GUNDAM BREAKER 4 | Review

GUNDAM BREAKER 4 é um jogo de hack & slash, com um grande foco em montagem e customização de gunplas, desenvolvido pela CRAFTS & MEISTER Co., Ltd e publicado pela Bandai Namco Entertainment Inc. Nele, somos colocados para aproveitar a mais nova iteração do popular simulador GUNPLA Battle Blaze: Beyond Borders, almejando nos tornar um dos melhores jogadores dos servidor. Mas, será que conseguiremos? Essa, minha gente, é a pergunta de milhões.

E a segunda pergunta é: será que o rolê vale o preço da entrada? É o que veremos agora, em mais uma análise robotástica do Pizza Fria!

Amarrado em robôs gigantes desde 1979

É isso aí, pilotos e pilotas desse mecha pizza sideral. Sou um grande fã do gênero de mechas, nossos amados robôs gigantes, desde quando vi meu primeiro anime da saga Mobile Suit Gundam. Se fui nascido nessa época? Que indelicado, leitor! Gostaria que soubesse que minha idade nem é tão avançada assim, se tomar como padrão as formas de vida de outras realidades paralelas.

De todo modo, permitam-me ser um bocado nerd agora. Embora não tenha sido responsável por criar o gênero mecha, visto que outras obras como Mazinger Z já faziam sucesso bem antes do fim da década de 70, é inegável que o lançamento de Mobile Suit Gundam elevou o conceito para novas alturas. A mistura da ação com temáticas mais pesadas, quase sempre destrinchando a guerra e os efeitos que ela tem sobre a humanidade, serviu para cimentar a saga como uma das maiores dos universos das animações como um todo.

E Gundam não se resume apenas aos animes, saibam vocês. Duas grandes vertentes seguem responsáveis por manter a franquia no alto. A primeira seria a do hobbie de montagem de bonecos articulados baseados nos robôs mais famosos da saga. Eles costumam ser vendidos em kits, chamados gunplas, prontos para montarmos da maneira que quisermos. A segunda lida com os videojogos, dos quais nosso querido de hoje é um orgulhoso representante. Senhores e senhores, sem mais delongas, vamos ao que interessa! Hora de fofocar sobre GUNDAM BREAKER 4.

GUNDAM BREAKER 4
Na pose. (Imagem: Divulgação)

História

A trama de GUNDAM BREAKER 4 vai na contramão das temáticas mais adultas da série, propondo uma história focada em um simulador online chamado GUNPLA Battle Blaze: Beyond Borders (4B) e na jornada de nosso protagonista, tão ambicioso quanto silencioso, até se tornar um poderoso e famoso gundam meister. De fato, o sonho de todo jogador é se tornar o numero uno nas rankeds, não é mesmo?

Durante a jornada, faremos aliados e rivais dos mais variados tipos, enquanto fortalecemos o clan que criamos e aprendemos mais sobre as pessoas que estão ao nosso redor e passamos a conhecer mais sobre o universo em torno dos gunplas e do 4B como um todo. A trama não vai muito além disso, e certamente é muito mais leve e tranquila do que estamos acostumados com a franquia.

Admito que, em um primeiro momento, pensava em encontrar algo mais na vibe de Armored Core do que algo parecido com .HACK ,no sentido de que jogamos um jogo dentro de um jogo, por se dizer. Isso por si só não seria um problema se a trama fosse mais bem construída, ou contasse com personagens mais interessantes ou divertidos.

Nesse sentido, GUNDAM BREAKER 4 entrega uma história mais protocolar, focada em nos dar uma ideia geral do que está rolando e uma motivação para fazer as diversas missões oferecidas pelo balcão de quests dentro do jogo. Diria, talvez, que está mais para algo mais direto e menos provocativo como G GUNDAM, por exemplo. Vejam e verão que, ainda que divertido, poderia ser um pouco mais.

GUNDAM BREAKER 4
Ousadia e alegria. (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade

Se GUNDAM BREAKER 4 fosse uma pizza, ele seria dividido em três agradáveis sabores: hack and slash, customização/criação de gunplas e a montagem de dioramas. Curiosamente, pedi uma com este último sabor para comer no fim de semana passado e achei simplesmente divino, leitoras e leitores. Deveriam experimentar! Dada a dica do chef, vamos em frente.

GUNDAM BREAKER 4 é construído em cima de um sistema de missões, as quais podemos selecionar em um balcão no lobby principal do jogo. Parecido com Monster Hunter, sabem? Contudo, diferente das longas missões do clássico da Capcom, as presentes em nosso queridão de hoje tendem a ser bem mais simples e rápidas. Enfrentamos ondas de inimigos, recebemos uma nota, repetimos, protegemos algo, lutamos contra chefes, e por aí vai. A fórmula não varia muito, infelizmente, mas a variedade de modelos de gunplas inimigos e a dificuldade crescente ajuda a diminuir um pouco da mesmice.

A pancadaria se dá através de controles bem fáceis de pegar, sendo que podemos atacar com uma ou duas armas diferentes de perto ou longe, esquivar, usar especiais mapeados para os botões de cima da manete e voar enquanto tivemos a barra de thrust cheia o suficiente. O maior foco, aqui, não é apenas explodir os inimigos. Na verdade, é fazê-lo arrancando o maior número de peças possíveis que, uma vez obtidas, podem ser utilizadas para aprimorar nossa próprio gunpla.

GUNDAM BREAKER 4 nos dá uma seleção invejável de armas para isso, cada uma se completando e contrastando bem. Minha estratégia era sempre utilizar o chicote para puxar os inimigos, uma lâmina dupla para fatiar e arrancar os pedacinhos e dois rifles laser parecidos com os vistos em Gundam Wing para lidar com os inimigos menores. Bem legal, de fato.

GUNDAM BREAKER 4
Eu sou pequeno mas não sou metade, mané. (Imagem: Divulgação)

O segundo pilar de GUNDAM BREAKER 4 é a montagem de gunplas, que é bem completa e intrincada. Cada peça que obtemos pode ser equipada, e cada uma possui seus próprios atributos e habilidades. Podemos recriar uma enorme quantidade de mechas famosos do desenho com facilidade, ou também podemos fazer umas misturas malucas que, mesmo feiosas, batem com firmeza. Os fãs de min-maxing se sentirão no céu, principalmente, após verem a quantidade de atributos e parâmetros que podemos avaliar e utilizar.

O terceiro foco é na construção dos famosos dioramas, pequenos cenários estáticos representando o que nossa imaginação desejar fazer. Admito que nunca tive paciência de construir nenhum na vida real, mas a quantidade de opções disponíveis aqui fizeram até um preguiçoso nato como esse que vos escreve gastar um tempão fazendo um de dois gundams dando joinha e falando “Pizza Fria é brabo, cara”. O sistema ficou bem legal, e mal posso esperar o que a comunidade irá criar com o tempo, tanto com isto quanto com os gunplas.

Contudo, senti alguns problemas um pouco chatos com alguns aspectos do jogo. Por exemplo, a câmera de GUNDAM BREAKER 4 é uma loucura, principalmente quando lutamos com os chefões gigantes. Mirar em peças específicas é muito mais complicado do que devia, e por vezes me vi errando um super laser mais por conta do game se comportar mal do que por eu ser ruim de mira. Além disso, as missões são rapidinhas demais, desperdiçando um sistema de movimentação e combate que tinha o potencial de ser muito mais.

GUNDAM BREAKER 4
Que diorama, minha gente. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

GUNDAM BREAKER 4 possui visuais competentes, com especial atenção para os diversos gundams que vemos. Todos foram transportados muito bem das diversas obras da saga, sendo facilmente distinguíveis. Contudo, devo dizer que a interface do jogo é bem confusa, dificultando a compreensão das diversas mecânicas do game e, principalmente, dos diversos parâmetros de construção dos gunplas. Assusta no começo, e levamos um tempo até acostumar.

A trilha sonora de GUNDAM BREAKER 4 é adequada, não indo abaixo nem acima do que esperava para um título com essa premissa. Ainda que não tenhamos as composições mas épicas e pesadas de alguns dos animes, o que recebemos é bem dentro da estética e da vibe que a trama e os visuais tentam passar.

GUNDAM BREAKER 4
Quanta coisa. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar GUNDAM BREAKER 4?

É isso aí que leram no título, amados apreciadores e apreciadoras das massas finas. Será que GUNDAM BREAKER 4 vale a pena? E, principalmente, será que é uma boa pedida para aqueles que, diferente de mim, não possuem tanto carinho ou familiaridade com o material já lançado até hoje, seja ele em qualquer uma das várias mídias pelas quais os gundams voaram? Bem, vamos elencar os pontos positivos e negativos para termos uma ideia melhor.

De positivo, GUNDAM BREAKER 4 entrega uma jogabilidade bem legal, com uma quantidade invejável de armas e habilidades, uma customização insana e um modo de montagem de dioramas invejável e temos legendas em português. Contudo, a trama não é tão trabalhada quanto poderia, a câmera é bem bagunceira, a interface um pouco confusa. Por fim, acho que poderíamos ter uma maior variedade e duração das missões.

Mas, no fim das contas, eu ainda me diverti bastante com GUNDAM BREAKER 4. Acredito que os fãs da obra irão aproveitar muito mais, principalmente com os dioramas, mas nada impede marinheiros e marinheiras de primeira viagem de curtirem também. Sendo talvez, até, o pontapé inicial para adentrarem no universo Gundam.

GUNDAM BREAKER 4 será lançado para PC, via Steam, PlayStation 4, PlayStation 5 e Nintendo Switch no dia 29 de agosto.

*Review elaborada em um PC equipado com uma RTX com código fornecido pela Bandai Namco.

GUNDAM BREAKER 4

+ R$ 232,50
7.5

História

7.0/10

Jogabilidade

7.0/10

Sons e Visuais

7.0/10

Extras

9.0/10

Prós

  • Combate divertido com muitas opções ofensivas
  • Montar e customizar gunplas é legal demais
  • O modo diorama é super completo e com diversas opções para construção de modelos
  • Podemos jogar com diversos Gundams da franquia, dos mais famosos aos mais obscuros
  • Legendado em português

Contras

  • A trama poderia ser mais bem explorada
  • Interface pesada e um pouco confusa
  • Poderia ter uma maior variedade em missões e objetivos, além da duração
  • A câmera costuma ficar meio sapeca quando não deveria, causando frustração e golpes no vento

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.