Battlefield 6 | Review
Battlefield 6 finalmente está entre nós, e muitos estão curiosos para saber desse jogo. Felizmente, tive essa oportunidade de testar o título, lançado pela Electronic Arts e a Battlefield Studios, para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC via Steam, EA App e Epic Games Store. Como um fã, que joga desde o primeiro título, também fiquei extremamente curioso para saber o que esperar do novo título da franquia, que teve altos e baixos nos últimos anos. Aliás, mais problemas do que coisas positivas, convenhamos.
Mas, diante dessa questão, será que os desenvolvedores ouviram a comunidade e trouxeram tudo o que pediram, como questões de jogabilidade, progressão desafiadora e mapas inesquecíveis como os de Battlefield 3 e 4? Ou teremos mais um famigerado flop? Responderei isso e muito mais nesta análise. Confira!
Finalmente uma campanha
Uma das grandes novidades de Battlefield 6 é o retorno da campanha. Tá, ela não reinventa a roda ou traz uma grande narrativa, mas entrega algo que os fãs esperavam há anos, trazendo momentos cinematográficos dignos de que? É claro, dos tempos áureos de Battlefield 3 e 4, os favoritos da comunidade (e meu também!). Com duração média de cinco a seis horas, sendo praticamente um treinamento para a o modo multiplayer, que é o que realmente importa, convenhamos, ela acaba sendo útil como um tutorial natural para as novidades desta edição. Não só isso, ela também serve para contextualizar a narrativa por trás das batalhas.
Resumindo toda a trama, o jogo se passa em um período mais próximo da nossa época, especificamente em 2027, em um mundo à beira do colapso após o assassinato de uma figura política internacional e o desmantelamento da OTAN. No vácuo de poder surge a PAX ARMATA, uma organização paramilitar cujo lema é “paz pela força”, algo dito logo no início da campanha. Ironicamente, colocam a OTAN como o lado “bonzinho” da história justamente no período das tensões entre Ucrânia/OTAN e Rússia. É um ponto a se levantar, já que os jogos, sobretudo os de guerra, espelham muito da situação política da época. Bem, as coisas não são tão simples assim, mas jogar sabendo disso é o que importa.

Voltando para a análise da campanha, cada missão apresenta ambientações únicas e situações cinematográficas, como fugas de carro, tiroteios intensos e muito mais, no Brooklyn ou no Egito. Mesmo não sendo lá grandes coisas, a campanha de Battlefield 6 demonstra um cuidado especial não só com os pedidos dos fãs, mas também com a diversidade de combates e o ritmo das ações. Em cada cenário, tudo é muito bem pensado, com gráficos ricos e detalhados, algo reforçado pelo uso das novas tecnologias para criar luzes, partículas e destruição de uma maneira incrível.
Mesmo com alguns tropeços, como uma história básica ou falhas ocasionais de sincronização de áudio, que, diga-se de passagem, tem uma dublagem em português brasileiro incrível, o resultado geral é bem sólido. Graças ao trabalho de voz e ao cuidado na criação de cada um dos personagens, que demonstram diferentes personalidades e características únicas, a campanha fica mais interessante. Por fim, a narrativa de Battlefield 6 segue um caminho seguro, mesmo falando da OTAN, evitando maiores polêmicas ou críticas políticas mais profundas.

Destruição na sua melhor forma
Sinceramente, poucos títulos conseguem transmitir a sensação densa e extremamente intensa da guerra como Battlefield 6. A experiência é caótica, no sentido de simular a destruição causada por uma guerra total. E aqui, o sistema de destruição tática da franquia atinge um novo nível que surpreende até os fãs dos melhores títulos da franquia. Cada bomba, cada tiro de tanque, tudo isso vai transformando cada um dos mapas, com paredes caindo, coberturas sendo obliteradas, vidros se estilhaçando, e por aí vai. O que é incrível aqui é que, ao longo das partidas multiplayer, o campo de batalha transforma-se totalmente, obrigando os jogadores a mudarem de táticas. É tudo dinâmico, tático e em tempo real.
Além disso, o novo sistema de movimentação, o sistema de combate cinestésico, dá aos soldados mais fluidez e estratégia, mas sem os exageros observados em outras franquias. Aqui, a coisa é bem focada em uma movimentação mais plausível, se é que posso dizer isso, o que costumo gostar demais, pois foca especificamente na trocação. Uma das boas novidades nisso tudo é que, agora, é possível arrastar seus aliados feridos até uma área segura antes de revivê-los, evitando uma morte dupla ou rolar após uma queda mais alta, para reduzir o dano. Detalhes que, somados, elevam o nível do combate. Sensacional!

Voltando às origens
Uma coisa maravilhosa que retorna a Battlefield 6 é o sistema de classes. Após diversas invenções de moda, voltamos ao que todos nós queríamos, as funções clássicas, que voltam ainda melhores. Abaixo, uma explicação básica sobre cada uma das quatro classes:
- Assalto: linha de frente, esse é o especialista em combates diretos, com fuzis de assalto e lançadores de granadas. Ideal para quem gosta de abrir caminho no front e não liga de ser um G.I. Joe.
- Engenheiro: mestre dos veículos, os engenheiros são equipados com ferramentas de reparo e foguetes antitanque. Um papel essencial nas partidas mais longas, já que seus foguetes causam danos consideráveis.
- Suporte: anjo da guarda da equipe, o suporte consegue curar, reviver e fornecer munição aos aliados, mantendo o grupo ativo, unido e, o mais importante: sempre com balas.
- Reconhecimento: por fim, a classe focada em reconhecimento e dano à distância, como franco-atirador ou observador, usa gadjets como drones e sensores, além de rifles de precisão para dar suporte à distância.

Toda essa estrutura de classes se complementa, permitindo aos jogadores a se adequarem conforme o andamento da partida. Isso sem falar do retorno daquele velho espírito cooperativo da franquia, incentivando trabalho em equipe e a sinergia entre funções. Felizmente, em Battlefield 6 é possível jogar sozinho, embora seja melhor ter uma turma junto, em comunicação constante. Assim, quando uma equipe funciona em harmonia, a coisa funciona muito melhor. Em Battlefield 6, a camaradagem em campo de batalha é essencial para se vencer partidas, e é ótimo ver isso de volta. Falo mais como fã do que reviewer, confesso.
Multiplayer é o grande destaque (como sempre)
Ô, gente… vamos falar a verdade. O multiplayer sempre foi o lance da franquia, e Battlefield 6 felizmente não faz nada feio aqui, sendo comparável ao que vivíamos em Battlefield 3 e 4. Sim, é exatamente essa a minha impressão, algo que me deixou feliz demais desde o período do beta fechado. O título traz inicialmente oito modos de jogo no lançamento, sendo quatro em larga escala e quatro focados em batalhas menores. mas não necessariamente em espaços muito pequenos, embora a proposta seja a de ter confrontos diretos. Meu destaque aqui vai para os modos Escalada e Conquista, que trazem dinâmicas de uma guerra total em nove mapas incríveis.
Falando de Battlefield, não posso esquecer de mencionar os veículos desta edição, que trazem um bocado daquela sensação dos títulos da franquia mais queridos pelos fãs. De tanques a jatos, de helicópteros a ATVs, os veículos de guerra voltaram ao combate, e da melhor maneira possível. Como em outros momentos da franquia, pilotar um tanque em Battlefield 6 é uma experiência maravilhosa, mas bem técnica. Não é só atirar e sair passando por cima de tudo. Aqui, cada disparo precisa ter endereço, e cada equipamento é essencial. A física dos veículos está maravilhosa, destruindo paredes, caixas e tudo o que estiver pela frente.

Mesmo para os jogadores que gostam de jogar como infantaria, testar os veículos no campo de batalha sempre pode render bons momentos. Afinal de contas, eles são ameaças constantes, que podem se tornar protagonistas de reviravoltas épicas. Portanto, dominar os veículos e, claro, os mapas em que você os guiará, as chances de você derrotar diversos inimigos é muito grande. Mas acredite: não é tão simples quanto parece…
Retorno do Portal, eventos e conteúdos
Battlefield 6 resgata o Portal, uma das únicas boas novidades da franquia nos últimos anos, apresentando novamente um espaço criativo e customizável onde podemos montar nossas próprias experiências, ajustando uma série de coisa como regras, classes e até mapas inteiros. Embora ainda limitado no lançamento, o Portal promete grande longevidade, especialmente para comunidades e servidores customizados. No entanto, a galera está usando e abusando desse modo para farmar XP, justamente pela dificuldade de conseguir subir de nível nos modos já mencionados. Vamos ver no que isso vai dar…
Além disso, uma boa notícia é que Battlefield 6 terá conteúdos sazonais como novos mapas, modos e armas, que poderão ser adicionados periodicamente pelos desenvolvedores, que prometem atualizações de qualidade de vida, correções e eventos temáticos. Com isso, a experiência em Battlefield 6 pode ficar ainda mais interessante e até mesmo longeva, tendo tudo para ser um dos shooters mais duradouros da década. Porém, isso é algo que só o futuro poderá confirmar.

Gráficos lindos, dublagem surpreendente e desempenho otimizado pelo DLSS
Battlefield 6 segue a mesma ideia dos outros jogos, focado em trazer aos jogadores qualidade audiovisual acima da média. O uso de iluminação dinâmica, partículas e texturas de alta definição cria ambientes lindos, dando uma beleza única para a guerra. Em certas missões noturnas da campanha, por exemplo, o brilho das explosões reflete em poças d’água e superfícies de uma forma incrível. Já o som é um espetáculo à parte: tiros têm peso, explosões ecoam com reverberação realista, e o som de balas ricocheteando ao redor transmite uma tensão quase física. Como dito anteriormente, vale ressaltar a dublagem incrível em português brasileiro da campanha, algo maravilhoso para o público.
Olha, uma coisa que me surpreendeu desde o beta, foi que Battlefield 6 é um jogo bem otimizado. Rodando no PC, o que é meu caso, o jogo apresentou um ótimo desempenho, rodando com gráficos no máximo em 2K. Tudo isso graças ao DLSS, que dá um gás considerável no desempenho, e sem comprometer a qualidade gráfica. Fico pensando como isso fica ao rodar no DLSS 4. No entanto, uso uma GeForce RTX 4070 Ti, e essa tecnologia não está disponível. Mesmo assim, o DLSS que tem já dá conta do recado, fazendo o jogo rodar liso e tranquilamente acima dos 120 FPS.

Vale a pena jogar Battlefield 6?
Uma coisa que amo em Battlefield 6, é que o jogo não tem a pretenção de tentar reinventar a franquia: ele simplesmente melhora o que já teve de mais incrível até então. É um jogo que ouviu e entendeu o que nós, veteranos, sempre pedíamos: batalhas épicas, destruição real e uma experiência intensa. Porém, é interessante ressaltar que o jogo é muito acessível para novatos, com uma curva de aprendizado equilibrada e mecânicas muito bem explicadas, sobretudo pela campanha, um desejo antigo dos fãs mais velhos da franquia.
Em minha modesta opinião, Battlefield 6 chega fortíssimo, tendo tudo para ser relembrado pelos fãs, tal como Battlefield 3 e 4. A campanha é curta, mas tem seus bons momentos, sendo divertida; o multiplayer, denso e recompensador, como sempre deveria ser; o som e a dublagem são surpreendentes; e, por fim, o visual e o desempenho do jogo estão magníficos. Para veteranos como eu, “condecorado” desde o primeiro jogo, lá em 2002, Battlefield 6 tem sido meio que uma espécie de reencontro com o melhor da franquia. Porém, pensando nos novatos, Battlefield 6 é uma excelente porta de entrada para um dos universos mais intensos dos videogames. Battlefield finalmente está de volta!
*Review elaborada em um PC, equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Electronic Arts.


