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Hades | Review

Após quase dois anos de acesso antecipado, Hades, o quarto jogo da Supergiant Games, finalmente foi lançado para Nintendo Switch e para computadores PC e Mac, via Steam e Epic Games Store. E a premissa de Hades é ser um roguelite com dungeon crawler único, no qual o jogador assume o papel de Zagreus, filho do deus dos mortos Hades, na tentativa de escapar do Submundo em direção ao plano terreno. Com história e elenco ricos em um novo estilo para os jogos da Supergiant, será que Hades rompe barreira de um jogo independente para chegar ao Olimpo dos gigantes na indústria dos games?

Hades – o meu Jogo do Ano em 2020

Escapar do inferno. Nenhum objetivo parece tão motivador, ainda que figurativamente – nunca queremos nos encontrar em uma situação infernal e, dia a dia, trabalhamos e nos divertimos para escaparmos desse suposto martírio e em busca de uma vida melhor. Acontece que o príncipe Zagreus vive literalmente no Inferno, regido por seu pai, Hades.

Neste jogo homônimo, o deus dos mortos impõe um regime autoritário sobre as almas residentes no Submundo. Estas almas não podem nem mesmo transitar pelos diferentes níveis do além (Inferno, Asfodelo e Elísio). Já deu pra entender que a sua missão será conseguir levar Zagreus até a porta que separa o Submundo da superfície, né? E essa missão não será nada fácil.

Hades está inspirado na mitologia grega, trazendo personagens elaborados e história rica em um jogo viciante e inovador. (Imagem: Reprodução)
Hades está inspirado na mitologia grega, trazendo personagens elaborados e história rica em um jogo viciante e inovador. (Imagem: Reprodução)

Hades herda o código genético de seus desenvolvedores, Supergiant Games, e por isso é muito similar a Bastion, Transistor e Pyre. E esse time de ex-funcionários da EA aproveitou tudo que aprendeu durante seus 11 anos de existência e durante os quase dois anos de acesso antecipado de Hades.

A diferença, desta vez, é Hades se explora uma mistura de gêneros (com destaque para roguelite, aventura e RPG), cujo objetivo é ajudar Zagreus, um semi-deus, a escapar para o mundo dos mortais. Na dúvida sobre o que isso significa? Basicamente, um roguelite é uma variação dos roguelikes, jogos nos quais os níveis são gerados aleatoriamente (procedurais) a cada partida e têm punição alta a cada morte, como mortes permanentes ou perda de itens.

Cada tentativa de fuga é diferente em Hades, com níveis gerados aleatoriamente. (Imagem: Reprodução)
Cada tentativa de fuga é diferente em Hades, com níveis gerados aleatoriamente. (Imagem: Reprodução)

Visão geral da história e da jogabilidade

Mas a Supergiant Games aperfeiçoou Hades ao ponto que a experiência é uma escalada árdua sem ser frustrante. Comece um jogo novo e o narrador logo diz que o rei do Submundo inspira uma vida de miséria e arrependimento. Após a brevíssima fala, você já controla Zagreus em sua primeira tentativa de escapar.

Sem falatório nem tutorial – você será jogado na jaula com os leões. E é desta maneira que aprendemos como jogar o que, para mim, é o jogo do ano em 2020. Lembra do que é roguelite? O objetivo é “matar” todas as almas em uma sala (cujas aparências são diversas, de diferentes classes e estilos de combate) para poder avançar à sala seguinte, matar inimigos e avançar mais.

Prepare-se para ver esta tela algumas vezes. Hades é um jogo difícil, mas a maior recompensa é se sentir mais forte na escapatória seguinte. (Imagem: Reprodução)
Prepare-se para ver esta tela algumas vezes. Hades é um jogo difícil, mas a maior recompensa é se sentir mais forte na escapatória seguinte. (Imagem: Reprodução)

A cada sala superada, você deve escolher uma das portas liberadas para prosseguir. Estas portas, por sua vez, mostram qual das oito recompensas estará disponível para Zagreus recolher após abater os inimigos. E esse é um dos pontos nos quais Hades começa a ganhar forma como um jogo de outra natureza: o sistema dessas recompensas é extremamente bem equilibrado e variado.

Em primeiro lugar estão as Bênçãos (boons) – oferecidas em quatro graus de raridade pelos deuses do Olimpo – ou seja, primos e tios de Zagreus – e provêm melhorias às habilidades do príncipe. Tais habilidades são mapeadas de forma simples e, para sua estratégia de combate, você dispõe de ataque, ataque especial, arranque, tiro e chamado especial. Aos poucos, todas as lutas e salas se transformarão em ferozes batalhas estratégias e extremamente rápidas – quem assiste sem ainda ter jogado sofrerá para acompanhar toda a informação.

O parentes olimpianos do príncipe Zagreus enviarão bênçãos com efeitos diversos para ajudá-lo em seu objetivo. (Imagem: Reprodução)
O parentes olimpianos do príncipe Zagreus enviarão bênçãos com efeitos diversos para ajudá-lo em seu objetivo. (Imagem: Reprodução)

Afrodite, Ares, Artêmis, Atena, Dionísio, Hermes, Poseidon, Zeus e mais dois personagens, que valem o segredo, enviarão bênçãos para você escolher um de três efeitos. Zeus, por exemplo mergulhará suas armas com dano elétrico e disparará raios em cadeia que saltam de um inimigo. Ao ser agraciado pelo mesmo deus novamente, você terá a chance de melhorar o poder escolhido. Às vezes, dependendo da combinação de graças, dois deuses olimpianos unirão forças e acumularão efeitos.

Uma bênção indispensável é a de Caos, a personificação do vazio que existia antes da criação da noite (encaranada na forma de Nix) e de todo o universo. Quando um portal de Caos se abrir no solo, Zagreus trocará pontos de saúde pela entrada; em seguida, alguma proibição (e punição, caso violada) estará ativa por três ou quatro salas para que uma excelente bênção entre em efeito.

Caos é a personificação do vazio que existia antes da criação de tudo – suas bênçãos vêm ao custo de sangue, mas são muito potentes. (Imagem: Reprodução)
Caos é a personificação do vazio que existia antes da criação de tudo – suas bênçãos vêm ao custo de sangue, mas são muito potentes. (Imagem: Reprodução)

Voltando às recompensas, a Romã do Poder aperfeiçoa os resultados das bendições; o Martelo de Dédalo melhora sua arma escolhida para aquela tentativa (dica pessoal: sempre escolha a porta com um Martelo de Dédalo); o Coração de Centauro aumenta sua vida durante a escapatória; os Óbolos de Caronte são moedas para comprar itens nas lojas do barqueiro dos espíritos ou nos poços. Todas estas recompensas serão perdidas caso Zagreus morra e deva recomeçar a tentativa de fuga. Pode até soar punitivo e como qualquer roguelite. Mas…

A grande sacada em Hades é a persistência de alguns colecionáveis e como cada morte impacta significativamente a experiência. Quando você morre, Zagreus fica mais forte para a próxima tentativa. Não só isso: uma escapatória frustrada coloca nosso herói de volta à Casa de Hades – afinal de contas, um semideus não pode morrer, então ele só renasce em uma das piscinas de sangue no Submundo. Essa cena será repetida algumas vezes, mas é fascinante. E as recompensas que te acompanham são o Néctar (presentes para outros personagens, melhoram relacionamentos); a Escuridão (melhora habilidades de Zagreus no Espelho da Noite); os Cristais (compram melhorias na Casa de Hades); e as Chaves Ctônicas (liberam mais habilidades e armas).

A escolha da próxima sala será um dilema em várias ocasiões durante a jogatina em Hades. (Imagem: Reprodução)
A escolha da próxima sala será um dilema em várias ocasiões durante a jogatina em Hades. (Imagem: Reprodução)

É na Casa de Hades onde encontramos o próprio rei do Submundo, que logo dará a bronca ao filho que tenta fugir de sua casa (mas em uma escala de deus ctônico), podemos fazer carinho no doguinho de três cabeças, Cérbero, e melhorar seu relacionamento com diversos personagens ao presenteá-los com Néctar.

Todos os retornos são significativos, pois os todos os personagens têm uma infinitude de falas e a narrativa, inicialmente vazia, é como descobrir a parte oculta de um iceberg – retorne vez e vez de novo para passar a entender a motivação do jovem príncipe e se dar conta das personalidades muito bem trabalhadas.

Ao regressar à Casa de Hades, você pode adquirir melhorias e habilidades permanentes para Zagreus utilizando as Chaves Ctônicas e Escuridão como moeda de troca. (Imagem: Reprodução)
Ao regressar à Casa de Hades, você pode adquirir melhorias e habilidades permanentes para Zagreus utilizando as Chaves Ctônicas e Escuridão como moeda de troca. (Imagem: Reprodução)

E justo graças àquele excelente começo, bem cru e sem muita informação, que Hades evolui a cada retorno. De repente, por exemplo, colocamos Zagreus no meio do relacionamento do músico Orfeu e de sua musa Eurídice. Normalmente, falaria mais a respeito da história, mas, para não deixar spoilers, digamos que é fascinante descobrir o motivo pelo qual Zagreus quer tanto sair da Casa de Hades e partir em direção ao Monte Olimpo.

Dificuldade, controle e evolução do gênero

Hades revoluciona os roguelites graças a sua dificuldade alta, porém benevolente. Aliás, não quis chamá-lo de roguelike para não entrar em pequenos atritos com a Interpretação de Berlim, uma convenção que lista as características definidoras do gênero feita pelos próprios desenvolvedores do estilo.

As características que Hades importa são os níveis gerados (quase) aleatoriamente, o jeitão hack and slash, o cenário em grade (neste caso com visão isométrica) e a ideia de que a morte reseta todo o progresso… Mas, não é bem assim…

Deuses (neste caso, parentes) do Olimpo concederão bênçãos a Zagreus para aprimorar suas habilidades e armas. (Imagem: Reprodução)
Deuses (neste caso, parentes) do Olimpo concederão bênçãos a Zagreus para aprimorar suas habilidades e armas. (Imagem: Reprodução)

O reinício é benevolente, já que Zagreus ganha pontos (escondidos) em sua força cada vez que morre. Além disso, estão as Lembranças, artefatos dados pelos deuses em retribuição ao Néctar a eles oferecidos. Você elege uma Lembrança para começar a tentativa de fuga e, em certos pontos, terá a chance de trocá-la. A função destes itens é modificar atributos específicos, como, por exemplo, recuperar saúde a cada sala superada ou ganhar Óbolos de Caronte adicionais.

Fato curioso: existe uma convenção chamada de Interpretação de Berlim, feita por desenvolvedores de roguelikes, cujo objetivo é definir critérios para que um jogo pertença ao gênero roguelike.

Antes de se aventurar em outra tentativa, armas serão liberadas aos poucos, ampliando o leque de estilos de combate. O número de estratégias possíveis é enorme se combinarmos as armas, Lembranças e aplicação das diversas Bênçãos. O controle responde sempre rapidamente e, juntando estes elementos, as lutas parecem exercícios rápidos e ferozes. A tensão ao se deparar contra inimigos com armadura e violentos é real e latente.

Nem todas as salas estão cheias de inimigos - intervalos bem-vindos para descanso apresentarão personagens que ajudarão em sua jornada. (Imagem: Reprodução)
Nem todas as salas estão cheias de inimigos – intervalos bem-vindos para descanso apresentarão personagens que ajudarão em sua jornada. (Imagem: Reprodução)

Pelo caminho, o descanso pode vir na forma de algumas salas que surgem com personagens adicionais, como Sísifo ou Eurídice, que darão uma mãozinha a mais e têm histórias que se aprofundam a cada reencontro.

Em outros momentos, o barqueiro dos espíritos Caronte aparecerá com sua loja, na qual quase sempre é uma boa ideia deixar alguns Óbolos em troca de uma Bênção.

As salas aleatoriamente criadas pelo jogo podem conter ainda baús que oferecem desafios impostos pelo próprio Hades (Provação do Tesouro) e regeneram a saúde de Zagreus ou oferecem Cristais e Escuridão. Finalmente, fontes de restauração, seções de interlúdio entre os três níveis do Submundo e poços de Caronte (para comprar itens ou bênçãos sem encontrar diretamente o barqueiro) estão espalhados por aí.

Caronte não é do tipo falante, mas sua loja é o lugar ideal para gastar os Óbolos de Caronte, uma moeda que se perde com a morte. (Imagem: Reprodução)
Caronte não é do tipo falante, mas sua loja é o lugar ideal para gastar os Óbolos de Caronte, uma moeda que se perde com a morte. (Imagem: Reprodução)

Visuais e som

Se você está familiarizado com outros trabalhos da Supergiant Games, identificará o mestre pelo trabalho logo de cara em Hades.

Os visuais estilizados e com cores saturadas, com detalhes luminosos em neon, são marca registrada dos artistas da Supergiant e apresentam uma releitura da mitologia grega e dos deuses olimpianos e ctônicos.

Algumas salas trazem uma Provação do Tesouro. A escolha é sua se o risco vale o prêmio. (Imagem: Reprodução)
Algumas salas trazem uma Provação do Tesouro. A escolha é sua se o risco vale o prêmio. (Imagem: Reprodução)

Muito provavelmente o aspecto mais legal é como os personagens são elaborados e ricos além de suas personalidades tão bem escritas: os visuais são representativos, como – por exemplo –Atena e Eurídice negras e Orfeu como transexual (também implícito por trechos de texto).

Os três estágios do Submundo são suficientemente distintos e elaborados. Por todos os lugares vemos o emblema de Hades (às vezes mais escondido, outras mais escancarado) em algo que pode ser considerado uma façanha da arquitetura procedural.

Cérbero é seu doggo amigo, mas não te deixará passar para o mundo dos vivos. Como se dará este confronto? (Imagem: Reprodução)
Cérbero é seu doggo amigo, mas não te deixará passar para o mundo dos vivos. Como se dará este confronto? (Imagem: Reprodução)

Por outro lado, a trilha sonora é novamente obra de Darren Korb, o Orfeu inspiradíssimo da Supergiant. Você pode conferir toda a trilha pelo canal de Youtube da própria desenvolvedora ou pela lista no Spotify, além de comprá-la com o jogo por Steam ou por Epic Games Store. Os cánticos de Eurídice e as guitarras violentas do combate, canções e músicas ilustram e ditam o ritmo de tranquilidade ou de ansiedade a cada passo (flamejante) de Zagreus.

A dublagem é incrível e uma das melhores jamais vistas em um jogo independente. Todos os personagens falam com distinção – e falam pelos cotovelos, diga-se de passagem, já que a quantidade de falas diferentes é absurda. Você jogará dezenas de horas e horas até ver algo repetido. Para quem gosta de jogos dublado, Hades infelizmente não conta com vozes em português do Brasil, apenas texto traduzido. A tradução está quase sempre boa, mas faltou revisão, pois vi desde espaços duplos e algumas frases reeditadas sem muito sentido (ainda bem que estava prestando atenção na fala) até erros ortográficos, como um “talves” (sic).

Toques de humor em uma narrativa excelente incluem a única alma torcedora de Zagreus ao enfrentar Teseu e o Minotauro. (Imagem: Reprodução)
Toques de humor em uma narrativa excelente incluem a única alma torcedora de Zagreus ao enfrentar Teseu e o Minotauro. (Imagem: Reprodução)

E, claro, os efeitos sonoros também seguem a tendência deste jogo incrível. O som do golpe encaixado ou da lâmina cortando o vento e tocando as armaduras é fora de série para um jogo independente. Sinta-se no controle e aproveite a experiência sensorial de Hades.

Pequenos problemas no Switch…

Fora o problema com a revisão das legendas em português, a quase perfeição de Hades é arranhada por pequenos problemas de desempenho no Nintendo Switch.

Salas com muitos inimigos e com muitos efeitos rodando ao mesmo tempo afetam a taxa de quadros por segundo (qps) e a resolução no console. Outro incômodo do console (facilmente observado pela discrepância entre o tamanho do jogo nos PC e no Switch) são muitas das texturas em baixa qualidade. Ainda assim, quando atracado na doca, Hades roda a 60 qps.

Escolha sua arma de preferência. Em Hades, elas vão sendo desbloqueadas e mudam a jogabilidade completamente. (Imagem: Reprodução)
Escolha sua arma de preferência. Em Hades, elas vão sendo desbloqueadas e mudam a jogabilidade completamente. (Imagem: Reprodução)

… Para um jogo enorme

É difícil mensurar o feito pela Supergiant. Eu fui pego de surpresa com o jogo, já que não acompanhei o acesso antecipado, exceto pela ótima série do canal NoClip, que acompanhou o desenvolvimento de Hades. O feedback dado por fãs durante o período de acesso antecipado parece ter sido crucial para refinar o jogo, assim como a experiência do time com os títulos anteriores pela última década.

Tânatos. a personificação da morte, te desafiará a um jogo de quem "mata" mais almas. (Imagem: Reprodução)
Tânatos. a personificação da morte, te desafiará a um jogo de quem “mata” mais almas. (Imagem: Reprodução)

Hades surpreende com a quantidade de conteúdo e com quão bem executado ele é – a narrativa excepcional, o estilo de arte único e assinado pelos artistas da Supergiant, a trilha sonora descomunal… Um jogador pode precisar de algumas dezenas de horas para conseguir escapar pela primeira vez.

Só que, para ver a integridade de Hades, é necessário jogar muito. Muito mesmo! Só para ilustrar, os créditos subirão ao conseguir escapar pela décima vez… E vou deixar no ar que ainda existem modos nos quais você configura e eleva a dificuldade em busca de mais recompensas. Certamente um jogo tão viciante deve manter jogadores ocupados por um bom tempo (e há razões para ficar preso a Hades).

Presenteie os deuses do Olimpo para receber lembranças que produzem efeitos diversos. (Imagem: Reprodução)
Presenteie os deuses do Olimpo para receber lembranças que produzem efeitos diversos. (Imagem: Reprodução)

Vale a pena comprar Hades?

A eterna pergunta das análises e reviews de todo mundo é respondida aqui com um sonoro: experimente Hades e tente escapar pelo menos duas vezes! Talvez roguelites não sejam sua praia, visão isométrica não seja sua praia, hack and slash

Hades é um jogo responsável por apresentar uma vívida sensação do porquê jogamos videogame: o empoderamento de estar no controle e ao mesmo tempo termos os sentidos estimulados junto à nossa coordenação motora. Tudo isso enquanto vivemos uma história imersiva e rica de personagens.

Não sei se dá pra chamar Zagreus de herói por seus problemas com o pai, mas o príncipe do Submundo leva carisma e engaja o jogador em seu objetivo. Você vai querer ver o desfecho e, se tiver uma veia complecionista, vai tentar escapar com todas as armas e com combinações possíveis.

Decida como prefere lutar combinando diferentes armas com inúmeras habilidades e sinta-se mais forte a cada tentativa de fuga. (Imagem: Reprodução)
Decida como prefere lutar combinando diferentes armas com inúmeras habilidades e sinta-se mais forte a cada tentativa de fuga. (Imagem: Reprodução)

Como não tenho acesso a um PlayStation 4, não joguei The Last of Us Part II e nem Ghost of Tsushima, que foram fortíssimos candidatos e favoritos para ao título Jogo do Ano de 2020, vencido pelo título da Naughty Dog. Mas existe uma beleza em torcer pelo azarão, pelo jogo que teve, possivelmente, o menor orçamento e a menor publicidade que os citados e que Animal Crossing: New Horizons. Hades é, sem dúvida nenhuma, meu jogo favorito deste ano e embaça a linha que separa um jogo indie de um jogo AAA. Supondo que todos jogamos ao menos cinco jogos durante um ano, dar uma chance a Hades é praticamente obrigação de todo jogador com acesso a uma obra-prima inesperada.

Hades embaça a linha que separa um jogo indie de um jogo AAA.

Ah, anote isso: a sensação ao derrotar a Fúria pela primeira vez depois de tanto ter apanhado… Fora deste mundo… Talvez rivalize com aquela de quando Link termina de puxar a Master Sword em Ocarina of Time e, quando o quadro se abre, vemos um Link adulto e uma nova porção imensa do jogo se abre. Mas bem, essa é minha opinião, só não deixe de experimentar Hades!

Hades: deus do Submundo, deus dos mortos e pai severo. AH! E um dos jogos de 2020 que você deve jogar! (Imagem: Reprodução)
Hades: deus do Submundo, deus dos mortos e pai severo. AH! E um dos jogos de 2020 que você deve jogar! (Imagem: Reprodução)

Mais sobre Hades

Lançamento: 17 de setembro de 2020Preço: R$ 92,46 (Loja Nintendo Brasil), R$ 47,49 (Steam, Epic Games Store)
Somente 1 jogadorTamanho: 5.5 GB (Nintendo Switch), 15 GB (PC e Mac)
Textos e menus traduzidos ao português do BrasilClassificação: 10 anos

É possível adquirir Hades nas seguintes plataformas:

Especificações mínimas para computadores

PCMac
Sistema Operacional Windows 7 SP1macOS 10.13.6 com suporte a Metal API
Placa de vídeo1GB VRAM com suporte a DirectX 10Intel HD 5000
Processador Dual Core (2,4 GHz)Dual Core (2,4 GHz)
Memória RAM4 GB4 GB
Espaço em disco15 GB15 GB

*Review elaborada em Nintendo Switch com código fornecido pela Super Giant Games.

Hades

R$ 47,49
9.9

Diversão

10.0/10

Visuais

9.5/10

Som

10.0/10

Jogabilidade

10.0/10

Conteúdo

10.0/10

Prós

  • Viciante
  • Jogabilidade precisa
  • Visuais e trilha sonora descomunais
  • Enorme
  • É um jogo indie mesmo ou um AAA?

Contras

  • No Switch, salas com muitos inimigos e efeitos engasgam o jogo
  • Texturas de baixa resolução no Switch

Carlos Maestre

Jornalista que passou a pesquisar acessibilidade digital pela constante necessidade de inverter o eixo Y - desde GoldenEye 007. Cresceu com a Nintendo e fã da (atual) Microsoft, quer a velha Rare de volta. Além de achar divertido caçar conquistas, sofrerá uma intervenção a qualquer instante por culpa de Stardew Valley.