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Capcom Fighting Collection 2 | Review

Capcom Fighting Collection 2 foi lançado em 16 de maio para PlayStation 4, Nintendo Switch, Xbox One e PC, via Steam. Esta é a mais nova coletânea de jogos de luta desenvolvida e publicada pela renomada Capcom. O pacote reúne oito grandes clássicos, que vão desde Capcom vs. SNK 2: Mark of the Millennium 2001 e Project Justice até títulos de ação em 3D, como Power Stone e Power Stone 2.

A coletânea traz as versões americana e japonesa de cada jogo, totalizando 16 títulos disponíveis, todos com suporte aos modos online e local. Capcom Fighting Collection 2 também apresenta diversos recursos adicionais pensados para atrair novos jogadores, como níveis de dificuldade ajustáveis, botões de golpe especial, modo de treinamento e a opção de salvar e carregar o progresso a qualquer momento — permitindo retomar exatamente de onde parou.

E aí, é fã de uma boa pancadaria e quer saber como essa coletânea se saiu no PlayStation 5 (via retro compatibilidade)? Então prepara aquele café coado bem quentinho para aquecer o coração, pega a pizza que sobrou do sábado e vem comigo para mais um round nesta análise do Pizza Fria!

Uma coletânea que surpreende

Para muitos jogadores, Capcom Fighting Collection 2 é uma boa coletânea, mas para outros, é um verdadeiro pacote dos sonhos. O título reúne alguns dos melhores jogos de luta arcade da Capcom — games que há tempos estavam esquecidos, adormecidos em grandes placas de fliperamas ou em CDs, GDs e DVDs de consoles como o Sega Dreamcast e o PlayStation. Dentre os 8 jogos de luta disponíveis, é possível alternar entre as versões americana e japonesa de cada um, basta apenas mover para a esquerda na opção “Versão do Jogo”, no menu principal de seleção.

Capcom vs. SNK: Millennium Fight 2000 Pro é um jogo de luta em 2D, trata-se de um crossover que reúne os personagens mais famosos da Capcom e da SNK, como os de Street Fighter e The King of Fighters. Originalmente lançado em setembro de 2000 para os arcades, foi portado fielmente para o Dreamcast no mesmo ano. Em 2001, uma versão para o PlayStation foi lançada com algumas alterações, incluindo a adição de Joe Higashi e Dan Hibiki. A versão presente na coletânea já conta com ambos os personagens — e a fluidez original do arcade.

Capcom vs. SNK 2: Mark of the Millennium 2001, ou Millionaire Fighting 2001 na versão japonesa, segue a mesma proposta de seu antecessor, mas com ainda mais conteúdo. Lançado em agosto de 2001 para a placa Sega NAOMI, o jogo chegou ao Dreamcast, PlayStation 2 e posteriormente ao GameCube e Xbox Clássico. O grande diferencial está nos seis estilos de luta disponíveis — os chamados Grooves, — contra apenas dois do primeiro título, além das batalhas no formato 3 contra 3, enquanto o primeiro utilizava um sistema de Ratio.

Capcom Fighting Collection 2
Capcom vs. SNK: Millennium Fight 2000 Pro usa sistema de Ratio na tela de seleção de personagens, tendo em cada fileira um valor diferente. Você pode escolher 4 jogadores que valem 1 ponto, 2 que valem 2, 1 personagem de 3 pontos e 1 que vale 1 ponto ou 1 personagem que valha 4 pontos de Ratio. (Imagem: Reprodução)

Capcom Fighting Evolution — ou Capcom Fighting Jam, no Japão — é mais um crossover em 2D, com lutas de 2 contra 2. Lançado em 2004 para PlayStation 2|3 e Xbox, o game reúne personagens de Street Fighter II, Street Fighter Alpha, Street Fighter III, Darkstalkers e até de Red Earth, um título menos conhecido da Capcom. Além disso, conta com uma personagem original, Ingrid, e chefes selecionáveis como Pyron (Darkstalkers) e Shin Akuma (Street Fighter Alpha 2).

Street Fighter Alpha 3 Upper, ou Street Fighter Zero 3 Upper na versão japonesa, é o terceiro jogo da linha Alpha, lançado em 1998 para a CPS-2. Esta versão inclui 33 personagens selecionáveis e três estilos de luta distintos, baseados em diferentes fases da franquia Street Fighter.

Project Justice, ou Moero! Justice Gakuen no Japão, é a sequência de Rival Schools e traz combates em 3D entre estudantes de diferentes escolas. Lançado originalmente para o Arcade (Sega NAOMI) e Dreamcast em 2000, o jogo introduz o sistema Party-Up, em que os membros do seu time podem se unir para executar ataques combinados. O título conta com um modo história ramificado, cujos eventos variam conforme os resultados das lutas, além de um modo livre.

Plasma Sword: Nightmare of Bilstein, ou Star Gladiator 2: Nightmare of Bilstein no Japão, é um jogo de luta em 3D focado em combates armados. Lançado em 1998 para os arcades e depois para o Dreamcast, o game oferece 24 personagens jogáveis. Apesar do visual tridimensional, a jogabilidade é simples e remete bastante ao estilo de Street Fighter.

O primeiro Power Stone foi lançado em 1999 para a Sega NAOMI e, mais tarde, chegou ao Dreamcast. O jogo apresenta combates em arenas tridimensionais, onde é possível usar objetos como pedras, cadeiras, mesas e bombas para atacar o oponente. Durante as lutas, ao coletar três Power Stones, seu personagem se transforma e ganha acesso a golpes especiais devastadores.

Capcom Fighting Collection 2
Power Stone 2 trouxe uma maior variedade de personagens e cenários. (Imagem: Reprodução)

Por fim, Power Stone 2 foi lançado em 2000 para os arcades e Dreamcast, mantendo o estilo do primeiro jogo, mas ampliando a escala das batalhas. Agora com suporte para até quatro jogadores simultâneos no modo arcade, ele oferece mais personagens e cenários, tornando a pancadaria ainda mais caótica e divertida.

Recursos exclusivos para atrair novos jogadores

Mas e se você não for um exímio jogador de jogos de luta? Ou, caso até seja, mas já tenha enjoado de jogar todos os títulos incluídos em Capcom Fighting Collection 2… por que gastar seu suado dinheirinho nesse jogo? Pois bem, meu amigo, a Capcom teve um carinho especial com os jogadores, incluindo diversas melhorias de qualidade de vida, uma tonelada de artes extras e um incrível reprodutor musical, com mais de 300 faixas para você curtir. Vamos pontuar agora os destaques desse pacote caprichado:

Para começar, os menus de Capcom Fighting Collection 2 estão totalmente localizados em português do Brasil. É verdade que, infelizmente, os jogos em si continuam em seu idioma original — sem tradução —, mas ao menos todo o menu e as opções do sistema estão acessíveis em nosso idioma, facilitando bastante a navegação.

O Museu é outra adição muito bem-vinda. Na Galeria, você poderá apreciar mais de 700 artes diferentes dos 8 jogos incluídos. Tem de tudo, cartões de comandos dos personagens (iguais aos que vinham nos jogos japoneses da época), artes conceituais, esboços dos personagens e até documentos inéditos usados no desenvolvimento dos títulos originais.

Além disso, dentro do museu, temos a seção Música, um recurso sensacional. Basta pressionar o botão quadrado no menu e você terá acesso às trilhas sonoras dos jogos, podendo ouvir em reprodução aleatória ou escolher sua faixa favorita manualmente. Está procurando aquela música que marcou sua infância? Ela está lá. Quer deixar rolando uma playlist retrô no fundo enquanto arruma a casa? Pode fazer isso tranquilamente. São mais de 300 faixas disponíveis, e todas podem ser ouvidas quando e como você quiser.

Capcom Fighting Collection 2
Pressione quadrado no tocador de músicas para escutar em modo aleatório. (Imagem: Reprodução)

Capcom Fighting Collection 2 conta com diversos recursos para atrair novos jogadores, inclusive os mais casuais. Entre eles estão os níveis de dificuldade ajustáveis, que vão de 0 a 8 estrelas, além de ajustes na força de ataque, velocidade do cronômetro e até na quantidade de rounds necessários para vencer uma luta. O jogo também oferece o modo com ficha livre, e por padrão, os personagens secretos já vêm desbloqueados, mas, se preferir, você pode desativar essa opção no menu.

Além disso, todos os jogos da coletânea possuem modo de treinamento, ideal para praticar aquele combo especial sem a pressão do cronômetro. Você também pode consultar o cartão de instruções, com uma visão geral do jogo e os comandos básicos, bem como acessar a lista de golpes, como é de praxe nos jogos de luta. Um destaque super bacana em Capcom Fighting Collection 2 é o recurso de configuração personalizada dos controles. Aqui, você pode atribuir um botão específico para aquele golpe ou especial difícil de executar, facilitando muito a vida de quem ainda está pegando o jeito ou simplesmente quer praticidade.

E por fim, mas não menos importante, temos as opções de salvamento e carregamento rápido, extremamente úteis, seja para quem quer jogar só uma partidinha despretensiosa ou para os que estão na missão de platinar a coletânea. Sempre que você salva o jogo, não importa em que ponto esteja a luta, ao carregar, você será levado ao início daquele combate.

Capcom Fighting Collection 2
As opções de salvamento são extretamente úteis para os colecionadores de platina, ou para aqueles com pouco tempo para jogar. (Imagem: Reprodução)

Mas atenção, a coletânea conta com apenas um slot de salvamento, ou seja, você não pode salvar o progresso em dois jogos diferentes ao mesmo tempo. Se salvar enquanto estiver jogando Capcom Vs. SNK, por exemplo, isso irá sobrescrever qualquer progresso anterior em Capcom Fighting Evolution, Power Stone ou outro título da coleção.

A pancadaria desenfreada rola online também

Além do conteúdo offline, Capcom Fighting Collection 2 também oferece um modo online completo, permitindo que você dispute partidas casuais com jogadores do mundo todo, entre em batalhas ranqueadas para mostrar suas habilidades e subir no ranking, ou ainda crie salas personalizadas com regras definidas por você, ideal para jogar com amigos ou organizar torneios.

O sistema online conta ainda com classificações ranqueadas, baseadas nos pontos de liga conquistados nas lutas competitivas, e também o Desafio de Alta Pontuação, onde você precisa acumular pontos seguindo regras específicas de cada desafio.

Capcom Fighting Collection 2
Esses cartões costumavam vir na versão japonesa dos jogos, coisa linda de se ver! (Imagem: Reprodução)

Agora, sendo bem honesto com vocês, minha experiência no online não foi das melhores. Passei um bom tempo esperando por uma luta no lobby e acabei desistindo. Quando finalmente consegui encontrar um oponente, a conexão estava bem ruim, o ping era tão alto que mal consegui jogar. Ou seja, apesar do modo online estar presente e recheado de opções interessantes, a estabilidade e o matchmaking ainda deixam a desejar, ao menos por enquanto.

Audiovisual de Capcom Fighting Collection 2

Por se tratar de uma coletânea, Capcom Fighting Collection 2 apresenta variações gráficas consideráveis. Temos jogos como Capcom vs. SNK 1 e 2, que usam sprites em pixel art, e outros como Plasma Sword, Project Justice e os dois Power Stone, com personagens e cenários em 3D. Mas o que realmente chama atenção aqui é o cuidado que a Capcom teve para suavizar os impactos do tempo nesses jogos clássicos. E olha, meus amigos, o resultado é caprichado: o pacote oferece 8 diferentes tipos de filtros visuais, que vão desde os mais nítidos até os que simulam aquele visual clássico de fliperama.

Além disso, é possível escolher papéis de parede para as laterais da tela, ideal para quem prefere jogar no formato original 4:3. Se quiser, também dá pra modificar o tamanho de exibição, esticando a imagem para o modo widescreen, além de ajustar a resolução interna de cada um dos games, deixando tudo do jeitinho que você achar melhor.

Capcom Fighting Collection 2
Confesso que esse filtro com as scanlines horizontais me agradam bastante. (Imagem: Reprodução).

No quesito som, a coletânea também não decepciona, as músicas e efeitos sonoros foram preservados com carinho, e ainda ganharam um toque especial, você pode alternar entre as trilhas originais ou versões remixadas nostálgicas diretamente no menu principal da coletânea. É o tipo de mimo que só quem cresceu ouvindo essas trilhas sabe o quanto faz diferença.

Vale a pena jogar Capcom Fighting Collection 2?

Sem dúvidas, meus caros amigos, Capcom Fighting Collection 2 é uma coletânea bem completinha, recheada de grandes clássicos dos jogos de luta que valem muito a pena ser (re)descobertos. Confesso que, dias atrás, joguei Power Stone 2 no meu Dreamcast, em uma TV de plasma no meu quarto de games, e fiquei realmente impressionado com a qualidade dos filtros visuais incluídos na coletânea, eles revitalizam os jogos e suavizam bastante os gráficos, entregando uma experiência visual mais agradável sem perder a essência original.

E claro, nada como testar suas habilidades em lutas online contra oponentes desconhecidos! Apesar de eu não ter dado tanta sorte com o modo online — tive dificuldade em encontrar partidas e, quando consegui, o ping estava bem alto, o recurso está presente e funcional, e pode ser que você tenha uma experiência melhor que a minha.

Outro grande destaque é o modo Música e a Galeria, verdadeiros presentões para os fãs. São mais de 300 faixas musicais disponíveis para ouvir quando quiser, incluindo clássicos como “This is True Love Makin’” de Capcom vs. SNK 2 e “Keep My Fire” de Capcom vs. SNK. Além disso, a galeria oferece mais de 700 artes entre concepts, ilustrações e documentos históricos dos bastidores do desenvolvimento dos jogos.

E para fechar com chave de ouro: Capcom Fighting Collection 2 não está sendo vendido a preço cheio. Você pode encontrá-lo na PlayStation Store por R$191,90, na Nintendo eShop por R$191,00, na Xbox Store por R$191,00 e para o PC, via Steam, por R$179,00.

*Review feita em um PlayStation 5, com código fornecido pela Capcom.

Capcom Fighting Collection 2

BRL 191,90
8.3

História

7.0/10

Gameplay

9.0/10

Gráficos e Sons

8.0/10

Extras

9.0/10

Prós

  • Menus localizados em PT-BR
  • Jogos de luta com mecânicsas diversificadas.
  • Galeria de musica e imagens rica em conteúdo.
  • Customização de dificuldade e controles para atrair novos jogadores.

Contras

  • O game possui apenas 1 slot de salvamento para todos os jogos.
  • Não obtive uma boa experiência no modo online.

Filipe "Bdama" Villela

    Aficionado por jogos desde cedo, de Bomberman, Zelda, Sonic ou Mário, indo dos clássicos das gerações passadas, até os indies e mais variados AAA atuais. Viciado em desafios, colecionador de platinas e consoles antigos, para mim não importa a plataforma ou gráficos de um jogo, sou movido pela emoção da aventura de conhecer e desbravar novos mundos, uma viagem única que apenas cartuchos e cd's podem nos levar. Embarque comigo nesse mundo de possibilidades infinitas e venha descobrir novos mundos e maneiras de se aventurar!