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Trinity Fusion | Review

Trinity Fusion, desenvolvido e publicado pela Angry Mob Games, é um jogo de plataforma e ação roguelite, que introduz o mundo de Maya aos jogadores. Maya é uma espécie de guerreira interdimensional, ligada de forma psíquica com três versões suas no multiverso. Através desse multiverso, jogadores partem em uma jornada única, obtendo detalhes da história, uma série de armas, biomas, além de mecânicas diversificadas. Entrar nesse multiverso é a melhor escolha? Confira em mais uma análise antecipada multidimensional, aqui no Pizza Fria!

O começo do caos

Trinity Fusion engloba uma série de elementos de multiverso com diversas reviravoltas e ramificações na história. Inicialmente, descobrimos que o multiverso foi criado para servir a humanidade e proporcionar recursos únicos. O primeiro, chamado de “Submundo” é um universo cheio de vida e recursos; “Supramundo” é o multiverso da criação; “Hipermundo” é o universo onde a ciência e a arte prosperam e, finalmente, o “Primário” é o centro de tudo, local onde os habitantes podem desfrutar de todos os recursos obtidos nos demais universos e o mesmo controla os demais universos.

Planos tão ambiciosos geram consequências inevitáveis: o domínio dos multiversos, até então sob controle, foi perdido. Primeiro caiu o “Hipermundo”, resultando em cidadãos transformados em seres superiores chamados “Ewer”. Todos os habitantes restantes foram expulsos para o “Supramundo”. O “Submundo” sucumbiu as feras gigantescas que dominaram o ambiente. O “Primário”, detentor também da organização dos multiversos, não tinha mais poder, deixando o multiverso desequilibrado, rumo ao colapso.

Essa reação em cadeira acabará com a vida e tudo já conhecido. No entanto, uma luz no fim do túnel surge, com a possibilidade de controlar o colapso com a fusão dos universos em um só, salvando o que puder. Maya, é a única com habilidade para viajar o mais rápido possível entre os quatro mundos e mudar o destino de todos.

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As cenas de transição mudam para 3D, eliminando o estilo 2.5D em Trinity Fusion. (Imagem: Reprodução)

Universos desafiadores

Como um bom roguelite de plataforma, Trinity Fusion, é desafiador e punitivo, mesclando entre três níveis de dificuldade (sobrevivente, veterano e difícil), sem facilitar a vida de jogadores. O nível de dificuldade mais acessível é o sobrevivente, porém, não se engane pelas aparências, pois, apesar da menor dificuldade implementada, alguns inimigos infligem danos elevados e mortes serão uma constante. As personagens possuem a capacidade de saltar, efetuar salto duplo, passar por plataformas finas, efetuar ataque com arma principal e secundária (energia), deslizar e interagir com o ambiente.

A arma principal inflige danos corpo a corpo, sendo a secundária, uma arma para uso em distância, dependendo de energia. Ao eliminar inimigos com golpes corpo a corpo, obtemos energia para a arma secundária, indicada por uma barra azul. Nos cenários, localizados estrategicamente, ficam também terminais, que ao serem atingidos, aumentam a quantidade de energia da arma.

No modo sobrevivente, alguns inimigos reagem de maneira reativa e imprimem um desafio à parte, enquanto outros parecem, propositalmente, menos responsivos e até mesmo com qualidade de IA duvidosa. Sua sobrevivência dependerá, especificamente, da forma como você reage nos combates e seus reflexos. Dominando o cenário e as habilidades, a transição entre os mundos será mais tranquila. Ousando enfrentar inimigos em confrontos diretos, certamente sentirá o nível de dificuldade exposto com a drenagem constante de vida, pois os danos não são amigáveis.

Eventualmente, existem elementos para a recuperação de vida, porém, não são tão constantes quanto gostaríamos. Todos os ataques, o uso de habilidades, a movimentação das personagens, tudo é extremamente responsivo, bem realizado e fluído. Essa, certamente, é a alma da mecânica de jogabilidade em Trinity Fusion.

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Teletransporte é o recurso de viagem rápida entre os cenários de plataforma (Imagem: Reprodução)

Porém, o desequilíbrio em combate em Trinity Fusion fica evidente, ligados aos danos causados entre personagem e criaturas. Algumas armas pecam em seu dano e inimigos parecem infligir danos demais em situações que não deveriam. Parte dessa sensação acaba afetando parcialmente a diversão e, acredito fielmente que serão ajustadas após o lançamento oficial do jogo, já que a análise foi realizada antecipadamente. É comum que ajustes propostos e evidenciados por jogadores pós-lançamento sejam recebidos por desenvolvedores e implementados os devidos ajustes.

Ao morrer, suas armas serão resetadas, seus poderes, entre outros detalhes, podendo gerar frustração em jogadores eventuais não acostumados ao sistema punitivo de jogos nesse mesmo estilo. Sempre será uma questão de treino, domínio de habilidades, armas, esquiva e a processo evolutivo do aprendizado chega. Outro detalhe importante é o potencial de exploração de níveis em Trinity Fusion, repleto de lugares para subir, descer, descobrir, acessar, além de premiar jogadores com upgrades especiais pela exploração. O mapa em tela revela o que já foi descoberto e que pontos estão ocultos para acesso, auxiliando na localização do jogador, assim como os diversos portais que atuam na transição de nível para as personagens.

No centro de tudo, a “Cidadela” é nossa “base” e o ponto de origem do multiverso que visitamos eventualmente. Nele, personagens distintos especialistas em habilidades auxiliam nossa personagem vendendo upgrades. Essas melhorias adicionam status em armas, no aumento psíquico do personagem, em amplificadores ofensivos e demais recursos adicionais extremamente importantes. Tudo tem um custo, desbloqueados com a progressão em jogo.

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Na “Cidadela”, transitamos entre personagens com upgrades e habilidades específicas (Imagem: Reprodução)

Habilidades especiais

Cada uma das personagens (Altara, Kera e Naira), seres paralelos de Maya, comportam-se de forma diferente, com uma pequena similaridade na movimentação. Suas habilidades únicas definem o andamento da gameplay e do combate. Altara usa armas brancas e feitiço, Naira usa uma arma de longo alcance e sua arma branca e finalmente, Kera, tendo como base o combate corpo a corpo. Ela não pula como as demais, porém, pode agarra pontos do cenário e puxar inimigos.

O combate associa-se ao “Nível de Poder” de cada personagem, aumentando a eficácia das habilidades e seus amplificadores, melhorando também a qualidade das armas que encontramos. Além disso, um recurso interessante, é o estado de atordoamento que deixamos os inimigos, cujo status de atordoamento muda para amarelo após uma série de ataques, deixando o inimigo mais exposto aos danos. Esse recurso é ótimo para os inimigos maiores ou “especiais”.

Cada mundo possui inimigos distintos, com nomes que vão desde “Globo Ocular” ao “Cão Raivoso”, sempre associados ao bioma de atuação. Ambientes tecnológicos, inimigos tecnológicos, ambientes mais “naturais”, criaturas grotescas. Atuando no auxílio das personagens, existem os “amplificadores”, recursos temporários obtidos em nossa jornada pelos mundos.

Como resultado, o efeito obtido dará mais poder, onde certos recursos precisam de uma determinada condição, liberando seu uso. Reunindo amplificadores de uma mesma categoria, ativamos um amplificador adicional, muito mais poderoso. Da mesma forma, personagens utilizam até cinco amplificadores distintos e nosso controle se dá por meio de um menu de personagem, cujas estatísticas englobam elementos de: dano, alcance e descritivo do amplificador.

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O tipo de inimigo muda conforme o bioma, sempre associados ao tema de cada universo. (Imagem: Reprodução)

Uma bela jornada visual

Se Trinity Fusion peca pela questão de equilíbrio entre vantagens e desvantagens em combate, ele brilha no quesito visual. Todos os biomas são detalhados e distintos entre si, cuja paleta de cores associa-se ao nome de cada universo. O “Submundo”, por exemplo, é envolto em uma névoa empoeirada e elementos aquáticos associados aos pântanos.

Os inimigos possuem características animalescas que soam inspiradas nas próprias criaturas presentes no bioma de um pântano e as estruturas criadas no cenário estão destruídas, causando o impacto de um universo largado “à própria sorte”. Em “Desolação”, nos deparamos com um bioma rochoso e cinza, repleto de plataformas em ferro, cujo colorido de personagens e inimigos destaca-se ao tom cinzento do ambiente 2.5 D. Efeitos de iluminação, de animações, transições, tudo funciona como deveria, sem detalhes adicionais ou relevantes em meu teste no PS5.

A dublagem é satisfatória, cujas performances dão o tom da história e a dramaticidade envolvida. No entanto, não espere por animações faciais e sincronizações labiais. A trilha sonora sintetizada é boa, aumentando suas batidas e aceleração de ritmo em confrontos mais enérgicos.

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Trinity Fusion destaca-se por seu visual e universos únicos. (Imagem: Reprodução)

Vale a pena jogar Trinity Fusion?

Trinity Fusion é divertido, visualmente impressionante e possui uma gama de habilidades e recursos adicionais associados aos personagens, que garantem um misto de jogabilidade e atuação do jogador em biomas envoltos em constante ação. No entanto, peca pela falta de equilíbrio em combate e proposta de gameplay curta. Apesar da limitação, seu ritmo cadenciado de combate e sua estrutura de biomas para exploração, certamente garantem o potencial para jogar o game.

Trinity Fusion estará disponível para PC, via Steam e Epic Games Store, PlayStation 4, PlayStation 5 e Xbox One, Xbox Series X|S no dia 15 de dezembro.

*Review elaborada no PlayStation 5, com código fornecido pela Angry Mob Games.

Trinity Fusion

7

História

6.0/10

Gameplay

8.5/10

Sons e Visuais

7.5/10

Extras

6.0/10

Prós

  • Estágios composto de biomas diversificados e belos
  • Legenda com localização para o português do Brasil
  • Ótimo desempenho no PS5

Contras

  • Falta de equilíbrio em combate
  • Narrativa confusa

Vanessa Lopes

    Gamer raiz, assoprava cartuchos e executava jogos no MS-DOS. Carioca que ama dias chuvosos, gostaria de ser paulista e morar na terra da garoa. Cria conteúdos sobre jogos, tenta dominar dados, porém, super noob em Power BI.