TurretGirls | Review
Meus caros leitores, vocês já imaginaram jogar algo que misture Tropas Estelares com garotas de anime? Pois agora isso é possível! TurretGirls é um tower defense que combina elementos de rail shooter e roguelite, colocando o jogador na pele de uma guerreira equipada com um vasto arsenal de armas e diversas opções de roupas.
Mas será que TurretGirls aproveita ao máximo essa proposta ousada? É o que vamos conferir em mais uma análise do Pizza Fria!
Aviso Importante: TurretGirls é um jogo classificado para maiores de 18 anos, contendo nudez e temas adultos, conforme informado na página oficial da Steam.
Muitas armas, inimigos e biquinis?
Antes de enfrentar hordas de gigantescos aliens, o jogador escolhe sua arma principal e as peças de roupa que funcionam como armadura, oferecendo bônus como aumento de munição, velocidade de recarga e knockback. Cada arma possui características próprias, e os atributos fornecidos pelas roupas adicionam um nível de estratégia simples de compreender, mas eficaz durante as partidas.
Todas as 10 armas precisam ser desbloqueadas ao evoluir o equipamento anterior até o nível 2, o que incentiva a experimentação até encontrar aquela que mais combina com seu estilo. As roupas também exigem condições específicas para serem liberadas, mas, em sua maioria, são cumpridas naturalmente durante o progresso. TurretGirls é um jogo direto ao ponto, descontraído e com controles suaves e responsivos que rapidamente se tornam viciantes.

Dentro das missões, a tarefa é defender os geradores contra criaturas colossais. Os ataques acontecem em ondas, chamadas de “dias”, que duram em média 60 segundos. O jogo termina caso falhemos na proteção dos geradores ou se a protagonista receber dano múltiplas vezes, representado pela quantidade de roupas restantes.
Os inimigos são divididos em três cores: vermelhos, que avançam diretamente para destruir o gerador; azuis, que atacam à distância; e amarelos, que focam exclusivamente no jogador. Cada cor apresenta variações terrestres e aéreas, com tamanhos e velocidades distintos. A relação entre equipamentos e inimigos é bem equilibrada e, nos três níveis disponíveis, novas combinações aparecem constantemente, mantendo as ondas desafiadoras e dinâmicas.

Uma progressão impactante, porém lenta
Afinal, como vencemos as gigantescas hordas de inimigos? Os geradores que protegemos acumulam uma pequena porcentagem de energia a cada “dia” concluído. Ao atingir 100%, enfrentamos uma onda final, na qual uma superarma é ativada com um disparo devastador. A quantidade de inimigos derrotados por rodada e os geradores mantidos ativos garantem um pagamento ao jogador, que pode ser investido em armas secundárias, reparo de estruturas danificadas, habilidades passivas ou até na instalação de geradores armados com lança-foguetes e canhões. Todos esses recursos são essenciais, e a sensação de fortalecimento é constante.
Ao completar ou falhar uma missão, recebemos pontos de experiência (XP) para evoluir as armas de acordo com o desempenho. No entanto, as primeiras tentativas podem ser frustrantes, já que é praticamente impossível avançar por muitos dias com equipamentos de nível baixo. O processo de evoluir cada arma individualmente até alcançar um patamar aceitável é demorado e, em alguns momentos, desgastante.

Um game design contraprodutivo
Além da melhoria de desempenho, uma parte significativa da experiência em TurretGirls é o desbloqueio e a personalização visual da protagonista. Embora exista uma grande variedade de vestimentas íntimas para serem liberadas, o jogador quase nunca vê essas mudanças, já que elas só aparecem quando a personagem leva dano e está próxima da derrota. Na maior parte do tempo, o traje padrão permanece inalterado, limitando o impacto da customização.
Essa limitação se torna ainda mais problemática porque cada peça de roupa oferece funções diferentes que influenciam o estilo de jogo. Muitas vezes, usar a vestimenta que o jogador deseja pode prejudicar a partida, já que os bônus concedidos podem não estar em sintonia com a arma ou com as habilidades passivas escolhidas.
Outro ponto é que, apesar do título sugerir múltiplas personagens, controlamos apenas uma garota sem nome, identificada simplesmente como “Girl”. Fora alguns comentários bem-humorados entre as missões, a protagonista carece de carisma, e suas falas rapidamente se tornam repetitivas.

Vale a pena comprar TurretGirls?
A arte e a fluidez das animações são, sem dúvida, os elementos mais chamativos de TurretGirls. O jogo apresenta um belo cel shading aplicado tanto na protagonista quanto nos inimigos, que possuem cores vibrantes e não cansam a visão, mesmo quando a tela está tomada pelo caos. A jogabilidade também se destaca: os controles de mira são precisos, as armas funcionam de maneiras bem distintas e o sistema de melhorias é direto e eficiente, tornando as primeiras horas bastante envolventes.
Por outro lado, o grind excessivo para aprimorar os equipamentos e desbloquear roupas acaba sendo cansativo. Além disso, as customizações quase não aparecem durante as partidas e ficam restritas a uma personagem sem carisma, o que diminui o impacto da progressão.
No fim, TurretGirls é um jogo divertido para investir algumas horas, mas sua falta de identidade faz com que a experiência se torne cada vez menos interessante ao longo do tempo. O game chega para PC, via Steam, no dia 25 de agosto.
*Review feita em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela DANGEN Entertainment.


