Yakuza Kiwami 2 | Review
A máfia está de volta! Yakuza Kiwami 2 é o remake do clássico Yakuza 2 de 2006, e nós conferimos todas as novidades e o que permanece do título original. O que mudou? Será que o jogo se manteve fiel ao original? Descubra conosco, nessa jornada pelo Japão na review de Yakuza Kiwami 2, disponível para Xbox One, PlayStation 4 e PC!
Índice
- Uma volta no tempo, com ares modernos (Sobre o jogo)
- Porradaria, gastronomia e patifaria: tudo ao mesmo tempo! (Gameplay)
- Visuais de tirar o fôlego! (Gráficos)
- Vai um joguinho a mais aí? (Extras)
- Vale a pena comprar Yakuza Kiwami 2?
Uma volta no tempo, com ares modernos
Quando pensamos em remakes, a primeira dúvida que nos surge é sobre o quanto da obra original se mantém fiel na nova versão do jogo. Kiwami 2 dá continuidade aos remakes que a SEGA têm feito da saga Yakuza, com a nova versão do primeiro jogo da saga, Yakuza Kiwami, e o prequel, Yakuza 0. Portanto, o jogo chegou com a premissa de ser uma versão melhorada do clássico, e ao que tudo indica, o trabalho bem feito no primeiro remake foi repetido nesse jogo.
A história continua a mesma. Kazuma Kiryu pensou que seus dias no Clã Tojo haviam ficado para trás. Ele e Haruka Sawamura, a jovem sob seus cuidados, construíram uma vida pacífica a partir das cinzas do conflito iniciado em Yakuza Kiwami 1. No entanto, bastou um único tiro para quebrar essa paz – Yukio Terada, o quinto presidente do Tojo, foi assassinado. Com esta guerra iminente, o lendário Dragão de Dojima é levado de volta para o mundo que queria deixar para trás.
Kiryu deve viajar para Sotenbori, Osaka, em uma tentativa de negociar a paz entre os clãs rivais, mas Ryuji Goda, conhecido como o Dragão de Kansai, não vai parar por nada para conseguir sua guerra. Neste mundo, só pode haver um dragão.
A dublagem em japonês dá ao jogo um aspecto cinematográfico e historicamente imersivo ainda maior. No entanto, nós brasileiros não podemos contar com nenhuma forma de tradução do jogo para português. E isso, durante o progresso, pode ser uma dor de cabeça.
Porradaria, gastronomia e patifaria: tudo ao mesmo tempo!
“Yakuza de verdade usa controle!” é a mensagem exibida na tela sempre que abria o jogo. Deveria eu contrariar as ordens da máfia? Claro que não! Mas antes de começar a minha aventura usando o controle, os dois primeiros episódios foram jogados com mouse e teclado. Devo dizer que é realmente mais confortável jogar – e principalmente realizar combos nos momentos de combate – com o controle; mas nem todos os comandos (e são muitos) são explicados, e alguns são contra intuitivos de se aprender e usar, como os de empunhar uma arma e atirar – o que me fez preferir por, muitas das vezes, ignorar o poder de fogo disponível.
Ainda assim, Yakuza Kiwami 2 realmente foi feito para ser jogado com um controle. É muito satisfatório engajar em combates, ainda mais com as melhorias e ajustes feitos em relação ao primeiro Yakuza 2. E por falar em combates, os encontros aleatórios com inimigos nas ruas acontecem em transições muito suaves, diferentes do Yakuza 2 original em que sempre contavam com uma pequena introdução, que poderia ser pulada. Muito melhor agora!
A Dragon Engine, motor usado em Yakuza Kiwami 2, proporciona batalhas que são um híbrido de ataques realistas, mas ainda com aquele toque arcade e bastante “galhofa” pelo qual a série é conhecida. Leve os combates a sério, mas nem tanto.
Além da “porradaria” que era de se esperar, uma das grandes marcas da série Yakuza é a liberdade do mundo aberto que o jogo proporciona, com muitas atividades a serem realizadas, desde saborear uma imensa variedade de pratos da culinária asiática até mini games dos mais variados, que vão de uma simples máquina de pegar bichinhos de pelúcia até jogos de dardos e diferentes jogos de azar, além de missões secundárias bastante… peculiares. Nesse ponto, preciso admitir que passei muito, mas muito tempo mesmo visitando diferentes restaurantes, provando todas as comidas possíveis do jogo! Para quem gosta desses aspectos de simulação em jogos, assim como eu, é um prato cheio – literalmente!
No entanto, os sistemas dos mini games podem se tornar confusos demais se você não estiver familiarizado com alguns termos em inglês – e foi aqui onde senti mais falta de uma tradução para o nosso idioma. Alguns desses mini games são obrigatórios para a continuação do progresso do jogo, então se você não for muito bom no inglês, prepare o Google Tradutor!
Visuais de tirar o fôlego!
Se eu pudesse resumir os gráficos de Kiwami 2 em uma onomatopeia, seria “Uau”!
Diferentemente de Kiwami 1 e Yakuza 0, Yakuza Kiwami 2 usa a Dragon Engine, a mesma usada em Yakuza 6, e essa foi uma escolha muito acertada na minha opinião. Os personagens estão na sua melhor forma, com visuais impressionantes e com grande fidelidade ao material original.
Rever as cenas perfeitamente recriadas com os novos gráficos é uma experiência única, que faz jus ao primeiro Yakuza 2, inclusive ao manter o mesmo estilo artístico, que assim como as mecânicas do jogo, mistura um realismo incrível com momentos que saíram de algum mangá japonês.
Os personagens não jogáveis também foram muito bem trabalhados, e apesar de se repetirem algumas (raras) vezes, fazem bonito juntamente dos personagens principais. A densidade populacional nas ruas também é impressionante, com muitas pessoas na rua independentemente do horário, e é interessante notar o quanto isso pouco afeta o desempenho do jogo.
As melhorias gráficas não ficam apenas nos personagens; além de maiores, os mapas também receberam um tratamento especial nos visuais, as ruas são muito bem detalhadas e os interiores acessíveis pelo jogador também. Além disso, a Dragon Engine foi muito bem otimizada para PC, com transições perfeitas da rua para os interiores e tempo de carregamento muito curto onde é necessário: em quase nenhum momento.
Vai um joguinho a mais aí?
Achou que o jogo principal era o único incluído no pacote? Achou errado! Nas ruas de Kiwami 2 temos o Club Sega, uma casa de jogos repletas de arcade com clássicos da Sega, como Virtua Fighter 2, Virtua Fighter 2.1 e Cyber Troopers Virtual-On, um jogo de mechas gigantes que são o puro suco dos anos 90. Enquanto na versão in-game jogamos contra a máquina, é possível acessar os Virtua Fighter diretamente do menu principal de Yakuza Kiwami 2 para um combate em multiplayer local! É uma adição bastante interessante, que permite uma experiência retrô com os amigos sem a necessidade de ter um console antigo em casa!
Vale a pena comprar Yakuza Kiwami 2?
Se você está conhecendo a série Yakuza, este remake é perfeito para você. Se você é um fã de longa data da série, este remake também é perfeito para você! Ao jogar, fica claro o cuidado que o time de desenvolvimento teve ao trazer Yakuza 2 para a geração atual, e todo esse capricho resultou em um jogo visualmente lindo, com gameplay muito divertida e cheia de carisma! Yakuza Kiwami 2 reviveu um clássico de forma magistral, e vale muito a pena ser jogado!
Yakuza Kiwami 2 foi lançado em julho deste ano para Xbox One e Windows 10, compatível com o Xbox Play Anywhere e com o Xbox Game Pass. A versão de PlayStation 4 foi lançada em 2018 e a de PC, via Steam, em 2019. No Metacritic, o game teve média de 82 pontos na versão avaliada.
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela distribuidora.