Hades II | Preview
Hades II é um roguelike de ação que, e peço que acreditem em mim nisso, não é nada mais, nada menos, que a sequência do fenomenal Hades. O jogo, desenvolvido e distribuído pela Supergiant Games, nos coloca no papel de Melínoe, princesa do submundo e irmã de Zagreus, protagonista do primeiro jogo, em sua busca por vingança contra o titã Cronos.
E aí, será que essa jornada promete? É o que veremos agora, em mais uma prévia do Pizza Fria.
Estou pronto!
A vida, leitores e leitoras, não é perfeita. E, como notado nas aventuras do witcher Geraldão da Rivia, raramente saem dos tons de cinza. Portanto, não podemos esperar que as coisas sigam os rumos certos o tempo todo. Levanto todo esse ponto para dizer que, infelizmente, não serei imparcial com Hades II. Afinal, o primeiro foi um dos meus jogos favoritos dos últimos tempos, o que me fez começar esse com grandes expectativas e carinho.
Mas, será que ele ficou bom? Ou melhor, e mais em linha com a ideia de acesso antecipado, será que ficará? Como comentei em minha palinha sobre No Rest for the Wicked, a ideia do Early Access, grande moda nos tempos modernos, é colocar o jogo ainda em desenvolvimento para a galera poder jogar, testar e reclamar. Afinal, é uma boa forma de conseguir o famigerado feedback, tudo considerado.
Ainda que seja apenas um trabalho em andamento, Hades II já chega com uma quantidade considerável de conteúdo para testarmos, inclusive com coisas que provavelmente irão se manter na hora que o título sair inteiro, em sua versão final. Agora, vou contar um pouco para vocês do que achei interessante com base no que vi até agora.
A trama de Hades II gira em torno de Melínoe, filha do deus Hades e irmã do protagonista do primeiro jogo. Diferente de seu irmão rebelde, nossa princesa do submundo deseja encontrar, espancar e trucidar Cronos, o titã que controla o tempo. Que cara desagradável! Da última vez que o vi, ele tinha um templo em suas costas e tinha de fugir de um espartano careca e cheio de raiva.
Assim como no título anterior, o jogo apresenta uma boa quantidade de personagens secundários (alguns novos e outros não) com personalidades bem únicas e cativantes. Ainda que esteja sujeito a mudanças, o diálogo e a apresentação de cada um deles ficou bem legal. A mestra Hecate, com suas lições duras mas amorosas, a fantasma Dora que precisa aprender a assustar, e por aí vai.
Acredito que o produto final irá ficar ainda melhor, principalmente por conta de outros pontos que deixarei de surpresa para vocês. Afinal, qual seria a graça de contar tudo? Como dica, digo para lembrarem das diversas interações que Zagreus tinha após ir e vir da área central de Hades e pensarem em como isso pode ser expandido.
A jogabilidade pega tudo que tivemos em Hades e melhora, se é que isso era possível. O básico se mantém o mesmo: começamos sem habilidade nenhuma, apenas selecionando qual das armas (com estilos e golpes únicos) iremos usar. Daí, saímos indo de arena em arena derrotando todos os inimigos até conseguir nossa recompensa. Além de habilidades e dinheiro, agora podemos conseguir armaduras e outros materiais de criação.
O combate de Hades II está ainda mais redondinho, principalmente com a adição do sistema de mana e magias. Melínoe pode utilizar uma série de especiais, carregando os ataques básicos ou especiais, além de invocar um círculo com diversos efeitos que pode prender os inimigos ou dar dano. Cada arma possui uma série de magias, que podem ser aprimoradas e alteradas com as bênçãos que os deuses deixam para nós. Fora isso, agora podemos correr, bastando segurar o botão de esquiva.
Tudo isso, somado às fundações sólidas da série, resulta em uma experiência de jogo rápida, divertida e super responsiva. O jogo é difícil, e vamos morrer. Mas em nenhuma das vezes é por algo injusto ou mal concebido. E se morrermos, ao menos podemos usar a oportunidade para melhorar nossa heroína através do novo sistema de cartas. Elas permitem melhorar uma série de atributos, ou introduzir novas vantagens, e podem ser alocadas até um limite máximo. Isso é legal, tanto pela variedade quanto pela necessidade de fazer o jogador pensar na melhor opção e combinação.
A última novidade de gameplay que quero levantar são as ferramentas para coletar recursos, que podem ser usados tanto na liberação de novos equipamentos quanto no preparo de melhorias e outras belezuras em um caldeirão mágico. Enfim, Hades II está com muita coisa nova para mostrar, e mesmo essa versão de prévia já demonstra que as novidades vão agradar.
Outro ponto que me agradou demais foram os visuais. Hades II segue a tradição de animações maravilhosas e gráficos cheio de cor e vida, bem como cenários que crescem aos olhos. Eu gostei do que vi, e acredito que o título está caminhando para manter a tradição sem parecer uma cópia de seu antecessor. O mesmo se dá com a trilha sonora e dublagem, que seguem sendo um primor.
O que esperar de Hades II?
Hora de fingir que consigo prever algo além do que está logo no meu futuro imediato, leitores e leitoras. Será que Hades II será um jogo maneiro, e digno de nossa atenção? Bom, se eu fosse um homem esperançoso, ainda sem a corrupção da vida adulta e o peso dos boletos, eu diria que acredito que sim. E mais, que o título pode até figurar entre os melhores do ano.
Emocionado, eu? Quem sabe. Mas é inegável a qualidade que já se apresenta no early access, conhecido justamente por apresentar títulos sem todas suas ferramentas e ainda incompleto. Eu me diverti demais com o que joguei, e vi certas coisas que prometem tornar algo que já era bom ainda melhor, até expandindo e aprimorando o que entendemos por roguelike no momento.
Hades II está disponível para PC, via Steam e Epic Games Store.
*Preview elaborada em um PC, equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Supergiant Games.