Trails in the Sky 1st Chapter | Review
Trails in the Sky 1st Chapter é um JRPG de turnos e ação, lançado originalmente em 2004 no Japão, desenvolvido pela Nihon Falcom e publicado pela GungHo Online Entertainment America, Inc. O título chega com a doce promessa de remasterizar, e aprimorar, um dos jogos mais emblemáticos e excelentes da longa, longa franquia Trials. Interessante, não é mesmo?
Mas, será que ele consegue cumprir essa missão? Ou é apenas mais uma tentativa deprimente de nos fazer reviver os velhos tempos? É o que descobriremos agora, em mais uma análise totalmente excelente do Pizza Fria.
Um clássico melhorado
A série Legend Of Heroes, leitores e leitoras deste que pode ser conhecido como um dos sites com o público mais lindo da internet global, é cheia de joias raras. Desde o seus primeiros títulos até os mais atuais, como a saga Daybreak (louvada seja), a franquia não decepciona e mantém sua força ao longo dos anos, com uma história contínua e forte que, provavelmente, ainda vai longe.
Minha introdução a esse mundo mágico foi com a primeira aventura da série Trails In The Sky, que tive a oportunidade de jogar em meu tão amado e adorado PSP 3000 furioso nos longínquos anos que formaram o início do século XXI. De lá para cá joguei muitos outros da família, mas ele sempre teve um lugar cativo em meu coração e em minha memória.
Imaginem a alegria, então, quando descobri a existência de Trails in the Sky 1st Chapter, um remake completo reconstruindo o título original com a engine utilizada nos mais novos. Ah, é um sonho se fazendo realidade, não é mesmo? Mas, será que ele ficou bom mesmo? É o que iremos descobrir agora, gente bonita do meu coração.

História
Trails in the Sky 1st Chapter conta a história de Estelle e Joshua, dois jovens que acabam de passar em seus exames para integrar uma prestigiada guilda de defensores da paz e sossego do povo da nação de Liberl. Os dois novos bracers, como passam a serem reconhecidos, recebem uma primeira missão simples de resolver e que, de forma nenhuma, vai acabar em uma correria louca para salvar o reino. Que coisa impensável, certo?
Na verdade, é justo isso que acaba acontecendo. O que era para ser um trabalhinho de rotina acaba desencadeando acontecimentos que irão balançar as estruturas do reino, mudando percepções e jogando nossos queridos um uma treta que eles jamais pensariam viver. Que coisa, não é mesmo?
Devo dizer que a narrativa de Trails in the Sky 1st Chapter é um de seus pontos mais fortes, por diversos motivos. Temos uma série de acontecimentos que nos prendem logo desde o começo, personagens carismáticos, acontecimentos divertidos e um senso de aventura que não vemos em muitos jogos do gênero.
Salvo um começo um pouco lento, e algumas partes arrastadas aqui e ali, toda a narrativa do jogo é um deleite de se acompanhar do princípio ao fim e, sem dúvida, pode figurar entre uma das mais agradáveis do estilo. O que se torna mais interessante, ainda, ao pensarmos que ele é uma das fundações para todas as aventuras que vieram a seguir.

Jogabilidade
Podemos enxergar Trails in the Sky 1st Chapter, em sua forma mais simples, como um JRPG com um foco considerável em desenvolvimento narrativo que combina ação em tempo real com turnos (a depender do gosto do freguês) ambientado em um mundo de fantasia. Assim, espere passar uma boa parte de seu tempo com o título lutando contra monstros, vendo tretas rolarem e otimizando seus personagens.
O jogo, como disse acima, foi construído em cima das bases sólidas da saga Daybreak, combinando possibilidades de combate em tempo real com turnos. Isso é bem engenhoso, permitindo que o jogador ataque inimigos de maneira livre, caso queira, iniciando a pancadaria em turnos em qualquer momento que desejar.
As lutas em tempo real de Trails in the Sky 1st Chapter são bem simples, consistindo majoritariamente em golpes fracos, um especial e esquivas. A ideia central, creio eu, é utilizá-lo apenas como forma de lidar com inimigos mais fracos e, principalmente, nos dar a opção de começar a briga em turnos com uma boa vantagem.
O combate em turnos segue a tradição da série, fornecendo movimentação livre (dentro do limite do personagem) com opções de ataques básicos, magias e habilidades corpo a corpo que utilizam um recurso ganho ao bater ou apanhar. Ele é bem completinho, contando também com um esquema de buffs que ativam em determinados turnos que podem ajudar tanto heróis quanto vilões.

Trails in the Sky 1st Chapter mantém a mecânica tradicional de quartz, já conhecida, que nos dá uma boa variedade de opções na hora de customizar nosso arsenal mágico e, também, melhorar os atributos de nossos bonecos. Aliás, apesar da interface ainda ser um pouco confusa as vezes, eu acredito que essa é uma das iterações mais suaves que vi na franquia até agora.
Contudo, nosso tempo com Trails in the Sky 1st Chapter não se passa apenas com brigas, menus e confusões. Como bons bracers que somos, também precisaremos realizar uma série de missões, primárias e secundárias, para ajudar a população de Liberl a resolver seus problemas dos mais simples, como acender lâmpadas, até os mais complexos como derrotar monstros terríveis. Que volta para a treta, não é mesmo?
Essas missões são bem legais, dão boas recompensas e também ajudam a expandir o universo do jogo. Eu gostei bastante delas, e creio que também servem como uma boa maneira de aumentar a vida útil do título sem o deixar enfadonho ou repetitivo.
Em se tratando de melhorias dessa versão, a utilização da engine mais recente da franquia trouxe muita coisa nova e muita facilidade para nossa vida. Mais opções de combate, texturas reconstruídas, novas dublagens, mecânicas, updates de melhoria de vida, enfim. Tudo fazendo essa a versão definitiva do clássico que tanto amamos.

Sons e Visuais
Como comentei, os visuais de Trails in the Sky 1st Chapter foram completamente restruturados, trazendo o título totalmente para o 3D e reimaginando muitas cenas, personagens e cenários. Eu gostei de tudo, das animações até as artes, e acredito que realmente foi um trabalho bem feito. Contudo, admito que gostaria de uma opção de alternar o visual com o original. Ele era tão charmoso.
Na parte sonora, também tivemos uma melhoria na trilha incrível que já existia, além da adição de novas vozes e efeitos. Realmente gostei do que fizeram, e creio ter ficado no mesmo patamar da parte visual. Contudo, ainda ficamos sem nossa legenda. Que pena.

Vale a pena jogar Trails in the Sky 1st Chapter?
Trails in the Sky 1st Chapter, leitores e leitoras, é uma reconstrução muito competente de um dos clássicos da série Legend of Heroes e, devo adicionar, um dos JRPGs mais legais que temos na praça. O título realmente conseguiu capturar o charme se abrir mão da evolução, e fiquei muito contente com o resultado que chegou para nós.
Trails in the Sky 1st Chapter segue com personagens cativantes e legais de acompanhar, uma trama bem desenvolvida, modos de combate bem implementados, muitas melhorias e um pacote que realmente agrada. De negativo, só senti falta da nossa legenda e gostaria de poder ver os gráficos originais também.
Sendo assim, não posso recomendar Trails in the Sky 1st Chapter o suficiente tanto para quem curte a série, para quem já jogou o original ou para aqueles que nunca conheceram esse universo. O título, que já era excelente, chegou melhor ainda nesta nova geração, e realmente merece ser apreciado. Super recomendo.
Trails in the Sky 1st Chapter fez sua estreia no dia 19 de setembro para PlayStation 5, Nintendo Switch (físico e digital), Nintendo Switch 2 (digital) e PC, via Steam.
*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela GungHo Online Entertainment America, Inc..
Trails in the Sky 1st Chapter
BRL 162Prós
- Excelente reconstrução de um clássico do gênero
- Personagens cativantes e legais de acompanhar
- Narrativa envolvente
- Modos de combate em turno e tempo real dão uma boa variedade de opções ao jogador
- Novos gráficos e animações caíram muito bem, sem parecer uma cópia direto do que havia em Daybreak
Contras
- Sem legenda em português
- Poderíamos poder ver os gráficos clássicos e modernos


