Call of Duty: Black Ops Cold War | Review

De tempos em tempos, uma coisa é certa no mundo dos games: a chegada de um novo Call of Duty. E eis que surge Call of Duty: Black Ops Cold War, já disponível para PC, via Battle.netPlayStation 4, PlayStation 5Xbox One e Xbox Series X|S, trazendo o retorno da série Black Ops, ambientada no período histórico que abalou o mundo: a Guerra Fria. E bem, aqui não seria diferente. O jogo traz muita ação (ainda que com clichês bem hollywoodianos), sendo a campanha um dos principais pontos. Porém, vale lembrar que também estão disponíveis o modo multiplayer e o retorno do modo Zombie, que pode ser jogado com outros jogadores.

Mas chega de papo! Nesta análise, trarei tudo sobre o novo jogo da Activision, abordando as principais novidades (e o que não mudou tanto, é claro). Vem comigo em mais uma crítica do Pizza Fria!

A história de Call of Duty: Black Ops Cold War

A história talvez seja o ponto principal de Call of Duty: Black Ops Cold War. Ela nos coloca em meio à Guerra Fria, período em que o mundo se viu polarizado entre os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Em meio a tramas internacionais com muita ação, violência e sujeira pra tudo que é lado, nos vemos mais uma vez como na pele dos “heróis do mundo livre” (ironicamente), num enredo até interessante, é verdade, mas cheio de clichês. Mas fiquem tranquilo: não daremos spoilers da narrativa.

Porém, vale ressaltar que a campanha apresentou algumas novidades interativas interessantes. Uma delas é você poder “criar” seu soldado, chamado pelo codenome “Bell”. Isso é possível através de uma ficha, que pode ser preenchida logo nos primeiros momentos do jogo. Nela, você pode colocar nome, sobrenome, um pano de fundo histórico, agência da qual você faz parte. Além disso, é possível de se escolher duas características para seu personagem que impactam diretamente na gameplay como, por exemplo, resistência, velocidade de mira, etc.. Portanto, ao chegar nesse momento, escolha de acordo com seus gostos.

Outro ponto bem interessante é a possibilidade de escolher opções de respostas ao longo dos diálogos, algo que pode mudar o curso da narrativa, levando a finais diferentes. Também é possível conversar com outros personagens enquanto você circula pela sala de briefing, lugar para onde você é dirigido entre uma missão e outra. Esse aspecto traz uma imersão interessante e uma certa profundidade nas histórias dos companheiros de batalha.

Há também a possibilidade de se escolher algumas missões secundárias, que permitem conhecer um pouco mais da história. Elas ficam marcadas no painel da sala de briefing, onde você poderá encontrar as evidências coletadas ao longo das missões. Tais itens, embora simples, conseguem trazer mais alguns detalhes da narrativa. O único problema de Call of Duty: Black Ops Cold War é o fato de a campanha ser extremamente curta. Para se ter ideia, você pode concluir 100% do jogo em cerca de 6 horas, o que é pouco tempo. Neste ponto, a coisa poderia ser melhor…

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A história de Call of Duty: Black Ops Cold War te leva a vários lugares do mundo. (Imagem: Divulgação)

O Multiplayer

Como já é de praxe, Call of Duty: Black Ops Cold War traz um modo multiplayer com diversos mapas e opções de jogo. No entanto, tal modo não está sendo unânime entre os fãs, que se dividiram entre os que amaram o retorno da jogabilidade mais arcade, contra os que acreditaram haver um downgrade no que foi visto em Warzone e Modern Warfare. Porém, mesmo tendo progresso compartilhado com os jogos anteriores (Warzone e Modern Warfare), buscando inclusive deixar os menus de armas parecidos, não podemos dizer que é a mesma coisa.

Além das leves diferenças na jogabilidade e no sistema de progressão, o título segue trazendo uma boa variedade de armas e customizações, não devendo muito aos jogos anteriores. Há também o retorno das “cartas coringa”, onde podemos escolher uma carta que dá algumas pequenas vantagens ou perks. Essas cartas são interessantes para tornar a experiência ainda mais customizada, mas requer um tempinho para ser dominada e para ter liberadas todas as opções, que avançam de acordo com o aumento de nível do jogador.

https://www.youtube.com/watch?v=rXRQyd6_5j4

Como dito acima, os conflitos são um pouco diferentes de Modern Warfare. Call of Duty: Black Ops Cold War foca em uma experiência mais arcade, e isso fica explícito também pelos mapas, onde não percebemos tantos cantos ou janelas estratégicos. A meu ver, a ideia vem para agradar fãs de jogos anteriores da franquia, fugindo um pouco do que foi visto no antecessor. Eu particularmente gostei muito mais da experiência de Modern Warfare, mas seria muito exagerado dizer que a diferença é absurda. Afinal de contas, é um FPS e certas coisas seguem na mesma.

De uma forma geral, ainda há coisa para ser aprimorada no multiplayer. O maior problema é que parece ter ocorrido um certo downgrade na engine do jogo. Os movimentos percebidos em primeira e terceira pessoa são um pouco travados, não é possível escorar nas coisas, o sistema de acerto parece ser um pouco diferente do que foi observado no jogo anterior. Enfim, mesmo seguindo a velha fórmula dos FPS, parece que piorou um pouquinho (ao contrário do que se espera de um novo jogo).

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A ação é certa em Black Ops Cold War (mesmo com o downgrade)… (Imagem: Divulgação)

O retorno do Modo Zombies

Sendo querido por muitos jogadores fãs da franquia, o modo Zombies, cooperativo entre 1-4 pessoas, está de volta em Call of Duty: Black Ops Cold War. Desta vez, ele contará com um sistema de progressão especial, que poderá ser acessado de qualquer outra plataforma. Neste modo, estão de volta os Perks favoritos dos fãs, além de um vasto arsenal, que será muito necessário para dar conta das crescentes hordas de mortos-vivos. Aliás, a cada onda, parece que a situação vai ficando pior, com zumbis cada vez mais fortes e em maior quantidade. Portanto, trabalho em equipe é ESSENCIAL!

Com uma história chamada “Die Maschine”, ela leva os jogadores aos anos 80, mas com raízes bem anteriores a isso. Como no roteiro da história original, ainda estamos na Guerra Fria, onde a equipe de resposta internacional apoiada pela CIA e liderada por Grigori Weaver, investigam um bunker da Segunda Guerra Mundial repleto de zumbis. Ao mesmo tempo, os soviéticos do Grupo Omega, entram na luta, buscando estudar e extrair informações sobre os eventos sobrenaturais ocorridos no bunker.

De uma forma geral, o Modo Zombies dá uma sobrevida à experiência de Call of Duty: Black Ops Cold War, mas não é nada grandioso. No entanto, é um modo divertido para se jogar com amigos, sendo cada vez mais desafiador. Porém, não há nada de muito novo no modo, sendo mais um atrativo para os fãs do modo do que, por exemplo, para a turma que joga Warzone. De qualquer maneira, vale a pena a experiência, mesmo que eu tenha esperado mais dela…

Vale a pena comprar Call of Duty: Black Ops Cold War

A ideia de voltar à Guerra Fria é maravilhosa, mesmo que alguns clichês me irritem (sou historiador e estou enjoado do mesmo padrão narrativo, confesso). Mesmo assim, a narrativa de Call of Duty: Black Ops Cold War é divertida e entrega momentos de ação de qualidade, sendo este o ponto principal na curta campanha do jogo. Particularmente, há sim algumas pequenas modificações na jogabilidade e isso fica bem nítido no multiplayer. O Modo Zombies é divertido, mas também não é algo grandioso. Podemos considerar que Call of Duty: Black Ops Cold War é um bom jogo, mas não apresenta nada de novo, além do tão criticado downgrade em sua jogabilidade, mais voltada para o arcade.

Todavia, vale ressaltar aqui que, embora a jogabilidade tenha tido alguma mudança negativa, a qualidade gráfica do jogo está maravilhosa, sendo muito bem preparado para a nova geração e superando facilmente o título antecessor. Outro ponto extremamente importante de ser trazido nesta review é o excelente trabalho de dublagem em português brasileiro, que mostra como somos muito bem representados nessa área.

Concluindo, Call of Duty: Black Ops Cold War é um jogo divertido, mas em um primeiro momento não traz nada de radicalmente novo para o cenário dos FPS, parecendo ser mais voltado para os fãs de longa data do que para os que chegaram em Warzone e Modern Warfare. Call of Duty: Black Ops Cold War foi lançado no dia 13 de novembro para PC, via Battle.net, PlayStation 4, Xbox One, PlayStation 5 e Xbox Series.

*Review elaborada em um PC equipado com GeForce GTX, com código fornecido pela Activision.

Call of Duty: Black Ops Cold War

R$ 229,90
8

História

7.8/10

Jogabilidade

7.6/10

Gráficos e sons

9.2/10

Extras

7.4/10

Prós

  • Jogo dublado em português brasileiro
  • Gráficos muito bem elaborados

Contras

  • História muito curta
  • Multiplayer é um pouco inferior ao de Modern Warfare e Warzone

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.