Neon Abyss | Review
Um ambiente cyberpunk cheio de luzes neon, criaturas que podem acabar com sua vida em poucos segundos, itens e armas com os estilos mais bizarramente variados. Alem disso, chefões dos mais estranhos, com diversas referências à cultura pop. Bem vindo a Neon Abyss, o mais novo indie do gênero “roguelike”, publicado pela Team17.
O título é um jogo de ação/plataforma 2D frenético onde os jogadores precisam atirar para tudo quanto é lado caindo no “abismo”, como parte de um esquadrão formado por Hades. Como um bom roguelike, ele segue todas as linhas do gênero, marcado por jogos como Binding of Isaac, Spelunky e Dead Cells. Dessa forma, o jogo é regido por 3 características chave: fases geradas aleatoriamente, upgrades de sobra, e claro, a morte permanente. Neste gênero, morrer e perder todo seu progresso, itens e upgrades pode fazer a experiência ser muito frustrante, então é melhor saber onde está se enfiando.
Se sentindo uma máquina de matar em Neon Abyss
Como em todo roguelike, os upgrades e armas que vêm em cada tentativa são totalmente aleatórios. Portanto, numa vez você pode estar se sentindo uma máquina imparável, e na seguinte você pode passar por vários níveis com a mesma arma inicial. Ao começar no jogo, tive logo na minha segunda vida um canhão que disparava mísseis teleguiados que explodiam inimigos em uma grande área. Assim, logo no início já consegui chegar no primeiro “gerente” (explicarei melhor adiante), o que me deu uma sensação de “sorte grande”, pois achava que seria difícil conseguir algo do tipo.
Mal sabia eu que essa sensação fazia parte do DNA de Neon Abyss. A cada vida, o jogo te oferece uma enxurrada de itens que gradualmente melhoram seu dano, vida e velocidade, e uma variedade enorme de armas, com boa parte delas passando essa sensação de “overpower”, para que o jogador se sinta sempre o “sortudo” que conseguiu se tornar uma máquina mortífera.
O ciclo de jogo
O jogo sempre começa em uma boate, chamada Neon Abyss com muita luz e batida eletrônica pesada, que rege o tom de toda a gameplay. Você começa a lutar saltando de um abismo e entrando nas dungeons, começando sempre com a mesma pistola e sem itens. As dungeons são divididas em alguns níveis, os quais têm diversas salas. Cada sala pode conter (ou não) monstros para enfrentar, e itens para obter. Estes itens podem ser de três tipos:
- Armas, cada uma com uma forma de atirar própria. O jogador só pode possuir uma arma de cada vez;
- Melhorias passivas, como vida extra, tiros mais rápidos, etc;
- Ovos, que acompanham o jogador. Depois de um tempo, eles podem se chocar e virarem companheiros que te ajudam, seja atirando nos inimigos, te protegendo de projéteis, entre outros.
Dessa maneira, a sensação de poder absoluto pode não vir somente da sua arma, mas também dos upgrades passivos conquistados ao longo da dungeon, ou até de uma longa fileira de companheiros atirando, jogando granadas e criando escudos para te auxiliar na batalha.
Ao fim de cada nível da dungeon, você deve enfrentar um “mini chefão”, sorteado aleatoriamente entre uma lista do jogo. Ao chegar no último nível, você enfrenta o “gerente” daquela dungeon. Por fim, matá-lo fará com que uma nova dungeon seja liberada, trazendo com si um novo gerente para enfrentar. Ao total, o jogo possui 5 gerentes para enfrentar, cada um com dungeons mais longas e mais difíceis que o anterior.
Pontos negativos
Ao morrer, tudo é perdido, exceto por uma moeda obtida para cada chefe derrotado, a qual é trocada no bar da boate por upgrades permanentes. Estes podem incluir novos itens que podem aparecer nas dungeons, ou adições de mini-games durante o jogo, como por exemplo um fliperama de garra para buscar um item, ou um piano gigante que oferece itens caso toque a sequência de notas corretamente.
Eventualmente, a sensação de repetição do jogo não pôde ser evitada. Claro que repetir faz parte do gênero, porém mesmo com a boa variedade de itens e armas, o mesmo não pôde ser dito pelo cenário, inimigos e até mini-chefes, que se repetem indefinidamente por todas as dungeons. Para mim foi um desânimo ver que logo nas primeiras horas já parecia haver enfrentado o mesmo mini-chefe pelo menos duas vezes. Além disso, a batida eletrônica frenética do jogo teve boas intenções, aumentando sua intensidade durante o combate e reduzindo após, todavia rapidamente acrescentou à lista de repetitividade do jogo.
Vale a pena jogar Neon Abyss?
Fãs do gênero roguelike certamente não vão ficar desapontados com Neon Abyss. Afinal, ele confere toda a lista das principais características do gênero, e a executa de maneira criativa, colocando em evidência a sensação mais importante dele, que é a de “sorte grande” e poder extremo. Porém, principalmente para aqueles que não são tão habituados assim com o estilo, a repetitividade rapidamente pode sugar todo o ânimo em progredir pelo conteúdo.
Por fim, Neon Abyss está disponível para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC, via Steam.
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce GTX, com código fornecido pela Team17.