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The Mageseeker: Uma História de League of Legends | Review

Antes de começar a falar sobre The Mageseeker: Uma História de League of Legends, eu preciso confessar uma coisa: nunca joguei uma partida sequer de League of Legends. Quando mais novo até apreciava jogar um Dota com amigos, mas minha evidente falta de habilidade acabaram me impedindo de ir mais à fundo na história. Mesmo sem jogar o título que se transformou em um fenômeno mundial, possuo alguma experiência com a franquia, em especial com os “subprodutos”, como a série Arkane, da Netflix, e Ruined King: Uma História de League of Legends, lançado em 2021.

O que me chamou a atenção em The Mageseeker: Uma História de League of Legends, principalmente, foi o seu gameplay e a apresentação. Um RPG de ação, com visão isométrica, somado aos gráficos em pixel art em alta definição mexeram com meu lado saudosista e o game imediatamente chamou minha atenção quando foi anunciado, há cerca de dois meses. Agora, após terminar a história de Sylas, muito embora não tenha me despertado a vontade de jogar LoL, eu já tenho uma expectativa alta para os próximos projetos da Riot Forge. Sem mais delongas, começa agora mais uma review antecipada do Pizza Fria!

Uma história de vingança?

The Mageseeker: Uma História de League of Legends nos coloca no papel do Abjugado Sylas, um dos campeões de League of Legends. O jogo nos apresenta uma narrativa sobre as origens do personagem, também introduzindo personagens secundários que são importantes para o desenrolar da trama. O game começa contando a história de como Sylas, um jovem mago, se tornou um Caçador de Magos em Demacia, uma cidade onde as práticas de magia eram consideradas proibidas.

Isso porque o personagem tinha a habilidade de roubar magias de outras pessoas. Em uma dessas ações, ele acaba ferindo e assassinando uma família inteira, sendo aprisionado. Acontece que ao receber a visita da Dama da Luz Lux, outra campeã de LoL, nosso herói acaba roubando a magia dela e escapando. Só que, enquanto ele fazia isso, Demacia era atacada, o rei era morto e ele se tornou o principal suspeito. O problema é que Sylas ficou preso por muito tempo, e ao se juntar à uma rebelião de magos, seu único objetivo era se vingar de quem o prendeu.

The Mageseeker: Uma História de League of Legends
Sylas em Demacia (Imagem: Divulgação)

Eu demorei cerca de 11 horas para terminar The Mageseeker: Uma História de League of Legends e posso dizer que, ao longo de todo esse tempo de gameplay, o que vi foi uma narrativa sólida, concisa e com momentos de emoção e reviravoltas interessantes. Eu fiquei um pouco incomodado, no entanto, na forma de se contar a história. Há alguns momentos em que as conversas entre os personagens tomam rumos inesperados e abruptos, e o jogo utiliza elementos como “ir dormir” para acalmar os ânimos ou realizar pequenas mudanças no cenário. Como o game se baseia em missões, isso é até aceitável, mas poderia ter sido melhor explorado.

Além disso, boa parte da história secundária de The Mageseeker: Uma História de League of Legends está envolvida em documentos que estão espalhados pelo mapa na forma de colecionáveis. Eles até fazem algum sentido se você encontrar vários deles – que estão bem posicionados e a maioria é de fácil localização – mas a verdade é que, ao menos pra mim, isso poderia ter sido melhor explorado. Apesar de ter um belo estilo de arte, são poucas as cutscenes oferecidas, o que também pesa um pouco contra. Além disso, as missões secundárias, de forma literal no jogo, são apenas para obter espólios, novos recrutas para o acampamento e troféus, trazendo poucas novidades para a narrativa.

The Mageseeker: Uma História de League of Legends
Não se assuste se você levar uma coça do primeiro chefe (Imagem: Divulgação)

Um combate realmente viciante

Por outro lado, a melhor parte de The Mageseeker: Uma História de League of Legends é seu combate. Mesclado de forma primorosa pela Digital Sun aos elementos gerais de gameplay, tudo funciona em torno das habilidades de Sylas. No começo, temos apenas dois tipos de ataque, normal e pesado, mas conforme avançamos na história, aprendemos diferentes tipos de combos e magias.

E isso contribuí também para a exploração. Com suas correntes presas às mãos, Sylas as utiliza para o combate, bem como para avançar no mapa, mas também é possível puxar inimigos, ou ir até eles, pressionando R1. Dá pra “correr” pressionando o X, o que também serve para superar algumas mecânicas de plataforma do game.

The Mageseeker: Uma História de League of Legends
As correntes do protagonista foram mescladas ao gameplay de The Mageseeker: Uma História de League of Legends, muito além do combate (Imagem: Divulgação)

Como disse acima, Sylas tem a capacidade de roubar magias de outros magos. E é dessa forma que aprendemos novas técnicas no jogo, ou seja, é preciso roubar magias dos inimigos para ter a chance de aprender as novas. E, além de roubar, você precisa avançar por uma árvore de habilidades, disponível no acampamento, gastando espólios que encontramos ao avançar na história.

Outra mecânica interessante em The Mageseeker: Uma História de League of Legends é no gerenciamento do acampamento. Conforme progredimos, encontramos personagens que vão assumindo papéis importantes na rebelião, desde aqueles que vão nos ensinar novas magias, até outros que vão nos permitir repetir missões passadas. De certa forma, essa progressão funciona de uma forma bem natural, já que o game não nos coloca várias mecânicas para aprender ao mesmo tempo, mas sim, vai nos apresentando tudo de forma parcelada.

The Mageseeker: Uma História de League of Legends
O combate é a principal atração de The Mageseeker: Uma História de League of Legends (Imagem: Divulgação)

O título ainda aproveita essa habilidade de roubar magias de Sylas para introduzir uma mecânica roguelite em uma linha específica de missões secundárias. Conforme avançamos, podemos escolher entre magias e benefícios específicos para aquele lugar, mas que são instáveis para continuar. Isso trouxe uma sensação diferente ao game, pois trouxe um elemento de gameplay um tanto inesperado, mas útil.

E pensando nos diferentes tipos de público que League of Legends pode atrair, The Mageseeker: Uma História de League of Legends é um jogo acessível, em termos de dificuldade. Além das configurações padrões entre Fácil, Normal e Difícil, há multiplicadores de dano e vida, tanto de Sylas quanto dos inimigos, que podem tornar o título um verdadeiro mamão com açúcar. Fica totalmente à gosto do freguês.

Gráficos bonitos, mas…

The Mageseeker: Uma História de League of Legends é um game com um visual bem agradável aos olhos. Seu pixel art é bonito, os cenários são bem agradáveis e há uma boa variedade de personagens, magias e localidades, que se repetem bem pouco ao longo das missões. No entanto, não podemos dizer o mesmo da parte audiovisual.

Embora seja totalmente localizado em português do Brasil, seja em áudio ou em texto, The Mageseeker: Uma História de League of Legends usa pouco o recurso da dublagem. Dá para contar nos dedos de uma mão os momentos que as cutscenes dubladas aparecem na história. Além disso, a trilha sonora é repetitiva, e não acompanha os principais momentos de emoção que a narrativa oferece. E, inacreditavelmente, o jogo não utiliza nenhum dos recursos do DualSense, mesmo com a vibração ativada.

The Mageseeker: Uma História de League of Legends
The Mageseeker: Uma História de League of Legends é bem detalhado e bonito visualmente, mas isso não se sustenta sozinho (Imagem: Divulgação)

Fora isso, há bugs que atrapalharam minha progressão. O primeiro deles aconteceu quando, sem qualquer explicação plausível, e mais de uma vez, os botões R1, R2, L1 e L2 pararam de funcionar e impediu a progressão. Troquei o DualSense por outro, pois achei que eu poderia ter estragado o controle, e o erro persistiu. Só foi solucionado ao reiniciar o aplicativo.

Outro bug marcante foi quando derrotei um dos principais bosses, com muito custo, e a tela ficou toda preta em seguida. Percebi que não estava carregando nada, mas era possível ouvir Sylas se mexendo e os sons dos botões de pause, por exemplo. Só que totalmente sem resposta visual na tela. Novamente, a solução foi fechar e reabrir o aplicativo.

The Mageseeker: Uma História de League of Legends
Ter que derrotar chefes difíceis por bugs foi frustrante (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar The Mageseeker: Uma História de League of Legends?

Eu gostei de The Mageseeker: Uma História de League of Legends como um todo. O combate, sem nenhuma dúvida, é o principal alicerce do gameplay, e que é onde tudo funciona da melhor parte. Explorar as regiões de Demacia foi interessante e bonito, pois o título traz um incrível visual em pixel art, mas também a trama principal e os personagens que são introduzidos por ela são interessantes e agregadores ao game.

Por outro lado, uma trilha sonora esquecível, bugs e o não uso de um recurso tão incrível quanto o DualSense puxam a experiência para baixo. Mas nada a ponto de tornar a experiência ruim ou injogável, mas apenas que, diante do brilho do combate e do visual, não estão à altura do “resto do pacote”.

The Mageseeker: Uma História de League of Legends chega no dia 18 de abril para Nintendo Switch, Xbox Series X|S, Xbox OnePlayStation 4, PlayStation 5 e PC, via Steam, GOG.comEpic Games Store, a partir de R$ 88,99, com um bônus de pré-venda: a Rapina Prateada Perdida.

*Review elaborada em um PlayStation 5, com código oferecido pela Riot Games.

The Mageseeker: Uma História de League of Legends

+ R$ 88.99
7.4

HIstória

7.5/10

Gameplay

9.0/10

Gráficos e Sons

7.0/10

Extras

6.0/10

Prós

  • Combate espetacular
  • Boas mecânicas de gameplay
  • Totalmente localizado em PT-BR
  • Trama principal interessante

Contras

  • Bugs frustrantes
  • Trilha sonora
  • Não uso do DualSense

Lucas Soares

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS4, PSVR, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem "só" um PS5, um Nintendo Switch e um PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, The Last of Us Part II e Red Dead Redemption 2 completam o Top-5.