The Dark Pictures Anthology: House of Ashes | Review
Em 2019, a Bandai Namco e a Supermassive Games lançaram o primeiro jogo de uma antologia de jogos de terror, que prometia trazer gráficos realistas com a jogabilidade que consagrou o gênero, principalmente após Until Dawn. O primeiro game de The Dark Pictures Anthology foi Man of Medan, com Little Hope chegando em 2020. A bola da vez é House of Ashes, que também marca a estreia da série em consoles da nova geração.
Chegando nesta sexta-feira, 22, para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC, via Steam, House of Ashes muda um pouco os rumos da “franquia” e eu explico como em mais uma review antecipada do Pizza Fria!
Terror ou ação?
House of Ashes é um jogo vendido como do gênero de terror pela Supermassive Games. E ok, o jogo oferece elementos desse estilo. Mas a principal mudança em relação ao que vimos em Man of Medan e Little Hope é que o game mais parece um título de ação do que qualquer outro gênero.
Isso é explicado também pelo cenário em que a história se passa: no Iraque, em 2003, quando os Estados Unidos estavam na caçada às cegas pelas armas químicas de Saddam Hussein. Logo, nossos personagens são membros de um esquadrão de guerra, e faria muito mais sentido para a narrativa a forma como isso foi adaptado para a jogabilidade narrativa de The Dark Pictures Anthology.
Em um ambiente de guerra, armas, explosões e tudo o que estamos acostumados a ver jogando Call of Duty anualmente estão ali. House of Ashes reproduz isso, usando frequentemente interações proporcionadas pelas armas que, apesar de ter suas diferenças, traz adaptações ao estilo que já é característico da franquia.
Em quase todo o jogo, os personagens estão armados, e usam isso para combater os monstros com uma frequência bem maior do que estamos habituados no mainstream. Talvez seja uma quebra de paradigma, mas é importante ressaltar que eu não me senti jogando um jogo de terror em momento algum…
Um plot diferentão
Tanto Man of Medan quanto Little Hope usam plots semelhantes para contar suas histórias e eu fico feliz em confirmar que House of Ashes trocou o disco. O que é bom e mostra que a franquia evolui em termos narrativos.
O jogo começa há mais de 2.000 anos antes de Cristo, e ali já tomamos algumas decisões cruciais que afetam a narrativa posteriormente. Já no “presente”, ou seja, em 2003, somos apresentados à Rachel, Nick, Eric e Jason, do lado americano, e Salim, do lado iraquiano. Serão eles os personagens controláveis, enquanto outros seguem tendo seus destinos definidos por ações que tomamos com eles.
E a história evolui de uma forma bem interessante, já que não é tão punitiva assim na perda de personagens. Na minha primeira gameplay, sozinho, terminei o jogo com três dos cinco protagonistas vivos, e sei exatamente os pontos em que “perdi” a oportunidade para fazê-los viver. Talvez até por já estar “vacinado” contra os truques usuais da franquia, achei algo mais “fácil” de ser controlado.
Gameplay usual
House of Ashes bebe da fórmula já usual da franquia e simplesmente replica tudo, sem tirar nem por nada. Usa e abusa de Quick Time Events (QTE), trabalha a exploração dos cenários ao máximo, abusa do efeito borboleta em que escolhas trazem consequências e tudo mais que temos direito.
E, como falei acima, o jogo casa bem os elementos de ação com o estilo narrativo. Há diversas cenas de “combate” em que temos que mirar e acertar, apertar botões nos momentos corretos para nos defender, segurar a respiração ou agir. Nada inovador, mas segue funcionando.
Desempenho que poderia ser melhor
House of Ashes é o primeiro jogo da franquia a chegar a nova geração de consoles. Eu joguei em um PlayStation 5, e confesso que me decepcionei um pouco pela primeira vez com o desempenho de um título next-gen.
Isso porque House of Ashes traz pop-in, quando recursos do mapa simplesmente são renderizados e aparecem “do nada” na tela, mesmo em modo desempenho. Aconteceu algumas vezes e é preciso relatar.
Outro bug bem frequente, principalmente do meio pra frente do jogo, foram as várias partes em que a legenda não aparecia. No meio de um diálogo, não havia textos, e do nada, ela resolvia aparecer no final da conversa. Um outro ponto negativo.
Por outro lado, o game é disparado o mais bonito da série. Os detalhes faciais e a movimentação tiveram uma grande evolução em comparação com Little Hope, e jogar em 60 FPS faz toda a diferença.
Vale a pena comprar House of Ashes?
A resposta para essa pergunta é complexa, porque trata-se de um gosto pessoal. Muitos podem se decepcionar pelo excesso de ação e ausência de muitos elementos de terror, enquanto outros podem considerar que, sim, há muitas coisas amedrontadoras. Você notou que aqui não falei nada sobre a história e foi de propósito. Em jogos narrativos, considero que a experiência deve ser vivida naturalmente, sem spoilers. Acredite: eu vi pouquíssimos trailers do jogo, pois queria evitar o máximo de spoilers!
Pra mim, House of Ashes foi uma boa e divertida experiência, que acho que pode representar uma mudança para a franquia. No entanto, estou ciente que muitos também podem desagradar da obra, principalmente por ter mais ação do que terror. Logo, se você curte o estilo narrativo, minha sugestão é para jogar e acabar tirando suas próprias conclusões.
House of Ashes chega nesta sexta-feira, 22, para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC, via Steam, com preços a partir de R$ 156,90.
*Review elaborada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Bandai Namco.