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Tunche | Review

Tunche é um jogo de beat’em up (vulgo joguinho de porrada, em terras tupiniquins) misturado com roguelike desenvolvido pela Leap Game Studios e distribuído pela HypeTrain Digital para Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One e PC, via Steam. Nele, somos jogados em uma aventura para salvar a floresta amazônica de um ser chamado Tunche. Além disso, ele conta com um estilo visual bem distinto e colorido. Será que jogá-lo é um bom uso do nosso tempo limitado neste plano terreno? É o que veremos agora em mais uma análise do Pizza Fria!

Lá na Amazônia

Tunche, então. Veja bem, leitor florestal, eu fiquei realmente interessado quando vi as marcações do jogo na Steam. Beat’em up? Claro! Roguelike? Assino embaixo. Gráficos desenhados, parecendo que foram feitos à mão? Não diga mais nada, meu patrão. Apenas me dê meu controle e minhas pantufas confortáveis de profissional e sommelier (chiquérrimo) que sou.

Devo dizer, inclusive, que sou um grande fã dos saudosos jogos de porradinha. Lembro claramente de quando era menino moço e ia alugar fitas na locadora. Os jogos da série Final Fight, Tartarugas Ninja, Capitão Comando ou Streets of Rage no Megadrive. Aqueles eram os bons tempos. Fico contente de ver que esse estilo de jogo parecer estar ganhando fôlego novamente.

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Um dos chefes de Tunche. (Fonte: Divulgação)

O outro lado de Tunche, que também me chamou bastante atenção, foi o roguelike. Esse tipo de jogo anda em alta no mercado, em boa medida puxado pelo sucesso do deliciosamente maravilhoso Hades. Falhar e retomar do começo nunca foi tão maravilhoso, eu diria. Ah, bem notado leitora. Nem todos sabemos do que se trata essa belezinha. Então sente na cadeira, que é hora da escola!

O quê é esse tal roguelike? Ora pois, leitor curioso, ocorre que escrevi uma postagem aqui no site falando sobre isso e recomendo a leitura. Mas, para terem uma ideia melhor, vou colocar um pedacinho da explicação desse gênero de jogo, que falei lá. Saquem só: O que define o gênero roguelike? Em verdade, temos dois tipos: rogueLIKE e rogueLITE. Basicamente, ambos são estilos de jogo nos quais os mapas são randomizados. A maior diferença é que no LIKE não há forma de manter nada que se tinha ao morrer. Suas habilidades e armas serão as mesmas, independente se está na tentativa um ou mil.

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Hat Kid é a convidada de honra de Tunche. (Fonte: Divulgação)

Cada bonequinho conta com um foco diferente. Por exemplo, Rumi foi a que mais joguei, e ela tem um kit de habilidades focado no uso de golpes especiais. Ganhamos dinheiro e pontos de experiência em cada tentativa para usar quando voltamos ao acampamento central para comprar novos poderes, combos e efeitos para nosso personagem favorito.

Outra coisa interessante que Tunche aplica são os modificadores, que podem ser adquiridos nas salas que enfrentamos os inimigos. Eles conferem vantagens diferentes, e podem ser equipados ou destruídos para que as peças sejam utilizadas na criação de novos efeitos. É um sistema simples do estilo de jogo, mas com uma sacodida interessante. O sistema de jogo é bem simples. Temos um botão para golpes normais, especiais, esquivas, pulos e lançamentos que atiram os inimigos ao ar. A compra de novas habilidades libera combinações destes que tem danos e efeitos diferentes. O uso criativo deles aumenta a nota que recebemos ao fim de cada sala, tipo como em Devil May Cry. Quanto maior a nota, maior o prêmio.

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Rumi tem especiais bem fortes. (Fonte: Divulgação)

Essa dinâmica é boa, porque nos incentiva à sempre dar uma chacoalhada em nossa estratégia de combate. O uso de menos botões pode, por vezes, deixar o combate simplista e repetitivo demais. Mas as habilidades que Tunche nos disponibiliza e o sistema de avaliação de combate ajudam a combater esse mal. Todo dano que damos e recebemos é baseado em atributos, que evoluem conforme nossos personagens se tornam mais fortes. Isso é bom porquê oferece uma nova camada à boa e velha porradinha, fazendo com que os personagens se tornem ainda mais únicos. Cada um tem sua árvore de evolução, suas forças e fraquezas.

Um ponto ruim disso, entretanto, é que alguns inimigos tem o hábito de precisar de muito dano antes de serem derrotados. Sério, por alguns momentos me senti extremamente entediado de ficar dando tapas em um sapinhos por minutos e ele continuar tentando me engolir como se nada estivesse acontecendo. Isso tende a diminuir conforme ficamos fortes, mas é algo notável no começo.

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Bravo! (Fonte: Divulgação)

Sons e Visuais

Tunche possui visuais doces e suaves como uma torta de chocolate feita com amor e carinho. Os traços são muito bonitos, as animações são bem feitas e as cores são sensacionais. É interessante notar como cada personagem tem um visual bem definido, o como captura bem as paisagens amazônicas. Realmente achei maravilhoso.

A música também é muito boa, e não se torna monótona em nenhum momento. Isso é um grande feito, visto que a premissa do jogo faz com que estejamos passando pelos mesmos cenários, ouvindo as mesmas canções, a todo momento. Ela é viva, cheia de ritmo e com um gingado envolvente. Muito agradável de ouvir, e ajuda a dar personalidade ao título.

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Um exemplo da árvore de habilidades. (Fonte: Divulgação)

Vale a pena comprar Tunche?

Bom, qual minha conclusão acerca do valor de Tunche? Como ficou claro, eu curti o jogo demais. Os visuais são bonitos, as mecânicas são divertidas e todos os personagens tem sua particularidades, o que dá mais um gás e valor de rejogabilidade ao título. Além disso, a própria natureza roguelike ajuda na hora de fazer cada tentativa ser diferente da outra. Além disso, o jogo tem modo cooperativo para cinco pessoas! E também pode ser jogado em tela dividida, o que é melhor anda.

Ainda que as habilidades e progressões sejam bem feitas, o começo do jogo pode ser um pouco agarrado demais devido ao pouco dano que temos e a vida alta dos inimigos. Mas nada que venha a quebrar a roda da carroça. E ele também pode ser um pouquinho lento para carregar algumas telas, mas não é algo recorrente.

Ao fim e ao cabo, Tunche foi um bom investimento do meu tempo valioso nesse planeta. O combate é legal, ainda que simples, é bonito de ver e as opções de habilidades, personagens e combos ajudam para que as coisas não caiam no marasmo. Se você for fã de jogos de beat’em up, principalmente, encontrará muito que amar aqui. Recomendo fortemente.

*Review elaborada em um PC equipado com AMD RX, com código fornecido pela HypeTrain Digital.

Tunche

9.3

História

9.0/10

Gráficos e sons

10.0/10

Jogabilidade

9.0/10

Extras

9.0/10

Prós

  • Jogabilidade simples e divertida
  • Muitos personagens e habilidades
  • Legendas em português
  • Visual lindo
  • Modo cooperativo local

Contras

  • Inimigos tem muita vida no começo, enquanto ainda estamos fracos

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.