Orebody: Binder’s Tale | Review

Quando Contra e Mega Man se fundem, e formam uma autêntica experiência retrô em 8-bits, Orebody: Binder’s Tale ganha vida. O jogo, lançado por John Vanderhoef e Orebody Inc. e publicado pela Nami Tentou, no dia 30 de março para o Nintendo Switch, é um game de ação e plataforma, em duas dimensões.

Assuma o controle de um robô de batalha órfão, chamado Binder. Corra, salte e alcance a cidade flutuante para confrontar seus criadores, e se vingar da morte de seu mentor. Atravesse por esse fantástico mundo de ficção científica neste run and gun, encarando os mais adversos desafios.

Orebody: Binder’s Tale foi desenvolvido com a premissa de estar sob os limites dos jogos clássicos dos consoles de 8 bits, trazendo gráficos pixelados com paletas de cores limitadas e dificuldade elevada. E será que os desenvolvedores realmente nos entregaram tudo isso? Já sabe né amigão. Dá aquela paradinha ai para buscar o café e a pizza de ontem na geladeira, e vem comigo em mais uma review do Pizza Fria!

Orebody e a história do robozinho, Binder

Apesar de não ser o nome real do planeta, ele ficou conhecido como Orebody, devido a seus recursos subterrâneos. Espécies de todo universo se reuniram aqui, disputando terras e garimpando minérios.

Porém, enquanto os orgânicos, tanto nativos quanto os alienígenas, lutavam pela superfície e pelo que está abaixo, o Fold, que consiste na inteligência artificial coletiva de inúmeras sentinelas robôs, que observam de cima, da Cidade Flutuante de Galvanstad, uma fortaleza enigmática impenetrável, onde habitam essas formas de vida artificiais.

Ninguém sabe de onde veio a cidade ou Fold, nem quais os planos profanos ocorrem além dos muros de Galvanstad, enquanto a fortaleza nômade circunda Orebody como um satélite frio, cruel e silencioso. Apesar da ameaça iminente, as várias facções em Orebody ignoram a existência dos robôs no céu. Que mal eles já fizeram, além de um ocasional ataque a uma vila de pescadores?

Orebody: Binder’s Tale
Fargle e Binder se escondem do ataque no buraco de uma árvore (Imagem: Reprodução)

Certo dia, o velho mecânico Fargie, um errante louco para a maioria, encontrou um pequeno robô azul, por acidente mesmo, em uma pilha no meio de alguma folhagem. Ele viu com seus próprios olhos, o robô sendo jogado como lixo, do parapeito de Galvanstad, lá no alto, por razões desconhecidas.

Levou anos para trazer uma centelha de vida de volta aos olhos do robô, e muitos outros anos para trazê-lo de volta às condições máximas de trabalho. O velho mecânico, viajou com seu novo companheiro de metal, apresentando-o as diversas estranhas faces de Orebody. Fargle nomeou seu pequeno amigo de Binder, e ambos, foram inseparáveis por um tempo.

Porém, ao passar por uma aldeia aleatória na floresta Stracildom, suas pacíficas caminhadas terminaram. O Fold desceu dos céus, fazendo chover fogo sobre todos na terra. Fargle pensou que este seria apenas um de seus ataques aleatórios, e pouco se preocupou.

Para se protegerem, Fargle puxou Binder para dentro de uma árvore, e consolou o pequeno robô, dizendo que tudo ficaria bem. Mas logo em seguida, um leve estalo, seguido de um chiado, bastou para derrubar o velho. Um laser cortou a árvore e perfurou seu coração.

Orebody: Binder’s Tale
O robozinho azul furioso, em busca de vingança por seu amigo (Imagem: Reprodução)

Binder observou o corpo de Fargie inerte como a casca de suas ligas, franziu a testa de metal e olhou para a floresta agora em chamas, com muita determinação. O robô não sabia quem ou o que, era responsável pela morte do mecânico, ele não tinha mais memória da sua época na cidade flutuante. Binder só sabia que essa injustiça deveria ser corrigida, mesmo que tivesse de lutar até o coração de Galvanstad para fazer isso.

Os modos de jogo

Orebody: Binder’s Tale conta com dois níveis de dificuldade diferentes, para a campanha. O modo Novice é recomendado para os novatos, e já começamos com 8 vidas. O Advanced, é um modo para jogadores mais avançados, que estejam em buscam de maiores desafios, neste modo, o jogador inicia com 3 vidas e ganha 1 vida cada vez que derrota 30 inimigos.

Além desses para a campanha principal, o game conta com o modo Boss Rush, desafio em que Binder deverá enfrentar todos os chefes do jogo em uma rodada. É um modo recomendado apenas para jogadores experientes, pois se as vidas esgotarem, acabou o desafio.

Orebody: Binder’s Tale conta também com um jogo extra chamado, Sand Ripples, um game de quebra-cabeças, criado com uma ferramenta chamada Retro Puzzle Maker, onde você precisa ajudar uma lula de areia, a preencher todos os buracos de mineração, e a proteger o Sand Sea Solorus, do ganancioso cartel de mineração SolarSeed.

Orebody: Binder’s Tale
Sand Ripples é um game de quebra-cabeças, criado com uma ferramenta chamada Retro Puzzle Maker. (Imagem: Reprodução)

É um joguinho simples mesmo e tudo o que você precisa fazer é mover as caixas nos lugares certos para encontrar as saídas em 22 diferentes estágios.

Arsenal de Binder e novas habilidades

O robozinho azul conta com 5 armas diferentes e resgata de suas velhas memórias perdidas 4 habilidades no decorrer do jogo. Os novos tiros de Binder podem ser resgatados aleatoriamente em caixinhas voadoras, que aparecem por certas partes dos cenários, já as memórias vão sendo resgatadas à medida que enfrentamos os chefes de cada estágio.

Essas caixinhas podem conter o tiro padrão, uma bola de plasma projetada à frente, o tiro em formato de bumerangue, que vai e volta, bomba de plasma, uma bomba que explode e lança dois projéteis, um para cima e outro para baixo. O tiro múltiplo em que o robô atira duas bolas de plasma, uma à frente, e a outra na diagonal. Por fim, o laser, que são dois fachos rápidos e mortais de laser.

Orebody: Binder’s Tale
O pulo duplo é uma das habilidades adquiridas após a derrota de um dos chefes (Imagem: Reprodução)

Quanto às habilidades resgatadas pelo azulzinho, temos o Ground Dash, que nada mais é, que uma esquiva no chão, quando pressionamos o direcional para baixo e A. Pulo duplo quando pressionamos o botão A novamente no ar, o Air Dash que é uma esquiva aérea e para utiliza-la pressionamos para cima e A, quando estivermos no ar, e por fim, a habilidade de hackear, quando pressionamos B em certas máquinas hackeáveis.

Desempenho e audiovisual à la 8-bits

Orebody: Binder’s Tale é um game realmente projetado para ser uma experiência 8 bits. Além dos constantes slowdowns, quando ocorrem vários elementos na tela, o game conta com gráficos pixelados simples, em até 5 paletas diferentes de cores, que podem ser modificadas no menu tela, quando pressionamos L e R durante o game, assim como aspecto de tela que pode ser em Pixel Perfeito, 4:3 ou Panorâmico e o um filtro CRT pode ser aplicado para modificar o formato da tela, deixando-a curvada e aplicando scanlines.

Orebody: Binder’s Tale
Acionar o filtro de tela CRT deixa o jogo mais bonito e nostálgico ainda (Imagem: Reprodução)

Tanto as batidas em chiptune, quanto os efeitos sonoros, são muito bem orquestrados pelo compositor Jordan Davis, e ditam o ritmo frenético da árdua jornada enfrentada pelo robozinho azul. Além disso, o game conta com um modo para teste de som, onde podemos apreciar as 14 faixas, sem ter de se preocupar com mais nada.

Vale a pena comprar Orebody: Binder’s Tale?

Sem dúvidas que vale sim a pena. John Vanderhoef e a Orebody Inc. conseguiram criar exatamente o que queriam, uma autêntica experiência retrô em 8 bits. O game conta com a presença dos famosos travamentos, quando vários elementos aparecem na tela, a jogabilidade falha em alguns momentos, e os filtros realmente conseguem deixar o jogo com aquele jeitinho nostálgico da CRT.

Claro que possui alguns problemas, as legendas em PT-BR, por exemplo, que só são aplicadas para o menu do game, enquanto os textos da história e diálogos contra chefes continuam todos em inglês. Apesar disso, não tive problemas, uma vez em que o foco de Orebody: Binder’s Tale é na gameplay.

Orebody: Binder’s Tale, que já havia sido lançado para PC, via Steam, em novembro de 2022, foi lançado no dia 30 de março para o Nintendo Switch por R$50,00. Além disso, o game pode ser encontrado por U$59,95 no formato físico, para ser jogado no Nintendo 8-bits no site da Premium Edition.

*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código oferecido pela Nami Tentou.

Orebody: Binder’s Tale

+ R$ 32,99
7

História

6.0/10

Gráficos

7.0/10

Audio

8.0/10

Gameplay

7.0/10

Prós

  • A real experiência de um jogo em 8-bits em um console da atual geração.
  • Difícil e divertido na medida certa.
  • Poder salvar a qualquer momento pode atrair jogadores mais casuais.

Contras

  • Apesar do menu estar localizado, a história do game em sí não está com legenda em PT-BR.

Filipe "Bdama" Villela

    Aficionado por jogos desde cedo, de Bomberman, Zelda, Sonic ou Mário, indo dos clássicos das gerações passadas, até os indies e mais variados AAA atuais. Viciado em desafios, colecionador de platinas e consoles antigos, para mim não importa a plataforma ou gráficos de um jogo, sou movido pela emoção da aventura de conhecer e desbravar novos mundos, uma viagem única que apenas cartuchos e cd's podem nos levar. Embarque comigo nesse mundo de possibilidades infinitas e venha descobrir novos mundos e maneiras de se aventurar!