Open Country | Review
Open Country, título desenvolvido pela FUN Labs e publicado pela 505 Games para PC, via Steam e Epic Games Store, Xbox One e PlayStation 4, é uma aventura e simulação que tem como objetivo nos tirar do caos da “cidade grande” e nos colocar para viver em meio a cenários naturais repletos de animais selvagens e muitas aventuras, trazendo uma ideia de jogo ousada e interessante. Mas será que ela funciona? Jogamos o título antecipadamente e essa e várias outras perguntas serão respondidas em mais uma analise do Pizza Fria!
Uma proposta diferente…
Desde a versão prévia e até mesmo nos vídeos divulgados, percebi que Open Country trazia consigo uma proposta bem fora da curva. A ideia de colocar o jogador para cumprir uma série de tarefas dadas pelos moradores de uma região silvestre, repleta de natureza e muitos animais, mesclando aspectos de sandbox e survival é até interessante. As tarefas são dadas por vários personagens que aparecem ao decorrer da história, como o patrulheiro, que irá pedir ajuda orientações de habilidoso conhecedor da natureza, ou o dono do Chalé Cume de Neve, Gary, que te introduzirá ao mundo do jogo, dando uma série de atividades que servirão para pagar sua estadia no lugar.
As tarefas em Open Country vão de aprender a montar um acampamento, caçar animais (dóceis ou não), andar de ATX e muito mais. Nesse aspecto, há uma diversidade interessante de coisas para se fazer, além de mesclar aspectos de sandbox, permitindo a criação de diversos itens como barracas, fogueiras e outros itens úteis. Desta maneira, você cria um personagem – de forma bem limitada, é verdade – que sai pela floresta com sua mochila e um rifle carregado, pronto para desbravar territórios até então desconhecidos. Porém, a coisa evolui e vai de simples tarefas corriqueira até a caça de animais selvagens, mesclando calmaria e a tensão de uma caça que pode custar a vida.
…com um pouco de simulação…
Open Country traz consigo um pouco de simulação ao estilo survival. Por exemplo, um tombo de uma altura mediana pode causar uma torção no calcanhar ou até mesmo uma fratura de um osso, dificultando a vida do protagonista, que geme sem parar e ainda por cima fica incapacitado de correr. Outra coisa que traz esse ponto de sobrevivência é a sede e a fome. Caso o personagem não beba água ou se alimente, ficará fraco, com a visão turva. E se beber água parada de lugares sujos, ele pode ficar doente. Até mesmo o sono é preciso. E tudo isso é avisado por meio de mensagens na tela, que facilitam bastante a nossa vida.
Um ponto positivo é que o jogo, que é grande e repleto de coisas para se fazer, começa com aspectos de um tutorial sobre as tarefas mais executadas, que vão de criação de itens a caça. Desta forma, o tutorial apresenta todo o menu de criação, o inventário, técnicas de exploração e muito mais. Assim, é possível afirmar que Open Country é um jogo relativamente fácil de se aprender. Todavia, se locomover e guiar pelo mapa não será uma tarefa tão simples, e isso não foi aprimorado na versão final, infelizmente.
A caça apresentada em Open Country é bem básica, mas até que funciona, embora a física das armas ainda me intrigue. Aliás, falando de física, a direção do ATX é um tanto bizarra, sendo completamente desbalanceada. Mas voltando a questão da caça, a mira funciona de forma simples, embora mude bastante a sua sensibilidade. Mas isso pode ser mudado no menu, fique tranquilo. Além disso, ao atingirmos a nossa presa, podemos ativar o sentido de caça, que permite encontrar de forma mais fácil o corpo do animal. Mas o jogo tem mais aspectos além desses citados (não que sejam melhores, vale ressaltar).
…mas ainda parece faltar algo!
Tendo sofrido com erros na versão prévia e agora jogando a versão final, percebi que boa parte deles seguem firmes. Porém, finalmente consegui passar de uma missão onde o jogo simplesmente “emperrou”, não me permitindo prosseguir por conta de um erro. Outra coisa que me incomodou bastante foi o volume baixo dos diálogos, que destoam do ambiente. Mas ainda tem mais coisa nessa lista de probleminhas…
Mais alguns aspectos me deixaram com essa sensação de “faltar algo” em Open Country. O primeiro deles, e bem notáveis, são alguns glitches nas cinemáticas e ao longo da jogatina. Embora Open Country tenha gráficos bacanas, efeitos sonoros interessantes e uma trilha sonora perfeita para o tema, acaba soando meio tosco em alguns momentos. Sua jogabilidade e física são bastante simplórias. Um exemplo que me frustrou: subir em pedras minúsculas em alguns momentos é algo complexo, que parece “bugar”. Em um dado momento, pelejei para conseguir chegar em um objetivo por conta disso. E isso desanima, viu!?
A movimentação do personagem principal, dos NPCs e dos animais encontrados também é meio estranha. Pouco natural, eu diria. Os pulos que podemos dar são esquisitos e em alguns momentos travam o personagem no ar. Já os animais, se movimentam do jeito que podem e acredito que são os menos piores nesse quesito. Mas, falando de glitches e falhas, em diversos momentos segui percebendo que os animais atravessavam algumas texturas do mapa, incluindo seus “ninhos”, que acredito ser os pontos de respawn.
Vale a pena comprar Open Country?
No geral, a ideia de Open Country é interessante. Fugir da bagunça das cidades e ir para o meio do mato executar tarefas é realmente encantadora (ainda mais no meio dessa pandemia). Porém falta um refinamento no jogo. Sei que sandbox é um pouco mais descompromissado com isso, mas foi algo que me incomodou. O que eu percebo é que com uma série de jogos indies de muita qualidade no mercado, os jogadores implicarão com boa parte dos problemas que apresentei aqui.
Mesmo na versão final do game, que também é legendada em português, podemos ver que ele ainda mantém alguns problemas que ainda acho que podem ser corrigidos com atualizações, que servem justamente pra isso. Mas no geral, Open Country não é um jogo bom, e digo mais: poderia ser bem melhor, sobretudo pela proposta apresentada. Mas o que vi foi um jogo bem simples e que pouco me prendeu a atenção. É como eu disse: parece faltar algo. Pode até ser que alguns jogadores gostem, mas infelizmente não foi o meu caso.
*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela 505 Games.