Star Ocean The Second Story R | Review

Star Ocean The Second Story R é uma versão atualizada de Star Ocean: The Second Story, um JRPG lançado originalmente na década de 1990. Desenvolvido pela Square Enix em parceria com a Gemdrops, Inc, a narrativa se passa 20 anos após o primeiro jogo da série, e nos coloca no comando de dois protagonistas em busca de respostas para um mal que assola o mundo no qual estão.

E aí, será que vale a pena viver essa rolê mais uma vez? É o que veremos agora, em mais uma análise antecipada do Pizza Fria!

Palavras de amor e alegria

Pelas santas botinas do menino Sonico, leitores e leitoras. Temos mais uma versão de Star Ocean Second Evolution em mãos! Como minha empolgação ao falar de Star Ocean The Divine Force, ou o fato de estar usando uma camisa escrito Eu <3 SO, indicam, sou um fã confesso de Star Ocean. E, principalmente, do segundo título da série, lançado originalmente em 1998, com um remake em 2009 e outro (re?)remake agora em 2023.

Quando fiquei sabendo que Star Ocean The Second Story R seria lançado quase tive um troço. Não sei se é por ter sido o primeiro que joguei para valer da série, ou apenas por sua qualidade, mas lembro de ter ficado apaixonado quando o iniciei pela primeira vez em meu PSP nervoso, uns quatorze anos atrás. Os personagens cativantes, o combate divertido, a história gostosa de acompanhar. Enfim, um JRPG pra ninguém botar defeito.

Mas, eu fiquei me perguntando, será que irão apenas pegar aquela versão feita no fim da década retrasada (meu Deus, como estou velho), aumentar o aspecto da imagem para rodar macio em aparelhos mais novos, colocar uma galeria de imagens e dar como resolvido? Vejam, o jogo base por si só ainda é perfeito, mas lembro que tinha seus problemas. Ah, se eu soubesse o que me esperava pela frente. Um bom indicativo é que ainda visto minha camisa de fã, e não taquei fogo nela como faria se o resultado fosse outro.

Star Ocean The Second Story R
Arlia nunca perde seu encanto. (Imagem: Divulgação)

História

Star Ocean The Second Story R possui uma narrativa única, mas que pode ser vivida sob duas perspectivas diferentes. No começo do jogo podemos escolher se queremos ver tudo com os olhos de Claude, filho do protagonista do primeiro jogo e que se vê preso no planeta de Expel, ou Rena, uma nativa do lugar que possui poderes de cura que ninguém mais aparenta ter. Os dois seguem juntos sua jornada, mas certos eventos e personagens recrutáveis mudam dependendo de quem controlarmos.

Além disso, alguns pequenos eventos ou preocupações variam de acordo com nossa escolha. Por exemplo, Claude foi teletransportado por engano ao mundo de Expel, e precisa dar um jeito de sinalizar a espaçonave na qual o pai é capitão para tentar ser resgatado. Contudo, Rena não sabe disso, e se estivermos a controlando esse aspecto não será tão explorado até um tanto para frente na narrativa.

Eu sempre achei isso fantástico, pois além de dar motivos para jogar novamente nos fornece duas perspectivas distintas para uma mesma narrativa. Além disso, podemos ver eventos diferentes dependendo de quem controlamos. Os chamados private actions acontecem nas cidades, e servem como uma forma opcional de explorar mais a personalidade de cada membro do nosso grupo.

Uma adição maravilhosa de Star Ocean The Second Story R, e que eu via como negativo no original, é que agora temos a listagem de quais private actions ou eventos especiais (que podem levar até o recrutamento de novos heróis) estão disponíveis e quais, ainda, possuem um tempo limite. Isso parece bobeira, mas o jogo possui uma quantidade considerável destes, e muitos envolviam voltar em lugares pelos quais havíamos passados horas atrás. A nova funcionalidade de viagem rápida ajuda demais, por sinal.

Star Ocean The Second Story R
Claude é o loirinho, e Rena a de cabelo azul com uma lua na cabeça. (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade

Vejam, leitores, vou fazer diferente do normal na análise de Star Ocean The Second Story R. O jogo é um JRPG, e sabemos que andamos de um lado para o outro, sorrindo e chorando, enquanto lutamos para juntar nosso casalzinho favorito e, se sobrar tempo, salvar o mundo. Vou usar meu tempo curto na atenção de vocês para me focar no que julgo ser o grande atrativo do título, que se tornou ainda mais fabuloso com alguns ajustes muito bem-vindos feitos para essa versão.

O primeiro ponto que gostaria de levantar é o combate. Assim com seus irmãos de série, Star Ocean The Second Story R possui um combate em tempo real, no qual corremos pela arena descendo o braço em qualquer coisa que ameace nossa vidinha. Podemos usar uma série de habilidades diferentes, dar ordens aos nossos colegas de equipe (que pode contar com até 4 bonecos), e por aí vai.

Contudo, essa nova versão expandiu um sistema que já era legal, deixando ainda mais dinâmico e profundo. Agora contamos com um contador que enche conforme lutamos bem, concedendo uma série de bônus que varia de acordo com a formação que escolhemos, podemos utilizar ataques especiais invocando heróis de outros jogos da franquia, temos habilidades melhoradas e novas adições, a possibilidade de esquivar e contra-atacar, de ver inimigos no mapa e juntar vários para lutas em sequência, e outras coisitas mais.

Star Ocean The Second Story R realmente foi além de uma mera atualização, algo que não vemos muito por aí numa era de remasters. O combate realmente está muito mais agradável, resolvendo muitos dos problemas que havia antigamente. O único que se manteve, até pela quantidade de opções que temos, é ser mais fácil que deveria, mesmo em dificuldades mais altas.

Star Ocean The Second Story R
O combate é muito divertido. ( Imagem: Divulgação)

Outra mecânica muito legal de Star Ocean The Second Story R, que sempre o diferenciou da multidão, as specialties. Pense nelas como habilidades que seu personagem tem, mas não relacionadas diretamente com a fina arte de quebrar o pau. Coisas como cozinhar, escrever, treinar, meditar, pescar (uma novidade, com mecânica especial), e muito mais.

Todos os personagens podem aprender todas as especialidades, e ter uma quantidade x de bonecos sabendo fazer algo libera ainda mais opções. O legal aí é que esse sistema permite termos muito para customizar a experiência. Por exemplo, podemos aprender uma que diminui nossos atributos para aumentar a experiência ganha, outra diminui o dinheiro que os monstros deixam para aumentar os pontos de melhoria de habilidades que recebemos, e por aí vai. O sistema é bem complexo, mas o jogo explica bem e nada fica confuso de entender. Algo que melhoraram da versão anterior, tornando o processo muito mais rápido e menos sofrido.

Star Ocean The Second Story R ainda coloca outras novidades na mesa, mas vou deixar como surpresa para os veteranos descobrirem. O meu ponto aqui é que foi feito um trabalho muito completo e legal nesse aspecto do título, resolvendo muito das coisas que faziam o original ser um pouco confuso as vezes. Achei o máximo ir descobrindo, pouco a pouco, tudo que foi mexido.

Star Ocean The Second Story R
O combate foi bem aprimorado. (Imagem: Divulgação)

Sons e visuais

Star Ocean The Second Story R fez um lance bem bacana com os visuais, mantendo as sprites originais dos personagens e colocando em novos ambientes em 3D, com texturas inéditas e uma melhoria visual em todos os aspectos, seja em efeitos ou animações. Essas últimas, inclusive, foram incrementadas com ações para quando os bonecos ficam ociosos, atacam em determinadas posições, e tudo mais.

A parte sonora também entrega, agora com tanto a trilha sonora original quanto uma arranjada especialmente para essa versão. Em se tratando de dublagens, podemos utilizar tanto as vozes originais em japonês e inglês (no caso do port de 2009) quanto uma nova japonesa gravada especialmente para esse jogo. Realmente, esse departamento também foi bem agraciado. Uma pena que não houve tradução de textos para o português do Brasil.

Star Ocean The Second Story R
Os novos cenários ficaram bem bonitos. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Star Ocean The Second Story R?

Olha, leitoras e leitores, devo dizer que dessa vez nem tenho muito motivo para reclamar por precisar pensar em uma nota para um videojogo eletrônico. Star Ocean The Second Story R realmente me surpreendeu, e acho que meus sentimentos em relação a ele ficaram bem claros, não? Mas, de toda forma, sigamos como manda o figurino. Hora de recapitular.

O título excedeu minhas expectativas, pegando uma versão já excepcional de um jogo clássico e tornando melhor ainda. Quase todos os pequenos incômodos do passado foram corrigidos, o que havia de bom foi melhorado e um punhado de coisas novas foram adicionadas para deixar a experiência ainda melhor. Realmente, mostrando como um remake deve ser feito. Salvo o combate mais fácil, é só alegria.

Não preciso nem dizer que Star Ocean The Second Story R é uma pedida obrigatória para todos os fãs da série, sejam eles amantes do título original ou de seus irmãos de franquia. Mas, de todo modo, ainda vale dizer que esse é um JRPG de qualidade, e que merece ser apreciado por todos. Se nunca jogou até hoje, pois fique ligado que a hora é essa. Confie em mim, não irá se arrepender.

Star Ocean The Second Story R será lançado no dia 2 de novembro para Nintendo SwitchPlayStation 5, PlayStation 4 e PC, via Steam.

*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código fornecido pela Square Enix.

STAR OCEAN: The Second Story R

+ R$ 219,90
9.4

História

9.0/10

Jogabilidade

9.0/10

Sons e Visuais

10.0/10

Extras

9.4/10

Prós

  • Pegou o que era bom e deixou ainda melhor, cheio de adições e melhorias
  • Corrigiu pequenas chatisses que o original tinha
  • Combate ainda mais divertido e dinâmico
  • Personagens cativantes e fáceis de gostar
  • Sistema de specialties dá muito para customizar e deixar a experiência mais variada

Contras

  • Por conta das opções novas, o combate ficou ainda mais fácil. Remediado parcialmente em dificuldades maiores.
  • Faltou a localização em português do Brasil

Matheus Jenevain

Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.