Halo Infinite | Review
Depois de atrasos, piadas e diversos problemas, a 343 Industries e o Xbox Game Studios finalmente lançaram Halo Infinite para PC, via Steam, Xbox One e Xbox Series X|S, estando também disponível no Xbox Game Pass. O título segue os eventos de Halo 5, nos colocando novamente na pele do lendário Master Chief em um universo cada vez mais hostil e fragmentado onde a UNSC se encontra praticamente derrotada pelos seres conhecidos como os “Banidos”.
Esta review abordará os principais aspectos da lendária franquia Halo, mostrando aspectos como, por exemplo, o adiamento do lançamento ter sido um ponto benéfico para a qualidade do título em aspectos gráficos e muito mais. Mas enfim, chega de papo e vamos para a ação em mais uma crítica do Pizza Fria!
A história de Halo Infinite
Antes de mais nada, vale ressaltar que Halo Infinite ainda não é tão infinito assim, pelo menos no modo Campanha, que dura em torno de 10 a 12 horas. A narrativa do game nos coloca novamente na pele de Master Chief, que sempre surge quando a humanidade está sem nenhuma esperança. Desta vez, o protagonista enfrentará seu algoz que literalmente o jogou no espaço, sendo ele o inimigo mais implacável de Chief. Achado por Echo-216, Master Chief é colocado de volta à batalha que decidirá de uma vez por todas o destino da humanidade e da Instalação 07.
Como dito acima, o enredo de Halo Infinite, ambientado logo após os eventos de Halo 5, mostra a frota da UNSC totalmente dizimada e ilhada na superfície da Instalação 07 após ser duramente vencida pelos Banidos, um clã formado por Guerreiros Brutes que tomaram conta de todo anel e fizeram diversos reféns que deverão ser salvos por Chief. Desta maneira, com recursos limitados, Master Chief tem a função de parar os cruéis Banidos de seu objetivo de reparar o anel Halo, reivindicando o controle da maior ameaça da galáxia.
Halo Infinite consegue ter uma narrativa sólida e diálogos muito interessantes para um shooter, e como fã que sou da franquia (que aprendi a gostar bem tarde, vale ressaltar), considero o título o mais interessante, sobretudo por conta das novidades nos armamentos e na ideia de ter uma campanha em um mundo ainda limitado, mas repleto de detalhes. Aliás, as instalações do anel e os próprios inimigos, embora muito aprimorados graficamente, seguem o mesmo padrão dos outros jogos, sendo algo bem visível aos jogadores habituados com o universo do game. Acredito que ao longo do tempo, Halo Infinite ainda terá mais conteúdo de campanha, e aí sim será mais “infinito”.
Mesclando o velho e o novo sem perder a essência
Não foram só os inimigos e os locais que estiveram bem similares ao que a franquia trazia nos títulos anteriores. Halo Infinite conseguiu trazer uma jogabilidade ainda mais fluida, mas sem mudar tanto o que os jogadores já conheciam. As armas e apetrechos adicionados ao poderoso Master Chief caíram como uma luva, de tal forma que aventurar-se pelo mundo aberto se torna ainda mais prazeroso, sobretudo ao liberarmos diversas bases dos Banidos, aumentando o campo de influência da UNSC, tal como em jogos das franquias Far Cry e Assassin’s Creed. No entanto, Halo Infinite consegue fazer com que essas incursões aconteçam de forma mais orgânica, criando tarefas extras para se dominar os territórios.
Sobre as ferramentas de Master Chief, seria impossível não citar o maravilhoso gancho, que serve tanto para escalar lugares mais altos, quanto para atacar inimigos com golpes de choque e corpo-a-corpo. Não só ele, mas também o escudo ou o sensor de ameaça ajudam bastante a variar as formas de ataque, permitindo ainda mais possibilidades táticas para os jogadores abordarem hordas enormes de inimigos armados até os dentes. E olha, Halo Infinite traz desafios na medida certa de acordo com o andamento da campanha. Desta forma, se prepare para morrer algumas vezes mesmo no nível “normal”.
Essa mistura de coisas já vistas no passado com novas armas, apetrechos variados e gráficos muito melhores do que os apresentados no primeiro trailer do game (horrível, diga-se de passagem) foram muito positivas, trazendo uma dinâmica maravilhosa ao jogo e mostrando o quão importante pode ser um adiamento para a qualidade final do jogo. E olha que Halo Infinite ainda não apresentou o jogo em 100% da sua forma, não constando ainda, por exemplo, o modo cooperativo. O importante é que o adiamento fez com que a 343 Industries tivesse sucesso, conseguindo elaborar um jogo mais apurado e que não frustrou os fãs, mesmo que possa ser ainda maior e melhor.
Gráficos, sons e desempenho
No quesito gráfico e sonoro, Halo Infinite não deixa nada a desejar. Ao contrário do observado no primeiro trailer, o título traz personagens e mapas bem desenhados, tendo um destaque especial para o sistema de luzes do jogo, algo perceptível nos mapas e nos reflexos em toda a ambientação. Já a parte sonora também está perfeitamente desenvolvida, com destaque para a riquíssima dublagem em português, onde temos um Master Chief um pouco mais “falante”. Já os outros personagens e inimigos contam com um trabalho de dublagem maravilhoso, com destaque especial para as torres de propaganda e suas falas hilárias.
A trilha sonora não fica atrás, ditando o ritmo do jogo, alternando entre músicas calmas ao longo do período de exploração e músicas mais tensas ao adentrarmos em uma batalha. É bem verdade que pequenas “tretas” acabam com uma trilha sonora bem épica, o que chega a ser bem exagerado. Porém, nos momentos cruciais do jogo, a trilha consegue captar a essência realmente épica do mundo de Halo.
No desempenho, Halo Infinite rodou quase com todas as configurações no máximo e a 1080p, segurando bem acima de 85 FPS em uma GeForce RTX 3060 Ti. O título conta com um desenvolvimento aprimorado para PCs. Desde suas configurações gráficas avançadas, que contam com suporte a monitores widescreen e ultrawide, vinculações de três teclas e recursos como dimensionamento dinâmico e taxas de quadros variáveis. Desta forma, o título consegue ser rodado em diferentes configurações sem comprometer a jogabilidade.
Vale a pena comprar Halo Infinite?
Halo Infinite conseguiu acertar na maior parte dos pontos. A campanha é sólida e a ideia de se fazer o enredo em um mundo aberto foi excelente. Certamente o título receberá mais atualizações e expandirá a campanha, que conta com cerca de 10 horas, apresentando um conteúdo sólido, embora finito. Contudo, a experiência do jogo poderá ser continuada no disputado modo multijogador, que está recebendo um tratamento especial, visto a paixão dos fãs pelos combates contra outros jogadores. Há também a ideia de que o game receba uma atualização para o modo cooperativo, tornando a experiência da campanha em algo ainda mais divertido. Ou seja, Halo Infinite ainda dará muito pano pra manga em um futuro próximo.
Vale ressaltar nesta review a questão do adiamento de Halo Infinite e a questão da pandemia ao longo do desenvolvimento do título, que deveria ser lançado juntamente do Xbox Series X|S, o que não ocorreu. Com o feedback negativo da comunidade, que encheu as redes com memes hilários sobre os gráficos sofríveis do primeiro trailer, a desenvolvedora deu um passo pra trás e correu atrás do prejuízo, em um jogo que mesmo com uma série de problemas de desenvolvimento, conseguiu trazer a melhor experiência da franquia. Honestamente, é interessante de perceber a atitude, mas não fizeram mais do que a obrigação, pois Halo é uma das principais franquias da Microsoft – isso se não for a principal.
Finalizando esta análise, Halo Infinite é um jogo muito feito para os fãs, mas também não exclui a ideia de ser uma porta de entrada para os novatos na franquia. É claro, seria muito mais interessante conhecer a história toda para uma maior imersão, mas se a ideia primordial de um jogo é trazer desafio e divertimento na proporção certa, temos aqui um exemplo perfeito, sendo Halo Infinite um jogo bem balanceado, divertido e muito bem feito. E o melhor: o título está disponível no Xbox Game Pass na faixa. O modo multiplayer também está gratuito e a campanha… bem, ela está custando R$ 249,00, um preço alto, mas que segue o valor dos games atuais.
*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Microsoft.