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Assassin’s Creed Valhalla: Dawn of Ragnarök | Review

Assassin’s Creed Valhalla foi um dos títulos de lançamento dos consoles da nova geração, ainda em 2020. A saga de Eivor também alcançou um bom resultado com a crítica, ostentando uma média de 84 pontos no Metacritic. Mais do que isso, o título também foi um sucesso comercial: gerou mais de R$ 5 bilhões de receita para a Ubisoft, consolidando-se como um dos títulos mais lucrativos da empresa.

O sucesso se deu por vários motivos, é claro. O jogo é bom (você pode conferir minha opinião aqui), ganhou muito conteúdo gratuito, e relevante, durante o “Ano 1” e até mesmo as DLCs A Ira dos Druidas e O Cerco em Paris, que apesar de não terem sido tão bem recebidas como o jogo base, também tiveram um lugar ao sol, em especial para quem apreciou a narrativa do jogo e/ou está familiarizado com as incursões vikings.

Dito tudo isso, entendi de uma forma bastante natural quando a expansão Dawn of Ragnarök foi anunciada. Ao longo da narrativa principal, Eivor tem uma habilidade em que pode vivenciar os acontecimentos de Asgard, assumindo o papel de Odin e seguindo uma linha de missões paralela. Acontece que essa história não foi “finalizada” no jogo base, afinal, como diz a mitologia, foi o Ragnarök que deu fim ao mundo dos deuses.

Assim, a expansão nos leva para próximo deste ponto chave da mitologia. Assumindo o papel de Odin, os jogadores devem seguir os passos do Pai de Todos por Svartalfheim, o reinos dos anões, enquanto busca por Baldr, sequestrado pelo rei de Muspelheim, Surtr. Vem comigo pra mais uma review antecipada do Pizza Fria!

Bem vindo ao fim do mundo

Dawn of Ragnarök começa em Ravensthorpe, quando Eivor descansa sob uma árvore e sonha com uma batalha envolvendo Odin e Frigg contra Surtr e Sinmara, em que o Pai de Todos acaba derrotado. A(O) protagonista procura Valka para entender se aquilo havia sido um sonho ou não, já que acorda e encontra um visco – a única coisa nos nove reinos capaz de ferir Baldr, em suas coisas. Valka informa que a protagonista deve retornar ao papel de Odin, em busca dessas respostas, e para isso precisa concluir um ritual. Assim começa nossa aventura.

Quando assumimos novamente o papel de Odin, não tem mais volta. Dawn of Ragnarök começou. O reino dos anões é completamente diferente da Inglaterra do jogo base, seja no estonteante visual da nova região, ou nas mudanças que envolvem o gameplay e a própria narrativa. Com uma forma “livre” de se contar história, o jogador não precisa seguir, necessariamente, uma linha específica de missões principais. Como a expansão apresenta no início, é preciso encontrar Abrigos onde os anões estão escondidos para buscar informações sobre Surtr e seus capachos.

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Svartalfheim é a terra dos anões (Imagem: Divulgação)

Assim, os jogadores devem encontrar esses abrigos pelo mapa, conversar com o anão responsável e iniciar uma quest específica, que vai aproximar Odin de Surtr. Dawn of Ragnarök pode parecer meio perdido ao adotar uma narrativa não linear, e em “soltar” o jogador pelo mapa, mas o sistema funciona por dois motivos: a DLC vai direto ao ponto com missões e personagens interessantes, já que cada arco pode levar até 5h para ser concluído, e isso combina melhor com a ideia de que estamos em busca de informações para salvar alguém. Seguir um roteiro pré-definido, e uma narrativa linear, poderia causar algum incômodo para os mais dedicados.

Gameplay transformador

Dawn of Ragnarök segue a fórmula base de Assassin’s Creed Valhalla no combate e exploração. Ou seja, podemos utilizar machados, espadas, arcos e escudos. Ao andar pelo mundo, podemos usar nossa montaria e escalar praticamente qualquer superfície. Mas a expansão trouxe adições interessantes ao jogo, que também alteram a forma como se joga – para melhor, por assim dizer – a franquia. E que é bem mais condizente com a ideia de travarmos uma batalha entre deuses.

Assassin's Creed Valhalla: Dawn of Ragnarök
Logo no começo de Dawn of Ragnarök, Odin ganha a habilidade de extrair poderes mágicos (Imagem: Divulgação)

Logo no começo da história, Odin recebe de um dos anões algo chamado Extrai-Hugr, um bracelete que permite que o Pai de Todos absorva e use poderes que vão auxiliar os jogadores ao longo da história; cada poder sendo ligado à inimigos específicos. Ao derrotar um muspelita, por exemplo, aprendemos a andar sobre a lava. Mas essa não é uma adição definitiva e que poderá ser usada sempre. O Extrai-Hugr tem apenas dois slots, e são cinco poderes principais. Você precisa sempre extrair poderes dos inimigos derrotados caso precise mudá-los para uma nova ocasião.

Um dos poderes bem interessantes é o Poder do Corvo, que transforma Odin em um Corvo e permite voar e acessar áreas antes inalcançáveis, ou cortar um bom caminho. Esses poderes também são usados para concluir missões, resolver puzzles, abrir passagens e revelar entradas secretas. Geralmente o jogo é “gentil” ao oferecer os poderes necessários para resolução do problema em uma localidade próxima.

Assassin's Creed Valhalla: Dawn of Ragnarök
Assim é possível assumir a aparência dos muspelitas, principais inimigos da expansão, e atacá-los desprevenidos (Imagem: Divulgação)

Uma outra adição interessante que foi o Poder do Renascimento, e auxilia no combate, permitindo ressuscitar inimigos derrotados padrões para lutar ao lado de Odin em batalhas. É verdade que a duração dessa ajuda não é muito longa, mas é bem vinda principalmente porque o jogo tem um grau de dificuldade aumentado em relação ao título base, e eu nem estou considerando a questão dos níveis aqui.

Por fim, os jogadores podem participar de desafios de combate na Arena das Valquírias, Os desafios, como o próprio nome sugere, são bem mais complicados do que o jogo base, e fazem parte de uma linha secundária de missões. Para liberá-los, os jogadores precisam encontrar Sagas Heroicas espalhadas pelo mapa. Aproveitando que estou falando do combate, também notei ele mais difícil do que no jogo base, mesmo com equipamentos de nível adequado para enfrentar as atividades.

Assassin's Creed Valhalla: Dawn of Ragnarök
Frigg e Odin em Dawn of Ragnarök (Imagem: Divulgação)

Gráficos e outros detalhes

Dawn of Ragnarök segue o mesmo padrão gráfico de Assassin’s Creed Valhalla, seja isso para o lado positivo ou negativo. Ao mesmo tempo em que nos entrega um ambiente gigantesco, com muita profundidade e detalhamento gráfico, estamos sujeitos aos bugs já conhecidos da versão padrão, mas que seguem assombrando, ou divertindo, os jogadores.

Svartalfheim é uma região rica, com montanhas de ouro, pequenos reinos, áreas florestais e nevadas, assim como a Inglaterra do jogo base. A equipe de level design da Ubisoft merece elogios por entregar uma região inédita e muito bem construída. Os inimigos, por outro lado, seguem a linha de serem extremamente semelhantes, principalmente por serem seres mitológicos.

Assassin's Creed Valhalla: Dawn of Ragnarök
A beleza gráfica de Assassin’s Creed Valhalla está presente em Dawn of Ragnarök (Imagem: Divulgação)

Como acessar Dawn of Ragnarök

Antes de optar pela compra de Dawn of Ragnarök, você precisa saber de algumas coisas. A expansão é uma atividade endgame, ou seja, é necessário ter terminado a história de Assassin’s Creed Valhalla para aproveitá-la ao máximo. Isso requer que o jogador esteja no nível 340. Mas se você não fez isso, há duas alternativas que a Ubisoft oferece, permitindo uma maior acessibilidade dos novos jogadores.

A primeira delas é um Reforço, sendo impulsionados imediatamente para o nível 340 e pegando equipamentos de nível Mítico emprestados, além de Aptidões de Nível 2. Já a segunda é começar um novo save, somente para Dawn of Ragnarök, em que você já terá o nível e os equipamentos adequados. Se você não tiver terminado a história principal, mas quiser se aventurar por Svartalfheim , minha sugestão é pegar a Opção 2, pois uma fez utilizado o Reforço, Eivor subirá para o nível 340 mesmo na Inglaterra, o que pode comprometer a experiência no jogo base.

Vale a pena comprar Assassin’s Creed Valhalla: Dawn of Ragnarök?

Considerada a maior expansão já feita pela Ubisoft, Dawn of Ragnarök cumpre exatamente o que promete. Mantém o nível de Assassin’s Creed Valhalla, adiciona novos elementos de gameplay e segue uma história interessante, que pode levar até 40h para ser completamente concluída (incluindo missões principais, secundárias e atividades do mundo). É um conteúdo altamente indicado para quem gostou do jogo base.

Por outro lado, é preciso ressaltar que o preço de Dawn of Ragnarök é muito elevado: R$ 169,99 para PC e R$ 199,99 para consoles. Ela não faz parte do Passe de Temporada do jogo e precisa ser adquirida de forma separada. Assim, quem decidir comprar o pacote de Assassin’s Creed Valhalla com a expansão, vai pagar entre R$ 221,99 e R$ 359,97 hoje, com as versões disponíveis com desconto.

Assassin’s Creed Valhalla: Dawn of Ragnarök chega nesta quinta-feira, 10, para PlayStation 4 e PlayStation 5Xbox One e Xbox Series X|SPC, via Ubisoft Connect e Epic Games Store. É necessário ter o jogo base para acessar o conteúdo.

*Review elaborada no PlayStation 5, com código fornecido pela Ubisoft.

Assassin's Creed Valhalla: Dawn of Ragnarök

+ R$ 169,99
8.3

Historia

8.0/10

Gameplay

8.5/10

Gráficos e Sons

9.0/10

Extras

7.5/10

Prós

  • História envolvente
  • Boas adições ao gameplay
  • Visual incrível
  • Visão interessante da mitologia
  • Totalmente localizado em PT-BR

Contras

  • Bugs gráficos

Lucas Soares

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS4, PSVR, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem "só" um PS5, um Nintendo Switch e um PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, The Last of Us Part II e Red Dead Redemption 2 completam o Top-5.