Concord | Preview
Ousadia. Essa é a palavra certa para começar uma preview falando sobre Concord, FPS 5×5 da Firewalk Studios e da Sony, exclusivo para PlayStation 5 e PC, via Steam. Mas por qual motivo eu descreveria este jogo assim? Ora, estamos na era de vários FPS competitivos, e criar algo atualmente requer muita audácia. Afinal, títulos como Valorant, Overwatch 2, Destiny 2 e tantos outros já estão bem consolidados neste tipo de mercado. É claro, há sempre com o que inovar, mesmo que a base do jogo seja muito similar aos já citados. Porém, acredito que, com o sucesso do GaaS (Game as a Service, ou jogo como serviço) Helldivers 2, a Sony tenha empolgado com a ideia.
É claro, é justo e chega a ser até interessante ver uma gigante dos games criando um jogo nesse estilo para chamar de seu, e nós, jogadores e jogadoras, torcemos por bons títulos. Assim, através da experiência que tive durante o beta antecipado deste final de semana, liberado de última hora para os assinantes da PlayStation Plus, contarei um pouco sobre o aguardado FPS competitivo. Portanto, sem mais firulas, confira mais uma preview especial do Pizza Fria!
Um pano de fundo contínuo
Logo ao iniciarmos Concord, somos apresentados a uma pequena cutscene, que explica o pano de fundo do jogo. Nele, fazemos parte de uma tripulação de foras da lei do espaço, chamados Freegunners, que topam tudo por dinheiro. Nessa pegada de “mercenários do espaço”, as partidas de Concord se desenrolam, nos dando a possibilidade de criar nossa tripulação, escolhendo entre diversos personagens, que contam com características similares a de outros jogos, como healers, tanks e outros com foco em dano. E tudo isso é meio misturado, para tentar subverter um pouco a lógica já tão conhecida. Explicarei isso adiante.
Assim, durante a jornada de Concord e da tripulação da Estrela-do-Norte, nave capitã dos personagens, teremos semanalmente novas cenas de uma narrativa que vai se expandindo com o tempo, apresentando melhor os personagens e as aventuras propostas pelo jogo. Bem, isso aqui lembra bastante Valorant e Overwatch 2, mas narrativa não é uma exclusividade de ambos esses jogos, não é mesmo? Portanto, veremos como os desenvolvedores poderão fazer de diferente dos títulos já conhecidos. Com o pouco que vi até então, parece que vai ser divertido. Só pelo fato do jogo estar dublado para nossa língua, isso já dá um ânimo a mais de continuar jogando.
Outra coisa que acho que é totalmente válida no mundo atual, e que pode endossar ainda mais a criação de boas histórias, é o fato dos personagens serem identificados por seus gêneros. Além de feminino e masculino, temos personagens não-binários e com gênero não decidido. Isso não muda a jogabilidade, mas é interessante de se pensar a representatividade que isso traz ao jogo. Contudo, certamente terão alguns “jogadores” que ficarão enchendo a paciência com isso. Porém, ao que tudo indica, novos tripulantes chegarão, trazendo mais características variadas.
Isso fica ainda mais legal ao observarmos ao nosso redor um mundo sci-fi bonito e detalhado em cada um dos mapas. E não existe apenas beleza, mas toda uma perspectiva tática que os jogadores vão compreendendo com o tempo, como pontos de encontro com inimigos, atalhos e lugares que podem ser bloqueados com algumas habilidades. Por fim, não posso deixar de mencionar os pacotes de vida espalhados cuidadosamente pelos mapas, algo que traz ainda mais estratégia para o jogo. Nestes quesitos aqui citados, Concord está fazendo bem o dever de casa.
Divisão dos personagens
Como eu disse anteriormente, Concord tem uma divisão de personagens diferente. Confesso que essa divisão ficou bem interessante, e será muito útil conhecê-la para montar seus times. É claro, isso fará toda a diferença, tal como nos outros títulos similares já velhos conhecidos do público gamer. Enfim, entenda um pouco mais das “classes”, se é que posso chamar assim, abaixo:
- Estrategista: Aumento da velocidade de carregamento.
- Patrulha: Melhoria do recuo da arma.
- Assombração: Melhoria da mobilidade.
- Âncora: Aumento da cura recebida.
- Aríete: Diminuição do tempo de recarga da esquiva.
- Guarda: Aumento do alcance da arma.
Esse tipo de divisão é benéfica para que Concord comece a demonstrar um pouco seus diferenciais, algo que é bem interessante, mas que pode melhorar ainda mais no futuro. É claro, estamos em um beta, e acho que até por isso mesmo, acabamos vislumbrando melhorias e inclusões interessantes ao longo do título. Afinal de contas, um GaaS precisa seguir o que o público deseja.
Concord: conheça todas as habilidades dos personagens
Enfim, na prática, sentimos que cada personagem tem suas características bem específicas, além de diferentes armas e habilidades. Neste ponto, tudo é bem dividido em Concord, mas tenho uma ligeira impressão de que o jogo ainda precisa de uma certa balanceada. Nada de grave, é verdade, mas é bem possível que isso ocorra na versão final.
Modos de jogo e jogabilidade
Durante o beta, foi possível jogar apenas dois modos, que não tem nada de novo ao serem comparados com o que o mercado já apresenta. Ou seja, o destaque fica mais pelo ar de novidade trazido pelo jogo, bem como seus personagens carismáticos. Um dos modos é baseado em respawn, em que temos que matar 30 inimigos para vencer, capturando cartões que caem, ou simplesmente matando. Em outro, temos que capturar um objetivo e mantê-lo, com morte permanente, tal como em Valorant. Por fim, ainda dentro desta lógica, em outro modo precisamos pegar um item e levá-lo para dentro de um determinado ponto, em algo bem parecido com capture a bandeira.
Desta forma, percebemos que não há lá grandes novidades apresentadas nos modos disponíveis até então em Concord. É claro, ao longo do tempo podem surgir vários outros estilos, quem sabe até mesmo um battleroyale. Enfim, é cedo para cravar, mas a experiência obtida nestes modos foi divertida e caótica, bem do jeito que o gênero tem que ser.
Na jogabilidade, Concord se destaca de maneira positiva, mesclando uma série de características de jogos já consagrados: o pulo duplo de Destiny 2, o estilo dos personagens e suas características particulares observadas em Overwatch 2, um pouco de influência de personagens de Valorant, uma pitadinha de Apex Legends e por aí vai. Honestamente, não acho isso ruim. Aliás, o jogo não ficou ruim. É tudo muito bem explicado e prático, tal como o gênero deve ser. Agora, a única coisa que me incomodou durante a jogatina foi que, ao usar dois monitores, em alguns momentos, meu cursor saía para o lateral, comprometendo a partida. Futuramente, seria legal adicionarem um modo tela cheia exclusivo.
Enfim, é claro que Concord será comparado com vários jogos já conhecidos, e esse é um risco que a própria desenvolvedora sabe. Contudo, o que será mais interessante neste título é o seu futuro. Digo isso, pois o que foi demonstrado até então agrada bastante, mas não é nada que surpreenda. Portanto, os próximos passos tomados poderão mudar muito o rumo do jogo. Para o bem ou para o mal.
O que esperar de Concord?
Honestamente, Concord não chegou fazendo feio, tendo todas as características que um FPS competitivo precisa ter para se consolidar. Mas ainda é cedo para sabermos de todo o potencial do jogo. Agora, uma coisa que não dá para engolir é a Sony querer vender Concord por R$ 199,50, em um mercado competitivo como o dos FPS, que em sua maioria são gratuitos, vendendo apenas skins e outros itens cosméticos. Se isso não for revisto, liberando pelo menos para os assinantes da PlayStation Plus, há uma grande possibilidade de que o game acabe flopando.
Além disso, o matchmaking poderia mudar, dando continuidade nas partidas subsequentes sem precisar retornar para o menu principal e continuar tudo de novo. Isso dá uma “agarradinha” na experiência, e acaba sendo meio chato. Mas não é nada que atrapalhe como a tela do jogo saindo por conta do uso de mais monitores. Confesso que isso me deixou maluco, mas faz parte. É um beta e ele já chegou com mais características positivas do que negativas.
No geral, o jogo é extremamente agradável, contando com uma excelente dublagem em português brasileiro, bem como gráficos muito interessantes, que atendem exatamente a proposta que o jogo quer passar, algo que transite entre Overwatch 2 e Apex Legends, talvez, mas com ainda mais detalhes. Portanto, se você curte jogar um FPS meio MOBA, Concord pode ser uma experiência bem agradável.
Por fim, vale lembrar Concord será lançado simultaneamente no PlayStation 5 e PC, via Steam, em 23 de agosto. Além disso, um beta aberto ocorrerá entre 18 a 21 de julho, permitindo com que todos possam curtir um pouco a vida de Freegunner.
*Preview elaborada em um PC equipado com uma RTX com código fornecido pela Sony.
