Clid The Snail | Review
Clid The Snail é um twin-stick shooter, ou seja, um game que conta com uma jogabilidade simples na qual o analógico esquerdo movimenta o personagem e o direito mira em 360º, rodando numa perspectiva isométrica.
Lançado dia 31 de agosto para PlayStation 4, com retrocompatibilidade para o PlayStation 5, Clid The Snail foi desenvolvido pela Weird Beluga Studio, uma empresa de Madrid fundada em 2019 por 5 amigos e publicado pela Koch Media, empresa responsável também por jogos como Metro Exodus e Mount & Blade II: Bannerlord.
O game, vencedor do prêmio de melhor jogo no VI Playstation Talents, também está previsto para ser lançado para PC, via Steam ainda este ano, mas sem uma data definida. E o que será que podemos esperar deste game exótico e atrativo? Pegue a pizza na geladeira, vem comigo e bora descobrir!
A história de Clid The Snail
Clid the Snail se passa em um mundo onde apenas as memórias longínquas da existência humana ecoam. No game, entramos na pele de Clid, um caracol bêbado viciado em suco de bamboo, um encrenqueiro que acabou de ser exilado de sua cidadela.
Junto de Belu, seu melhor amigo, um vagalume esperto e leal, encontramos o camaleão de um só olho Cassius, a tartaruga xamã Atxaka, o ouriço Morti, o sapo ninja Itako e o morcego Haelsy, um grupo de animais também exilados de suas tribos em busca de um lugar para chamar de lar. Porém, em Alastor, junto desse novo grupo de amigos, acabamos descobrindo um novo propósito, o de exterminar a misteriosa praga de lesmas que está devastando todo o mundo.
Controlando a lesma mortífera
Assim como deve ser em um bom twin-stick shooter , a jogabilidade de Clid The Snail é bem simples e objetiva. Tudo se passa em um perspectiva isométrica, ou seja, vista do alto e clid se movimenta para todas as direções com o analógico esquerdo e mira na direção guiada pelo analógico direito. O botão círculo pressionado na direção que se move executa um rolamento e segurar o mesmo botão, faz com que a lesma ágil possa correr, porém, devemos ficar de olho na barra azul, no canto superior a esquerda da tela, que funciona como uma barra de estamina.
Com o botão L2 podemos usar a assistência de mira e pressionar R2 faz a arma de Clid disparar, porém, segurar o R2 faz, com que a arma acumule e dispare um tiro mais forte. Pressionando o botão R1, lançamos granadas e quanto mais tempo seguramos o botão, mais longe conseguimos joga-las. O botão X é o botão de ação para abrir baús ou iniciar uma conversa e segurar Triangulo abre a roleta de armamentos onde é possível alternar entre as 7 diferentes armas disponíveis durante a jornada e o botão quadrado é usado para recarregar munição.
Já pressionando o direcional para cima utilizamos os kits de medicina para recuperar energia, direcional para baixo alterna entre diferentes tipos de granadas e pressionando esquerda ou direita alternamos entre as armas, mas sem abrir a roleta.
Por fim, pressionando o botão L1 utilizamos a concha, um poder devastador crucial para momentos cuja tela fica cheia de inimigos. A concha só pode ser usada quando a barra no canto inferior à direita da tela é preenchida. Derrotar inimigos faz com que essa barra se encha mais rápido.
Gráficos e áudio
Com relação aos gráficos, Clid The Snail é até bonito, porém, em alguns momentos o jogo beirou o impressionante no quesito ambientação, sendo este aspecto muito bem feito, iluminado, detalhado e cheio de partículas como neve, chuva, areia e tudo mais. Porém, tudo isso teve um preço e a taxa de quadros ao menos no Playstation 4 padrão é bem baixa. Em um primeiro momento, o jogo fica muito travado, porém, com o avançar da história essa sensação melhora.
Já trilha sonora de Clid The Snail sem dúvidas merece um papel de destaque na trama. As músicas e os efeitos sonoros estão impecáveis e se encaixam perfeitamente à proposta do jogo, trazendo ao jogador, uma grande sensação de imersão naquele mundo sombrio e hostil.
Sem dúvidas o principal ponto negativo do jogo é o fato de não haverem legendas em português do Brasil. Apesar do jogo ser relativamente pequeno, a história é ótima e contada em forma de diálogos, com temas interessantes e reviravoltas. Infelizmente, quem não tiver uma boa noção do inglês, não vai poder ter toda imersão que o jogo proporciona.
Fator replay e extras
Infelizmente o fator replay do jogo não foi bem explorado. O jogo é de fato bem difícil e nossa motivação em passar pelos desafios outra vez não vai além de platinar o jogo. Já quanto aos extras, o game está recheado. Em Galeria conseguimos ver um modelo em 3D de todos os personagens, desde os exilados de Alastor aos inimigos em todas as regiões. Além disso, possui o modelo de todas as armas, conchas e espécies do jogo, tudo isso com uma bela descrição feita sob a perspectiva de Clid.
No decorrer do jogo, encontramos um cartão micro SD e o entregamos a Haelsy. Assim, habilitamos a Cassette onde podemos nos deliciar com 42 diferentes músicas. Por fim, temos a aba Ilustrações, que mostra uma galeria com as belíssimas fotos que são mostradas nas telas de loading do jogo.
Vale a pena comprar Clid The Snail?
Sendo direto ao ponto, se você tem uma boa noção de inglês e está procurando um jogo desafiador e que foge do padrão visto nos jogos de tiro hoje em dia, Clid The Snail é o jogo certo para você. É um jogo relativamente curto, levei cerca de 9 horas para terminá-lo, porém, não tem enrolação e sem dúvidas, tem uma boa dose de desafio com puzzles bem elaborados e hordas furiosas de inimigos.
Porém, fica a minha ressalva com relação ao idioma. O game possui legendas em espanhol, inglês, francês, alemão, italiano, dentre outros, mas não possui legendas em português do Brasil. O enredo contado através dos diálogos é muito bom para não ser aproveitado e a falta de legendas, com certeza, irá atrapalhar na imersão para quem não sabe um dos idiomas.
*Review elaborada no PlayStation 4 padrão, com código fornecido pela Koch Media.