas é algo secundário e que funciona. Ou seja, não mexeram no time que estava ganhando. Eu particularmente queria que tivessem mais detalhes no pós-corrida, mas vai ficar pra próxima…
Vale a pena comprar F1 23?
Sinceramente, eu sou do tipo de pessoa que acorda 5 da manhã para assistir uma corrida. Isso pode parecer enviesar minha crítica, mas acaba sendo o contrário. Fico ainda mais “enjoado” para falar do jogo. É claro, ele é um bom simulador, mas não é 100% perfeito. Contudo, a experiência que tive e ainda tenho em F1 23 me fez amar ainda mais a categoria mais rápida das corridas. E não precisa ser necessariamente um jogo perfeito para isso. Já fico extremamente feliz de sentir cada zebra vibrando em meu volante, onde tenho que brincar de piloto e ter reações de milissegundos para escapar de uma batida em alguma mureta. Pra mim, isso é mágico.
F1 23 tem alguns probleminhas, algumas coisas que se repetiram do ano anterior, como as animações, mas é um título que apresenta uma jogabilidade mais apurada e coloca os jogadores de controle e volante mais próximos no páreo. Afinal de contas, ter um volante é algo bem caro e específico para um tipo de jogo. E graças a F1 22, tive a coragem de adquirir o meu, pra sentir o gostinho da competição em alta velocidade bem em minhas mãos. Não me arrependo.
A EA fez um trabalho sólido e que tende a melhorar cada vez mais se a empresa investir o necessário neste jogo, que é um pouco nichado. Mas só de trazer o Ponto de Frenagem 2 e o F1 World, dá pra ver que a franquia tem futuro.
Desta forma, para fãs apaixonados como eu ou curiosos que querem curtir uma corridinha, F1 23 é um dos melhores jogos que pude simular aqui. É democrático, divertido, desafiador e simplesmente insano, como as corridas da vida real. Agora então, com novas pistas como a de Las Vegas e a entrada da bandeira vermelha, o título toma um novo rumo ao realismo, simulando muito bem este campeonato maravilhoso. Por fim, peço encarecidamente para a EA não frustrar os fãs de automobilismo, entregando anualmente um jogo forte e emocionante como esse. Há algo a melhorar? Sim, mas está no caminho certo, e isso merece ser ressaltado.
*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Electronic Arts.