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Nine Sols | Review

Nine Sols é um metroidvania, com uma boa pitada de souls, desenvolvido e publicado pela RedCandleGames. Nele, acompanhamos a luta e a sofrência de um carinha chamado Yi que, após ser traído por aqueles que julgava serem seus aliados, sai bolado em busca de vingança e uma maneira de acertar as contas. Ah, a boa e velha história de amigos da onça, não é mesmo?

E aí, será que vale a pena encarar? É o que veremos agora, em mais uma análise chiquérrima do Pizza Fria!

Surpresa do ano

A habilidade de se misturar as coisas, leitores e leitoras do melhor site de análises desse lado da lua, é um dos maiores trunfos da humanidade. Por exemplo, a ideia de misturar sorvete gelado com calda quente. Ou eletricidade com videogames, ou sundaes e morangos. Salvo casos bizarros, como quando inventam de juntar pizza e abacaxi por exemplo, muita coisa boa resulta de nossa tendência de experimentar e combinar.

E no mundo dos jogos, para variar, não poderia ser diferente. Um gênero que lida muito bem com isso, ao menos em minha concepção, é o metroidvania. Afinal, toda aquela filosofia de começar fraco, pegar habilidades e voltar em lugares antigos para ver novas coisas casa bem com muitas coisas e, acreditem, até com soulslike! Querem uma prova disso? Basta ver em nosso jogo de hoje: Nine Sols.

E ele não faz uma mistureba apenas dentro do mundo digital. Seu visual, ao menos pelo que falam, é uma junção do estilo taoísta com o cyberpunk, criando uma identidade curiosa e que salta bem aos olhos. Mas, como sempre, estou sendo emocionado e falando as coisas antes da hora. Vamos respirar fundo, colocar a cabeça no lugar e começar a destrinchar mais esse curioso joguinho. Estão prontos? Então, vamos nessa.

Nine Sols
Entrando na fila da Review. (Imagem: Divulgação)

História

Nine Sols conta a jornada de Yi, um camarada que levou uma facada nas costas, metaforicamente, dos líderes do local em que vivia. E, também, uma série de cortes, tapas e bordoadas por todos os outros lados. Após passar quinhentos anos se recuperando, nosso camarada decide que está bem o suficiente para pegar essa galera no soco e resolver de uma vez essa peleja.

Daí, o título segue explorando tanto a jornada de Yi quanto a estrutura do mundo em que vive, sua relação com as pessoas importantes em sua vida tanto no passo quanto no presente e como a experiência o molda enquanto pessoa. Ou gato, vai saber. De todo modo, o jogo consegue fazer uma narrativa bem interessante, e que consegue prender o jogador.

O único ponto negativo disso é que Nine Sols pesa um pouquinho a mão no começo, com uma boa dose de exposição antes de largar o jogador para fazer o que bem lhe entender. Ainda que seja interessante tanto para criar o universo taopunk que tanto me agradou, admito que ele dá uma leve segurada e talvez seria mais dinâmico diluir esses elementos ao longo das primeiras horas.

Nine Sols
Yi relaxando antes de sair no tapa com geral. (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade

Se pegarmos no nível mais baixo, Nine Sols é um metroidvania responsa. Logo, espere explorar um tanto bom de salas e mapas em duas dimensões, com um bocado de salas fechadas de início, enquanto enfrenta uma série de inimigos e chefes. Com o tempo, vamos liberando habilidades que nos permitem tanto lutar com mais eficiência quanto acessar novos lugares. Além disso, podemos encontrar uma série de documentos que falam mais sobre o mundo e seus habitantes.

Além disso, temos uma série de locais para descobrir, pessoas para encontrar, itens para saquear e plataformas para conquistar. Esse lance de platforming é uma constante durante a experiência, e os controles são tão precisos que correr nas paredes, balançar e se esticar pelos cenários acaba sendo algo bem gostoso de fazer e, mais importante, fácil e tranquilo.

Em se tratando de combate, Nine Sols implementa certas mecânicas que o fazem (com razão) ser comparado ao meu querido Sekiro. Nesse caso, temos um sistema de parry bem robusto, que permite a Yi negar danos de certas fontes apertando o botão de defesa na hora em que o ataque for pegar. Fazer isso é bom porque, além de nos proteger de perder vida, carrega os talismãs que podemos utilizar para realizar alguns ataques especiais.

Contudo, tem uma pegadinha. Fazer a defesa na hora errada ainda nega a perda de vida, mas nos faz ficar com a barra de HP no vermelho. Fazer um parry perfeito, ou esperar um pouco, cura tudo de volta. Se acertado faz com que percamos tudo de vez. É um sistema bem maneiro, que dá certa margem para erro mais ainda força o jogador a aprender as mecânicas corretamente.

Nine Sols
Vai pegar não, cumpadi. (Imagem: Divulgação)

Conforme vamos derrotando inimigos e encontrando tesouros, ganhamos moedas e experiência que permite comprar diversas habilidades e itens. Isso, inclusive, cai ao morrermos e, se não conseguirmos recuperar na próxima vida, é perdido completamente. A boa e velha mecânica souls que todos adoramos e amamos, não é mesmo? E iremos tombar um bocado, porque Nine Sols não pega leve na dificuldade.

Montar nossa build ideal, com itens que favoreçam nosso estilo de jogo e fortaleçam nossa cura limitada, é essencial para conseguir ir mais longe. Contudo, mesmo assim, marcar bobeira, ou ser rodeado por malvadões, é uma receita certa para muita raiva, palavrões e arrependimentos. Contudo, quase nunca pude dizer que minhas mortes foram mais culpa do jogo do que minhas mesmo, para variar.

Um único ponto que achei injusto em Nine Sols foram nas mecânicas de alguns chefes que, ainda que sejam muito divertidos de enfrentar, possuem alguns padrões de ataque meio chatos de aparar, súbitos ou que dão dano demais da conta. Levando em conta que temos cura limitada, e o dano é alto, acabamos sendo punidos excessivamente. Contudo, descer a dificuldade é uma forma de lidar com isto apenas abrindo mão de algumas conquistas.

Nine Sols
Isso vai ser divertido. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Nine Sols é, sem dúvida, um dos jogos mais bonitos que vi em 2024. E, talvez, até em tempo recentes. A arte é linda de morrer, os gráficos são coloridos e feitos com cuidado, as animações estão uma graça e o estilo taopunk tão falado realmente dá um ar bem diferentão ao jogo que, sem dúvida, será responsável por fazer ele se destacar de seus pares.

A trilha sonora também agrada muito, fazendo remixes de sons orientais com eletrônicos que conseguem casar muito bem com o que acontece na tela e o que constitui o mundo do jogo. Essa capacidade de unir todas as faces da experiência de maneira fácil e leve é, sem dúvida, um dos grandes trunfos do título.

Nine Sols
O jogo é bem colorido e bonito. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Nine Sols?

Devo dizer, leitores e leitoras de meus olhos, que Nine Sols foi uma surpresa excelente nesse fim de ano. Ele já me agradou por ser metroidvania, mas a forma com que inclui as filosofias do souls (principalmente com o sistema de aparos) foi o suficiente para garantir que o título me pegasse pelo coração e nunca mais soltasse. Toda estética taopunk foi apenas a cereja do bolo.

O jogo é desafiante na medida certa, na maioria do tempo, é lindo de ver, controla bem, tem um mapa divertido de explorar, uma trilha sonora maneira, muitas coisas para encontrar, uma trama intrigante e, ainda, veio legendado em português! Salvo o começo meio lento, e um chefe ou outro levemente apelão demais, realmente preciso me forçar para apresentar muitos problemas.

No fim das contas, Nine Sols é um jogaço que merece nossa atenção, independentemente do fato de já sermos apreciadores dos gêneros que o compõe ou não. Tudo foi feito com tanto cuidado, e habilidade devo dizer, que o título consegue facilmente nos cativar e prender até o final. Inclusive se estivermos sendo massacrados pelos chefes e outros perigos. Se isso não for sinal de excelência, não sei dizer o que é.

Nine Sols chegou em maio de 2024 para PC, via Steam, e em novembro do mesmo ano para Xbox One, Xbox Series X|S, PlayStation 4, PlayStation 5 e Nintendo Switch.

*Review elaborada no PlayStation 5, com código fornecido pela RedCandleGames.

Nine Sols

BRL 88,99
9.3

História

9.0/10

Gameplay

9.0/10

Gráficos e Sons

10.0/10

Extras

9.0/10

Prós

  • Visuais lindos, com uma trilha sonora boa pra acompanhar
  • Combate responsivo e divertido
  • Sistema de parry é permissivo, mas recompensa quem o dominar
  • Estilo taopunk ficou muito legal de ver
  • Legendado em português

Contras

  • O começo é um pouco lento
  • Alguns chefes são meio roubados demais

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.

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