Devil Jam | Review
Devil Jam é um roguelike isométrico de ação, do tipo no qual nosso boneco vai batendo sozinho enquanto andamos, desenvolvido e publicado pela Rogueside. Nele, controlamos os membros de uma banda de rock que foram enviados ao inferno após assinar um contrato com o diabo. O mundo da música, não é mesmo?
Mas e aí, será que vale a pena encarar essa parada? É o que saberemos agora, em mais uma análise pauleira do Pizza Fria.
Som infernal
Estamos aqui novamente, leitores e leitoras maravilhosos deste que pode ser considerado um dos sítios mais incríveis da internet, tão belo quanto uma sinfonia de Beethoven! Ou, talvez, com algum som pauleira que nos agrade e motive a encarar as tretas do dia a dia. O que funcionar melhor para vocês, claro.
Começo falando de música porque nosso jogo do dia, Devil Jam, tem isso como um de seus maiores definidores. Afinal, controlamos os membros de uma banda que foram ao inferno enfrentar hordas de diabretes heavy metal por conta de um trato que fizeram com um gerente nada agradável. O mundo das artes é terrível, não é mesmo? Mas e o jogo, será que é também?
Antes de responder essa pergunta de grandes milhos, vou informar a vossas senhorias que não falarei de narrativa hoje. O jogo nos lança direto na ação, sem se preocupar em desenvolver nada além do que os mostrei nos parágrafos anteriores. Bom, dito isto, vamos ao que realmente interessa! Será que vale a pena encarar essa parada? Vejamos, vejamos.

Jogabilidade
Em essência, Devil Jam é um roguelike no qual nosso boneco ataca sozinho e nosso objetivo maior é controlar sua movimentação enquanto coletamos experiência e dinheiro para subir de nível e, quando voltarmos até a base, melhorarmos nossos bonecos, liberarmos novos poderes, e por aí vai. A boa e velha fórmula de Vampire Survivors, por se dizer.
Nosso objetivo, no geral, é sobreviver durante trinta minutos enquanto enfrentamos ondas e mais ondas de inimigos e um chefe que aparece a cada dez. A quantidade de monstros na tela e seu dano é definido pela dificuldade em que jogamos, e as mais altas oferecem um desafio bem divertido e caótico, com centenas de coisas voando na tela ao mesmo tempo tentando nos pegar.
Cada inimigo que derrotamos em Devil Jam deixa cair almas que nos concedem experiência necessária para subir de nível. Quando isso acontece, podemos escolher uma habilidade (passiva ou ativa) conferida por um dos pecados capitais que trabalham em nossa banda. Assim, pouco a pouco, vamos montando nosso arsenal infernal.
As habilidades são bem interessantes e variadas, geralmente se dividindo em golpes de curto ou longo alcance e invocações, e dão uma boa variada na experiência. Sempre temos alguma build para tentar, e os jogadores ligados poderão quebrar facilmente os inimigos com combinações apelonas demais da conta.

Os poderes que pegamos em Devil Jam são colocados em uma grade, com tamanho limitado, que serve tanto como limitador quanto amplificador de potencial. Por exemplo, podemos pegar um buff que afeta uma linha inteira, fortalecendo todas as armas que ficarem nela. Armas essas que, inclusive, podem ser melhoradas por mais de uma melhoria ao mesmo tempo.
Alguns desses combos, inclusive, são essenciais para cumprir as diversas missões que o jogo disponibiliza para nós. Temos algumas relacionadas ao uso de habilidades, níveis alcançados, bonecos que jogamos (que possuem diferença de arma e alguns atributos) e por aí vai. São objetivos que compensam perseguir, e ajudam a aumentar a vida útil do título.

Contudo, nem tudo são flores. Apesar de nos dar uma boa variedade com seus diversos poderes, Devil Jam é um jogo bem simples e com pouca variação. Não temos fases diferentes com mecânicas únicas, a variedade de chefes e inimigos não é muito grande e, também, não temos um senso muito grande de progressão fora de melhorias de personagem.
Além disso, senti falta de certas facilidades como bloquear determinados poderes de aparecerem, garantir alguns, maior diferenciação entre os três protagonistas e outras coisas que poderiam ter deixado a experiência bem mais rica e agradável ao jogador.
Creio que esse seja um dos grandes pontos fracos de Devil Jam e que, para alguns, pode servir como um fator de desânimo ao longo do tempo. Principalmente ao comparar com outros títulos mais cheinhos, como o Vampire Survivors que comentei, o título realmente é leve demais.

Sons e Visuais
Devil Jam tem visuais bem legais, num estilo meio pixel com uma estética bem metal e uma boa quantidade de cores. Contudo, a falta de variação nos cenários e inimigos realmente fica muito evidente, e acho que o jogo também conta com poucas animações para movimentos e outras ações do jogador.
O mesmo ocorre com a trilha sonora, que tem alguns sons maneiros que se repetem demais, principalmente as músicas que tocam nos intervalos de dez minutos em cada fase. Isso, creio eu, é uma grande oportunidade perdida em jogos desse estilo. Ah, mas temos nossas legendas em português!

Vale a pena jogar Devil Jam?
Devil Jam, leitores e leitoras, é uma experiência curiosa. Assim como uma daquelas músicas chicletes que ouvimos no rádio todo dia, ele consegue nos divertir e prender mas, invariavelmente, acabamos ficando com a sensação de que ele poderia ter sido bem melhor.
O ciclo de jogo é bem legal, com uma jogabilidade frenética, uma boa quantidade de missões para cumprir e uma gama de poderes muito interessantes de usar que, de uma maneira geral, se complementam muito bem. Por outro lado, o jogo é simples demais em quase todos seus aspectos, pouco faz para inovar e não conta com muitas facilidades esperadas do gênero.
Sendo assim, acredito que o título tenha capacidade de agradar fãs do gênero, que relevem esses pontos, e até servir como um bom ponto de entrada para os novatos. Contudo, sessões extensas de jogo podem acabar sendo prejudicas por isso, principalmente depois de explorarmos tudo que o sistema de melhorias tem para oferecer.
Devil Jam será lançado em 3 de novembro de 2025 para PC, via Steam. As versões para PlayStation 5, Nintendo Switch e Xbox Series X|S serão disponibilizadas em uma data posterior.
*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Rogueside.
Devil Jam
Prós
- Jogabilidade divertida
- Boa quantidade de missões e poderes para desbloquear e combinar
- Traduzido em português
Contras
- Poderia ter mais cenários para explorar
- As músicas se repetem muito, principalmente durante as fases
- Não conta com muitas opções que esperamos em jogos do gênero
- Parte do potencial não é tão bem explorado como deveria


