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Returnal (PC) | Review

Returnal foi lançado nos primeiros meses de vida do PlayStation 5 como um título exclusivo para o console. À época do lançamento, o game foi muito elogiado pela gameplay roguelike desafiadora e um audiovisual impecável. A recepção foi ótima, com o jogo ficando com 86 de média no Metacritic, e a minha análise, aqui no Pizza Fria, rendeu uma nota 89 para o game.

Do lançamento até hoje, passaram-se quase dois anos. E muito do que impediu o jogo de alcançar voos maiores no lançamento, como a impossibilidade de salvar uma run, foi ajustado ao longo do tempo. Mas, mais do que isso, Returnal cresceu. Essa foi a primeira vez que revisito o jogo após minha crítica original, em 2021, e eu só tenho elogios. O que já era ótimo, conseguiu ficar ainda melhor. Os detalhes eu te conto agora, em mais uma review antecipada do Pizza Fria!

Conhecendo o jogo

Returnal nos apresenta à Selene, uma astronauta que sofre um acidente e acaba caindo no planeta Átropos. Em um primeiro momento, não temos muitas explicações sobre a narrativa, exceto que, ao morrermos, retornamos à nave, e tudo no planeta estará diferente. É um jogo ao estilo roguelike, em que basicamente transforma ambientes o ambiente e faz você perder quase todo o progresso obtido a cada vez que falha.

É um processo bem cruel, como parece. Para avançar no game, é preciso jogar várias vezes, falhar, tentar de novo, falhar, tentar e repetir o ciclo. Isso acontece porque, enquanto fazemos cada run, encontramos respostas do que está acontecendo em Átropos, bem como melhorias definitivas – aquelas que não são perdidas após a morte da personagem. Ao longo do jogo, encontramos Diários de Patrulha, gravações em voz de versões passadas de Selene, que ela registrou antes de morrer. Nisso há detalhes sobre o que esperar sobre a área em que está, como inimigos e o que fazer para ultrapassar. É desta forma, somada com as cenas em que exploramos a casa da protagonista, que conhecemos a narrativa do jogo.

Returnal é um roguelike, que na prática, vai te oferecer muitas horas e um fator replay desafiador. Eu falei muito sobre o lançamento original na minha primeira review dele, em 2021, e não vejo porque repetir tudo aqui. Dessa vez, focarei nas novidades, e como elas estão aplicadas no gameplay.

Returnal
Os perigos de Átropos chegam ao PC (Imagem: Divulgação)

Novidades, mas nem tanto

A versão de Returnal que chega aos computadores hoje é a mesma que está disponível para PlayStation 5 atualmente, incluindo todas as atualizações e melhorias que o jogo recebeu desde que foi lançado. Isso inclui um dos recursos mais pedidos pelos jogadores, que é a opção de Suspender Ciclo, já que no lançamento original era preciso deixar o videogame ligado/suspenso, sempre com o jogo aberto, para não perder o progresso em uma run.

A função chegou na atualização 2.0 para PS5 e oferece a opção de salvar o jogo, fechar o aplicativo e voltar, quando quiser, sem perder o progresso naquela sessão. Assim, a estrutura de Átropos continua a mesma. No entanto, é importante ressaltar que isso não é uma opção de “Salvar Jogo” no modelo tradicional. Os devs alertam que, ao suspender o ciclo, Returnal cria um único ponto de suspensão, que é excluído ao ser carregado pela primeira vez. Se quiser suspender o ciclo novamente, o seu progresso será salvo em um novo ponto e assim sucessivamente. Mas não há como suspender ciclos durante as batalhas contra chefes, cinemáticas, sequências em primeira pessoa ou durante cenários de batalhas intensas.

Returnal
O game conta com reflexos em ray tracing e diversas opções gráficas (Imagem: Divulgação)

No entanto, a principal novidade é o modo cooperativo, que realmente transforma o jogo. Disponível desde março de 2022 no console, os jogadores podem desfrutar de Returnal inteiramente na companhia de um amigo, em modo online para dois jogadores. Para isso, basta acessar um portal que fica próximo à nave de Selene, e em outras partes do jogo, para hospedar uma partida, ou entrar em uma partida pública.

No modo cooperativo, Returnal funciona ainda melhor. Apesar do baixo número de jogadores antes do lançamento, consegui testar o modo e foi uma experiência positiva. Na prática, você e seu amigo podem se ajudar, inclusive com a opção de reviver caso seja abatido, apesar de demorar um pouco. O progresso na campanha é vinculado ao anfitrião, mas os convidados também mantêm parte do progresso, como registros e xenoglifos coletados, além de aumentar o Nível de Patrulha. 

Returnal
Mas o grande destaque da versão de PC é o modo cooperativo, que transforma o gameplay (Imagem: Divulgação)

Outra novidade que chegou à Returnal é algo que o jogo chama de Torre de Sísifo. Nesses locais, ao melhor estilo arcade, os jogadores simplesmente entram para se desafiar, já que não há fim nas hordas de inimigos. O objetivo é alcançar o andar mais alto possível, e competir no ranking com outros jogadores.

Por fim, em comparação com o lançamento original, a última novidade é o Modo Foto, que dá ao jogador a opção de mover a câmera livremente em sua volta e escolher o ângulo para a sua foto, bem como foco de distância, abertura, saturação, contraste, diferentes fontes de luz, filtros, efeitos, quadros, opções de cores e mais. Apesar de não ser uma opção que interfira diretamente no gameplay, é algo interessante e que muitos jogadores gostam.

Desempenho excelente

Returnal é um jogo que exige agilidade do jogador, pois um movimento errado pode determinar o fim de um ciclo. E, para isso, é necessário que o jogo se comporte bem em computadores. E eu fiquei bem feliz em constatar que ele tá muito bem otimizado! Para efeito de comparação, vou deixar aqui as configs que usei ao longo do review:

  • GPU: NVIDIA GeForce RTX 2080 (8GB)
  • CPU: Intel Core i5-7600 (4 core 3.50GHz)
  • RAM: 16 GB DDR4
  • Armazenamento em SSD SATA III

A minha primeira tentativa foi tentar rodar o jogo em 1080p travado em 60 FPS com as configurações Épicas, sem ray tracing. E deu muito bom! O título rodou muito bem, com uma estabilidade enorme. Ao desbloquear a taxa de quadros, a média ultrapassou os 90 FPS, com algumas quedas, é verdade.

Em seguida, subi a resolução para 1440p, também mirando os 60 FPS, mas aí foi pedir muito do meu velhinho. Ele até chega aos 60 FPS em alguns momentos, mas a média, em especial durante confrontos, é de 50~55 FPS, o que é bem aceitável.

Returnal
Configurações recomendadas pela Sony para Returnal (Imagem: Reprodução)

Depois, decidi testar o DLSS, ainda em 1440p. Returnal conta com quatro opções: Equilibrado, Qualidade, Desempenho e Desempenho Ultra. No Equilibrado, a média subiu para 80~90 FPS. No Qualidade e Desempenho Ultra, ultrapassou os 90 FPS, enquanto no Desempenho a média foi superior aos 110 FPS. Que tecnologia fascinante esse DLSS!

Dito tudo isso, é importante ressaltar que o próprio Returnal indica uma pré-definição gráfica, com base no seu sistema, para que o jogo rode de forma adequada. Aqui, ele indicou uma pré-definição Média, mas vi que suporta bem mais.

Mas eu fui além. Decidi testar o jogo em 4K, no Épico, sem DLSS. A média foi de 30 FPS, o que foi o padrão de jogos durante praticamente toda a minha vida gamer nos consoles. Com o uso do DLSS, o melhor resultado que consegui foi no Desempenho Ultra, que atingiu 60 FPS, com poucas quedas. E foi a opção que decidi por continuar a jogatina!

Por fim, decidi ativar o ray tracing, para ver até onde ele vai. Com 1440p, no Épico e Ray Tracing no médio, ele até segura os 60 FPS em alguns momentos, mas há quedas consideráveis nas trocas de sala e em ambientes com muitos inimigos. Nesse caso, talvez seja meu processador cobrando a conta dos sete anos de idade. Vai saber…

Vale a pena comprar Returnal para PC?

Returnal chega aos computadores como um dos melhores ports da PlayStation até aqui, senão for o melhor. O desempenho é primoroso, e o jogo entrega muito além das configurações que foram exigidas, sendo bem acessível em termos de hardware. Além disso, o pacote completo traz todas as atualizações que foram disponibilizadas para os jogadores do PS5 – inclusive conta com suporte ao DualSense e aos recursos do controle, como feedback háptico, o que torna a experiência ainda mais prazerosa. Pra fechar o pacote, Returnal chega aos computadores R$ 100 mais barato que a versão original: por R$ 249,90, tanto na Steam, quanto na Epic Games Store.

*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Sony.

Returnal

R$ 249,90
9.3

História

8.0/10

Gameplay

9.5/10

Gráficos e Sons

10.0/10

Extras

9.5/10

Prós

  • Ótimo port
  • Gráficos ainda mais bonitos
  • Localizado em PT-BR
  • Gameplay ainda melhor com os updates
  • Modo cooperativo

Contras

  • Narrativa poderia ter mais cutscenes

Lucas Soares

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS4, PSVR, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem "só" um PS5, um Nintendo Switch e um PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, The Last of Us Part II e Red Dead Redemption 2 completam o Top-5.