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Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii | Review

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii é o mais novo jogo na longa saga Like a Dragon, desenvolvido pela Ryu Ga Gotoku Studio e publicado pela SEGA. Nele, acompanhamos o Mad Dog Majima Goro em outra de suas aventuras totalmente aleatórias e, sejamos sinceros, maravilhosas. Após anos quebrando tudo na Yakuza, nosso chegado se tornou um pirata. Sério.

E aí, será que deu bom? É o que veremos agora, em mais uma arrrrrnálise maravilhosa do Pizza Fria!

Por que não?

O grande problema do brasileiro e brasileira modernos, leitores e leitoras deste site que quase pode ser chamado de nirvana dos videojogos, é tentar sempre procurar sentido e razão de ser na maioria das coisas. Os motivos, justificativas e explicações para acontecimentos e ideias que, por definição ou bom senso, nunca deveriam ter se concretizado. Pizza é filosofia, não é mesmo?

Querem um exemplo? Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii. Qual a razão de pegar Goro Majima, um dos caras mais doidos e fascinantes do universo Like a Dragon, e colocá-lo como um pirata que navega em busca de tesouros pelos mares do Havaí? Isso tudo, inclusive, fazendo cosplay da famosa hostess Goromi, com seu tapa-olho e corte de cabelo arrojado? Por que é divertido, oras pois!

O título chega aproveitando muito de Like a Dragon: Infinite Wealth, como era de se esperar, mas consegue fazer algumas coisas bem legais que o fazem ter um lugar bem especial nas fileiras da franquia. Inclusive, acredito até que vai além do que o outro jogo auxiliar que vimos em 2023, Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name. Querem saber por quê? Pois venham e descubram, gente bonita.

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii
O homem voltou. (Imagem: Divulgação)

História

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii começa com Majima acordando em uma praia sem memória alguma de quem é, como costuma ser no mundo dos videogames. Após ser acordado por um garotinho maneiro chamado Noah e seu adorável mini-tigre chamado Goro. Contudo, um encontro com piratas modernos acaba fazendo com que nosso chegado se lembre que tem muito samba no pé e que também sabe bater pra caramba.

Partindo daí, Majima se mete em diversos rolos e tretas até conseguir se tornar um capitão pirata, com seu próprio navio e tripulação. Então, começa nossa aventura em busca da memória perdida do grande Majimão da galera, de lutas contra piratas modernos e da velha guarda, de novas confusões em Honolulu e, como não poderia faltar, da busca por um tesouro perdido.

Fica fácil de notar que Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii não se leva nada a sério, e essa é uma das maiores sacadas de sua história. Tirando o fato de que Majima, em sua quarta aparição jogável (Yakuza 0, Dead Souls e um extra de Kiwami 2), é um protagonista muito legal de acompanhar, todos os acontecimentos e palhaçadas pelos quais ele passam simplesmente são um deleite de ver. O jogo realmente tem aquele jeitão de filme das tardes de domingo, e isso é algo que não tem como deixar de amar.

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii
Onde é que eu tô? (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii retorna ao estilo de ação dos jogos antigos, juntando toda aquela ideia de exploração, minigames e um bocado de coisas para fazer com uma pancadaria em tempo real. Agora, nosso camarada pode lutar tanto no estilo Mad Dog, remanescente de suas outras aparições, quanto no Sea Dog. Esse, mais focado em golpes de área e com acesso a algumas coisinhas interessantes como uma garrucha velha para ataques de longe.

Cada estilo, ainda, conta com suas próprias habilidades e pontos fortes. O estilo Mad, por exemplo, é ótimo para enfrentar inimigos sozinhos e atacar com velocidade, além de contar com combos aéreos bem legais e um “super” que invoca clones de Majima para atacar junto com ele. Já o Sea, como disse, brilha na hora de enfrentar inimigos em grupos e, principalmente, espaços fechados. Por sinal, ela é incrível nas lutas no convés de navios.

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii também marca a volta das heat actions, habilidades especiais que podem ser utilizadas mediante o gasto de uma barra de especial. Elas continuam fortes como sempre, mas sinto que a desenvolvedora deixou a peteca cair um pouco. Não temos tantas quanto antes e, ainda, a barra de heat possui apenas um segmento. Logo, não podemos usar tantos especiais quanto antes.

Por fim, podemos equipar nosso capitão com diversos anéis, que conferem melhorias de atributos e habilidades, e roupinhas com efeito cosmético. Temos muitas delas, algumas voltando de outros jogos como 0 e Kiwami, que realmente nos permitem deixar Majima com a cara que quisermos. É algo bem legal que foi trazido e melhorado de Gaiden, e não estava presente da mesma forma em Infinite Wealth.

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii
Combo! (Imagem: Divulgação)

Mas e a parte de piratas, cachorro louco do Pizza Fria? Excelente pergunta, leitora dos mares. Devo dizer que Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii entrega uma das melhores mecânicas navais que vejo desde Assassin’s Creed Black Flag, abençoadas sejam suas velas. Temos um navio, chamado Gorogoro, que pode ser equipado e melhorado com diversas armas e tripulações que encontramos em nossas andanças. De armas, podemos usar metralhadoras, um canhão em cada lado do convés e, até, soltar o leme e utilizar uma bazuca!

O controle é bem tranquilo, e podemos entrar em combate com embarcações inimigas tanto enquanto navegamos nas diversas zonas do jogo quanto nos combates de coliseu que encontramos durante a história. Geralmente, lutamos com os navios nos mares e, após causar um certo dano, pulamos para o convés e enfrentamos a tripulação em uma luta direta.

Nossa tripulação evolui com cada combate, e é composta por pessoas que conhecemos automaticamente durante a narrativa ou nos mapas de Honolulu, do covil pirata e, até, em outras ilhas. Cada tripulante possui suas próprias habilidades, como canhões ou luta mano a mano por exemplo, e saber montar a equipe ideal é essencial para sermos reis e rainhas dos mares.

Devo dizer, sinceramente, que essa faceta de Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii realmente me surpreendeu bastante. Assim como na época de Yakuza: Like a Dragon, o povo do Ryu Ga Gotoku Studio saiu de sua zona de conforto e criou uma experiência realmente legal que, sem dúvida, pode se tornar ainda melhor em novos títulos no futuro.

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii
Pra cima deles! (Imagem: Divulgação)

Para terminar, não poderia falar de Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii sem lembrar dos minigames. Além daqueles já conhecidos e importados de títulos anteriores, como o Dragon Kart e o Crazy Delivery, agora também temos golfe e baseball pirata, exploração e busca por tesouros, cozinha e plantação de ingredientes, e muito mais. Podemos até jogar Master System!

O título não economiza em conteúdo e, apesar de possuir um escopo muito mais reduzido do que de um título da linha principal da franquia, não fica devendo em nada para jogos como o próprio Gaiden ou Ishin, por exemplo. O único ponto negativo disso, contudo, é que muito conteúdo acaba sendo reciclado e pouco inovador para aqueles que já jogaram as aventuras passadas de Majima, Kiryu ou Ichiban.

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii
Povo aleatório. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii apresenta alguns novos cenários, reciclando boa parte do que vemos de seus antecessores. Além disso, as texturas são um pouco grosseiras, me parecendo ter menos definição do que deveriam, e acabam parecendo um pouco geração passada. De tudo que o jogo oferece, acho que esse é o ponto menos bem sucedido.

A trilha sonora, por outro lado, é bem legal. Além da volta de dubladores já conhecidos, temos músicas bem legais para embalar nossa jornada e, ainda, o retorno de clássicos do Karaoke. Quem viu Majima cantar 24 Hour Cinderella em Yakuza 0 e amou, como eu, irá ficar feliz da vida agora. Ah, e também temos legendas em nossa língua!

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii
Paraíso pirata. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena jogar Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii ?

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii , leitores e leitoras, me surpreendeu positivamente. Além de eu gostar muito do nosso querido Majima, admito que estava saudoso de um bom jogo envolvendo piratas, batalhas navais e uma boa e velha pancadaria. Fazer tudo isso dentro do universo de uma de minhas franquias favoritas? Ah, o natal chegou mais cedo!

O jogo tem um sistema de combate bem rápido e dinâmico, batalhas de navio muito divertidas de encarar, um bom leque de customizações tanto para o protagonista quanto para o navio, uma trama leve e despretensiosa, substories mais loucas do que nunca para acompanhar, muito para fazer, minigames, enfim. Tudo que queremos. Salvo visuais pouco impressionantes, o encolhimento das heat actions e o reaproveitamento de sempre, não tenho muito do que reclamar.

Sendo assim, marujos e marujas, só me resta recomendar Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii com o coração tranquilo. Fãs do estilo antigo terão muito para amar e relembrar, e aqueles que apreciam o JRPG irão curtir a mudança de ares. Agora, me resta apenas seguir torcendo para recebermos a versão ocidental de Like a Dragon Kenzan e os Kurohyō: Ryū ga Gotoku Shinshō.

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii chega no dia 21 de fevereiro para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC, via Steam.

*Review elaborada em um PlayStation 5, com código fornecido pela SEGA.

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii

BRL 299,90
8.8

História

9.0/10

Gameplay

9.0/10

Gráficos e Sons

7.0/10

Extras

10.0/10

Prós

  • As novas mecânicas são bem implementadas e variam bem a jogabilidade
  • Combate rápido e fluido
  • Boa customização para o personagem e nosso navio
  • Muito conteúdo para explorar
  • Legendado em português

Contras

  • Visual não impressiona
  • Poucas heat actions para usarmos
  • Parte do conteúdo é reciclado de Like a Dragon: Infinite Wealth

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.

    One thought on “Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii | Review

    • Touche. Great arguments. Keep up the good work.

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